Mais uma vez era hora de ir para a cama, todos iriam dormir mais cedo, Naruto porque deveria começar suas buscas, Sakura porque estava percebendo que sua fadiga estava enfraquecendo sua magia e Hinata porque estava contente de poder mandar boas notícias sobre a reabilitação de Sasuke, e mais que depressa escreveu seu relatório. Foi então percebeu que seu "companheiro de quarto" estava chegando.

— Hoje você parece feliz Ojou, será que é porque seu príncipe finalmente te elogiou? - Disse Orochimaru com seu conhecido sarcasmo.

— Eu não costumo fazer coisas esperando o reconhecimento de ninguém, e também já disse que não quero falar desse tipo de assunto com você, se é para isso que veio, é melhor que volte para seu espelho. - Disse ela friamente.

— Me desculpe por me intrometer, mas não precisa ser tão dura comigo, só queria ser amigável. - Respondeu ele.

— Acho que não estamos em condições de fazer amizade, e sei que você não precisa de uma amiga como eu. - Respondeu ela.

— É aí que você se engana, eu pensei que poderíamos falar sobre diversos assuntos, inclusive sobre o Ministério, mas se você não quer, então eu vou voltar para a minha triste e solitária vida. - Disse ele já ameaçando virar as costas para ela.

— Se é sobre o ministério, então acho que temos um motivo para conversar. - Disse ela demonstrando algum interesse.

— Mas se esse for o caso, eu não gostaria só de dar o que você quer, afinal também sou alguém com necessidades, e algumas delas poderiam ser supridas por você Ojou. - Disse ele tocando o rosto dela levemente.

— Faça sua proposta e eu a analisarei cuidadosamente Orochimaru-sama. - Respondeu ela.

— Eu poderia pedir tantas coisas a uma bela jovem de vinte anos... - Dizia ele enquanto assumia a forma de serpente e se enrolava no corpo da moça. - Mas você já deve saber o que eu mais desejo. - Disse ele novamente em forma humana fitando os olhos dela.

— O que você quer saber? - Disse ela também o fitando.

— Bingo! Você é muito sagaz Ojou, é claro que eu preciso de conhecimento. A não ser que você queira me dar algo mais. - Disse ele com um sorriso largo no rosto.

— Conhecimento e sabedoria só podem ser retribuídos da mesma forma, na mesma medida, se não fosse assim, eu poderia supôr que você seria um grande tolo. Mas vejo que falamos a mesma língua, porém não sei se posso conceder as informações que deseja. Diga o que quer. -Disse ela sem prolongar mais o assunto.

— Bem nós temos tempo, já que o jovem Sasuke não vai se reabilitar em menos de uma semana, e para começar, quero saber as proporções de sua habilidade única. - Questionou ele.

— Proporções... Ainda não está totalmente desenvolvida, mas posso ver muitas coisas, quer que eu demonstre? Se quiser, podemos começar agora. - Disse ela sem hesitar.

— Eu sabia que esses olhos não eram comuns, sabia que as barreiras eram somente uma fachada, mas porque você esconde um dom tão maravilhoso? Você poderia ser uma das maiores magas da história. E quanto a parte da demonstração, eu passo, não quero que veja as coisas que eu carrego, uma donzela como você poderia ficar muito assustada com o meu passado, mas sei que compreenderia meus planos. - Respondeu ele.

— Não quero que ninguém se interesse em fazer um mal uso de minha habilidade, sei muito bem como o ministério pode manipular seus subordinados e as barreiras não são interessantes para eles, mas o que fariam para obter o dom de ver o coração e as intenções de todas as pessoas? Nós dois sabemos que eles sabem tocar em feridas e em pessoas que são queridas para nós. - Disse ela.

— Temos a mesma maneira de pensar Ojou. Mas saber que você pode ver tudo isso me deixou ainda mais curioso, esse seu poder é realmente muito atrativo. - Disse ele se aproximando ainda mais.

— Ficou interessado em obter meu poder Orochimau-sama? Eu soube que o seu poder é ainda maior do que o meu, afinal absorver as habilidades e obter uma série de dons é algo que pareceria muito desejável aos olhos de alguns. Sim, eu fiz a lição de casa, eu soube de uma parte da sua história. - Disse ela.

— Esses "alguns" que se interessariam em ter uma maldição dessas, são tolos que não conhecem o peso de se ter um dom assim. Espero que não seja esse o seu caso Ojou. - Disse ele com uma grande tristeza no olhar.

— Não é o meu caso, ao analisar os fatos sobre você, e com algumas coisas que encontrei aqui, como esse jardim espinhoso, percebi que não há nada de bom em ter a vida que você vem percorrendo, sei que seu coração deve estar como esse jardim, deserto e coberto de espinhos, mas quanto aos relatos dos assassinatos, eu não poderia encontrar nada que pudesse ser justificável, ao meu ver, nada é justificativa para se tirar a vida de outros, pelo menos é o que meus relatórios diziam a seu respeito. - Disse ela tendo uma surpreendente pergunta em troca:

— Mas e você, o que pensa de mim? Ao olhar para mim, você vê um assassino?