Uma Babá Sem Noção escrita por Sáskya


Capítulo 6
Capítulo: 5 - Sunday


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Até agora, esse foi o capítulo que eu mais acrescentei coisas - e alterei algumas, mas nada que mude o curso da história. Particularmente, adorei mais essa versão do que a outra.
Boa Leitura!



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Bella

Estava em um sono tranquilo, livre de sonhos ou qualquer outra coisa quando senti meu corpo sendo sacolejado. Estranhei. Se eu não estava sonhando, porque meu corpo sacolejava? Franzi o cenho, abrindo os olhos minimamente. A primeira coisa que vi foram cabelos loiros bagunçados.

— Isa, Isa, Isa, Isaaaaaaaa! — a voz doce e infantil chamava-me incansavelmente.

Resmunguei, sentando-me na cama e esfregando os olhos em uma tentativa de despertar totalmente. Assim que meus olhos abriram completamente, fitei Lily pulando encima da minha cama, só de pijama e os cabelos loiros bagunçadíssimos. Um sorriso divertido habitava seu rosto.

— O que está fazendo acordada as... — olhei para o relógio digital em minha mesinha de cabeceira — Sete horas da manhã de sábado, Lily? Esqueceu que hoje pode dormir mais?

Ela parou de pular, fazendo um biquinho.

— Sábados me deixam mais agitada. E estamos sozinhos em casa. Apenas eu, você e meus irmãos. Lógico que ainda tem alguns empregados, mas é pelo lado de fora e Anne saiu falando que ia ao mercado comprar algumas coisas... — continuou a tagarelar enquanto eu me levantava.

Na verdade, não era muita novidade estarmos sozinhos em casa. Basicamente, aqui só vivem os empregados e as crianças. Mal vejo o senhor Cullen; ele sempre sai antes de todos acordarem e sempre chega quando todos já estão dormindo. É um homem estranho, parece que não gosta da própria casa.

Saí dos meus devaneios quando me toquei mais profundamente nas palavras de Lily: E estamos sozinhos em casa.

Sozinhos em casa.

Virei-me para garotinha antes que eu pudesse ir para o banheiro, tomar meu banho e escovar os dentes.

— Seus irmãos já estão acordados? — perguntei, semicerrando os olhos.

Sentada na minha cama, Lily apenas acenou que sim com a cabeça. Só para confirmar, um barulho de panela caindo no chão foi escutado. Arregalei os olhos e corri para fora do quarto — ainda de pijama e provavelmente de cabelos em pé — atrás dos pestinhas.

Cheguei afobada na cozinha e meus olhos quase saíram das órbitas com a cena que eu vi. Melanie estava encima da mesa, apenas de pijama, e com uma colher de pau na mão, cantando. Liam fazia das panelas uma bateria e das colheres, baquetas. Peter apenas se divertia fazendo bolhas de sabão. Tinha comida espalhada por cima da mesa, pelo chão, enfim, estava tudo um caos.

— I HATE MYSELF FOR LOVING YOOOOOOU — cantou/gritou Melanie, empolgada, se achando uma estrela do rock.

— Posso saber que algazarra é essa pelo amor de Deus? — perguntei um tanto histérica, pondo as mãos na cintura.

Lily estava o meu lado, olhando tudo com uma cara estranha. Parecia segurar uma risada.

— Você por acaso é cega, Isabella? — como sempre, Melanie doce como um limão — Estamos fazendo um show de rock!

— Nessa cozinha que vocês transformaram em chiqueiro? — arqueei uma sobrancelha, cruzando os braços.

— Só plepalamos nosso café da manhã, já que tinha gente dolmindo de bunda pla cima — retrucou Liam, de cara feia.

Suspirei. Como vocês estão vendo, passou-se uma semana desde que comecei a aventura mais louca da minha vida, e até agora não tive nenhum progresso com Melanie e Liam. A garota insistia em me chamar de Isabella — coisa que não me agradava — e Liam me chama carinhosamente de doidinha.

— Okay. Parou a bagunça. Vocês dois vão direto para o quarto tomar banho e colocar uma roupa descente enquanto eu limpo isso aqui — tentei parecer mais autoritária possível.

— Você não manda em mim! — Melanie gritou, descendo da mesa e correndo para fora da cozinha.

— Chata. Você nunca vai pega a gente — Liam falou para mim, correndo atrás da irmã.

— VOLTEM AQUI! — gritei, vendo-os desaparecer.

Bufei. Fitei seriamente Peter e Lily, que agora brincavam juntos com as bolinhas de sabão.

— Não saiam daqui — falei para os dois que apenas assentiram.

Comecei a procurar as pequenas pestes por toda a casa. Atrevi-me até em entrar no quarto do chefinho — que estranhamente estava com a porta aberta. Bom, eu não entrei, só dei uma olhada no cômodo altamente requintado e perfeitamente organizado.

Passei as mãos pelos cabelos, começando a me desesperar. Ainda ganharia uns cabelos brancos com essas crianças. Castigo! Quem manda ter o coração mole demais?

Saí para a área ampla do jardim, procurando-os. Estava de costas, procurando entre uns arbustos, quando senti algo molhado em minhas costas.

Água.

Virei rapidamente, sendo atingida por mais balões de água, que era atirado por Melanie no comando de um pequeno canhão. Liam estava rindo ao seu lado.

QUEM CARALHO DÁ UM CANHÃO DE ATIRAR BALÕES DE ÁGUA PARA UMA CRIANÇA?

Com os nervos à flor da pele, corri a todo vapor atrás dos pestinhas, completamente ensopada. Eles arregalaram os olhos e correram também. Assim começou a perseguição. Corri atrás deles através de gritos histéricos vindo das duas partes.

SOCOLO! A DOIDINHA QUE ME PEGA — gritava Liam.

— SAAAAAAAAI — ajudava Melanie.

— PAREEEEEEEEM — pedi, e logicamente, eles me desobedeceram.

Essa perseguição continuou até que eu tropeçasse em uma pedra e caísse rolando no chão. Não deu outra, comecei a chorar frustrada com a situação. Uma vontade de pegar minhas coisas e sumir daqui abateu-me de uma forma louca. Antes que eu fizesse tal loucura, Anne apareceu, olhando preocupada para mim.

— Bella, o que aconteceu?

— Eu vou enlouquecer — foi à única coisa que eu sussurrei.

[...]

Assim que Anne e eu achamos Melanie e Liam, ela deu uma dura na dupla do mal pela brincadeira e eles apenas escutaram de caras fechadas. Pareceram escutá-la, pois foram tomar banho juntamente com os irmãos e aproveitar à tarde de sábado, sem estressar a minha pessoa. Pelo menos eu tinha ela conseguia essa tal proeza. Ainda vou ser a boss nessa bagaça. Só não sei como.

Enfim, finalmente um novo dia nasceu. Domingo chegou lindo em minha porta. Era minha folga e eu iria para o apartamento que meu irmão lindo estava morando. Faz uma semana que nós não nos vemos e eu já estava morrendo de saudade. O chefinho não passaria o dia em casa, escutei Jess e Bree — as meninas da faxina e que limparam a baguncinha de ontem — cochicharem que escutou ele com a noiva ao telefone, falando algo sobre chácara. Então, Anne que ficaria com as crianças hoje.

De banho tomado e de roupa no corpo, fui para sala onde encontrei as crianças brincando. Lily de boneca, Liam e Peter no videogame e Melanie fazia algo em um caderno.

— Oi criançada da tia Isa — brinquei, sentando-me ao lado de Lily no sofá.

— Oi, Isa/Isabella — cumprimentaram. Lily e Peter com Isa, a dupla do mal com Isabella.

— Eu já estou indo para o apartamento do meu irmão. Mereço um abraço? — pedi um pouco insegura.

Apesar das desavenças com Melanie e Liam, confesso que os pestinhas já encontraram um espaço em meu coração mole. Lily correu para me dá um abraço. Peter deu-me apenas um beijo na bochecha. Mel e Liam me olharam duvidosos e ignoraram o meu pedido.

Cada coisa no seu tempo; pensei. Mas, se tratando de Isabella Swan, eu tinha que me despedir deles de alguma forma. Beijei a cabeça de cada um, que me lançaram olhares feios, mas não falaram nada.

— Senhorita Swan, o seu irmão a espera — anunciou um dos seguranças da casa, Laurent.

— Obrigada Laurent — agradeci — Já estou indo.

Fui à cozinha atrás de Anne, para me despedir dela.

— Anne! — exclamei, abraçando-a.

— Oh, menina Bella — disse surpresa — Até parece que nunca mais vai me ver.

— Eu gosto de dar abraços. É bom — comentei, apertando-a mais.

Anne riu.

— Você tem uma ótima energia de espírito, menina — comentou.

— Que isso — disse um pouco corada — Tchau, Anne. Espero que não enlouqueça com as crianças — dei um beijo em sua bochecha.

Ela riu.

— Já estou acostumada. Tchau Bella.

Despedi-me dos outros da casa antes de ir. Chegando ao portão, encontrei o grandão todo lindão me esperando.

Corri para lhe dá um abraço.

— EMM! — gritei. Estava morrendo de saudades dele.

— Formiga!

— Saudades! — fiz um bico — Nem ligou para mim!

— Nem você para mim — retrucou.

— Okay, isso não vai levar a lugar nenhum — disse pensativa — Enfim, vamos que eu estou com fome.

— Não estão te alimentando direito, formiga? — perguntou brincalhão.

— Estão me alimentando muito bem. Emm é cada coisa... — comecei a tagarelar sobre como era casa, às crianças, a comida até chegarmos a um restaurante na praia de Brighton Beach.

— Fala mais sobre as últimas da semana — pedi após fazermos os nossos pedidos ao garçom.

Emmett fez uma cara sofrida.

— Não sei se vou conseguir ficar mais naquele apartamento, Bells — disse angustiado — Aquela loira está me perturbando!

— Te perturbando? — perguntei confusa — Como assim?

— Ela sempre acorda primeiro que eu. Toda vez que chego à cozinha está ela lá, sentada na cadeira lendo jornal com aqueles óculos de grau que a deixam sexy, com um coque mal feito no cabelo apenas de roupão de seda e uma xícara de café na mão. Bella, eu não sei o que se passa comigo! Eu nunca senti isso antes. É como se eu quisesse está sempre do lado dela, sem falar na raiva que sinto quando aquele namorado pateta vai visita-la — choramingou — O que eu faço, Bella?

— Calma Emm — pedi tocando as suas mãos — É evidente que você esteja apaixonado por ela, mas não precisa se desesperar...

— Nós nos beijamos — soltou de repente, interrompendo-me.

— Me deixa terminar... — pedi, sem compreender, até que meu cérebro deu sinal de vida — O QUÊ? — gritei.

As pessoas que estavam no restaurante olharam para mim. Constrangida, baixei a cabeça.

— Como assim se beijaram? — sussurrei irritada — E você nem para dizer! — bati em seu braço.

— Ai! — gemeu — Isso foi ontem Bella! Nós estávamos conversando sobre algumas coisas, quando percebi minha boca já estava colada na dela. Depois do beijo ela saiu sem dizer nada e hoje nem falou comigo — passou a mão no cabelo — O que eu faço? — voltou a perguntar.

— Converse com ela! Vocês precisam esclarecer isso — aconselhei.

No momento em que terminei de falar, meu celular tocou.

Era Rosalie.

— Falando do diabo... — sussurrei, apertando a tecla atender na tela — Hey, loira, quanto tempo! — disse animada e vi Emmett ficar pálido.

— Hey, morena! Pois é, agora que estou só na boutique tenho que dobrar meu trabalho.

— Na próxima semana Alice chega e nós teremos mais tempo para conversar.

— Isso se você aparecer por lá — riu — Hey, eu estou aqui na praia de Brighton Beach, vem para cá para nós conversarmos.

Ri com a tamanha coincidência.

— Eu já estou nela baby — sorri sarcástica. Estava vendo à hora de Emmett ter um treco ali — Onde você está?

— Caminhando na praia. Vou parar para comer agora.

— Estou em um restaurante chamado Fox Restaurants. Vem para cá — chamei.

Emmett começou a fazer gestos de não, socorroevou te matar. Ri da cara dele.

— Está rindo de que? — perguntou Rose, curiosa.

— Do Emmett. Estou aqui com ele nesse momento — Emmett fingiu desmaiar.

Rose demorou um pouco para responder.

— Ah, o Emm ta aí? — perguntou um pouco tímida.

— Aham. Sem problemas, né? — disse com uma pontada sarcástica.

— Claro — disse sem jeito — Estou chegando aí — avisou e desligou.

— Uma loira no capricho está estourando por aí grandão — provoquei.

— Vai à merda sua louca! Por isso que a Melanie e o Liam não gostam de você — cruzou os braços fazendo birra.

Não sei por que, fiquei triste quando Emmett me lembrou desse fato. Meu irmão percebeu e se apressou em se desculpar.

— Ah, formiga! Estou brincando com você — deu um beijo em meus cabelos.

Na hora que Rosalie chegou ao restaurante, o garçom chegou com a comida.

— Bom dia gente — cumprimentou. Ela estava vestida adequadamente para uma caminhada.

Levantei para dá um abraço nela. Ela apenas deu um sorriso para Emmett.

— Vai querer comer o que? — perguntei antes de o garçom sair.

— Pode ser o mesmo que vocês — sorriu.

Esperamos o garçom trazer a comida de Rose, para nós almoçarmos todos juntos. Nesse meio tempo, ficamos conversando amenidades. De vez em quando eu soltava uma indireta, deixando Emmett tenso e Rosalie corada.

Após o almoço, fomos no jeep do Emm para o apartamento onde eles moravam.

— Amores meus, ainda quero passa em uma biblioteca então já vou indo — inventei um jeito para deixar os dois a sós.

— Quer que eu te leve, formiga? — perguntou Emm.

— Não precisa. Pego um táxi — pisquei, saindo do apartamento antes que ele insistisse.

Sai do prédio no momento em que começou a chover. Droga! Resmunguei mentalmente.

Fui caminhando na chuva mesmo até encontrar um ponto de táxi. Estava de olhos semicerrados e não conseguia enxergar muita coisa, mas vi faróis de carro parar ao meu lado.

Pronto agora que eu sou roubado, sequestrada, estuprada o escambau que for! Comecei com a paranoia.

— Bella! — chamou uma voz conhecida.

Em um Aston Martin preto, Jacob me chamava com a janela do carro abaixada.

— Bella, entra! Você vai ficar resfriada — retornou a chamar.

Sem pensar duas vezes, me joguei no banco do carona.

— Jacob! — exclamei — Oh, meu Deus! Vou molhar seu carro todo — lamentei.

— Sem problemas — sorriu — Nossa! Já faz um tempinho que nós não nos vemos.

— É mesmo. Como anda a boate? — perguntei, puxando assunto.

— Na mesma movimentação de sempre — deu de ombros — E você? Anda fazendo o que por aqui?

— Ah, estou trabalhando de babá para o irmão de Alice. Sabia que ele tem quatro filhos?

— Sabia — riu — Então, como está sendo? — indagou.

Então, eu que não gosto de falar — sinta a ironia — comecei a tagarelar sobre meu trabalho e dia-a-dia na mansão Cullen.

[...]

— Então, ele colocou uma rã na sua saboneteira? E ainda fizeram a maior bagunça na cozinha? — perguntou Jacob, incrédulo, para depois rir.

— Pois é. Fico me perguntando onde esse povo arruma tanta imaginação.

Já estávamos no prédio onde Jacob morava. Ele quis me trazer para cá, por causa do meu estado caótico.

— Vou te arrumar algumas roupas e toalhas. — avisou, abrindo a porta do apartamento — Se quiser tomar um banho...

— Ficaria muito agradecida — aprecei-me a falar.

Fiquei em pé na sala de estar, enquanto Jacob desapareceu pelo corredor. Voltou alguns minutos depois com uma calça moletom e uma blusa – pertencentes a ele – e duas toalhas.

— O banheiro fica do lado esquerdo do corredor, segunda porta — falou, estendendo-me as roupas secas.

— Obrigada — agradeci.

Fui andando com cuidado até a porta indicada. Molhada do jeito que eu estava poderia levar um escorregão daqueles. Tomei um banho bem quentinho e rápido. Logo sai do banheiro com a calça e a blusa. O cheiro da roupa era bom, um aroma amadeirado.

— Jacob? — chamei, não o encontrando na sala.

— Cozinha! — gritou.

Na cozinha, Jacob estava fazendo alguma coisa no fogão.

— Onde posso colocar as roupas molhadas? — perguntei um pouco tímida.

— Na secadora. Fica na área de serviço, ao lado do banheiro — disse sem se virar.

Coloquei minhas roupas para secarem e voltei para cozinha.

— Vai um chocolate quente? — perguntou com duas canecas na mão.

— Aah, como descobriu que eu amo chocolate quente? — animei-me, pegando uma caneca.

— Todos amam — deu de ombros. Nós rimos, e nos sentamo-nos à mesa.

— Obrigada pelo chocolate, pelas roupas, pela carona, enfim, pelo help — agradeci mais uma vez.

— Para de ficar agradecendo, Bella — fez uma cara feia, mas depois sorriu.

— Ok — coloquei as mãos para cima, teatralmente.

Jacob riu.

— Mas, então quando a senhorita pretende aparecer na minha boate de novo?

— Ah, não sei — passei a mão pelos cabelos molhados — Talvez eu arraste Rose e Alice em algum domingo desses.

— Se quiser ir comigo — deu de ombros — É só me chamar.

— Não oferece não que eu gamo — brinquei e nós voltamos a rir juntos outra vez.

Depois de uma boa caneca de chocolate quente, fomos para sala assistir um filme e conversar amenidades. As horas foram se passando e eu só percebi quando olhei para mesinha de centro onde se encontrava um relógio digital indicando nove horas da noite.

Conversar com Jacob, realmente, era muito bom. A companhia dele era muito agradável.

— Puxa! — sobressaltei-me — Tenho que ir!

— Calma — sorriu — Eu te levo.

[...]

Jacob me deixou a enorme mansão Cullen, pedindo para entrar em contato com ele para sairmos juntos qualquer dia desses. Sem nada a fazer, apenas assenti.

A mansão estava escura, o pessoal já devia está em seus aposentos. Toda vez depois do jantar, a casa ficava vazia. Cumprimentei Laurent no portão principal e entrei na casa escura. Subi as escadas silenciosamente até o meu quarto. Coloquei um pijama qualquer e um robe por cima.

Fui até o quarto de cada um dos pequenos, checar se já estavam todos dormindo. Todos ressonavam como anjinhos. Depositei um beijo na testa de cada um. Assim que sai do ultimo quarto (que era o de Liam) encontrei o senhor Cullen no corredor. Ele vestia apenas uma calça moletom e uma blusa regata, deixando seus braços levemente musculosos à mostra.

— Boa noite — cumprimentei formalmente.

— Boa noite senhorita Swan, poderia falar com a senhorita alguns minutos? — pediu na voz serena de sempre.

— Claro — assenti, pensando: Que diabos este homem quer comigo?

O acompanhei até seu escritório (parecido com o seu na empresa).

— Sente-se — pediu apontando para a cadeira em frente a sua — Anne me contou que você teve alguns problemas com as crianças durante a semana.

Fiz um muxoxo, desviando o olhar rapidamente para a janela, até focar em seus olhos verdes. Sérios e ao mesmo tempo vazios.

— Não foi nada demais, senhor Cullen. Eles ainda não se adaptaram a mim. É questão de tempo até que tudo se resolva. Não se preocupe.

Ele assentiu lentamente, colocando os cotovelos sobre a mesa e apoiando o queixo nas mãos.

— Se estiverem lhe dando muito trabalho, não hesite em reprimi-los ou lhes darem castigos. Não quero ter que contratar uma babá diferente todo mês só porque meus filhos não sabem se portar. Terão que aprender a ser mais maleáveis, se não, terei que manda-los para um colégio interno e obriga-los a ser isso — bufou.

Arregalei levemente os olhos com aquela informação. Manda-los para um colégio interno? Não mesmo!

Aproximei-me mais da mesa, olhando seriamente para o chefinho e nem um pouco preocupada com as palavras afiadas que soltaria, afinal, eu era Isabella Swan, uma louca impulsiva e de língua afiada.

— Creio que o colégio interno não é uma opção, senhor Cullen — minha voz baixa e delicada de mais — Na verdade, tudo que essas crianças precisam é de alguém que as escute e lhes de pelo menos um pouquinho do seu tempo. Garanto que se elas tivessem isso, seriam bem melhores — dei um sorriso provocador.

Ele me olhou com uma sobrancelha arqueada, provavelmente entendo a minha sútil indireta. Antes que ele falasse alguma coisa, adiantei-me.

— Mais alguma coisa?

Ele pensou por poucos segundos, até escorar-se em sua cadeira. Um sorrisinho torto pairava em seus lábios. Percebi um leve toque de zombaria ali, mas não me importei. Continuei de nariz em pé.

— Por hoje não. Tenha uma boa noite — desejou.

Desejei uma boa noite para ele e retirei-me do escritório. Andei até meu quarto, satisfeita comigo mesmo. Não se brinca com Isabella Swan, caro colega.


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Notas finais do capítulo

É isso, meus amores. Gostaram do melhoramento do capítulo? Vou trazer um capítulo a cada semana agora, se a escola permitir, eu posso trazer durante a semana também, ok?
Beijos e até a próxima!