Uma Babá Sem Noção escrita por Sáskya


Capítulo 55
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

Oi amores! Como prometido, está aqui o epílogo de UBSN. Encerramos a nossa história de vez :'). Agradeço imensamente pela recomendação da Queen Less. Eu realmente estou boba com suas palavras e bastante feliz que essa Bella tenha conquistado seu coração.
Boa leitura e até as notas finais.



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Epílogo

Edward

(Seis anos depois)

O Havaí pareceu um ótimo negócio para as férias de verão, principalmente quando você está no mês de julho e tem uma casa espaçosa o suficiente na ilha ensolarada. Ah, também não posso me esquecer de que pode ser uma ótima pedida para passar as últimas férias com sua filha mais velha debaixo da asa, para abstrair um pouco do fato de que ela estava indo. Minha pequena Melanie, não mais tão pequena, estava com os seus recém-completados dezoitos anos e pronta para cursar administração. Não me surpreendi muito ao ver que a garota queria seguir minha profissão e assumir a presidência da Cullen Tyre Corporation no futuro, pois aos quinze anos ela tinha se apaixonado pelos negócios depois de uma tarde que passou comigo na empresa.

Tudo estava em perfeita harmonia, mas o problema se deu no local que ela tinha escolhido para cursar: Dartmouth, New Hampshire. O lugar ficava há quatro horas e vinte um minutos de carro, mas isso era o suficiente para fazer Isabella Marie Swan-Cullen surtar como louca. O seu principal argumento era de que a universidade era em outro estado, que tinha universidade boa em Nova York também e que ela ainda poderia morar em casa. Mas minha garota estava inclinada em acompanhar as suas amigas em Dartmouth, pois adorara a universidade também. Então, um tanto contrariada, Bella aceitou, mas eu sabia que ela estava sensível com isso. Não posso negar que eu estava com o coração apertado, apesar da distância pequena, ela era a primeira a sair de casa. Logo mais seria Peter, que com quinze anos já tinha a sua profissão em mente: medicina, querendo ir totalmente pelo lado do avô.

Respirei fundo, virando-me na cama, incomodado com o calor da cidade. Tínhamos chegado ao Havaí no começo da noite, totalmente exaustos, só dando tempo de comer algo, tomar um banho e cair na cama. Eu estava com sono há trinta minutos, até a minha mente começar a pensar. Era engraçado como nossa mente costumava viajar quando deitávamos a cabeça no travesseiro.

Respirei fundo outra vez, observando Bella ressonar tranquilamente e de costas para mim. Os cabelos castanhos estavam presos em um coque alto, deixando à mostra toda a extensão de seu pescoço. Ela trajava uma blusa de alças finas e short de malha, coberto parcialmente pelo lençol fino que envolvia uma de suas pernas. Sorri ao admirá-la. Mesmo depois de quase cinco anos de casados, o meu amor por ela permanecia o mesmo, talvez até maior.

Bella e eu nos casamos no dia 13 de agosto, depois de um pouco mais de um ano que eu lhe propusera. Era uma tarde agradável em Nova York, e diferente do que Alice queria, casamos no jardim do que passou a ser a nossa casa – depois de uma total reforma proposta por Bella, que alegou que a casa tinha uma decoração sem graça demais para ela. Eu ainda podia lembrar-me fielmente de suas bochechas coradas e da felicidade estampada em seu rosto quando a avistei caminhando para mim.

Flashback – ON

Nervoso era um eufemismo para o estado em que eu me encontrava. Minhas passadas de um lado para o outro, minha mão querendo ficar presa em meus cabelos – sendo impedida por uma Alice irritada com a minha inquietação – e minha respiração rápida demais denunciavam o verdadeiro estado que eu estava. Apesar de aquela ser minha terceira cerimônia de casamento, para mim era tecnicamente a segunda, o que não anulava muito o fato da minha ansiedade. A primeira vez fora quase uma obrigação, a segunda não aconteceu e agora... Agora eu sabia que era para valer, que eu encontrara a mulher que queria para o resto dos meus dias, o que deixava tudo mil vezes mais sério do que já era.

— Cara, você está suando! – exclama Emmett do seu lugar no altar. Ele era um dos padrinhos – Dá aqui a pouco o cc vai ficar bravo. – caçoou, fazendo com que os padrinhos e madrinhas que escutaram rirem. Rose foi a única que ficou séria e bateu no ainda então namorado.

— Cale a boca, Emmett! – exclamou.

— Tome um pouco de água, querido. – ofereceu-me mamãe, entregando-me um copo com o líquido.

Eu bebi tudo, sem pestanejar, escutando mais algumas risadinhas. Olhei de soslaio para a comitiva de padrinhos e madrinhas, que juntos somavam em dez. Bree, Rose, Alice, Anne e Jessica compunham o time das madrinhas, enquanto Adam, Emmett, Jasper, Jake e Pietro os dos padrinhos. Jessica tinha falado para que eu mandasse o jatinho para buscar ela e Pietro na Itália, ato que fez Bella rir e chamá-la de cara de pau. Eu não me importei muito, afinal, eu sabia que Bella queria a dupla de coelhos em nosso casamento – e, bom, eu gostava deles também. Os amigos de Bella, aos poucos, foram se tornando os meus amigos. Eles, apesar das loucuras, eram pessoas maravilhosas.

— Acho que se a B demorar mais um pouco, podemos fazer um casamento estilo sauna, já que o noivo está todo suado! – zombou Jake, alto demais, atraindo não só a risada dos padrinhos, como as dos convidados.

Recapitulando... Todos os amigos eram maravilhosos, exceto o Black. Eu ainda teria que descobrir o que Leah, uma mulher doce e séria, tinha visto nele.

— Fique quieto, Black. – grasnei para ele, fazendo-o rir ainda mais.

Bufei.

— SENTEM-SE QUE LÁ VEM A NOIVA! – gritou Alice, empolgada demais, correndo em direção ao altar. Eu estava tão perturbado que nem tinha percebido que ela não estava em seu lugar.

Mamãe passou uma toalhinha rapidamente em meu rosto, apenas para apaziguar o suor, e logo correu para o seu lugar nos assentos da frente. Ajeitei-me no altar improvisando, respirando fundo.

O pianista contratado começou a tocar uma música escolhida por Bella e eu, já que ela não queria a marcha matrimonial. Ela se chamava Turning Page e tinha se tornado uma das favoritas de Bella assim que eu toquei para ela. Minha garota fizera de me escutar tocando piano o seu passa-tempo favorito.

Mirei meu olhar para o final do tapete branco. Primeiro observei Lily e Liam que seguiam à frente. Minha garotinha tinha um sorriso grande em seu rosto, espalhando pétalas brancas por todo caminho, enquanto Liam tinha uma cara de tédio, carregando as alianças. Aposto que ele estava pensando na hora da comida.

E, seguida pela dupla de gêmeos, estava ela. Minha futura esposa estava simplesmente linda com suas bochechas coradas e sorriso amplo. O cabelo em um coque que deixava alguns fios de cabelo soltos, dando-lhe um ar elegante em conjunto com o pequeno véu rosa claro. O vestido, que até aquele momento eu só sabia que tinha sido desenhado por Rosalie e Alice, era totalmente Bella. A peça era um tomara que caia, com o busto rosa, mas a saia de abria em cores como rosa, roxo, verde e azul. Meu smoking branco pareceria muito mais vivo perto daquelas cores.

Assim que Bella chegou ao altar, apenas na companhia dos gêmeos como tinha preferido, eu peguei a sua mão, ajudando-a a subir no pequeno degrau.

Viramo-nos um de frente para o outro, entrelaçando as nossas mãos e aguardando as palavras do juiz de paz enquanto nos olhávamos. Os sorrisos que sustentávamos em nossos rostos eram semelhantes, expressando o amor que estávamos prestes a selar.

Em pouco tempo, seriamos o senhor e a senhora Cullen.

Flashback – OFF

Sorri ao final da lembrança, fitando o arco dourado em meu anelar esquerdo. Aquele dia entrara para a lista dos mais marcantes da minha vida. Nada apagaria aquele momento maravilhoso. Muito menos a maravilhosa lua de mel que tivemos aqui mesmo nessa casa. Eu tinha a comprado para que pudéssemos passar as férias sempre que quiséssemos, mas a residência tinha que ser inaugurada de alguma forma, então nada mais justo que uma lua de mel, sim?

Sentindo uma carência repentina, aconcheguei-me em minha esposa, passando um braço por sua cintura e a puxando para mim. Ainda em seu sono, Bella pousou seu braço sobre o meu, apertando um pouco a minha mão. Ela sempre fazia aquilo.

Depois disso, não demorou muito para que o sono me embalasse.

***

Estava em um sono tranquilo, meu subconsciente sem nenhum sonho para mostra-me, quando senti uma mão bater em meu rosto. Eu até poderia me irritar com o ato, mas eu sabia que aquela não era uma mão qualquer. Era uma mão pequena, gordinha, e que exalava um dos cheiros mais gostosos do mundo.

Eu acabei por despertar, mas não abri os olhos. As mãozinhas continuaram a passear pelo meu rosto com a companhia de balbucios graciosos. Eu sorri, o que fez as mãozinhas caminhar para minha boca, puxando os meus lábios para os lados.

Abri os olhos, deparando-me com um garotinho de um ano que Bella e eu tínhamos feito. Ele estava com grandes olhos castanhos fitando-me em diversão.

— Bu! – exclamei, fazendo-o soltar sua gostosa risada de bebê. Meu pequeno garoto ria do perigo – Você não tem medo do perigo mesmo, hein? – arrulhei.

Sentei-me na cama, deitando o garotinho em minhas pernas, levantando sua blusa com uma estampa de leão e fazendo cócegas de leve em sua barriga gordinha. Meu pequeno garoto fez a festa, chutando suas pernas para mim e rindo abertamente.

— Oh, o meu leãozinho está sendo atacado por um monstro terrível! – exclamou Bella, saindo do banheiro com uma toalha presa em seus cabelos e um vestido cobrindo-lhe o corpo.

Eu ri, olhando mais atentamente para o garotinho em minhas pernas. Ele parecia mesmo um leãozinho com os cabelos castanhos e cacheados totalmente despenteados. Charlie era como uma cópia feminina de sua mãe, para a felicidade dela, que afirmava que pelo menos, em suas palavras, uma das crias tinha que se parecer com ela.

Sim, Bella e eu decidimos que o nome do nosso mais novo garoto se chamaria Charlie, em homenagem ao pai dela. Na verdade, fui eu quem sugeriu isso, o que fez com que ela se debulhasse em lágrimas – e afirmasse depois que a culpa de todo o choro tinha sido dos seus hormônios loucos de grávida.

Nosso garotinho, diferente dos outros quatro, tinha sido totalmente planejado. Bella queria terminar a universidade antes de pensar em ter um bebê, decisão que fora respeitada imediatamente por mim. Tínhamos quatro crianças maravilhosas para curtir, afinal.

— Eu quem fui atacado por esse leão feroz. – retruquei com voz fingidamente ofendida, vendo o garotinho sair do meu colo, ainda rindo, e correndo para os braços da sua mãe.

— Mamãe! – chamou, atirando-se nos braços dela.

— Oh, ele realmente um garotinho da mamãe. – impliquei e ela deu a língua para mim, puxando o garotinho para si.

— Ele é como uma nova versão de Liam. Lembro-me como aquele garoto era grudado em mim e hoje em dia só chega para dizer ‘’mãe, eu tô com fome!’’. – bufou indignada, mas eu sabia que no fundo isso era tudo porque eles estavam crescendo e ela não estava conseguindo lidar bem com aquilo.

Eu ri abertamente, sem me importar com os olhares raivosos que ela lançava para mim.

— Você sabe que está toda rabugenta assim porque Mel está indo para New Hampshire em setembro, outro estado, longe de você... – provoquei minha esposa.

Ela deu o dedo do meio para mim, e eu ri novamente, trazendo Charlie junto. Ele era um garoto muito risonho, qualidade vinda da família Swan, claro, apesar de Bella dizer que psicologicamente ele era todinho eu com o charme, a manha, a chatice e a semelhança nas mãos.

— Dê um banho no Charlie enquanto eu penteio meus cabelos. Aproveite e tome um você também. – fala, parando em frente ao espelho – Vistam-se com roupa de banho, porque vamos para praia depois do café. Eu ainda quero fazer Charlie andar nesse verão.

PAIA! – comemorou Charlie com um grito, mesmo não sabendo o que aquilo significava.

Eu sorri para ele.

— Isso mesmo, garotão. Praia!

Levantei da cama, pegando-o em meus braços para levá-lo até o banheiro do quarto. Charlie ainda não conseguia andar sozinho, apenas alguns passos segurando nas coisas, então nós tínhamos que carregá-lo sempre por aí. Entretanto, minha esposa estava bastante inclinada em fazê-lo andar. Ela veio falando disso desde que ele conseguiu ficar em pé sem sua ajuda, isso com dez meses de idade.

Dá banho em meu filho era sempre tomar um banho junto com ele. O garoto era um verdadeiro fã da bagunça e sempre fazia uma festa na hora do banho com o seu patinho de borracha e palavras enroladas. Bella já tinha deixado a banheira pronta para o banho, fato que eu agradeci imensamente, pois eu nunca conseguira acertar a temperatura da água. Hora estava frio demais, hora quente demais.

Depois de toda folia, eu peguei o garotinho elétrico em meus braços, enrolando-o em uma toalha e carregando-o para poder trocá-lo no quarto.

Quando ele estava devidamente protegido de assaduras, com fralda e uma sunga laranja, deixei-o dentro do cercadinho para poder tomar o meu próprio banho. Cuidar de Charlie era quase fácil para mim, apesar de ter cuidado mais de Melanie quando bebê do que os meus outros três filhos. Para Bella, foi um processo de aprendizagem, mas toda mãe tinha algo que a levava a saber cuidar de sua cria. Acho que era o chamado instinto materno.

Tomei um banho rápido, a fim de dissipar mais o calor da manhã. Vesti-me com uma sunga preta, bermuda azul e uma regata branca. Saí do banheiro, enxugando meus cabelos com uma toalha.

O quarto estava vazio, mas o barulho no andar inferior indicava que todos já estavam acordados e prontos para tomar o café da manhã. Pendurei a toalha que estava em minhas mãos atrás da porta do banheiro – para não escutar reclamações de Bella por deixá-la jogadas por aí – e saí do quarto.

Nas escadas, Liam passou por mim como um foguete. A única coisa que eu pude perceber era o boné vermelho em sua cabeça e um objeto prateado em suas mãos.

— LIAM! DEVOLVA O MEU CELULAR, SUA PESTE! – grita Melanie, seguindo logo atrás do irmão mais novo e quase me derrubando no processo.

O garoto solta uma gargalhada alta e Melanie grita outra vez. Olho assustado para a parte alta das escadas, perguntando-me o que Liam já estava aprontando àquela hora da manhã. Mesmo com doze anos, o garoto ainda era infantil demais.

Eu juro que vou pegar esses garotos e prendê-los em uma árvore...— Bella chega resmungando e segurando Charlie com um dos seus braços – MELANIE, LIAM, DESÇAM AQUI AGORA ANTES QUE ESSA CASA CAIA! – berrou, fazendo com que eu estremecesse. Era incrível como Bella tinha uma potência vocal na hora de brigar com as crianças.

Não demorou muito para os dois aparecerem novamente, agora brigando para ver com quem ficava o celular. Escutei alguns palavrões saindo da boca de ambos e olhei feio para eles.

— Vocabulário. – alertei e ambos bufaram.

— Na minha frente. Agora. – pontuou minha esposa com sua calma fingida.

Eles bufaram outra vez, parando com a guerrinha – o celular ainda na mão de Liam – e se colocando na frente de Bella. Eles sabiam que com ela não se brincava.

Eu fui para o lado de Bella, cruzando os braços e pronto para observá-los tomar uma bronca. Até sorri de lado, provocativo, ganhando um olhar indignado de ambos.

— Liam, devolva o celular da sua irmã. – mandou minha esposa ainda com o mesmo tom.

Com uma careta no rosto, o garoto devolveu o celular de Mel, que tomou com brutalidade da sua mão e o guardou no bolso do short jeans que usava.

— Agora posso saber por que você pegou o celular da sua irmã? – indagou.

— Porque ela pegou o meu na semana passada para ler minhas conversas no whatsapp! – acusou.

Melanie olhou ultrajada para ele.

— Mentira!

Ele olhou raivosamente para ela.

— Verdade! Você é uma curiosa idiota, Mel.

— E você é pirralho atrás de garotas mesmo correndo para a cama da mamãe e do papai quando tem sonhos ruins! – zomba.

E então, uma nova guerrinha se inicia entre eles. Bella assobia alto, fazendo-os parar. Charlie rir em seus braços, achando a situação toda muito divertida. Acho que nesse momento eu estava com o meu caçula, mesmo sabendo que poderia ser um pouco errado.

— Não quero saber mais quem pegou o celular de quem e o porquê. Quero apenas que parem de brigar e de fazer barulho. – reclamou, olhando-os atentamente — E cuidem para tomar café da manhã. Não estou lidando mais com bebês aqui.

Resmungando coisas incompreensíveis, ambos foram para a sala de jantar/cozinha. Bella respira fundo e eu a abraço pelos ombros, trazendo-a para perto de mim.

— Relaxe, querida. – sussurro, beijando sua têmpora.

Ela me dá o seu sorriso doce e nós seguimos juntos para onde os nossos filhos estavam. Lily e Peter estavam perfeitamente sentados a mesa, apenas esperando que todos se juntassem para que pudessem comer. Lily escutava alguma coisa em seu iPod, balançando as trancinhas de seu cabelo para os lados. Já Peter parecia bem concentrado em um dos vários livros que ele lia. Muitos eram de biologia e química.

— Bom dia, papai! – desejou Lily assim que notou a minha presença, tirando os fones de suas orelhas – Eu pensei que Mel e Liam iam se matar antes que pudéssemos comer. – comentou com um risinho.

Mel revirou os olhos para o comentário da irmã, enquanto Liam fez careta para sua gêmea. Lily apenas continuou sorrindo, sem se importar com eles. Ela continuava sendo a garotinha doce e meticulosa que sempre fora. Bella costumava dizer, com um sorriso convencido, que ela era o perigo disfarçado de flor.

— Bom dia, meu amor. E sua mãe interromperia a briga antes que isso acontecesse. – digo, beijando-lhe a testa e sentando-me ao seu lado – Peter solte esse livro, por favor. – olhei para ele, vendo suas bochechas corarem e ele deixar o livro de lado — Vamos à praia nos divertir depois do café, então esqueça um pouco isso, está bem?

— Ok, papai.

— Ótimo! – sorrio.

Tomamos o nosso café da manhã com o clima de descontração de sempre, a guerrinha acontecida anteriormente esquecida. Apesar das brigas que acometiam as crianças – o que era normal – eles eram unidos demais para ficarem remoendo isso para sempre. Essa era uma das coisas que eu mais me orgulhava deles. Eu consegui, juntamente com Bella, dar uma educação decente para as crianças.

Após o café, cada um subiu para o seu quarto, a fim de pegar as coisas que levariam para a praia. Tínhamos sorte de a casa ser a beira mar, não necessitando levar muitas coisas. Bella estava organizando uma bolsa para levar toalhas, protetor solar e algumas coisas para Charlie quando o seu celular tocou.

— É Emmett. – avisou com um sorriso – Termine de colocar essas coisas aqui – apontou para as coisas em cima da cama – na bolsa para mim, por favor? – pediu, dando-me um selinho.

Eu assenti, vendo-a se aproximar da janela para falar com o seu irmão. Emmett tinha ido com sua esposa e grávida de seis meses, Rose, e a filha deles, Emily, passar as férias em Forks juntamente com Renné e seu marido há um ano, Laurent. Esme e Carlisle queriam muito que Alice e eu fossemos também para Forks, alegando que estava morrendo de saudades dos seus filhos e netos, mas eu e minha irmã tínhamos corrido para lugares quentes este ano, prometendo-lhe uma visita no fim das férias, já que no ano passado tínhamos ficado por lá. Alice estava no Caribe com Jasper e o casal de gêmeos, que agora tinham seis anos e eram verdadeiras bolas de energia exatamente como Alice. Minha irmã estava com planos de aumentar a família, e Jasper estava esperançoso por uma criança menos elétrica, mesmo amando os filhos absurdamente.

Cerca de vinte minutos depois, Bella encerrou a ligação com o irmão, rindo de alguma coisa. Olhei confuso para ela.

— O que aconteceu?

— Rose estava contando que Emmett inventou de ensinar beisebol para Emily, mas acabou batendo o bastão em si mesmo. – balançou a cabeça com o ar risonho pairando sobre si – Emmett não gostou muito de Rose passar-me essa informação e eles ficaram discutindo no telefone quando desliguei.

Eu ri também, imaginando-os em uma de suas briguinhas rotineiras. Rosalie e Emmett formavam um casal engraçado.

— Estou com saudades deles. – falei.

Bella sorriu para mim, abraçando a minha cintura. Eu circundei a sua com os meus braços também.

— Também estou com saudades. De todos eles. – seu sorriso passou de doce para zombeteiro – E eu adoraria ver o Adam se estabacar no Alasca tentando aprender ski.

Com essa eu tive que gargalhar. Minha esposa sabia ser um ser humano cruel, e desde que o seu colega de consultório – sim, eles tinham se unido para abrir uma clinica de psicologia em conjunto – anunciara que estava indo para o Alasca esquiar, mesmo sem saber, tornara-se piada no grupo de amigos. Com o passar dos anos, eu deixara qualquer antipatia por ele de lado e nós conseguimos construir até uma amizade. O cara era legal, tinha que admitir.

— Vamos! – exclamou Melanie, entrando em nosso quarto com o rabo de cavalo dançando em sua cabeça e uma viseira enfeitando o visual — Eu estou pronta para ir bronzeada para New Hampshire!

— New Hampshire. Humpf. – resmungou Bella, pegando a bolsa em cima da cama.

— Não comece, senhorita Bella. – cantarolou, agarrando-se ao braço dela – Eu já disse que venho todo final de semana visitar a minha velhinha favorita.

Bella bateu de leve na cabeça dela, fazendo-a rir.

— Que velha o que, garota, eu só tenho vinte e oito anos ainda. Estou na flor da idade. – se vangloriou, jogando os cabelos ondulados para o lado.

— Se o papai é meu velhinho favorito, você tem que ser minha velhinha favorita. – dá de ombros.

Eu bufei.

— Você está fazendo com que eu me sinta mais velho do que eu já sou. – resmunguei, pegando Charlie em meu colo e as seguindo para fora.

Melanie me deu um beijo no rosto.

— Oh, papai, o senhor ainda arrasa muitos corações mesmo com os seus trinta e quatro anos. Minhas amigas quem o diga. – comentou com um bufo – Às vezes é irritante ouvi-las falar sobre a sua beleza e quanto sortuda mamãe é.

— Ainda bem que elas sabem que eu sou a sortuda. – enfatizou Bella com o ciúme claro em sua voz.

Olhei divertido para ela.

— Uh, está com ciúmes de garotas de dezoito anos, querida? – impliquei com ela, pegando em sua mão livre.

— Não me amola, Cullen. – resmunga e eu rio.

Melanie também ri.

— Ciúme! – solta Charlie, batendo palminhas.

— Isso mesmo, irmãozinho. Mamãe está com ciúmes. – arrulhou Melanie para ele.

Meu garoto sorriu para ela, estendendo os braços para que ela o pegasse. Charlie adorava ficar nos braços de Mel, já que ela era alta.

— Isso é um complô! – reclamou Bella e uma nova onda de risadas começou.

Ao chegar ao andar debaixo, Peter, Liam e Lily já nos esperavam próximos a porta.

— PRAIA! – comemoraram os gêmeos, sendo os primeiros a sair.

***

Charlie chorava incessantemente em meu colo, assustado por ter entrado pela primeira vez na água do mar. Parece que meu garotinho não era muito fã de água salgada e no primeiro grito, Bella decidiu que chega de experiência marinha para ele. Agora, ela caçava o copo de água dele, a fim de aliviar todo o choro.

— Oh, eu juro que deixei aqui, bebê. Acho que... ACHEI! – gritou sorrindo, mostrando-nos um copo antivazamento com água.

Ela o pegou dos meus braços, sentando-se debaixo do guarda-sol que trouxemos e dando água para o menininho. Aos poucos, ele foi cessando o choro e se concentrado apenas na água que lhe foi dada. Sorri para ele, mexendo em seus cabelos.

— Com medo de água, garotão? – ele fitou-me com os seus grandes olhos castanhos – Não precisa ter medo quando o papai e a mamãe estiveram por perto.

Bella revirou os olhos.

— Ele é apenas um garotinho de um ano, Edward. Claro que vai sentir medo de algumas coisas mesmo com a nossa presença. – sorriu zombeteira.

Semicerrei os olhos para ela.

— Deixe-me acalmar a criança. – resmunguei com falsa irritação.

Ela riu. Desviei o olhar da minha esposa louca e mirei em direção as crianças, checando se elas estavam em um nível bom de mar. Liam e Peter pareciam está em um bom lugar na água salgada, enquanto Melanie e Lily corriam em direção a nós. Ambas estavam em seus biquínis, e a minha filha mais velha tinha soltado os cabelos, apesar de ainda está com a viseira.

— Como está o Charlie? – perguntou Lily, acomodando-se ao lado da mãe.

— Está bem. Foi só um susto, sim, querido? – arrulhou para ele, tirando o copo vazio de sua boca.

— Susto! – exclamou com um sorriso nos lábios.

As garotas olharam abobadas para o garotinho. Eu revirei os olhos, sorrindo de lado. Aquele garoto realmente tinha um charme.

— Papai, os meninos e eu queremos jogar bola. Onde ela está? – perguntou Lily, levantando-se do seu lugar.

— Está perto da bolsa.

Ela correu até lá e achando o que queria, acenou, correndo na direção em que os meninos estavam.

— CUIDADO! – gritei.

Ela fez joinha, sem olhar para trás. Encostei-me na espreguiçadeira, vendo Bella colocar Charlie perto dos brinquedos de plástico próprios para praia, como estrelas do mar, pá, baldinho e outros bichos marinhos. Depois, levantou-se da areia e veio roubar um pouco do meu espaço na espreguiçadeira. Melanie ficou de costas para nós, mexendo em algo no seu celular.

— Não vai se bronzear, Mel? – indaguei perante o silêncio.

Ela guardou o celular dentro da bolsa e olhou para nós. Ela parecia ansiosa com algo. Os olhos verdes e o lábio inferior preso fielmente entre os seus dentes denunciaram isso.

— Algum problema, Mel?

— Estou ansiosa e ao mesmo tempo com medo de ir para Dartmouth em setembro. – soltou em uma respiração.

Bella e eu nos entreolhamos. Em sintonia, nos acomodados na espreguiçadeira de forma que ficássemos sentados.

— Isso é normal, querida. – a acalento.

Ela suspirou fortemente, levantando-se e passando a mão pelos cabelos.

— Eu sei. É só que... O mais longe que fiquei de casa foram às vezes que fui para Forks passar uma semana com o vô Carlisle e a vó Esme, e agora estarei indo morar em outro estado! – abriu os braços, colocando muita expressão em suas palavras – Eu me sinto energizada por essa nova aventura e ao mesmo tempo com medo de não conseguir viver só. Sou tão acostumada com isso – apontou para nós dois e depois para os irmãos – que eu não sei como vai ser quando vocês não forem mais a minha rotina.

Eu abri a boca para falar algo, mas Bella olhou para mim, pedindo-me apenas com um olhar que a deixasse fazer aquilo. Algo em seus olhos me dizia que de alguma forma ela se sentia culpada pelos temores de Melanie.

— Mel. – chamou em um pedido para que se aproximasse mais.

Melanie se abaixou ao lado dela. Bella pegou em suas mãos, mantendo os olhos castanhos nos verdes.

— É normal que você se sinta ansiosa por essa nova etapa da sua vida e com medo de se distanciar do que tem agora. Mas tenha em mente que, mesmo que eu queira você aqui, debaixo da minha asa, eu sei que você tem que alçar seu próprio voo e fazer suas próprias escolhas, afinal, você não é mais uma garotinha. – sua voz embargou no final e eu sabia que ela estava muito perto de chorar. Passei uma mão por suas costas, tentando lhe passar um pouco de conforto – Você está se tornando uma bela adulta, e adultos precisam fazer suas próprias escolhas, então não tenha medo, ok? Apenas vá. Se algo der errado, saiba que sempre terá os nossos braços para correr.

Eu assenti para as palavras de Bella, fazendo delas as minhas. Melanie olhou para nós com os olhos cristalinos e nos abraçou em conjunto com força.

— Obrigada por isso. Vocês são os melhores pais do mundo!

Agora era eu quem tinha os olhos marejados.

— Oh, vamos lá, agora eu vou chorar também. – tentei fazer graça.

Elas riram baixinho, entreolhando-se com os olhos cheios de lágrimas contidas – e mais algumas derrubadas.

— Você é um homem durão, papai. – brincou minha primogênita, dando um soquinho em meu braço.

Eu sorri de forma convincente.

— Até ficar doente. – zombou minha esposa.

Olhei de cara feia para ela, fazendo com que Mel risse.

— Oh, o que acham de algumas fotos? Eu realmente quero algumas fotos para colá-las em meu dormitório na república!

Fiz careta para aquilo.

— Sabe que eu posso lhe comprar um apartamento.

— Pai! Já conversamos sobre isso. – cortou Mel, pegando seu celular – Quero novas experiências. Se a república não der certo, voltamos a este assunto.

— Sua filha é cabeça dura, Edward. – Bella esbarrou seu ombro no meu. Ela já estava de pé segurando a mãozinha de Charlie com uma mãe e com a outra segurava uma câmera profissional – Vamos tirar as fotos! Preciso de um bom álbum dessas férias e mais fotos para o álbum de Charlie!

Sem mais delongas, caminhamos para perto de Lily, Liam e Peter, os chamando para algumas fotos. Agradeci por aquela praia não ser cheia, afinal, só frequentava o lugar os moradores das mansões ao redor e nem todo mundo estava na praia ao mesmo tempo. Era uma espécie de ilha particular, o que facilitava deixar as coisas em um local para podermos tirar fotos e nadar um pouco.

A primeira foto foi em família. Bella chamou uma mulher que passava por ali para tirar e ela prontamente o fez. Satisfeita com o resultado, minha esposa passou Charlie para os meus braços, entrando em seu modo ‘’fotografa’’. Desde que Bella e eu nos casamos, minha esposa criou uma obsessão por tirar fotos de vários momentos, a fim de eternizá-los em aparelhos tecnológicos e em papel-foto. Ela adorava os momentos em que estávamos distraídos, o que gerava um pouco de revolta em nossas crianças adolescentes que queriam sair perfeitas em tudo.

— Oh, meu Deus! – gargalhou Mel, interrompendo a sessão de fotos. Ela tinha o celular em mãos.

— O que foi?

— A tia Leah mandou um vídeo do Jake bêbado em nosso grupo do Whats! Ele diz que ama todo mundo. – riu outra vez, entregando o celular a Bella.

— Jake não tem jeito! E eu que pensei que com Seth ele se aquietaria. – minha esposa balançou a cabeça, mas era notória sua vontade de rir – Olhe isto! – mostrou-me o vídeo.

Nele, realmente o Black estava de porre, e entre as coisas sem sentido que balbuciava, uma delas era a declaração dita por Mel. Ele, Leah e o filho de quatro anos deles, Seth, estavam em Paris por conta de uma sessão de fotos que Leah faria por lá.

— Emmett não perde uma. – sorri, olhando para o comentário do meu cunhado.

‘’Black, você é a pior espécie de bêbado. Daqui a pouco estará chorando como um corno escutando música triste!’’

— Oh, meu irmão sabe ser um cara mau. – riu Bella.

Charlie se remexeu em meu colo.

— Desce! Desce!

Os olhos de Bella se iluminaram.

— Você quer andar, meu amor? Vamos andar!

Bella entregou o celular e a câmera a Mel – a pedidos dela – e arrastou Charlie para andar perto de onde as ondas quebravam. Ela sussurrou algo como ‘’perder um pouco do medo’’ no caminho para lá.

Eu sentei-me no chão, olhando para o horizonte e vendo que o sol já estava se organizando para se pôr. A grande bola de fogo já possuía um tom mais alaranjado, indicando o crepúsculo que viria a seguir.

Eu soltei um grande suspiro, feliz, e foquei o meu olhar nas pessoas mais importantes da minha vida. Os gêmeos se divertiam fazendo Peter de doidinho em uma brincadeira com a bola. Melanie tomara o lugar de Bella e agora fotografava tudo, inclusive fotos de si mesma. Por último, observei Bella incentivar Charlie para andar até ela, com o seu grande sorriso no rosto e as mãos estendidas, pronto para pegá-lo assim que ele fosse até ela.

Ao observá-los, uma paz incrível, que eu nunca sentira em minha vida, encheu o meu coração naquele fim de tarde de verão. Eu tinha me libertado dos meus traumas, passei a me dedicar mais a minha família maravilhosa, tinha feito amigos ótimos, possuía uma felicidade genuína e tudo isso graças à bela e mais sem noção babá de todas. Com as suas peculiaridades, sua espontaneidade, e sua alegria, Bella me conquistou aos poucos, sem que eu percebesse, e pegou para si uma grande parte do meu coração. Eu adorava pensar na ideia de que ela era o meu sol particular, pois ela sempre me aquecia de diferentes formas.

— EDWARD! – gritou, tirando-me dos meus devaneios – Charlie está andando! Venha ver! – continuou em êxtase, tirando-me dos meus devaneios.

E eu vi o pequeno garotinho dando os seus passinhos errantes em direção a ela. As crianças já estavam lá, incentivando o irmão a andar mais. Melanie gravava toda a comoção em meio aos seus próprios gritos de incentivo.

Eu não demorei a atender ao chamado. Meus passos foram certos em direção ao meu sol particular.

FIM!

 


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Notas finais do capítulo

Diferente do que eu postei uns capítulos atrás, agora sim esse é o fimmmmmmm gente!!!

Bom, vamos às palavras da última notinha:

— Primeiramente, eu quero agradecer a TODXS que acompanharam a história, sendo leitor fantasma, ativo, que mandou recomendação, que não mandou recomendação, que favoritou, que colocou em acompanhamentos... Enfim, que estiveram aqui lendo a história. Muito obrigada pelo o apoio e por não desistirem – mesmo com demoras kk . Estou encerrando UBSN com 517 leitores – e se aparecer mais no decorrer do tempo, não tenham medo de aparecer por aqui de alguma forma, está bem? Lerei tudo com muito carinho.

— Segundo,vou responder algumas perguntinhas que podem ter ficado na cabeça – e se tiver mais alguma, não hesite em me perguntar, seja por comentário ou MP.

1º: Porque eu não colocou Bella tendo um bebê mais cedo? Ela estava na universidade gente, realizando o seu sonho, e um bebê naquele momento seria complicado e nada melhor do que uma gravidez planejada, sim? Então, ao término do curso, ela tinha dentro de si um futuro bebezinho.

2º: Eles terão mais bebês? Quem sabe, afinal, a vida deles continua :P.

3º: Explorar mais o casamento? Não quis dar ênfase no casamento, pois quis mostrar como eles estariam anos depois e com um novo membro na família. Acho que todo mundo gostaria de uma palhinha sobre isso, sim?

4º: Vai ter segunda temporada? Não. Chegamos ao fim por aqui :).

Então é isso, meus amores. Encerro aqui minha segunda fanfic. Agradeço a todxs, mais uma vez, pela paciência e pelo apoio. Vocês foram ótimos. Beijo e até uma próxima!