Uma Babá Sem Noção escrita por Sáskya


Capítulo 49
Capítulo: 48 - Barulho


Notas iniciais do capítulo

Oi amores! Cá estou eu com mais um capítulo de UBSN. Espero que apreciem a leitura e que leiam as notas finais, tenho algumas coisas importantes a dizer :).



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Edward

Com um sorriso de satisfação nos lábios, coloquei em cima da minha mesa do escritório a única foto revelada que eu tinha de Bella no momento: uma em que ela estava vestida de princesa, encontrada por mim no chão do seu antigo quarto. Eu possuía algumas recentes suas em meu celular, inclusive a minha preferida era uma com o seu sorriso esplendoroso e apenas um lençol cobrindo-lhe a nudez, mas eu achei essa muito íntima para colocar em um escritório. Talvez eu colocasse um quadro em meu quarto com ela.

Suspirei feliz, observando o lindo sorriso de Isabella na foto que estava em minha frente. Quer dizer, Bella era linda por completo. Incrivelmente apaixonante.

Os últimos dias ao seu lado tinham sido os melhores em muitos anos. Nunca pensei que pudesse amar alguém depois de Eleanor, e agora olhe onde eu estou: perdidamente apaixonado pela minha ex-babá. A mulher mais espontânea e excêntrica que eu tive o prazer de conhecer. E o melhor de tudo é que ela me amava na mesma intensidade que eu a amava.

Eu ainda acordava pela manhã perguntando-me se tudo aquilo era real, mas bastava eu vê-la no dia para eu ter a certeza que era. Ela estava ali, linda em suas cores e pintando o meu mundo a cada dia.

Senhor Cullen, sua reunião começa em cinco minutos.— anunciou minha secretária pelo ramal, fazendo-me despertar do meu mundo de idiota apaixonado.

— Estou indo, senhorita Collins. Por favor, pegue a dianteira.

Sim, senhor.

Levantei-me da minha cadeira, observando o céu cinza, típico de um inverno nova-iorquino. Antigamente eu costumava a me identificar com esse clima, agora eu parecia bem mais interessado em admirar um pouco mais os raios de sol.

Bella

Os minutos até a prisão pareceram passar rapidamente por conta do nervosismo que crescia na boca do meu estômago e se espalhava como suor em minhas palmas. Eu tinha embarcado naquela sem contestar muito, e agora me indagava até que ponto minhas loucuras iam.

Assim que cheguei ao local, dei graças a Deus por ainda está em horário de visitas. Passei por uma revista minuciosa demais para poder ser liberada. Um dos carcereiros guiou-me pelos corredores da prisão, falando que as visitas eram feitas em uma sala. Ao entrar na dita cuja, deparei-me com paredes cinza e encardidas, e pouca luz, fato que me deixou desconfortável. O carcereiro avisou que James estaria ali dentro de alguns minutos e eu agradeci em um sussurro quase inaudível, sendo deixada sozinha no ambiente.

Sentindo-me desconfortável, caminhei impacientemente ao redor das únicas coisas encontradas na sala: uma mesa com duas cadeiras de cada lado. Passei uma mão pelos meus cabelos, imaginando como seria horrível viver ali. Bem, as pessoas que iam parar ali em sua maioria mereciam, pois sempre existiam casos de inocentes incriminados. O que não era o caso de James.

A porta foi aberta outra vez, fazendo-me despertar dos meus pensamentos, o que eu agradeci, pois eles já estavam tomando rumos aleatórios.

Olhei para entrada, encontrando o homem que assombrou os meus sonhos nas últimas noites. James agora tinha seus cabelos curtos e parecia bem mais magro do que eu lembrava. Um sorrisinho irônico pairava em seus lábios, enquanto o mesmo cárcere que abriu a porta para mim tirava-lhe as algemas dos pulsos. Concluído o trabalho, ele saiu do ambiente, fechando a porta e nos deixando a sós.

— É bom revê-la, Isabella. – sussurrou com a voz extremamente calma.

Semicerrei os olhos para ele, não acreditando na sua cordialidade fajuta.

— Me poupe. – bufei.

Ele soltou uma risada baixa que arrepiou todos os cabelos do meu corpo. Oh, meu Deus! Porque o Senhor deixou que eu viesse aqui, hein? Eu sou um pouco louca das ideia, pensei que já soubesse!

— A quem devo a honra da visita? – perguntou com um tom divertido, sentando-se em uma das cadeiras.

Força nessa cara, Isabella! Quanto mais rápido você fizer o que tem para fazer, mais rápido sairá desse lugar!

— Não gosto de rodeios, então vou direto ao ponto. – disse com a voz firme, sentando-me na cadeira vaga – Porque você salvou Melanie e eu no dia do sequestro?

Um sorriso lento e sombrio espalhou-se pelos lábios dele, fazendo com que eu ficasse reta em meu lugar.

— Eu salvei? — arqueou uma sobrancelha, parecendo se divertir com algo internamente.

Esse homem é doido!

— Sim! Você nos deu brecha para fugir, mandou que eu fosse esperta. O que ganharia com esse ato de bondade? – não pude conter o deboche.

James relaxou em sua cadeira, ficando em uma posição quase deitada, enquanto ele tamborilava os dedos em cima da mesa de ferro velha.

— Você é uma mulher bastante destemida, Swan. Não mede esforços para proteger quem ama. Admiro isso em você. – continuou com a voz ciciada.

Arqueei uma sobrancelha para ele, não acreditando que o motivo citado era o certo.

— Não parece algo muito convincente. – suspirei – Apenas me diga a verdade. Só quero poder tirar essa dúvida da minha cabeça.

— Eu ainda não terminei. – cantarolou, sorrindo sinistramente para mim – Eu não sou um cara mau cem por cento do tempo, Isabella. Eu tenho um pouco de amor em meu coração, dedicado exclusivamente para minha ex-esposa, Victoria, e a minha única filha, Clarice.

— Ex-esposa? Filha? – indaguei debilmente, totalmente chocada com aquela informação.

— Sim. Elas moram no Havaí. Têm uma vida boa por lá. – comentou com um olhar distante – Acho que não preciso dizer o motivo de Victoria ser minha ex-esposa. A vida que eu levo não é bem o que uma mulher quer.

— E porque leva? Fazer o que faz é mais importante do que viver com as pessoas que ama? – perguntei com uma leve alteração em minha voz.

Ele riu sarcasticamente, voltando o foco do seu olhar para mim. O olhar claro faiscava em uma mistura de obscuridade e humor insano. Acabei me retraindo involuntariamente.

— Eu nasci cercado disso, Isabella. Criei-me em torno disso, eu sou isso. É algo que vem incrustado, não dá para desvincular. Nem mesmo se eu quisesse. No mundo em que eu vivo, ou eu você vive de acordo com suas regras ou morre por conta delas. É a lei da sobrevivência.

— Você ainda não respondeu minha pergunta. – disse por fim, sentindo-me tonta com as palavras que me cercavam.

— Não é óbvio? – indagou, arqueando uma sobrancelha – Eu me vi em você enquanto tentava proteger a todo custo à menina. Você a amava da mesma forma que eu amo a minha filha, então eu me vi preso em um dilema. Eu nunca tinha tido muita compaixão pelas outras pessoas que matei, inclusive membros da própria família, mas você me chamou a atenção por amar tão fielmente uma menina que não saiu de você. Então eu decidi que faria o meu trabalho, apenas um pouco mal feito.

A sala caiu em um silêncio, enquanto eu tentava assimilar em meus pensamentos as palavras ditas pelo réu. Então ele tinha salvado a mim e a Melanie por se ver em mim? Pela curiosidade que despertei nele por amar uma garota como se fosse a minha filha? Isso parecia insano e... Louvável.

— Você sabe que isso é antagônico, sim? – murmurei por fim.

— Não me importo. Apenas fiz o que tinha para fazer e fim. – levantou-se, parecendo um pouco incomodado – Mas alguma coisa?

— Não. Isso é tudo.

— Então até breve, Isabella. Ou até nunca mais. – sorriu por fim, chamando o carcereiro para levá-lo de volta a cela.

Eu ainda permaneci mais alguns minutos no local, tentando situar meus pensamentos e emoções depois da conversa ocorrida.

***

Na manhã da quinta-feira, James foi condenado a vinte e dois anos de prisão pelos crimes de sequestro e cárcere privado, tentativa de homicídio e maus-tratos. Ele tinha saído da sessão de cabeça erguida e com uma sombra de sorriso sádico em seus lábios. Naquele momento eu concluí que ele tinha uma parte boa dentro si, mas possuía uma ruim também e era ela quem o comandava.

Não pude conter o alívio que me abateu quando o juiz bateu o martelo, dando o caso como encerrado. Tudo o que eu queria era deixar os momentos daquele fatídico dia no passado e eternamente preso nele.

— Finalmente estamos livres disso. – sussurrou Edward, enquanto caminhávamos para fora do tribunal.

Jasper, que tinha atuado como advogado de Edward, e Emmett, que tinha vindo para ver o processo e fazer-me companhia, caminhavam um pouco mais atrás de nós, mantendo uma conversa só entre eles.

— Eu realmente espero que estejamos. – falei, agarrando-me mais ao meu namorado.

Edward beijou a minha testa carinhosamente e eu sorri, colocando uma de minhas mãos no bolso traseiro do jeans escuro que ele usava.

Um pigarro fez com que eu olhasse para trás, encontrando meu irmão com um olhar semicerrado e Jasper com os lábios franzidos. Ele estava tentando não rir?

— Estamos indo tomar café aqui perto, já que não fizemos isso por conta da ansiedade pelo julgamento. Vocês vão? – chamou meu irmão com certo azedume, fazendo-me concluir que tinha sido ele o autor do pigarro.

Olhei para Edward que já mantinha os olhos em mim.

— O que acha?

— Ótimo. Estou com fome mesmo. – dei de ombros.

Seguimos juntos para uma Starbucks que tinha ali perto. Fizemos os nossos pedidos e fomos sentar em uma mesa perto das janelas assim que os recebemos. Os rapazes comentavam entre si mais algumas coisas do julgamento. Enquanto eu os observava, lembrei-me outra vez da conversa que tivera com James no dia anterior. Eu não tinha contando a ninguém sobre o nosso encontro, acabando por passar a manhã quase toda me questionava se não deveria fazer isso.

— Um dólar pelos seus pensamentos. – murmurou Edward em minha orelha.

Sorri de lado, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha.

— Não é nada. – mordi o lábio, olhando para a janela do estabelecimento, observando o movimento intenso do lado de fora

— Bella, desde que nós saímos do tribunal eu percebo que você está perdida em algo dentro da sua cabeça. Pode falar comigo se quiser.

Suspirei, cruzando minhas mãos em cima da mesa e olhando para elas por dois segundos antes de subir o olhar para a dupla de advogados a minha frente, que já olhavam de soslaio para mim e Edward.

— Quero contar algo a vocês.

Os três homens olharam para mim de forma curiosa e atenciosa, esperando as palavras que sairiam da minha boca.

— Eu visitei James ontem.

— O que? – perguntaram em uma sincronia espantosa.

***

— Você é louca? Porque diabos visitaria o James na prisão? – questionou Alice, olhando para mim incredulamente.

— Foi a mesma pergunta que eu fiz a ela. – disse meu irmão desgostoso.

Suspirei, olhando para os rostos presentes na sala do apartamento de Emmett. Depois de contar a Jasper, Emmett e Edward sobre a minha visita incomum, nós seguimos para o apartamento de Emm, já que Rose, Alice e Jake resolveram nos esperar lá, a fim de saber tudo o que tinha acontecido no tribunal.

— Eu já expliquei o motivo. Precisava saber por que ele tinha ajudado Melanie e eu a escaparmos, afinal, a função dele era totalmente outra. – revirei os olhos, colocando meus pés para cima do sofá.

— E se ele te matasse lá, o que aconteceria, sua doida? – indagou Rose, cruzando os braços.

— Estávamos em uma prisão, Rose. Lá tinha seguranças e os presos não costumam ter objetos que possam causar danos as pessoas, pelo amor. Vocês estão fazendo muita tempestade em copo d’água.

— Concordo com você, Bella, mas ao mesmo tempo entendendo o ponto de vista dos outros. – comentou Jasper, apoiando os cotovelos em suas pernas – Eu também ficaria intrigado e procuraria por respostas. Esse James é um cara meio insano. A expressão dele ao sair da sala era típica de pessoas que encaravam as coisas com diversão.

— Acho que esse é o modo como ele vive. – sussurrei vagamente.

— Isso não poderia ter mudado em alguma coisa no julgamento? – perguntou Jake, curioso com a questão e parecendo bem mais tranquilo do que os exagerados.

— Não. Ele ainda participou ativamente do sequestro e incendiou a casa, de qualquer forma. – explicou Jasper.

— O que importa é que esse tormento passou e estamos livres desse caso. – Edward disse por fim, olhando amorosamente para mim.

Apesar de não ter gostado no início da minha iniciativa de ir, sozinha, procurar James, ele entendera o meu ponto em poucos minutos. Diferente do meu irmão, que ainda tinha uma sombra de expressão carrancuda em seu rosto.

— Ai, se eu pudesse estourava um champanhe agora, para comemorar, mas isso fica para outra ocasião. – Alice fez biquinho, jogando-se no sofá ao lado do marido.

Foi impossível não rir de sua expressão de cão abandonado. Alice era fogo.

***

Hoje, dois dias depois do julgamento, ocorreria a festa de aniversário de Jake. Meu amigo passou a semana toda empolgado com isso e então foi meio difícil não pegar o seu ritmo. Sem contar que depois do julgamento, eu estava louca para cair em alguma festa e dançar até meus pés reclamarem por um descanso.

Terminava de me ajeitar, arrumando meus cabelos em frente ao espelho do meu quarto, quando a porta do cômodo foi aberta, revelando uma garotinha de cabelos loiros e expressão chateada. Ela sentou-se na beira da minha cama, bufando.

— O que foi? – indaguei, juntando-me a ela – Onde estão seu pai e seus irmãos? – eu não tinha escutado nenhum barulho anunciado que alguém tinha chegado.

— Eles estão na sala e eu estou muito chateada. Eu e meus irmãos estamos. – corrigiu-se, aumentando o bico dos seus lábios.

Franzi o cenho, passando a mão pelos cachos que saiam da toca branca que ocupava sua cabeça.

— Por quê?

— Vocês todos estão indo para o aniversário do Jake e a gente vai ficar com uma babá que nem a Meg é!

— Já explicamos a vocês o motivo de não poderem. A festa é de adultos, meu bem. E a Megan não pode cuidar de vocês hoje. A moça que a sua tia contratou para cuidar de vocês e dos bebês é de confiança.

— Isso é você quem diz. – resmungou azeda – Não gosto de babás estranhas.

Semicerrei os olhos para ela, tocando na ponta do seu nariz.

— Eu era uma babá estranha e mesmo assim você me adorou.

— Você era uma exceção, Isa. Você e a Meg. – colocou simplesmente como se fosse à rainha da razão.

Lily estava se saindo uma bela mimada – um costume péssimo que ela tinha às vezes – mas não foi isso que fez meu coração dá uma fisgada. Foi o ciúme. Apesar de adorar que Megan esteja se dando bem com as crianças, era impossível controlar o sentimento louco que se apossava de mim. Até pouco tempo atrás, eu era a única babá que conseguira ter algum vínculo com eles. E mesmo que hoje tenhamos o mesmo vínculo, mais fortificado até, ainda era difícil lidar com a falta de exclusividade que eu tinha no sentindo de ser ‘’a única melhor babá’’.

— Seja legal essa noite, ok? Seus primos estarão lá também e não possuem a capacidade de se cuidarem sozinhos ainda. – disse por fim, levantando-me da cama.

Lily suspirou baixinho e eu sorri para ela, beijando sua bochecha rosada. Caminhei para cômoda, local que estava a minha bolsa e a peguei.

— Como estou? – perguntei, mostrando meu vestido com o busto em forma de laço preto e a saia dele na cor nude.

Ela sorriu.

Linda! – elogiou, batendo palmas.

Eu ri e peguei em sua mão, guiando-nos para fora do quarto. Na sala, deparamos com um silêncio estranho. Edward, trajando uma blusa azul-marinho e um jeans preto – sendo totalmente sexy — estava sentado no sofá maior com os três filhos lhe fazendo companhia. Ele parecia distraído com os detalhes da casa enquanto os seus filhos prendiam uma risada. Sentado em uma poltrona, de frente para o sofá, estava em meu irmão com trajes claros abraçando-lhe o corpo. Ele mantinha os olhos semicerrados para o Cullen.

Assim que aparecemos do campo de vista deles, Edward olhou-me com profunda devoção, sorrindo de lado. Percebendo isso, meu irmão revirou os olhos.

— Finalmente, hein, formiga. Estava criando raízes aqui. – resmungou.

— Onde está Rose? – perguntei, ignorando seu comentário.

— Está nos esperando lá embaixo.

Assenti, sendo abraçada por Mel, Liam e Peter. Percebendo que não tinha espaço para si naquele momento, Edward contentou-se em ficar por perto. As crianças foram abraçadas comigo por todo trajeto, falando sobre coisas do seu dia e resmungando sobre não poderem ir. Eu apenas os consolei, falando que seria por uma noite, e beijei-lhe as bochechas.

Ao chegarmos ao lado de fora, encontramos Rose perfeitamente arrumada em um vestido de mangas longas preto. Ela levaria os gêmeos e Emmett em seu carro, enquanto Edward levaria Melanie, Peter e eu no volvo.

— Alice já está impaciente, então vamos logo, queridos. – falou, sorrindo para nós.

Rapidamente nos distribuímos entre os automóveis e fomos em direção a casa de Alice. Edward ligou o som em uma música clássica baixa, deixando a janela ao seu lado aberta, já que o tempo não estava muito propício para ar-condicionado. Segundos depois, o carro vermelho de Rose estava ao nosso lado, tocando uma música eletrônica muito alta.

Olhei para o lado, deparando-me com o meu irmão com as mãos erguidas para o ar, devido à capota do carro está baixa, e cantando a música, sem ter a noção da sua desafinação. As crianças no banco de trás riam, enquanto Rose parecia incentivar o namorado a fazer aquelas palhaçadas.

— Eu amo o tio Emm. – declarou Melanie, colocando a cabeça entre os lugares de Edward e eu.

— Ele é radical. – concordou Peter.

— E ele ainda é mais legal quando fica encarando o papai com aquela cara de malvado. É engraçado. – riu Melanie, levando seu irmão junto.

Edward grunhiu alguma coisa ininteligível e eu ri de sua expressão desgostosa.

— Não fique bravo, papai. Nós te amamos também. – acalentou Melanie, abraçando o pescoço de Edward.

Um pequeno sorriu se abriu nos lábios do Cullen ao escutar as palavras vindas da boca da filha mais velha. Ele deu um beijo em seu braço. Eu sorria feito boba para eles.

— Também amo vocês, querida, agora se sente adequadamente e coloque o cinto. – ordenou com uma voz muito branda e assim Mel o fez.

Chegamos à casa de Alice cerca de dez minutos depois. A baixinha já nos esperava, espiando pela grande vidraça de sua casa com um dos filhos nos braços. Assim que ela avistou os carros, correu para deixar o bebê – que eu não consegui identificar quem era – com a babá que já estava ali. A porta da frente foi aberta antes mesmo que pudéssemos tocar a campainha.

— Festa! – comemorou, arrastando o marido pela mão.

Jasper tinha um olhar meio assustado no rosto e eu quase rir por isso. Alice era louca!

— Calma aí, tampinha. Temos que deixar as crianças ainda. – freei a maluca, apontando para os sobrinhos dela ao meu lado.

— Eles já são praticamente de casa, Bella. E Suze saberá o que fazer. – desdenhou Alice, pulando para beijar no rosto os sobrinhos – Agora meus amorzinhos podem entrar e aproveitar os doces que deixei para vocês. – piscou um olho.

As crianças, pela primeira vez na noite, pareceram se animar com a ideia de ficar aos cuidados de outra babá na casa da tia. Edward, por outro lado, olhou feio para a irmã.

— Doces, Alice? Acho que o horário de doces já passou.

Ela bufou, fazendo pouco caso.

— Deixa de ser chato, Edward. Um dia não mata ninguém – resmungou e depois olhou amorosamente para os sobrinhos — Não é, amores da tia Alice? – arrulhou.

— SIM! – gritaram juntos, correndo para o interior da casa.

— Poxa, não rola nem um tchau? – resmunguei alto o suficiente para que eles ouvissem.

Os quatro logo voltaram, abraçando cada um de forma rápida e sussurrando tchaus corridos demais, ansiosos para voltarem para dentro. Eu revirei os olhos, vendo-os pular para o interior outra vez e Alice fechando a porta.

— Alice, você parece um verdadeiro vagalume hoje. Quem precisa de um jogo de luz com você na boate? – comentou Emmett sorrindo de forma travessa. Alice trajava um vestido dourado, fabricado com um tecido liso e brilhoso, trazendo-lhe um foco especial.

— Você não vai me tirar do sério hoje, Swan. – cantarolou Alice, rebolando para o carro da cunhada, que seria dela essa noite, já que a nanica era a única que não podia tomar bebida alcoólica.

Emmett riu, sem se deixar abalar. Rose revirou os olhos. E Jasper apenas sorria de forma abobada para esposa, sendo içado para o carro pela mesma.

Edward lançou um olhar perdido para mim. Eu ri de sua expressão, puxando-o para o carro, em que iríamos apenas nós dois.

— É sempre assim? – perguntou um pouco confuso, já que nunca tinha saído com o nosso grupo.

— É só uma amostra, Edward. Acostume-se.

***

A festa de Jacob seria realizada em uma mansão alugada justamente para a festa. Ele tinha dispensado a boate esse ano, alegando que queria expandir novos horizontes. Jake era um cara que possuía muito dinheiro, então eu não me espantei quando avistei o quão grande a propriedade era. Apesar de seu status financeiro e de suas festas grandes, como tinha dito Alice, Jake não se importava muito com ele. Gastava mais o seu dinheiro investindo-o em seu trabalho e um pouco na sua paixão por carros. Atualmente, ele contava com dois em sua garagem, mais uma moto.

Na entrada, tinha dois seguranças de praticamente dois metros, fiscalizando a festa para que nenhum penetra entrasse. Para evitar ainda mais isso, Jake tinha feito senhas e só seria possível entrar com elas.

— Uau. – sussurrou Edward ao meu lado, surpreso e espantado, assim que entramos no interior da casa.

O lugar já continha uma grande quantidade de pessoas que circulavam por ali, seja dançando no centro da sala, que tinha se transformado em uma verdadeira pista de dança, seja pegando algo no bar que parecia fazer parte da estrutura do cômodo. Tinha também aqueles que já se beijavam em cantos mais isolados, e uns até que precisavam de um quarto urgentemente. A música eletrônica, cantada por alguma voz feminina, tocava alto, induzindo-nos a balançar os nossos corpos também.

— Jake realmente é extravagante quando quer. – comentou Rose, olhando ao redor.

— Isso é o que eu chamo de festa! – comemorou Emmett, sorrindo empolgadamente para todos os lados – Mas cadê o mané do Black?

— Alguém falou de mim? – perguntou Jake, aproximando-se de nós com um drink em mãos.

Ele estava totalmente de preto e com um sorriso grandioso nos lábios. Parecia feliz, o que não era para menos. Era o seu aniversário, oras.

— Cara, parabéns. – desejou meu irmão, trocando um abraço com batidas de costas – Os presentes ficaram no carro. Acho que agora está meio louco de entregá-los.

— Parabéns para o melhor dançarino do mundo! – gracejou Alice, abraçando o moreno apertadamente. Ela ainda sussurrou algumas coisas no ouvido dele, antes que pudesse se soltar.

Logo depois, eu estava me lançando nos braços de Jake, abraçando-o apertadamente e desejando-lhe as melhores coisas do mundo, e brincando com ele por está finalmente completando a mesma idade que eu. Rose também teve a sua vez, assim como Jasper e Edward, meu namorado sendo bem mais sucinto em suas palavras.

O aniversariante nos levou até o bar, ordenando para o carinha que preparava os drinks que ele nos servisse o especial da noite. Assim que ele colocou seis doses de uma bebida azul em nossa frente, olhares foram trocados ente nós mesmos.

Viva a la fiesta! – comemorou Emmett, sendo o primeiro a entornar a bebida – Uau! Que delícia. — elogiou

Logo seguimos o mesmo rumo, menos Alice, que observou o marido beber o líquido azul com lágrimas nos olhos.

— Vamos dançar antes que eu comece a chorar aqui. – resmungou a anãzinha, arrastando Jasper, que ainda terminava de beber o segundo copo, para pista de dança.

Rose e Emmett trocaram olhares maliciosos entre si e seguiram atrás dos recém-papais. Edward e eu permanecemos no bar, ainda aproveitando o gosto bom da bebida azul.

— Acho que não tive a oportunidade de falar que está linda. – sussurrou Edward, ao aproximar sua boca da minha orelha.

Sorri de lado, olhando para o homem ao meu lado.

— Você está bem sexy, devo dizer também. – mordi o lábio, passando a mão pelo seu peito.

Edward sorriu de lado, beijando levemente os meus lábios.

— O que acha de mais uma dose dessa maravilha aqui, hm? – questionei, mostrando-lhe o copo em cima do balcão.

— Uma ótima ideia. A bebida especial realmente é boa. – elogiou, chamando o carinha do bar com uma das mãos.

Logo dois copos novos com a bebida pararam em nossa frente. Com um brinde, Edward e eu tomamos o nosso primeiro gole. Ao colocar o copo sobre balcão novamente, olhei para o lado, vendo Alice e Rose correndo em cima dos seus saltos de uma forma muito engraçada em direção ao bar. Porém o que chamou mais a minha atenção foram as suas expressões. Elas pareciam que tinham visto assombração.

— Bella, você precisa ver uma coisa! – exclamou Rose, puxando-me pela mão, não dando oportunidade para que eu falasse algo.

De cenho franzido segui as duas, questionando-me onde era o fogo para tanto escândalo. Passamos por entre as pessoas, algumas bêbadas resmungonas, até que chegamos à área externa que tinha uma grande piscina em seu centro. Alice virou o meu rosto, de forma que eu olhasse para o que provavelmente as tinha deixado tão espantadas.

Pouco mais de dois metros de onde estávamos, perto da vegetação que recobria a área, estava Jake com uma garota. Eles tomavam alguma coisa e riam, parecendo bem íntimos na conversa. A risada morreu aos poucos e eles se olharam por dois segundos, e então seus lábios se conectaram.

Minha boca foi ao chão e a das mulheres ao meu lado provavelmente seguiram o mesmo rumo.

Como assim Jake tinha uma namorada e nós não ficamos sabendo?

— Que filho da mãe! – exclamou Alice estupefata – Se ele acha que pode esconder as coisas da gente, está muito enganado.

— Uau. Ela é uma gata. – elogiou Rose.

Com os olhos na cena que ainda se desenrolava, olhei melhor para a garota que beijava ansiosamente os lábios do meu amigo. Ela era alta, e com os saltos que usava passava um pouco de Jake. Tinha os cabelos curtos em um tom intenso de preto. Sua pele era de um café com leite, assim como a do meu amigo, e ela tinha um vestido preto muito bonito cobrindo-lhe o corpo, que parecia ter curvas sinuosas. Ela era realmente bonita, mesmo o rosto longe dos nossos olhos.

Semicerrei os olhos, sendo tomada por uma sensação de já ter visto alguém parecida em algum canto.

— Acho que eu já a vi em algum lugar... – murmurei, tentando me lembrar do local.

Rose e Alice olharam-me em expectativa, esperando que eu as informasse onde. Alice levou sua mão ao rosto para tirar um fio de cabelo liso que caia por seus olhos e o celular que segurava fez com que o meu cérebro reagisse.

— Lembrei! – falei alto demais, assustando-as por um momento.

Peguei o meu celular em minha bolsa, desbloqueei o aparelho e cliquei no aplicativo do facebook. Entrando na rede social, procurei pelo facebook de Jake e entrei em suas fotos, procurando a qual ele tinha postado no natal. Como era uma imagem recente, não foi difícil achá-la, então eu já estava dando zoom para mostrar às meninas a bela morena ao lado do nosso amigo.

Coloquei o aparelho rente ao rosto de ambas, que analisaram atentamente a foto.

— O que isso quer dizer? – Rose foi a primeira a falar.

— Que ela estava no natal do Jake, e se meus pensamentos estiverem certos, ela deve ser a irmã do marido da irmã dele. – deduzi com um sorriso satisfeito em meus lábios.

Alice pegou o celular da minha mão, esmiuçando a foto com os olhos semicerrados.

— Precisamos falar com o Black. – decretou com a voz muito séria.

Olhamos de volta para onde o casal se beijava, notando que eles caminhavam, lado a lado sem tocar as mãos, em direção a entrada que separar a área da piscina do interior da casa. Antes que eu pudesse pensar em qualquer coisa, Alice já estava parando em frente ao novo casal (?) com um sorriso exageradamente amplo.

Jake assustou-se ao ver a nanica, demonstrando nervosismo ao levar uma das mãos para trás da nuca. A situação dele só piorou quando Rose e eu chegamos perto deles com a curiosidade escorrendo por nossos olhos.

— Jake! Que bom te encontrar. Estava querendo mesmo te chamar para dançar com a gente. – disse em uma empolgação esquisita. Seus olhos então vagaram para a mulher ao lado de Jake, que olhava Alice com o cenho franzido – Oh, quem é a bela moça? – continuou sorrindo daquela forma psicopata.

— Meninas, essa é Leah, irmã do marido de Rebecca. – confirmou o que eu pensava. Rose me cutucou disfarçadamente e eu sorri – Leah, essas são Rosalie, Isabella e Alice, as amigas que eu te falei.

Melhores amigas. – Alice fez questão de enfatizar.

— É um prazer conhecê-las. – Leah disse com um sorriso, que parecia verdadeiro, em seu rosto, estendendo a mão para um cumprimento.

Cada uma de nós apertou a mão da mulher, sendo o extremo da simpatia ao sacudi-la mais que o necessário.

— Leah, o que acha de pegar um pouco mais de bebidas enquanto eu mostro as meninas o resto da casa? – ofereceu com a voz mansa e um sorriso simpático no rosto.

Com um sorriso leve, Leah assentiu, distanciando-se de nós. Ficamos olhando-a até que ela sumisse do nosso campo de visão. Depois disso, os nossos olhares se encontraram em uma sincronia perfeita.

— Seu cretino! – resmungou Alice, batendo no braço de Jake – Como você inicia um namoro sem dizer nada?

— Ai Alice. – começou, alisando o local agredido – E eu não estou namorando.

— Está dando uns pega? – indaguei, franzindo o nariz.

Jake bufou.

— Também não.

— E tá fazendo o que, homem? Degustando lábios para saber que tipo de batom você gosta? – debochou Rose com sua típica expressão séria.

— É complicado. – sussurrou, passando a mão pelos cabelos.

— Descomplique. – mandei, cruzando os braços. As meninas fizeram o mesmo.

Ele suspirou.

— Nos conhecemos no casamento da Rebecca, mas eu nunca reparei realmente nela, entendem? Então ela vem para o natal e boom. – fez um gesto com as mãos indicando explosão, sentando-se em um dos pufes brancos espalhados por ali – Eu estou atraído por ela.

— E ela? – perguntou Alice, quase quicando em seu lugar.

Parece que a irritação anterior estava sendo tomada por empolgação. Jake sorriu de lado.

— Acho que ela gosta de mim também. Hoje é a primeira vez que a beijo. – murmurou bobamente – Foi incrível. Diria até que mágico.

Alice, Rose e eu trocamos olhares, percebendo exatamente o que acontecia ali. Depois, miramos o nosso olhar para ele, arqueando a sobrancelha maliciosamente.

— Você está apaixonado por ela. – verbalizei o que se passava na cabeça de nós três.

Jake nos olhou assustado, ficando ereto em sua posição.

— O que? Eu? Apaixonado? Não... – riu em descrença, mas sua risada foi morrendo ao ponto que pensava – Será? Eu nunca... Nunca...

— Nunca se apaixonou por alguém? – indaguei um tanto incrédula, sentando-me ao seu lado.

Ele negou com a cabeça, olhando para as mãos.

— É diferente do que eu já senti pelas garotas. Perto de Leah não é só desejo, sabe? É... Carinho, vontade de cuidar, de ter por perto. É estranho.

Passei o braço por seus ombros e sorri, sabendo exatamente como era o sentimento. Rose e Alice sentaram-se do outro lado, sorrindo da mesma forma.

— Isso está beirando para o amor, hein? Será que ela vai ser a mulher da tua vida, Black? – brincou Alice, cutucando a barriga do amigo.

Ele sorriu com a possibilidade.

— Seria maravilhoso – seu sorriso morreu — Mas eu não sei se daria certo. Leah é fotógrafa, viaja muito. Ela só está em Nova York porque foi contratada para tirar fotos de dois eventos durante a semana. – fez um muxoxo.

— Jake, se você realmente gostar dela, qualquer investimento pode ser válido. Não tenha medo, ok? – aconselhou Rose, pegando em uma de suas mãos – Eu quase fiz essa besteira com Emmett e hoje nem gosto de pensar, porque ele se tornou uma boa parte de mim. – sorriu com carinho ao lembrar-se do meu irmão – Apenas vá e se jogue.

— Em acordo. – pronunciei-me, sabendo que só poderíamos descobrir se algo daria certo, ou não, tentando.

— Essas são as minhas garotas! – exclamou Alice emocionada.

Vocês são as minhas garotas. – corrigiu Jake, abraçando nós três.

— Ai que momento mais meiguinho! Merece um quadro. – brinquei, fazendo-os rir da minha idiotice.

***

Depois da conversa com Jake, voltamos para dentro mais agitadas do que antes. Chamamos nossos respectivos parceiros, que estavam jogando conversa fora no bar já um pouco bêbados, para dançar. Ficamos lá por cerca de meia hora, até eu arrastar Edward de volta para o bar, a fim de tomar algo para refrescar.

— Edward, você já fez alguma loucura? – perguntei de supetão, brincando com o guarda-chuvinha do meu drink.

Edward olhou para mim como se não acreditasse na minha pergunta.

— Eu quase me casei com Tanya. Você não acha que isso é loucura o suficiente? – sorriu, arqueando uma sobrancelha.

Revirei os olhos, empurrando minha bebida pela metade para lá.

— Não estou falando desse tipo de loucura, Cullen. Estou falando de algo mais... Animado.

Os olhos verdes agora continham um interesse latente.

— Animado?

— Sim. Tipo... – olhei ao redor, procurando um exemplo bom. Pessoas dançando, bebidas, área da piscina...— Pular na piscina! De roupa! – vibrei em meu lugar, animada com a ideia de fazer aquilo.

— Acho que chega de bebida para você hoje. – falou, pegando o copo que eu tinha deixado de lado e tomando o resto da bebida.

— Edward, precisamos fazer isso! – pulei do meu lugar com um grande sorriso no rosto – Vai ser uma aventura ótima! Você vai ver!

Percebi meu namorado se retrair levemente em seu canto enquanto fitava a área externa.

— Bella, está frio. Não acho que seja uma boa ideia...

Peguei o seu rosto em minhas mãos e fitei seriamente os seus olhos verdes. Edward parecia um pouco assustado.

— Nós vamos fazer isso! Pare de pensar nas consequências e faça. Viva, Edward. Viva!

Sem esperar reposta por parte dele, peguei em sua mão e saí arrastando-o para fora. Muitas pessoas dançavam no exterior, dificultando um pouco a passagem, mas eu não desisti. Estava decidida a ter (e dá) um pouco de diversão.

Finalmente chegamos à borda da piscina. Apesar de ter algumas bóias em diversos estilos espalhadas pela enorme estrutura de cerâmica, o lugar estava deserto. Acho que as pessoas estavam com medo do frio, mesmo com o aquecimento da água.

— Tirei os calçados. – mandei para Edward, já começando a tirar os meus.

Sem dizer mais nada, ele acatou o meu pedido, largando os seus sapatos perto dos meus saltos próximos a escadinha de alumínio. De pés descalços, entrelacei minha mão na de Edward novamente. Fiz-nos tomar uma distância boa da piscina para que pudéssemos cair de forma eletrizante.

Olhei para Edward, incentivando-o com um sorriso, e percebi um traço de ansiedade em seu temor. Sem esperar mais nenhum segundo, corri, levando Edward comigo. Segundos depois caíamos na água com um barulho bastante audível. Assim que voltamos à superfície, muitos assobios e falação foram feitos por conta do nosso ato.

— É FESTA DENTRO DA PISCINA, PESSOAL! – gritou alguém.

Um grito de comemoração foi dado em coro, e as pessoas logo correram para aproveitar a água. Elas pularam de roupa mesmo, assim como Edward e eu, e algumas até arriscaram a jogar-se com seus sapatos. Logo o local estava tomado de pessoas, que resolveram trazer a festa para dentro da piscina também.

Rindo, olhei para Edward, que mantinha os olhos em mim, parecendo muito feliz.

— E então? – questionei, entrelaçando meus braços em seu pescoço – O que achou de se jogar na piscina de roupa e tudo?

— Louco. – disse de imediato, fazendo-me rir ainda mais – Mas eletrizante. Eu nunca fiz algo do tipo.

— Nunca? – perguntei incrédula.

— Nunca. Eu sempre fiz mais a linha do cara certinho caso não tenha percebido, senhorita Swan. Apesar de já está com um bebê para cuidar nos meus dezessete anos. – deu de ombros e eu sorri.

— Então se prepare senhor Cullen, pois comigo ao seu lado loucuras pode ser uma constante em uma sua vida. – informei-lhe com um fingindo tom sério.

Edward sorriu, tirando um cabelo molhado que caia em minha testa.

— Eu mal posso esperar.

Antes que pudesse beijá-lo, eis que Jake aparece em meu campo de visão, lançando um olhar confuso para todo o furdúncio que ocorria no interior da piscina. Assim que o olhar do moreno caiu sobre mim, eu sorri, acenando. Jake sorriu, revirando os olhos.

— Você tem um dedo nisso, não é B? – questionou alto o suficiente para que eu ouvisse.

— Tenho os cinco de cada mão, Jake. – pisquei para ele.

Jake riu e deu de ombros, indo falar com algumas pessoas na borda da piscina. Elas pareciam alegres pela a iniciativa de expandir a festa para aquele lugar.

— Que tal irmos nos secar? Eu realmente sou um cara que sinto frio. – sussurrou Edward, trazendo minha atenção de volta para si.

Seus lábios estavam levemente roxos e ele tremia levemente. Mesmo com a água quente abraçando os nossos corpos, estávamos em uma área aberta e o vento corria solto por aqui.

— Vem. Jake disse que tem algumas toalhas nos quartos.

***

Pelo o que pude contar, a casa tinha o total de seis quartos. Edward e eu acabamos em um dos mais distantes, não querendo que um dos amigos bêbados de Jake caísse no primeiro cômodo que vissem e nos encontrasse lá.

— Achei roupões! – comemorei, pegando duas peças de cor branca e entregando uma a Edward.

— Como vamos ficar agora? Não temos roupas secas e acredito que a festa não avançou para um estado de nudismo. – brincou, abrindo os botões de sua camisa.

Meus olhos se detiveram no movimento dos seus dedos enquanto eu passava o roupão pelos meus braços de forma automática. Percebi um pouco tarde demais o quanto Edward estava extremamente quente com aqueles cabelos molhados e as roupas grudando pelo seu corpo.

Hmm...

— Bella? – chamou, tirando-me do transe no qual eu me encontrava.

Pisquei os olhos rapidamente, subindo-os para o seu rosto.

— Oi?

— Você... Gemeu? – franziu o cenho com um sorriso engraçado no rosto.

Gemi?

— Eu? Não. – ri nervosamente, caminhando para o banheiro.

Edward me seguiu. Agora ele estava sem a camisa, mostrando o peitoral magnífico, e com o roupão pendurado em seu braço direito.

— Tem certeza? Juro ter escutado alguma coisa.

Tá! Agora ele tá de onda com a minha cara mesmo! Até o sorrisinho sem vergonha o cretino tinha na cara!

Bufei, pegando impulso para sentar-me no balcão de mármore negro que tomava metade do banheiro – que por sinal era bastante espaçoso.

— Deve ter entrado água em sua orelha e agora você está ouvindo coisas. – banalizei, secando meus cabelos com a toalha em cima da bancada.

Edward largou o roupão em cima do vaso sanitário e caminhou para onde eu estava, colocando-se entre minhas pernas. Ele carregava uma expressão suave em seu rosto, sem malícia, mas eu ainda sim engoli em seco, sentindo meu corpo começar a se aquecer.

— Posso? – indagou, apontando para a toalha em minhas mãos.

Sem dizer nada, apenas entreguei-lhe a toalha. Edward mantinha os olhos em meus cabelos, enquanto os enxugava atenciosamente, mas os meus olhos estavam fixos em seu rosto. Quando ele desceu sua mão para o meu pescoço, nossos olhares se encontraram, fazendo com que ele estancasse por um segundo. Eles brilhavam com a nova onda de desejo que os inundava. Eu sabia que não estava muito diferente dele.

— Acho que você vai precisar tirar o vestido. – murmurou com a voz rouca.

— Tire. – sussurrei com a voz fraca.

A toalha cedeu um pouco na mão do meu namorado, mas ele logo tratou de colocá-la ao meu lado no balcão, seus olhos não fugindo dos meus. Edward levou as mãos para os meus ombros, abaixando o roupão. Ajudei-o, tirando meus braços da peça, que caiu ao meu redor. Suas mãos foram para a barra do meu vestido, onde ele o retirou sem muitas dificuldades.

Quando eu me vi apenas em minhas roupas íntimas, percebi que Edward ainda estava vestido demais.

— Acho que você também precisa tirar o restante das roupas. – sussurrei, levando minhas mãos para o botão e zíper de sua calça, abrindo-os para a peça pudesse sumir do seu corpo.

Com um pouco de impaciência, Edward abaixou a veste e chutou para fora de seus pés. Quando o vi apenas dentro de uma boxer preta e com o desejo bastante latente, eu não consegui mais ficar naquele joguinho de sedução. O trouxe para mais perto de mim e agarrei-me em seu pescoço, selando meus lábios nos seus com um pouco de violência.

Edward gemeu em meus lábios, extasiado pelo contato quase direto de nossas intimidades, e agarrou minha cintura com firmeza, levantando-me do balcão. Em meio a um beijo quase desesperado, ele caminhou para o quarto um pouco cambaleante, jogando-me na cama e logo em seguida colocando-se sobre mim, quebrando o beijo.

Nossos olhares se encontraram novamente, refletindo todo o sentimento que nos envolvia. Eu acabei sorrindo e Edward voltou a beijar-me os lábios com voracidade e paixão. Nossos corpos queimavam com o desejo mútuo que sentiam um pelo o outro, loucos para serem saciados. Os lábios dele desceram pelo meu pescoço, deixando um rastro eletrizante por onde passavam. Fechei os olhos, puxando os fios de Edward em resposta ao estímulo que ele me proporcionava.

Seus lábios voltaram aos meus e eu aproveitei esse para nos rolar na cama. Ficando por cima, quebrei o contato dos nossos lábios, levando minhas mãos para o fecho do meu sutiã. Abri-o, jogando a peça longe. Edward olhou com deleite para a mais nova parte do meu corpo exposta e sentou-se comigo em seu colo, a fim de aproveitá-la. Arfei, agarrando-me aos seus cabelos e sentindo sua língua quente percorrer toda a extensão da minha área sensível.

— Merda, Bella! Você é tão boa. – murmurou totalmente perdido no momento em que estávamos.

— Eu quero você. Agora. – retruquei e para provar o meu ponto, friccionei minha intimidade na sua, sedenta por um contato mais direto.

— Porra!

Não conseguindo mais nos conter, tiramos as únicas peças que impediam que consumássemos a paixão compartilhada por nossos corpos. Como eu mantinha o meu controle de natalidade e não tínhamos nenhum tipo de doença, Edward tomou-me sem delongas, e nos dois gememos juntos ao sentir os nossos corpos conectados intimamente. Os movimentos dos quadris começaram de forma lenta e foram ganhando intensidade na busca desenfreada pelo prazer. As respirações tornaram-se ainda mais descompassadas com o passar dos minutos, e no momento que cheguei ao meu ápice, gemi alto. Edward veio segundos depois, arfando pesadamente.

Edward beijou meus lábios rapidamente antes de sair de cima de mim, tentando normatizar sua respiração. Eu estava com a mesma tarefa.

— Uau. – sussurrou depois de um tempo.

— Uau. – concordei.

Rimos suavemente e eu aconcheguei-me em Edward. Ele, por sua vez, passou o braço por minha cintura, acolhendo-me mais perto do seu corpo. Nossas peles estavam uma mistura de suor, água e calor. Parecia uma mistura bastante agradável naquele momento.

— Será que agora passou o seu frio? – zombei, lançando-lhe um olhar travesso.

Edward sorriu maliciosamente.

— Não sei. Acho que ainda estou com um pouco de frio. – tremeu o corpo em puro fingimento.

Semicerrei os olhos para ele, e sem que esperasse, montei em sua barriga. Edward olhou um pouco surpreso para mim e eu me inclinei sobre ele, aproximando minha boca de sua orelha.

— Preparado para eliminá-lo de vez, senhor Cullen? – falei com a minha melhor voz sensual, mordendo o lóbulo de sua orelha.

Edward rosnou, puxando meu rosto para o seu e beijando-me os lábios de forma sedenta, pronto para o segundo round.

***

Uma hora depois estávamos deixando o quarto com a roupa ainda molhada grudando em nossos corpos de forma incomoda. Pensando nisso, Edward e eu decidimos que estávamos indo para a casa dele, continuar a noite por lá.

— Olha só, Jazz. – começou Alice, assim que nos aproximamos de onde eles estavam – Parece que tinha gente se pegando por ai. – maliciou.

Jasper riu.

— Querida, não seja inconveniente. – disse, beijando a têmpora da esposa.

Revirei os olhos e Edward afundou o rosto em meu pescoço, rindo do comentário da irmã.

— Onde estão Rose e Emm? – perguntei, estranhando a ausência deles.

— Devem ter seguido o mesmo rumo de vocês. – Alice deu de ombros, bebendo algo transparente em um copo.

Franzi o cenho.

— Isso é bebida alcoólica? – apontei para o copo em suas mãos.

— Claro que não! Eu ainda amamento. – fez bico, tomando mais gole do líquido.

— É apenas a velha e boa água. – disse Jazz – Estão de partida?

— Sim. Essas roupas estão me agoniando. – respondeu Edward com uma leve careta em seu rosto.

— Digam a Jake que eu lhe deixei um beijo e que tivemos que ir logo para casa. – pedi para eles, que assentiram.

Alice sorriu maliciosamente.

— Isso mesmo. Vão para casa, caro irmão e cunhada. Vão para a casa que não tem ninguém e façam muito barulho. Muito mesmo. – aconselhou com um dedo apontado para nós.

Jasper olhou para ela, em uma mistura de diversão e descrença. Eu ri e Edward fez uma careta.

— Tem certeza que ela não bebeu? – indagou o Cullen, olhando estranhamente para a irmã.

— Alice nunca precisou de bebida para ser Alice, Edward. – zombei.

Alice me deu a língua.

— Sumam da minha frente. – resmungou com um sorriso no rosto.

Sem contestação, seguimos a ordem da baixinha, dispostos a fazer mais barulho aquela noite.


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Notas finais do capítulo

Ufa! Finalmente chegamos aqui embaixo :D.
A conversa com James, juntamente com o julgamento, veio para encerrar esse assunto de vez. A festa de Jake veio para quebrar o gelo e muita coisa bacana aconteceu. E entre essas coisas bacanas está a cena de sexo Beward!!
Ela meio que saiu sem querer, adorei o cenário de roupa molhada e boom, eu me vi tentada a ir mais além. Então, é a primeira vez que escrevo algo do tipo e eu não sei em que nível de qualidade ficou (eu particularmente gostei, já que prefiro algo menos explícito e com o mínimo de palavras ''feias'' possível), então espero que me contem sobre isso.
—_
Eu já tenho mais três capítulo prontos - sim, eu peguei o embalo da inspiração e saí escrevendo tudo - só faltando dá a revisada. E o que isso significa? Significa que não vai demorar para ter o próximo capítulo. Não vou dizer o dia específico, mas fiquem atentas ;). Com isso, faltam oficialmente quatro capítulos e o epílogo para o final dessa fic :(. Então, vamos lotar isso aqui de comentários e recomendações bem lindas? ♥.
—_
Beijo e até a próxima gente!



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