Jacob

Caminhava pelas ruas de Nova York, louco para entrar em um café para poder ligar para Bella. Aquela pequena criatura tinha adivinhado qual era a surpresa da minha irmã. Rebecca estava grávida de dois meses. Eu seria tio!

Cheguei à cafeteria, olhando através do vidro para espiar o movimento. Estava um pouco intenso, mas ainda assim que consegui avistar um casal. Eles sorriam e trocavam olhares carinhosos enquanto conversavam e degustavam da bebida quente em cima da mesa.

Meus olhos se arregalaram levemente, mas eu não estava verdadeiramente surpreso. Foi impossível não me lembrar da conversa com Alice e Rose de dias atrás.

Flashback – On

Alice dirigia o carro de forma muito concentrada, como se estivesse flutuando em um universo paralelo. Rose parecia alheia isso, conversando com os bebês no banco de trás do carro. Tínhamos acabado de sair da pizzaria, movidos de informações fresquinhas sobre Isabella Swan.

Eu fitava a baixinha com os olhos semicerrados, maquinando sobre o que se passava em sua cabeça. Provavelmente era sobre Bella e Edward. Alice não escondia sua vontade de ver a melhor amiga e o irmão juntos, mas tentava ser o mais sutil possível em suas colocações. Acho que ela estava tentando não se meter.

— Você apostaria que eles ficarão juntos, né? – perguntei para Alice, fazendo-a se assustar momentaneamente.

— Que? – perguntou, desviando o olhar da estrada para mim por dois segundos.

— Edward e Bella.

— Ah. – suspirou – Eu queria muito para ser sincera, mas meu irmão parece preso em marcha ré. Sério, é bem romântica a ideia das tulipas, mas não se pode ficar enviando tulipas com frases misteriosas sem um propósito, ou pior, identificação. Edward deveria ser um pouco mais rápido. – desabafou, soltando um bufo no final – Daqui a pouco o Adam crava os dentes em Bella e aí vai ser tarde demais.

— Seria bom se ele cravasse. – intrometeu-se Rose, mostrando que estava bem atenta na conversa que passava – Adam é um cara legal e gosta da Bella de coração. Não precisou ficar fazendo doce por isso.

Alice olhou para Rose pelo retrovisor. Ela parecia insatisfeita.

— Meu irmão não teve uma história de vida fácil, Rose. Eu entendo o medo e a hesitação dele, mas não concordo que ele tenha que prosperar com isso. Ele é apaixonado por Bella e ela também é por ele, o que não acontece com Adam. Ela só o vê como um amigo.

Rose sorriu maliciosamente.

— Amigos não se beijam na boca.

Alice revirou os olhos.

— Você vai ser TeamAdam que nem o seu namorado?

Rose sorriu mostrando as fileiras de dentes brancos.

— Eu sou TeamBella. Apesar de eu achar Edward meio babaca, Adam um cara legal e saber que Bella é louca pelo seu irmão, eu estou pela felicidade dela.

Dei uma tapinha no joelho de Rose, satisfeito com suas palavras. Alice revirou os olhos, mas sorriu. Ela também apreciava as palavras de Rose, afinal, todos nós queríamos a felicidade da nossa amiga.

— Acredito que, apesar do Adam ter tentado, Bella no fundo sabe qual é a intenção de Edward com as tulipas e espera que ele venha até ela. E quando ele fizer isso, ele a terá. – expus minha opinião.

— É o que eu acredito também. – concordou Alice.

— Vamos aguardar os próximos capítulos dessa história. – Rose sorriu conspiratoriamente.

E as cenas dos próximos capítulos foram como Alice e eu esperávamos: Fim de jogo para Adam. Edward e Bella estavam juntos.

Bella

Senti um casto beijo sendo deixado em meu ombro desnudo e sorri ainda com os olhos fechados. Eu estava me sentindo tão leve e tão em paz que tinha medo que isso se dissipasse assim que eu abrisse os meus olhos.

Outro beijo foi deixado, agora mais próximo do meu pescoço e uma risada curta escapuliu dos meus lábios. Edward pareceu ter gostado da brincadeira, pois logo seus lábios traçavam uma linha até chegar próximo aos meus lábios.  Não me contendo mais, e ainda com os olhos fechados, me virei para ele e ataquei seus lábios com ânsia, sentindo um sorriso se espalhar em sua boca.

Finalmente, abri meus olhos, sendo recebida por um caloroso olhar verde. Eu sorri debilmente.

— Pensei que você nunca fosse abri-los outra vez. – brincou, fazendo-me revirar os olhos.

— Eles ainda realizam uma função primordial na minha vida, você sabe. – debochei, ganhando um beijo em meu queixo.

— Sim. Eles precisam que eu os veja sempre. – piscou um olho e eu ri por sua falta de modéstia – Sinto que estou vivendo um sonho. – murmurou de repente, e eu cessei minha risada.

Olhei para Edward atentamente, ainda sendo recebida pelo calor dos olhos verdes.

— Eu também me sinto assim. – confessei, encostando meu nariz no seu e inspirando um pouco do seu perfume – Parece tão surreal, mas tão bom. Você tinha uma boa ideia sobre encontrar um lugar com cama, sim? – maliciei, fazendo Edward gargalhar.

— Assim você me faz parecer um louco pervertido, Swan.

— E você não é? – continuei a provocá-lo, deixando um beijo em seu queixo.

— Por você, talvez.

Soltei uma risada que logo foi abafada por um beijo. Hm... Que beijo. Acho que eu nunca me cansarei de beijar os lábios daquele homem. Parecia uma mistura perfeita de sonho e céu, se é que isso poderia existir.

Edward afastou os nossos lábios lentamente, colocando uma de suas mãos em minha bochecha e olhando atentamente para mim.

— Bella, eu nunca pensei que pudesse viver isso outra vez. Que eu pudesse me sentir tão... Vivo. E eu fico tão feliz por ser você a causar isso. Você é maravilhosa. – soprou e eu senti meu rosto esquentar – Eu amo cada detalhe em você, desde as suas meias coloridas até a forma que você me faz enlouquecer em meio aos lençóis. – eu soltei uma risada envergonhada, deitando minha cabeça na curvatura de seu pescoço – Eu quero que isso que estamos tendo dure por todos os anos de nossa vida, então temos que começar de algum ponto, sim? O que acha de ser a minha namorada?

Levantei minha cabeça instantaneamente, olhando um pouco abismada para o homem abaixo de mim. Edward ainda parecia com o mesmo calor de antes, apesar dos olhos estarem sérios e cheios de expectativas.

— Você tem certeza disso? – desconfiei, arqueando uma sobrancelha.

Ele revirou os olhos.

— Pensei que eu tivesse sido claro pelas últimas horas sobre as minhas intenções, Isabella. Se estiver esperando que eu dê para trás agora, pode desistir. Eu quero ficar com você e nada poderá mudar isso. – o tom sério de suas palavras acabou com qualquer tipo de dúvida que ainda existia em meu âmago.

Nocauteada, afastei-me dele, sentando-me em sua frente. Edward fez o mesmo, dando-me uma boa visão do seu peito desnudo. Eu já estava de volta com minhas roupas íntimas, então não me importei quando o lençol revelou o sutiã preto.

— Você aceita? – Edward questionou outra vez, angustiado com o meu silêncio.

Aos poucos, um sorriso preguiçoso espalhou-se por meus lábios e eu me joguei nos braços de Edward, abraçando-o de forma sufocante.

— Sim. Mil vezes sim. Porra! – exclamei, afastando-me dele o suficiente para que o mesmo respirasse – Isso realmente está acontecendo. Você é meu namorado. – Edward sorriu com a afirmação e eu levei minhas mãos a minha boca, lembrando-me de todas as implicações que vinham com esse novo posto – Porra! – exclamei de novo, pulando da cama.

Edward fitou-me sem compreender.

— Algum problema?

Passei a mão pelos cabelos, andando de um lado para o outro.

— Rose, Alice e Jake vão surtar com isso! Jess, sem comentários para a safadeza que vai sair da boca dela. E, Meu Deus, Emmett? Ele vai ficar louco. E as crianças? Será que elas irão gostar? – mordi o lábio, sentindo a apreensão me abater – E se elas acharem que eu, sei lá, esteja tomando você delas?

Edward revirou os olhos.

— Bella, as pessoas que mais queriam nos ver juntas eram os meus filhos. Você acha que a ideia das tulipas surgiu da onde? A ideia do chocolate quente? A boneca esquecida? – arqueou uma sobrancelha.

— Eles sempre tiveram esperança nisso, né? – perguntei, sendo abatida pela verdade daquela constatação.

— Desde que começamos a ter uma amizade. – assentiu e eu me sentei no sofá – Eles te amam, Bella. Você é como a mãe que eles nunca tiveram a oportunidade de ter.

Assenti, sentindo lágrimas brotarem em meus olhos. Eu amava tanto aquelas crianças e sentir que todo aquele amor era retribuído de forma tão intensa me deixava em prantos.

Senti braços me envolverem e eu me aconcheguei mais ao aperto de Edward. Eu estava um poço de sensibilidade.

— O que você acha de irmos contar a eles agora? – sussurrou para mim.

— Hm... Acho que podemos contar a eles, mas só a eles. – ratifiquei, ganhando um olhar confuso de Edward.

— Quer manter isso em segredo? – perguntou com um tom de insatisfação.

Suspirei, afastando-me o suficiente para que eu pudesse olhar em seus olhos.

— Eu preciso conversar com meu irmão antes de oficializar para todos. Digamos que ele não é seu maior fã no momento. – sorri de lado.

Edward deu um sorriso pesaroso, desviando o olhar para o chão.

— Ele sabe?

Assenti com a cabeça.

— Quando Adam falou sobre seus sentimentos por mim, eu tive que contar a verdade a ele. Tive que dizer que um idiota fodido tinha bagunçado as coisas comigo e eu não podia me aventurar de novo. – sorri de forma travessa para ele e Edward sorriu sem graça – E, bom, meu irmão era um grande torcedor para que Adam e eu ficássemos juntos, então ele queria saber o porquê de eu não ter dado uma chance ao seu amigo.

— Ele se declarou para você mesmo? – questionou e eu assenti – Porra.

— Pois é. Ainda bem que você foi mais esperto. – pisquei para ele, querendo amenizar o clima. Porém, algo ainda perturbava Edward – O que?

Ele hesitou.

— Você teria dado uma chance? Ao Adam?

Arregalei os olhos sendo pega de surpresa pela pergunta. Mas logo soltei um suspiro, arriando os ombros.

— Sinceramente? Não sei. Adam sempre foi um cara legal comigo, era divertido e uma boa companhia, mas eu tinha meu coração em outro lugar. Não tinha como me apaixonar por ele no momento. — dei de ombros.

Edward sorriu convencidamente.

Revirei os olhos.

— E Jacob?

Franzi o cenho.

— O que tem o Jake?

— Ele também não tem esperanças de ter algo com você?

Eu olhei chocada para Edward cerca de um segundo, até cair em uma gargalhada profunda. O negócio foi tão impactante que eu senti meus olhos lacrimejarem e coloquei minhas mãos sobre a minha barriga, sentindo-a começar a doer.

— Não vejo motivo de graça. – bufou emburrado.

— Ah. – respirei, tentando normatizar minha respiração – Como você é idiota, Edward. Jacob é praticamente meu segundo irmão, em que planeta você tirou que podíamos ficar juntos?

— Ele te chama de gata, gostosa e essas coisas, você queria que eu pensasse o que? Sem contar naquele selinho que ele te deu no dia do desfile. – apontou com um bico adorável em seu rosto.

Meu ex-chefinho tão adorável com aquela carinha de menininho emburrado.

— Isso é só o jeito Jacob de ser. E o selinho foi puro show. Ele nunca foi realmente uma paquera. – dei de ombros.

Edward lançou um olhar desconfiado para mim.

— Como assim ‘’realmente’’?

Ops!

Soltei uma risadinha sem graça, levantando-me do sofá. Edward ainda olhava desconfiado para mim.

— Isabella. – pediu.

— Ah, qual é. Nós somos ótimos amigos e é isso que importa, Edward. Deixa de neura. – revirei os olhos, catando minhas roupas espalhadas pelo cômodo.

— Bella. – choramingou.

— Que tal irmos tomar um café no Starbucks? Eu realmente estou com fome. – fiz bico, parando em sua frente.

Edward olhou-me de cima abaixo e sorriu maliciosamente, esquecendo-se de qualquer birra anterior – para o meu bem.

— Tenho uma ideia mais interessante... – sussurrou, enlaçando a minha cintura e puxando-me para si.

Eu sorri, começando a apreciar a ideia, entretanto o meu estômago escolheu justamente aquele momento para roncar.

— Acho que temos um vencedor. – cantarolei.

[...]

Edward e eu tínhamos pegado uma mesa próxima a grande janela de vidro do estabelecimento. Estávamos em uma bolha nossa, envoltos de beijos rápidos, café e brownie. O lugar estava quente e agradável, mesmo com a agitação que pairava por ali. Os habitantes dessa cidade não paravam nunca.

Meu celular tocou em minha bolsa, fazendo-me pular com susto. Eu não estava esperando ligação de ninguém. Quem poderia ser? Peguei o aparelho, vendo o nome de Jacob piscar na tela.

— A quem devo a honra da ligação? – atendi, deixando meu bom humor tomar conta.

— Estamos animados hoje, hein?— devolveu Jacob, fazendo-me rir.

— É natal! – exclamei entusiasmada.

— E você por acaso está com alguma espécie de presente?— maliciou e eu corei.

Edward arqueou uma sobrancelha para mim e eu sorri para ele, analisando a pergunta de Jacob. Talvez meu recente namoro fosse meu presente do papai Noel. Eu fui uma boa menina esse ano, nada mais justo.

— Presente? Ganhei alguns. E você? – devolvi, desviando de qualquer caminho malicioso que a pergunta de Jake poderia trazer.

— Também ganhei alguns. E um bastante curioso que me faz pensar que você é uma bruxa, Swan.

— Por quê?

— Minha irmã está grávida!

Gargalhei com vontade, lembrando-me da conversa que eu tinha tido com Jacob tempos atrás sobre a novidade de sua irmã para o natal.

— Isso é maravilhoso, Jake! Está vendo como é bom escutar os amigos de vez em quando? – mordi mais um pedaço do meu brownie, deliciando-me com o doce.

— Engraçadinha você, senhorita Swan. Mas isso não é problema. Estou feliz por ela. Vai ser legal ter uma criança na família.

— Criança sempre é uma alegria. – falei com carinho, lembrando-me das minhas crianças.

— Falando em crianças... Você está com os sobrinhos da Alice?— perguntou de forma inocente.

— Anh... Não.

— Não? Pensei que você fosse passar um tempo com eles.

— Ainda não fui.

— Está em casa? Estava pensando em dá uma passada por ai, conversar um pouco.

Arregalei os olhos, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha. Olhei para Edward outra vez, percebendo que ele estava bastante atento no diálogo que eu mantinha.

— Não estou em casa.

— Não? E onde diabos você está, Bella? — sua pergunta saiu com um tom estranho. Era como se ele estivesse se divertindo??

— Por aí... – respondi vagamente, ganhando um olhar questionador de Edward e uma risada sacana de Jacob.

— Por ai? O que você está aprontando, little B? Não está namorando por ai, sim?

— Não! – neguei rapidamente, espantada com a conclusão certeira de Jacob – Que ideia Jake. – sorri sem graça, sentindo o olhar de Edward se intensificar em cima de mim.

Desviei o olhar para fora, incomodada. Não que eu estivesse querendo esconder algo, só acho que a notícia do meu namoro deveria ser dada pessoalmente.

Jacob retribuiu minha pergunta com uma risada. Franzi o cenho. Que conversa estranha.

— Preciso ir agora, B. Ligue-me quando estiver livre.— falou.

Abri a boca para responder, mas Jacob tinha encerrado a ligação. Trouxe o celular para frente, olhando-o sem entender.

— O que foi? – perguntou Edward, deixando o seu copo de café de lado.

— Não faço à menor ideia. – disse sinceramente, guardando o celular de novo na minha bolsa.

— Que tal irmos até a mansão agora? Mamãe, Papai, Alfred e sua família foram para Forks hoje após o almoço, pois meu primo queria visitar a casa dos meus pais antes de voltar para Londres. Então tive que chamar Megan para ficar com as crianças e meus pais não sabiam que eu tinha planos de sair hoje. 

A fala de Edward fez com que eu recordasse da prima irritantemente bonita que eu tive o desprazer de conhecer no dia anterior e eu acabei por sorrir vitoriosamente ao saber que ela não estava mais na mansão.

— Então quer dizer que a Sofia não está mais na mansão? Interessante. – coloquei simplesmente, tomando o último gole de café.

Edward sorriu maliciosamente para mim.

— Está com ciúmes, senhorita Swan?

— Ciúmes? Não. – ri debochadamente, negando a minha fala.

O sorriso de Edward se expandiu ainda mais e ele pegou meu queixo com o seu dedo indicador, fazendo-me olhar em seus olhos. Eles estavam quentes. Oh, meu Deus.

— Você é única para mim, Bella. E não há nenhuma Sofia que mudará isso.

Esse homem ainda me mata um dia, escrevam o que eu estou falando!

[...]

As crianças estavam assistindo a algo na sala com quem eu supus ser Megan os fazendo companhia. Pareciam bem distraídos no que passava na tela, mas assim que eles escutaram a porta fechando-se atrás de Edward e eu, seus olhos correram para ver de quem se tratava. Primeiro eles olharam para nós dois, parados no hall, e logo seus olhos desceram para nossas mãos entrelaçadas.

— AAAAAAAAAAAAAAAH! – gritou Lily, pulando do seu lugar e se jogando nas nossas pernas. Os outros três se entreolharam antes de fazerem a mesma coisa – Eu sabia! Eu sabia!

Edward apenas olhou sorrindo para mim. Eu sorri para ele também, sentindo a alegria daquele momento querendo transbordar dos meus olhos.

— Vocês estão juntos mesmo? Tipo juntos para valer? – Melanie indagou, mirando seus olhos verdes e vibrantes para Edward e eu.

— Juntos como a casca e banana. – pisquei um olho para ela, fazendo-a rir.

— Você vai voltar a morar com a gente de novo? – perguntou Peter ansioso, fazendo com que os outros carregassem a mesma ansiedade no olhar.

— Vamos com calma, queridos. Os casais só passam a morar juntos depois de certo tempo.

Liam fez careta, desprendendo-se de nós assim como os outros três.

— Mas você num já molava aqui? – perguntou chateado.

Sorri, abaixando-me até ficar na sua altura.

— Querido, antes eu estava exercendo o papel de babá, agora eu vou ser a namorada e é assim que namoros funcionam, entende? – passei a mão pelos seus cabelos loirinhos, ganhando um sorrisinho em troca.

— Só se você vier semple aqui!

Ri, beijando-lhe a bochecha.

— Sempre que você precisar.

— Mas vocês vão se casar um dia, né? Olha que eu já planejei ser a daminha de honra e eu não vou ser pequena pra sempre não hein. – avisou Lily parecendo muito séria.

Edward e eu rimos com a urgência da garotinha.

— Um dia nos casaremos sim, amor. – prometeu Edward, abaixando-se para beijar o rosto da filha caçula.

Arquei uma sobrancelha para o meu namorado – e suposto futuro noivo.

— Vamos nos casar é? – cruzei os braços, dando uma de durona.

— Você vai dizer não a essas carinhas? – Edward dramatizou, apontando para si mesmo e para os filhos.

Não é que os pestinhas estavam fazendo cara de cão abandonado igual ao pai?

— Isso é chantagem. – retruquei reprimindo um sorriso.

Edward enlaçou minha cintura, dando-me um selinho rápido e ganhando um ‘’aw’’ vindo de Lily.

— Nojento! – os meninos retrucaram, colocando a língua para fora.

Revirei os olhos.

— Oh, quase que eu me esqueço. Megan. – chamou Edward.

E então eu me lembrei da presença da nova babá das crianças. Eu nunca tinha a visto pessoalmente, então era bom finalmente conhecê-la. Ela tinha cerca de quarenta anos de idade, fios loiros e olhos cor de mel que transmitiam simpatia. Ela tinha uma feição bondosa e pelo o que as crianças me contavam, condiziam com a pessoa que ela era.

— Essa é Bella Swan, minha namorada. – apresentou Edward com um sorriso idiota no rosto pela nova nomenclatura – E Bella, essa é Megan, a babá das crianças.

Troquei um aperto de mãos com ela.

— É bom finalmente te conhecer. As crianças falam muito sobre você. – comentou gentilmente.

— Elas falam sobre você também. Fico feliz que esteja cuidando bem delas.

Ela sorriu, passando a mão no cabelo de Liam.

— Eles são ótimos.

— Fico feliz por isso também. Nada de serem maus com a babá. – disse, olhando seriamente para cada rostinho infantil.

Minhas crianças deram sorrisinhos envergonhados. Menos Melanie, porque, bem, é Melanie.

— Cada maldade teve um motivo. Não consigo me arrepender por isso no momento. – empinou o nariz, ganhando um revirar de olhos do pai.

— Você um geniozinho do mal, Mel. Sei muito bem disso. – semicerrei os olhos para ela.

A garotinha ruiva sorriu convencidamente, trazendo à tona uma onda de risadas.

[...]

Depois de uma tarde regada a bagunça na cozinha – que teve que ser limpa por nós mesmo, já que os empregados da mansão estavam até o dia dois de janeiro de mini-férias para aproveitarem os festejos de fim de ano – beijos roubados e vários pedidos para ficar, eu voltei para casa. Precisava ver como Renné estava e saber notícias sobre Adam. Ele ainda era o meu amigo no fim das contas, e eu me preocupava com ele.

— Chegou a margarida do seu encontro misterioso. – falou Emmett, empanturrando-se com um pote de sorvete.

— E alguém aqui vai ficar obeso se não fechar a boca. – sorri ironicamente para ele, ganhando um rolar de olhos.

— Vai dizer agora para onde foi? – arqueou uma sobrancelha, colocando uma colher de sorvete na boca.

Parei no hall, sentindo a ânsia consumir-me por dentro. Aquela poderia ser a chance perfeita de sentar-me e conversar com Emmett sobre meu novo status de relacionamento, mas ao mesmo tempo uma inquietação em meu estômago fazia-me recuar.

Como eu poderia introduzir o assunto com Emmett?

— Você falou com o Adam? – mudei totalmente de assunto, querendo ganhar tempo para agir feito gente.

— Não. Quando eu fui lá, ele já tinha ido. – fez um muxoxo – Agora só quando ele voltar em janeiro.

Soltei um suspiro baixo, aliviada por Adam já ter ido. Não me entendam mal, mas Emmett saber sobre qualquer coisa entre Edward e eu antes que eu tivesse a chance de falar com ele poderia complicar as coisas.

— E onde estão Rose e mamãe?

— Rose ficou lá em Alice e mamãe está no quarto. Ela não parece muito bem. – suspirou, deixando o pote de sorvete de lado – Ela me contou sobre o divórcio. – sussurrou com uma pontada de raiva – Estou querendo muito ir a Londres arrancar a cabeça daquele infeliz.

Suspirei também, juntando-me ao meu irmão no sofá e roubando seu pote de sorvete. Emmett fez careta, mas não ousou roubar o pote de minhas mãos.

— Ele pediu o divórcio ao telefone e em pleno natal, Emm. Que tipo de gente faz isso? Estou tão triste por ela.

— Também estou triste. Mas mamãe tem a gente. Ela vai ficar bem. – disse otimista, pegando a colher de minha mão e tomando um pouco do sorvete.

— É o que eu espero. – suspirei, pegando de volta a colher.

Olhei para a televisão, a fim de ver o que Emmett assistia. Era um filme de comédia romântica, A Proposta, o que é bem atípico vindo de Emmett Swan amante incurável de filmes de ação. Antes que eu pudesse fazer qualquer comentário a respeito, meu celular vibrou em bolso, fazendo-me pular.

Era Alice. Atendi ao telefone e fui recepcionada com um grito.

— QUANDO VOCÊ IA ME CONTAR QUE ESTÁ COM MEU IRMÃO, ISABELLA?

Sujou!