Uma Babá Sem Noção escrita por Sáskya


Capítulo 37
Capítulo: 36 - O vermelho é a cor


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Sim, é capítulo novo de UBSN kkk. As ideias para esse capítulo fluíram com muita facilidade, por isso ele está aqui para vocês.
Boa Leitura!



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 Bella

25/11 – Aniversário da sua melhor amiga do mundo todo. Quero uma mensagem linda!

Sorrir ao ler o lembrete que Alice tinha deixado em meu celular na data do seu aniversário. Ela não tinha jeito mesmo. 

Balancei a cabeça, larguei o celular em cima da cama e rumei para o banheiro, a fim de tomar um banho. Quando você tem mais duas semanas em casa sem fazer absolutamente nada, as coisas ficam um pouco restritas. Eu até protestei para poder voltar a trabalhar, mas meu irmão fez questão de frisar bem o atestado médico.

Abri a porta do banhei no mesmo momento que a campainha foi tocada.

Parei, franzindo as sobrancelhas.

Eram duas horas da tarde de uma sexta feira, só estava eu em casa e não esperava ninguém. Renné tinha ido ao supermercado. Será que tinha esquecido as chaves?

Intrigada, caminhei com passos silenciosos – graças as meias listradas que usava – e espiei pelo olho mágico. Assim que meus olhos focalizaram em uma cabeleireira escura e um grande sorriso no rosto, revirei os olhos, sorrindo também.

Abri a porta, dando de cara com um homem de quase um metro e noventa, pele branca e olhos de um azul quase acinzentado.

— Eu sabia que você estava espiando pelo olho mágico. – soltou antes que eu dissesse alguma coisa.

Ri, abraçando-o pelos ombros. Ele também riu, passando os braços pela minha cintura.

— Adam, o vizinho mais insuportável do mundo! Faz uns dias que não te vejo. – comentei, soltando-o.

Adam era o novo vizinho, tinha chegado há apenas três semanas, mas logo fez uma amizade rápida comigo e com Emmett, porque o meu irmão, muito solicito, ajudou-o com algumas coisas da mudança.

— Eu estava na casa dos meus pais. Você sabe que eles ficaram meio loucos com a notícia. – revirou os olhos.

Eu apenas balancei a cabeça, dando espaço para ele entrar. Outro fato sobre Adam era que ele tinha abandonado a faculdade de direito na universidade de Washington, seu estado natal, e correu para NY, a fim de começar um novo curso e que era, coincidentemente, o mesmo que o meu: psicologia. Era bom saber que eu teria um conhecido em minha turma.

— Deve ter sido louco. – concordei, sentando-me no sofá de forma cautelosa e observando Adam tomar um lugar ao meu lado de forma mais agitada.

— Mas não vim falar sobre mim hoje. – olhou-me seriamente – Fiquei sabendo do que aconteceu com você. Como está?

Surpresa, eu fitei Adam com os olhos arregalados. Se foi como se eu não tivesse existido nesta história, como ele sabia?

— Como?

— Emmett. Encontramo-nos ontem quando ele chegou do trabalho e ele comentou um pouco por cima a história. Eu até entraria para bater um papo, mas estava cansado da viagem. – sorriu amarelo, e eu relaxei – Então, como você está?

Suspirei, remexendo-me desconfortável no sofá por conta do rápido flash de informações que meu cérebro proporcionou do final de semana passado.

— Estou bem, apesar de ter costelas machucadas e uma criança precisando de um psicólogo. – comentei com certo pesar, olhando para minhas mãos.

— Deve ser horrível passar por isso, principalmente quando se é uma criança. Eu só não entendi direito porque a sequestradora te enfiou no meio disso tudo. Quer dizer, Emmett disse-me que ela achava que você e o ex-noivo dela tinham algo, porque você era babá, certo? – assenti, ainda de cabeça baixa – Não parece justo.

— Por muitas vezes as coisas não são justas. – murmurei – Mas Tanya está morta e o capanga dela que sobreviveu vai a júri em janeiro, pelo menos foi o que o delegado contou-me após pegar o meu depoimento na segunda.

— A morte foi um pouco fácil demais. – ele fez uma careta, e eu concordei com ele com um maneio de cabeça.

— O bom é que ela sumiu definitivamente de nossas vidas. — balancei a cabeça, a fim de dispersar esse assunto – Então, agora eu quero falar sobre você. Como foi com os seus pais?

Adam fez uma cara de dor, acarretando risadas em nós dois, e começou a contar sua sofrida semana com os seus pais. Ele fazia muitas caretas cômicas, que divertiam a história fatídica dele. Era por isso que a amizade tinha fluído tão facilmente: Adam era um cara legal e era fácil rir ao seu lado, ser leve.

— Eu tenho outra coisa para te contar também. – falou, e eu percebi que ele ficou um pouco tímido – Emmett chamou-me para uma festa da amiga de vocês hoje. Alice, certo? – assenti com a cabeça, franzindo o cenho – Ele disse que queria que eu conhecesse os amigos de vocês, já que eu era novo na cidade. Perguntei se a Alice não acharia ruim, mas Emmett disse que ela era boa pessoa. Mesmo assim, ainda estou com um pé atrás. Não seria inconveniente?

Eu fiz um bico, apertando uma de suas bochechas.

— Alice vai adorar conhecer você. Não fique tímido. Você vai conosco. – afirmei decisiva. Emmett tinha razão em querer enturmar o Adam.

— Mas nem presente eu comprei...

— Se esse for o problema, posso te ajudar a escolher algo. Alice gosta de coisas vibrantes, porque ela é uma pessoa vibrante, elétrica, tagarela e grávida de gêmeos.

Adam arregalou os olhos.

— Gêmeos? Uau!

— A família dela tem uma tendência boa para ter gêmeos. Ela é tia de um casal também. – pisquei, deixando Adam ainda mais surpreso. Eu tive que rir de sua expressão.

— Louco.

— Mas as crianças são ótimas. Você vai amá-las. – disse com carinho, lembrando-me dos quatros.

Adam sorriu docemente para mim.

— Você os adora, né?

— Com todo o meu coração.

Ele assentiu, ainda sorrindo. Então, do nada, começou a fazer cutucar minha barriga, fazendo-me gargalhar sem querer.

— Para com isso! – pedi entre risadas.

— Arrume-se para comprarmos presente para sua amiga. Você deixou-me curioso! – exclamou com uma voz divertida, parando com sua sessão de crueldade.

— Dê-me trinta minutos. – pedi, pulando do sofá e correndo para o banheiro.

Edward

Olhava analiticamente para a diversidade de flores a minha frente. Vermelhas, amarelas, roxas, laranjas, brancas... Eu tinha visto em algum canto que a cor das flores tinha significados, mas agora eu não me recordava de nenhum. Ou será que era só para cores das rosas? Balancei a cabeça, ficando confuso naquele mar de flor. Como eu vim parar aqui mesmo? Ah, sim. Filhos.

Flashback – ON

Tinha acabado de pegar as crianças na escola, já que a nova babá – uma mulher em seus quarenta e cinco anos e casada — pediu para folgar hoje para poder ficar com a filha que teve bebê. Ela não trabalha em tempo integral como era antigamente, já que eu também tinha que cuidar dos meus filhos – e apesar de darem trabalho por vezes, eu amava fazer isso.

Os quatro cantavam alguma música pop que tocava na rádio, entre conversas e brigas bobas.

— TIVE UMA IDEIA! – berrou Lily, fazendo-me quase frear o carro de susto.

Olhei alarmado para ela.

— Querida, você não pode assustar o papai dessa forma quando ele está dirigindo. – disse-lhe com uma voz muito branda.

Ela fez um bico, com os olhinhos culpados. Eu quase me bati ao ver sua expressão. Eu estava me tornando um babão mesmo.

— Desculpa papai. É que a ideia é muito boa e eu precisa contar.

— Conte de forma calma, ok? – pedi, voltando meus olhos para estrada.

— O senhor estava dizendo que queria dá algo para Isa, não é? Porque ela tem sido uma pessoa muito legal...

Franzi o cenho.

— Disse. Mas o que tem a ver?

— Porque não dá flores? Isa gostava do jardim lá de casa.

— É verdade. – concordou Melanie, sentada ao meu lado – Você deveria dá um grande buquê de flores a Isa. Com um cartão bem bonito, falando um bocado de coisa legal.

Estranhando a fala da minha filha, olhei-a com um semblante confuso.

— Você falando essas coisas?

Ela revirou os olhos.

— Dá um crédito.

— É. Dá um clédito. – concordou Liam.

— Crédito. – corrigi-o sutilmente.

Clédito. – repetiu, fazendo suspirar baixo.

Acho que precisaríamos de tempo nesse caso.

— Eu não sei comprar flores. Muito menos escrever um cartão! Não tem algo mais simples? – pedi um pouco desesperado.

— Isa gosta de coisas simples. Eu acho que ela adoraria flores! – até Peter estava no complô das flores.

Suspirei, sentindo-me vencido.

— Ok. Quem vai comigo?

— Lily! – Mel, Liam e Peter falaram em uníssono.

Pelo espelho do retrovisor, vi minha filha mais nova abrir um grande sorriso.

— Vamos à operação ‘’Flores para Isa’’!

Flashback — OFF

— Tulipas. – disse Lily, chamando a minha atenção.

— Tulipas? – franzi o cenho.

— Sim, papai. Tulipas. Isa gosta de tulipas.

Arriei os ombros, olhando para minha filha mais nova com cara de sofrimento.

— Porque não me falou logo isso?

— O senhor não perguntou. – deu de ombros, fazendo-me passar a mão pela testa.

— Sabe a cor? – mordi o lábio.

Minha filha colocou um dedo na boca, parecendo pensar.

— Eu não sei, mas acho que o vermelho é bom. Tia Alice disse que o vermelho era a cor do amor e da paixão! – abriu os braços, sorrindo enormemente.

Meus olhos quase saltaram das órbitas com aquela declaração da minha filha, e senti meu rosto esquentar. Droga!

— Papai, o senhor está vermelhinho! – riu, pulando no mesmo lugar.

Se possível, fiquei mais vermelho ainda. Tentando conter o meu constrangimento pela fala inocente – mas reveladora – de Lilian, passei a mão pelos cabelos, respirando fundo.

— Querida, acho que é melhor amarelo. – sorri para ela.

Rapidamente, ela fechou a expressão, cruzando os braços.

— Vermelho. – deu seu voto final.

Sem alternativas, pedi que o vendedor separa-se um buquê de tulipas vermelhas para mim. Com o buquê de tulipas na mão e pegando na mãozinha de Lily com a que estava livre, saímos da loja para podermos pegar o carro e irmos para casa. Ela cantarolava uma música do Scooby-doo, fazendo-me sorrir amorosamente para ela.

Ao chegarmos à mansão, fomos assaltados por perguntas dos outros três, que antes assistiam à televisão na sala juntamente com Anne.

— E o cartão? – perguntou Melanie, olhando de mim para Lily com expectativa.

— Vamos fazer agora. – garantiu Lily, para o meu tormento.

Olhei assustado para os quatro rostinhos felizes demais dos meus filhos com a desgraça que estava por vim. O que eu escreveria para Bella?

[...]

Andava de um lado para o outro no salão do Rocky, local que seria realizado o aniversário de Alice. As crianças e eu tínhamos sido os primeiros a chegar e eles aproveitaram para correrem por aí, enquanto os últimos retoques eram feitos por Alice.

Observei minha irmã ajeitar um grande vaso de flores brancas com afeto. O lugar tinha bem uns sete no mesmo estilo, sem contar nos pequenos arranjos em cima das mesas de quatro lugares. Um blues tirava o silêncio do lugar, criando uma aura tranquila e relaxada. O karaokê estava pronto e o jantar só seria servido quando todos chegassem, entretanto, o meu cunhado já estava beliscando alguns petiscos que estavam em cima de uma grande mesa com um modesto bolo de aniversário no meio – Alice queria mais o simbolismo do bolo.

A festa só seria apenas para vinte pessoas. Alice decidiu fazer algo mais íntimo para os seus vinte e quatro anos, decepcionando as colunas de revista de falar sobre mais uma festa bombante de Alice Cullen-Hale.

— Quer parar de andar feito um louco? – Alice parou em minha frente, fazendo-me estancar. O seu vestido a deixava parecendo um bolo, mas era bonito.

Sorri amarelo.

— Desculpe. Estou ansioso.

Ela semicerrou os olhos.

— Isso envolve o buquê de tulipas que você trouxe? – colocou a mão na cintura robusta, sorrindo maliciosamente.

Engoli em seco, olhando para os lados sem saber o que responder.

— Talvez.

— Bella vai gostar.

Arregalei meus olhos para ela.

— Como você...

— Eu apenas sei, Edward. – sorriu conhecedora – E fico feliz que você esteja indo atrás. Você está, não está? – seus olhos se tornaram afiados.

Arriei os ombros, passando a mão pelo pescoço. Eu estava parecendo a porra de um adolescente de novo.

— Eu quero ir atrás, mas não sei o que fazer sem estragar tudo. O que faço? – perguntei desesperado, andando de um lado para o outro novamente – Eu a amo, Alice. – confessei, parando em sua frente outra vez.

A boca da minha irmã abriu-se em um perfeito o, mas seu choque logo deu lugar à euforia, fazendo-a pular em cima de mim.

— Ai meu Deus, estou tão feliz! Você finalmente admitiu que ama a Bella! – comemorou, quicando e levando-me junto por ainda está grudada em mim.

— Já não era tempo. – Jasper passou por nós, jogando seu comentário nada discreto.

— Jasper! – exclamei, soltando-me de Alice.

— O que? Estou mentindo por um acaso? – arqueou uma sobrancelha, não esperando resposta e tomando seu caminho para o andar de baixo.

Balancei a cabeça.

— Quando descobriu? – os olhos de Alice brilhavam e a sua boca estava com todos os seus dentes a mostra.

Dei um passo para trás, assustado com a animação perturbadora da minha irmã.

— Preciso responder?

— Deve! Isso é importantíssimo! – falou energicamente.

Dei outro passo para trás.

— Foi quando os capangas de Tanya tentaram me levar e eu olhei em seus olhos. – desviei o olhar para longe, recordando-me da sensação – Ela estava com medo por mim, Alice. Ela é boa demais para um cara como eu. – finalizei com a tristeza presente em minha voz, levando-me para o mesmo sentimento de ‘’não ser bom o suficiente’’ de sempre.

Uma tapa estalada foi dada em minha testa, fazendo-me sobressaltar.

— Au! Sua louca! – resmunguei, esfregando o lugar da agressão.

— Isso é para você parar com esse complexo de inferioridade, seu mané! E se continuar, vai levar mais, ta me ouvindo? – apontou um dedo ameaçadoramente para mim. Com medo, apenas assenti – Ótimo. Agora você vai dá as malditas tulipas para Bella, puxar papo e tentar de alguma forma reconquistar ela. Eu não aceito desculpas.

E com um olhar mortal, Alice saiu de perto de mim e foi recepcionar os primeiros convidados que chegaram. Cansado de ficar em pé, catei uma mesa para sentar-me e fiquei lá por um bom tempo. As pessoas iam chegando, cumprimentando uns aos outros – inclusive a mim – e nada de Bella aparecer.

Entediado, comecei a fazer com o dedo rabiscos aleatórios na toalha de mesa com desenhos abstratos. Uma gargalhada alta tirou-me daquele meu momento deprimente e eu levantei o olhar para ver de quem era.

E lá estava ela.

Vestida com uma blusa com estampa da Minnie sob um blazer branco, acompanhada de uma saia azul, meia-calça e saltos altos. Seus cabelos cor de mogno estavam soltos e adornados com uma touca branca. Ela sorria para o irmão que gargalhava, tentando se esquivar das tapas de Rosalie.

Eu quase sorri para cena, porém quando Rosalie deu um passo para trás, eu pude perceber uma quarta pessoa que estava ‘’escondida’’ ao lado de Bella. Um cara alto, cabelos pretos e com um sorriso amplo demais estava bem ali, com o braço de Bella enrolado ao seu.

Uma mistura de ciúme e desamparo invadiu-me, levando a pouca coragem que Alice me passara mais cedo. Quem era aquele cara?

Melanie

Merda!

Xinguei mentalmente, observando a cara de cachorro abandonado que meu pai fazia ao ver a Isa agarrada com um cara que eu não conhecia. Quem era aquele mané, afinal? Não poderia aparecer um cara agora e estragar tudo! O meu plano não pode dá errado.

— Quem será o moço bonito? – perguntou Lily.

Além de mim, ela foi a única que notou o cara que estava com Isa, o tio Emm e a tia Rose. Os meninos estavam perdidos em seu próprio jogo idiota de pega-pega.

— Eu não sei. Só sei que o papai tem que entregar as flores a Isa, e se for esperto tem que chamá-la para sair.

Lily olhou-me com a preocupação estampada na cara.

— E se não der certo?

— Vai dá certo, Lily. Papai e Isa vão ficar juntos e vamos fazer isso acontecer, lembra do plano? – ela assentiu com a cabeça – Então, vamos ter que fazê-lo acontecer. Fale com os meninos sobre o cara, pois logo estaremos carregando a Isa para cá.

— Agora?

— Não. – sorri travessa e voltei a olhar para onde a Isa estava – Espere o meu comando.

Bella

Alice recebeu Emmett, Rose e eu com um afetuoso abraço – mesmo depois de o meu irmão idiota comentar sobre a demora da namorada para se arrumar - e agradeceu energicamente as nossas mensagens de feliz aniversário mais cedo. Adam a observava com curiosidade, provavelmente questionando-se como ela conseguia falar tanto. Assim que os olhos de Alice caíram sobre ele, ela também ficou curiosa.

— Alice, este é Adam, nosso vizinho. – apresentei, entrelaçando o meu braço no dele – E Adam, esta bola de energia é a Alice.

— Prazer. – meu amigo falou com um sorriso simpático, estendendo a mão.

Minha amiga, por sua vez, o recebeu com um sorriso especulativo, aceitando o aperto de mãos.

— Prazer, Adam. Espero que se divirta esta noite. – e seus olhos correram para mim – E espero que esse ‘’bola’’ não tenha nada a ver com o meu peso, Isabella. – avisou com acidez em sua voz.

Eu rir, pegando minha pequena amiga em um abraço apertado.

— Claro que não, All.

— Onde está Renné? – indagou, olhando ao redor.

— Mamãe ficou presa ao telefone com Phill, por isso ela vai se atrasar um pouco. – explicou Emmett.

— A comida está uma delícia. – chegou Jasper comentando, e logo puxou Alice pela cintura.

Ela olhou de cara feia para ele.

— Mandei você parar de beliscar a comida! – brigou com ele, dando uma tapa em seu braço.

— Auw. – resmungou, afastando-se da sua esposa maligna.

— Agora seja gentil e cumprimente o pessoal. – ordenou, apontando para nós.

— Oi gente. – acenou, sorrindo afetuosamente.

Rosalie se jogou nos braços do irmão, abraçando-o apertadamente.

— Senti sua falta, maninho! Faz um tempinho que não nos vemos.

— Também senti sua falta, loira. Mamãe me ligou para conversar sobre o almoço de segunda. Ela e papai pareceram gostar muito de Renné. – comentou, desprendendo-se de sua irmã e olhando de mim para Emmett.

Meu irmão sorriu.

— Mamãe não é uma bruxa do mar. – percebi que meu irmão olhou-me de canto, fazendo-me revirar os olhos.

— Ninguém nunca disse que ela era. – alfinetei-o, arrancando risadinhas de Alice, Jazz e Rose.

Emmett balançou a cabeça para mim, sorrindo e preferindo não entrar no mérito da questão.

— E este rapaz, quem é? – perguntou Jasper, olhando com interesse para Adam.

— Este é Adam, nosso vizinho. – agora foi vez de Emm apresentar.

— Prazer, Adam. Sou Jasper, marido da Alice, cunhado do Emmett, amigo da Bella e irmão da Rosalie. – apresentou-se de forma detalhada, causando o riso em todos.

— Meu marido já deve está um pouco bêbado. – sorriu Alice, empurrando Jasper para o lado – Vamos entrando.

Alice pegou os nossos presentes, mandando Jasper ir guardá-los junto com os outros. Ela nos indicou uma mesa para que pudéssemos sentar e disse que chamaria as crianças para mim, ato que eu agradeci imensamente. Tive que arrastar Adam um pouco, já que ele parecia deslocado.

— Solte-se, homem. Quero ver você arrasando no karokê hoje. – brincou Emmett, cutucando o rapaz com o cotovelo.

O pobre moço arregalou os olhos, corando um pouco.

— Emmett! – ralhei com meu irmão, empurrando Adam para sentar-se ao meu lado – Não deixe o Adam constrangido.

Meu irmão apenas riu, enquanto Rose tentava disfarçar com a taça de água que estava a sua frente. Tinha taça para Emmett, Adam e eu também. Parece que fazia parte da decoração.

— ISA! – um coro de gritos foi ouvido, e logo se chocaram contra mim quatro corpos.

— Oh, queridos. – beijei o rosto de cada um, feliz por vê-los – Como estão?

— Estamos ótimos! – respondeu Lily, levantando os braços com entusiasmo. – E quem é o moço? – perguntou, olhando analiticamente para Adam.

— Este é o Adam, querida. Ele é vizinho e amigo do Emmett e eu. – expliquei, apontando para mim e para meu irmão – Adam, estes são Melanie, Peter, Lily e Liam. – apresentei-os, apontando para cada criança ao dizer seus respectivos nomes.

As crianças permaneceram em silêncio, olhando para Adam de forma nada discreta. Meu amigo pigarreou, sentindo-se acuado com os olhares.

— Ele é seu namolado? – indagou Liam com uma pontada de ciúmes na voz, semicerrando os olhos para o homem ao meu lado.

Meu rosto esquentou com a pergunta na discreta do garoto. Emmett acabou cuspindo a sua água, não conseguindo conter a risada. Rose também gargalhava ao seu lado.

Bandidos!

— Vocês estão vermelhos! – apontou meu irmão, zombando da nossa cara.

Percebi Adam remexer-se desconfortavelmente em seu assento, com o rosto corado, e eu voltei a olhar para Liam, tentando consertar aquela situação.

— Não, Liam. Ele é apenas o meu amigo.

— Ah, sim. – o menininho relaxou a postura, sorrindo – Você podelia vim com a gente? Tem uma pessoa quelendo falá com você.

Franzi as sobrancelhas, estranhando o pedido. Quem queria falar comigo?

— Quem?

Ele apenas mostrou os seus dentinhos em um sorriso – um dos debaixo estava faltando – e chamou-me com a mão. Os outros imitaram o seu gesto. Um pouco confusa, levantei-me da mesa, recebendo os olhares curiosos das três pessoas que a dividiam comigo.

Lily cantarolou alguma música enquanto puxava-me pela mão para uma parte mais ao fundo do salão. Quando nos aproximamos de uma das últimas mesas, eu pude avistar quem estava nela, sentado sozinho.

Edward mantinha a cabeça baixa, mas mesmo assim era possível ver as rugas de concentração em sua testa. Ele parecia muito concentrado em despedaçar a pétala de uma flor do arranjo ao seu lado. A única coisa que pude notar do seu traje, era que ele vestia uma camisa branca com um blazer azul marinho por cima.

— Papai, aqui está a Isa. – anunciou Peter, fazendo com que o cara ruivo levantasse a cabeça.

Poderia ser loucura minha, mas juro que tinha visto o verde dos seus olhos se derreterem ao me verem. Antes, eles pareciam tempestuosos.

— Bella. – sussurrou, sorrindo torto.

Contive um suspiro. Como ele ainda tinha a coragem de dá aquele maldito sorriso para mim?

— Edward. – devolvi o cumprimento.

— Anda papai. Mostra pra ela. – cutucou Peter.

Edward piscou os olhos rapidamente, como se estivesse despertando de um transe.

— Cla-claro. – gaguejou, atrapalhando-se um pouco ao abaixar para pegar algo debaixo da mesa.

Olhei com o cenho franzido para Edward. Desde quando Edward Cullen gaguejava? Ou se atrapalhava com algo? Será que ele estava com alguma doença? Oh, meu Deus! Será que era mal de Parkinson?

— Você está com mal de Parkinson? – as palavras pularam da minha boca antes que eu pudesse refreá-las.

Edward trouxe a cabeça para cima outra vez – batendo-a contra a mesa no processo – e tinha seus olhos verdes fitando-me com confusão.

— Oi?

Eu ri timidamente, percebendo a loucura que tinha dito.

— Desculpe. Foi apenas um pensamento louco. – olhei ao redor, querendo dissipar a vergonha que sentia.

Foi aí que notei que Jacob acabara de chegar. Ele falou com Alice – que estava recepcionando todos os convidados na entrada – e correu os olhos pelo salão, encontrando-me. Um sorriso abrir-se-ia em seu rosto, até ele notar quem estava em minha frente. Logo seus lábios se repuxaram para um meio ‘’o’’ e eu podia ver uma enorme interrogação em sua testa. Percebendo a repentina mudança de expressão do amigo, Alice olhou ao redor, descobrindo o mesmo que ele. Porém, a pequena mulher teve uma reação diferente. Seus lábios se repuxaram em um sorriso conhecedor.

— Bella? – a voz de Edward chamou-me de volta e meus olhos correram para o seu rosto.

Um ponto vermelho, logo abaixo de Edward, chamou-me a atenção. Voltei minha atenção um pouco mais para baixo, notando que ali tinha um buquê de tulipas vermelhas dentro de um jarro com água.

— São para você. É meio que uma forma de agradecimento por tudo que tem feito. Espero que goste. – sorriu hesitantemente, levantando-se do seu assento com o jarro em mãos e o estendendo para mim.

Surpresa, tanto pelas flores como pelo acerto das flores, eu peguei o jarro, sentindo o leve aroma das tulipas e sorrindo inevitavelmente no processo. Eu adorava tulipas.

— Eu adoro tulipas. – externei meu último pensamento.

— Um passarinho me contou. – e com isso, ele piscou para Lily, que fez um joinha de volta.

Eu sorri, trazendo as tulipas um pouco mais para baixo.

— Obrigada pelas tulipas. E não precisava agradecer nada, Edward. Sabe disso. – olhei para baixo, cutucando uma das flores com as pontas dos dedos.

— Mas eu quis, e você gosta das flores.

— Sim! E o vermelho é a cor do amor e da paixão, segundo a tia Alice. – Lily comentou inocentemente.

Meus olhos quase saíram das órbitas, e o meu rosto pegou fogo – ainda mais do que com a pergunta constrangedora de Liam. O caso aqui era mil vezes pior, pelo simples fato de existir sentimentos amorosos meus para com Edward. 

O que é que há com essas crianças hoje?

— Lily! – exclamou Edward, parecendo está envergonhado.

A garotinha riu, não achando nada demais. Os irmãos seguiram o seu exemplo. Oh, meu Deus! Era um complô?

— Éhr... Eu vou voltar para minha mesa. Até mais. – despedi-me, e praticamente corri dali.

[...]

Quando todos os convidados chegaram, os festejos começaram. Primeiramente, Alice abriu o palco para mensagens de aniversário – que começou com um vídeo dos pais dela, fazendo minha amiga debulhar-se em lágrimas logo de início. Após as mensagens – feitas por quase todos, inclusive por mim – o jantar foi servido e tenho que confessar que aquele salmão estava uma delícia!

O salão estava repleto de conversas, música e com uma Alice muito hospitaleira, conversando com todos. Conheci alguns amigos de Alice da época da universidade – e revi outros do casamento – e alguns aparentavam ser pessoas legais. Tinha também amigos do trabalho, alguns clientes, família e os melhores amigos – no caso Emm, Jake, Rose e eu.

— Agora vamos a melhor parte da noite: KARAOKÊ! – anunciou Alice com alegria, arrancando gritinhos de todos.

Digamos que noventa por cento dos convidados já estavam bêbados – Jasper também era um deles, pois pulava no palco junto com a esposa.

Renné – que chegou um pouco atrasada – ria da cena, assim como tantos outros.

— Meu irmão e bebida não é uma boa combinação. – murmurou Rosalie. Jasper começou a rebolar quando uma música sensual começou a tocar – Ai que vergonha!

Emmett e eu gargalhamos, observando o advogado quieto e maduro do dia a dia dá à louca.

— A bebida liberta algumas pessoas. – Adam comentou com um sorriso.

Ele estava em sua quarta taça de vinho da noite – sem contar as duas cervejas que ele bebeu.

— E você parece que vai querer cair da manguaça, hein Addy. – Emmett falou meio embolado, usando o apelido tosco que ele tinha dado a Adam.

— Tenho que fazer companhia a você, Emm. – apontou a taça para ele e ambos caíram na gargalhada.

Rosalie revirou os olhos para ambos.

— Idiotas. – murmurou.

A primeira pessoa a se candidatar para o karaokê era uma das amigas de Alice da época da universidade: Victoria Hills, uma mulher com cabelos cor de fogo e intensos olhos azuis. Ela era bonita. E estava um pouco bêbada.

— Essa é para você, Eddy! – falou ao microfone, acenando descaradamente para Edward.

Todos os olhares foram voltados para ele, que deu um sorrisinho constrangido. Hmmm, então o Cullen já achou uma nova vítima?

Sentindo-me uma idiota, olhei para o vaso de tulipas em cima da mesa com vontade de trucidá-lo – preferencialmente na cabeça de Edward Cullen. Eu tinha percebido que a mulher ruiva passara todo o jantar de conversinha com ele. Sim, eu estava olhando. Não me culpe.

Será que eles terão bebês ruivos? Droga, se sim, eles serão lindos! Disse uma voz irritante em minha cabeça.

Deixa de ser idiota, Isabella! Pare de pensar em Edward e em bebês do Edward! A consciência ordenou.

Isso fica um pouco ruim quando você ama quatro bebês do Edward! Contra-atacou a voz perturbada.

— Bella! – uma voz agitada tirou-me do meu estado de discussão interna.

Meus olhos se voltaram para Jacob. Ele estava parado em minha mesa, olhando-me com os olhos negros muito próximos. Assustei-me um pouco.

— Credo, Jake. O que foi?

— Eu quero falar com você. – e então sorriu, puxando-me da cadeira.

Sem falar mais nada, Jacob saiu me arrastando pelo salão no mesmo momento que o refrão de Like a Virgin tocava. A voz de taquara rachada da Victoria estremecia as terminações nervosas do meu cérebro, e eu agradeci em pensamento por Jacob está me tirando dali. Ela tentava ser sensual, mas parecia bêbada demais para aquilo.

Jake abriu as pesadas portas de madeira que dava para a varanda e empurrou-me para lá, enquanto as fechava outra vez.

— O que te deu?

Ele olhou-me descrente.

— O que me deu? Quem deveria está fazendo essa pergunta era eu, Bella! Como assim você está de conversinha com Edward Cullen? Por Deus, ganhou até um buquê de tulipas! – exclamou com exagero, esperando alguma explicação.

Semicerrei os olhos para ele.

— Primeiro: – levantei um dedo – Eu não estava de conversinha com ninguém. Edward apenas me chamou para entregar-me o buquê como uma forma de agradecimento por tudo que eu fiz, palavras dele. Só foi isso.

Jake cruzou os braços, agora me fitando de forma conspiratória.

— Só isso? Não se esqueça das merdas, Bella.

Suspirei, andando até as grades da varanda e apoiando-me sobre elas. Fiquei olhando a rua pouco movimentada abaixo de mim.

— Eu sei, tá legal. Não precisava ficar me lembrando. – respondi com amargura, sentindo meu coração pesar com a velha dor.

Jacob passou um braço sobre meus ombros, trazendo-me para junto de si.

— Desculpe, B, mas só quero o seu bem, ok? – assenti, ainda sem tirar os olhos da rua — Agora, pode me contar sobre o Adam também? Uau, aquele cara parece afim de você. – comentou com malicia, fazendo-me olhar para cima com o cenho franzido.

— Afim de mim? Está bêbado, Black? – empurrei-o com a cintura, sorrindo de lado.

— Quem deve está bêbada é você que não notou. – mexeu as sobrancelhas sugestivamente – Ele parece ser um bom rapaz.

— Oh, não comece. – afastei-me dele – Adam e eu somos apenas bons amigos.

— Isso porque você quer. – deu de ombros, colocando as mãos no bolso.

Balancei a cabeça, achando estúpida aquela ideia de Jake.

— Você sabe mais do que ninguém que eu não gosto do Adam dessa forma. – disse, referindo-me ao meu amor platônico e idiota.

Jake sorriu de lado.

— Mas poderia. – e com essa, ele se foi, deixando-me sozinha na varanda.

Edward

— Você gostou Eddzinho? Gostou da minha apresentação? Foi tooooooooodinha para você! – matracou Victoria, jogando seu bafo de bebida alcoólica em meu rosto e caindo por cima de mim.

Incomodado com aquele contato todo, afastei-a de mim delicadamente, ansiando que ela se distraísse com outra coisa. Digamos que Victoria tinha passado quase toda a noite importunando-me com várias palavras de duplo sentido. E o pior de tudo que aquela não era a primeira vez que ela fazia aquilo, pois sua ‘’tara’’ por mim vinha desde que ela me viu no casamento da minha irmã. Lembro-me que Tanya ficou uma fera na época.

— Você foi ótima, Victoria. – sorri amarelo, esperando que com aquele elogio ela fosse embora.

O efeito foi o contrário. Ela deu um gritinho, sentando literalmente em meu colo e beijando o meu rosto. Aposto que vou ficar todo manchado de batom vermelho!

Quando ia retirá-la – mas uma vez – do meu colo, percebi que Bella voltava para o salão, para o meu alívio. Confesso que tinha ficado incomodado quando vi o Black carregando-a para fora. Como se não me bastasse aquele novato lá – que descobri se chamar Adam – ainda teria que aturar Jacob Black.

Os olhos da mulher que eu amava capturaram aquela cena, fazendo o seu rosto se retorcer em uma careta. Entretanto, ela logo desviou o olhar, acelerando o passo para a sua mesa.

Frustrado, retirei Victoria do meu colo, notando quatro olhares chateados em cima de mim. Eu não era o único incomodado com a companhia indesejável. Meus filhos pareciam aborrecidos também.

Victoria alisava o meu braço quando Alice chegou. Ela carregava um grande sorriso no rosto, mas seus olhos gritavam ‘’que porra é essa Edward?’’. Em nossa conversa muda, apelei com os olhos para que ela tirasse sua amiga louca de perto de mim.

— Oi Vicky! Você poderia vim aqui por um minuto? Tenho uma peça linda para te mostrar. – disse animadamente.

Victoria a olhou, não muito animada.

— Depois você mostra, Licinha. – sorriu debilmente para mim.

— É lingerie. — cantarolou minha irmã.

Como se aquelas fossem palavras mágicas, Victoria pulou do seu assento, seguindo minha irmã para longe.

— Ufa!  — soltei com alívio.

— Que oferecida. – Mel comentou, torcendo o nariz.

— Ela tem um cheiro enjoativo. – Peter franziu o nariz.

— Vamos deixar a moça para lá sim? – sorri, tentando mudar o assunto – Ninguém quer ir tentar o karokê?

Funcionou. Os quatro se animaram, falando um por cima do outro sobre as músicas que queriam cantar. Levei os quatro até onde o karaokê estava sendo realizado, quando Bella foi empurrada para o espaço pela minha irmã e Rosalie. Ela tinha um olhar assustado e um microfone em mãos.

— VOCÊ CONSEGUE FORMIGA! – gritou Emmett, sacudindo o punho em apoio.

— ISSO AÍ FORMIGA! – apoiou o Black, gargalhando no final.

Emmett pareceu não gostar das palavras dele.

— Quem só a chama de formiga sou eu, Black. Cai fora. – deu um empurrão em Jacob, que apenas continuou a rir.

Sorri internamente pelo fora. Sim, Emmett!

— ENTÃO VAI NESSA, GATA SELVAGEM! – voltou a gritar, batendo palmas.

Semicerrei os olhos para ele. Quem esse otário pensava que era para chamar Bella de ‘’gata selvagem’’?

Minha doce garota – que romântico— olhou envergonhada para o Black, fazendo-o rir outra vez. Qual era a desse cara? Tinha engolido uma hiena?

— Você é muito idiota, Jake. E para de bufar, Adam, pelo amor. – resmungou Rosalie.

Meus olhos voaram para o tal do Adam, percebendo que ele também não estava muito confortável com o elogio de Jacob. Oh, meu Deus. Mais um para o team Bella.

— Calem a boca para Bella cantar. – pediu Alice com um olhar raivoso sobre a mesa em que eles estavam sentados. – E agora Bella vai cantar... – colocou no aleatório – Hot Stuff* da Donna Summer.

O pessoal gritou, apoiando a canção. Meus filhos se juntaram loucos para ver sua ex-babá soltar a voz. Arregalei os olhos levemente, um pouco surpreso com a escolha. Decidi ficar por ali e apreciar o show, afinal, o nome da música era bem sugestivo.

As primeiras batidas da música acompanhadas do som de uma guitarra preencheram o salão. Um pouco tímida, Bella remexeu um pouco o corpo, esperando que a letra começasse a subir na tela.

Sittin' here eatin' my heart out waitin'

Waitin' for some lover to call

Dialed about a thousand numbers lately

Almost rang the phone off the wall

Ela começou com a voz baixa, e para minha segunda surpresa, tinha certa afinação. Quando o refrão jogou, ela deixou a timidez de lado e jogou-se na música, arrancando aplausos e assobios de incentivo dos outros convidados.

Lookin' for some hot stuff baby this evenin'

I need some hot stuff baby tonight

I want some hot stuff baby this evenin'

Gotta have some hot stuff

Gotta have some lovin' tonight

I need hot stuff

I want some hot stuff

I need some hot stuff

Jogou o cabelo para um lado e para o outro, passando a mão por todo o seu corpo. Eu sentia minha boca se abrir aos poucos, embriagado com aquela visão eloquentemente sexy.

De repente, ela se virou para a mesa onde estava sentada, olhando para um ponto específico antes de cantar a outra parte. Estranhamente, ela prendia uma risada.

Lookin' for a lover who needs another

Don't want another night on my own

Wanna share my love with a warm blooded lover

Wanna bring a wild man back home

Quando o tal Adam levantou-se da mesa para lhe olhar mais de perto, foi que eu notei que ela estava cantando para ele. Senti minhas mãos se fecharem em punhos, o ciúme entrando em cada célula do meu corpo. Não posso negar que tinha um pouco de inveja também. Poderia ser eu. Exclusivamente eu. Mas eu era um burro. Merda de vida.

— Não gosto desse cara. – resmungou Melanie, baixinho, mas eu escutei.

Um sorriso idiota se apoderou do meu rosto. Essa era minha garota.

O refrão começou outra vez e ela foi até o chão e subiu rapidamente, rindo enquanto olhava para o tal Adam – que precisava urgentemente de um balde para a maldita baba.

Lookin' for some hot stuff baby this evenin'

I need some hot stuff baby tonight

I want some hot stuff baby this evenin'

Gotta have some hot stuff

Gotta have some lovin' tonight

I need hot stuff

I want some hot stuff

I need some hot stuff

 Cansado de assistir o showzinho particular que Bella parecia está dando para aquele cara – ou fazendo com ele, já que agora ambos estavam um de frente para o outro fazendo uma dancinha esquisita –, tomei meu caminho para varanda.

— Para onde o senhor vai? – questionou-me Lily.

— Para varanda. Chame-me na hora dos parabéns. – murmurei, não dando espaço para mais perguntas.

Ainda bem que faltava apenas o estouro de um champanhe e o bolo, pois eu já estava ficando cheio daquela festa.

Procurando por alguém quente esta noite? Humpff!

*link da música com letra e tradução nas notinhas.


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Notas finais do capítulo

*https://www.letras.mus.br/donna-summer/39084/
—__________
Na minha outra postagem tinha o Adam e nessa, boom, ele apareceu também :D. Eu não vou comentar nada a respeito dele, vou deixar apenas que ele se desenrole na fanfic.
Nesse capítulo tivemos um pouco de Beward - e ciúmes. Tivemos também um Edward bem bobo, e ele vai agir um pouco assim com relação a Bella. Ele está temeroso e por mais que queira Bella, o sentimento de inferioridade pode arrastá-lo um pouco para trás. As crianças têm um plano para juntá-los, mas não vão ser os únicos a entrar nessa ''missão''. (soltei mais algumas coisinha concretas, pois vi que teve gente que gostou *-*). Ah, outra coisinha: Victoria não é algo para se preocupar.
—__________
P.S: Deem uma passadinha na minha One-Shot Rosalie/Emmett (ela ficou um amor!): https://fanfiction.com.br/historia/688570/Young_and_Beautiful/
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Por hoje é só, babies. Se eu conseguir encaixar as coisas direitinho, eu volto o mais rápido que der. Super beijo e até a próxima!
DEIXEM REWIENS E RECOMENDAÇÕES :D :D. ♥.



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