Uma Babá Sem Noção escrita por Sáskya


Capítulo 34
Capítulo: 33 - Sufoco


Notas iniciais do capítulo

Oi amores! Estou trazendo mais um capítulo de UBSN, para acabar com a curiosidade de vocês.
Meu muitíssimo obrigada a linda da Bruh Cullen, que recomendou a história. Slay! Estou esperando aqueles que não recomendaram ainda, viu? kk.
Boa Leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/526085/chapter/34

Bella

Meu coração palpitou mais forte assim que Edward estacionou o volvo a poucos metros de uma casa revestida com pedras escuras e cercada por matos que, provavelmente, batiam em minha canela. O teto da casa parecia ser feito de palha, o que me fez franzir o cenho. Não era bem uma casa, era uma cabana.

— Você está pronta? – perguntou Edward, os olhos fixos na paisagem a sua frente.

Não respondi. Apenas abri a porta e saí do carro. Os meus pés tocaram no chão cheio de pedrinhas e eu fechei os olhos, puxando uma respiração profunda. O local era bem afastado da agitação de Nova York e possuía um silêncio quase enlouquecedor. Olhei para os lados, sentindo uma sensação ruim me dominar.

Distraí-me dos meus pensamentos quando senti que Edward parou ao meu lado. Fitei-o determinada. Ele sorriu encorajador, mostrando-me a maleta em suas mãos.

— Vamos. – sussurrei.

Lado a lado, caminhamos pelo médio caminho de pedras até a cabana. Antes que pudéssemos entrar no ambiente, percebi uma sombra preta aparecer do mato, saltando para cima de Edward com alguma coisa na mão.

Abri a boca para gritar, entretanto, algo a tampou, enviando-me segundos depois para a escuridão. A última coisa que vi foi Edward desacordado nos braços da sombra.

[...]

Abri os meus olhos lentamente, piscando-os para tentar obter algum foco. As coisas pareciam girar ao meu redor e... Ei! O que isso em minha boca? E agarrado em meus braços e pernas? Onde eu estava?

Alarmada, arregalei os olhos, fitando ao redor. O lugar estava escuro, somente alguns buracos que tinham no teto deixavam um pouco da luz do sol entrar. Voltei meus olhos para baixo, percebendo que minhas mãos estavam atadas nas costas e as minhas pernas presas nas da cadeira. Minha boca devidamente amordaçada.

Oh, céus! Nós caímos em uma armadilha.

Tentei mover-me em meu lugar, mas os laços pareciam apertados. Em minha inquietude, acabei esbarrando a minha mão na de alguém. Ansiosa, olhei para trás o máximo que pude, percebendo uma cabeleira ruiva de relance.

Edward?

Continuei a me mover na cadeira, grunhindo coisas para poder chamar-lhe a atenção. Ele estava acordado? Estava bem? Onde estava Melanie? 

Um gemido baixo fez com eu parasse no lugar, na tentativa de escutá-lo mais atentamente. Edward estava acordando.

Edward.— tentei dizer com a boca presa.

Ele grunhiu alguma coisa de volta. Eu estava prestes a entrar em colapso. Que merda estava acontecendo? Não é só entregar a porcaria do dinheiro e devolver Melanie? O que esta vadia estava planejando?

— Oh, vejo que meu querido noivo e sua vadia já estão devidamente acordados. – a voz de Tanya falou de algum lugar do escuro.

Rosnei. Ela riu.

— Uma verdadeira bitch.

Debati-me na cadeira, querendo socar aquela piranha na cara. Eu não estava com a mínima paciência agora. Parece que toda letargia tinha se transformado em pura e efervescente raiva.

E então, uma luz fraca acendeu ao redor e Tanya apareceu, revelando seu sorriso sádico. Um fato que chamou a minha atenção foi ela está vestida estranhamente de branco.

— James, retire a mordaça deles. Gostaria de bater um papo. – ordenou para o escuro.

Uma sombra masculina surgiu por trás dela, muito parecida com a que dopou Edward. Agora que ele estava sem o capuz, pude perceber seu cabelo loiro amarrado em um rabo de cavalo.

Em dois minutos nossas bocas estavam livres.

— Sua insana desgraçada! Onde está a minha filha? Que porra de brincadeira é essa? – ladrou Edward, movendo-se em sua cadeira e, consequentemente, balançando a minha. Estávamos com as costas das cadeiras muito coladas uma na outra.

— Controle sua boca, querido noivo. Já lhe falei quem é que dá as cartas por aqui. – sussurrou com a voz de seda, caminhando ao nosso redor.

— Onde está a Melanie? – grunhi, querendo pegar minha garota e correr para longe dessa louca.

Ele sorriu sarcasticamente, parando em frente a mim.

— Dando uma voltinha por aí. Daqui a pouco ela aparece. – piscou – Mas, vamos aos requerimentos.

— Que requerimentos? Você só pediu a merda do dinheiro, sem polícia e Bella e eu. O que mais você quer? – cuspiu Edward.

Ela soltou uma risada alta, beirando a insanidade. Um arrepio percorreu a minha espinha. A sensação de que nada de bom aconteceria ainda estava lá.

— Bom. Vamos começar com um jogo de observação. – disse, circulando ao redor de nós outra vez. – Qual é a cor que eu visto?

— Que tipo de pergunta é esta? – Edward soltou, com a voz evidenciando sua falta de compreensão.

— Responda. – mandou com a voz agressiva, tornando os olhos azuis verdadeiras pedras de gelo.

— Branco. Mas o que isso tem a ver?

— Qual era a cor que eu deveria ter usada há um mês?

Eu franzi o cenho, tentando perceber onde ela queria chegar com a coincidência de cores. Ela estava falando sobre o casamento? Se fosse... Congelei em meu lugar, ligando os pontos.

Tanya vestia branco.

Tanya queria ter vestido branco há um mês.

Tanya queria um casamento. Um casamento com Edward.

E, ao que parece, ela ainda estava determinada a ter.

— Dá para parar com este jogo estúpido? Eu não sei aonde quer chegar! – Edward estava impaciente.

— Casamento. – sussurrei perdida em meus próprios pensamentos.

— O que? – interpelou o ruivo para mim.

— Parece que Tanya deixou algo de fora da nossa pequena conversa, Edward. Ao que parece, ela quer casar com você. – respondi monotonamente.

Tanya bateu palmas, sorrindo amplamente.

— Bela observação, babá. E – levantou um dedo – eu não quero casar. Eu vou casar.

— Eu não vou casar com você! Desista dessa paranoia maluca, pelo amor. SUPERE! – estressou-se Edward, agitando-se ainda mais em seu lugar.

Um barulho de tapa foi escutado. Um segundo de silêncio se fez. Ao que parece, Edward tinha levado uma tapa na cara.

— Você. Não. Fez. Isso. – rosnou entredentes.

— Ah, eu fiz sim. – replicou com a voz cortante – E toda vez que você levantar sua voz para mim, eu farei isso. Não me leve a mal, eu te amo, mas vamos ter um pouco de consideração aqui.

Edward bufou alto e inconformado. Eu não consegui ter muita pena dele. Na verdade, gostaria de ser a autora da tapa.

— Agora, escutem a minha proposta irrecusável. – enfatizou bem a palavra – Como sabem, eu tenho uma boa grana para manter-me por dias lindos e saudáveis, então, esses três milhões eu só pedi para os meus garotos. – apontou para o loiro próximo a si e uma segunda pessoa que emergiu da escuridão. Era um homem forte e de intensos cabelos negros – Quanto ao resgate... Bom, foi só uma forma de atraí-los para cá. Melanie não sairá viva... – pausou, vindo para minha frente e deixando seu rosto bem próximo ao meu. – Nem você. Assim que eu me mandar com Edward, essa cabana pegará fogo com você e ela dentro. – sorriu psicoticamente.

Com o ódio borbulhando por cada centímetro do meu corpo, aproveitei a proximidade da sua cabeça e bati nela com a minha. Doeu como o inferno, porém eu consegui bater naquela cadela de alguma forma.

Ela cambaleou para trás, colocando a mão na testa com um gemido e um olhar em chamas para mim. Agora foi a minha vez de sorrir como uma louca.

— Você bateu nela? Poxa! Adoraria ter visto. – comentou Edward.

— SUA MISERÁVEL! – berrou, batendo em meu rosto. – EU VOU ACABAR COM VOCÊ! EU VOU BATER EM VOCÊ E DEPOIS INCENDIAR SEU CORPO. – outra tapa. – VOU QUEIMAR AQUELA INÚTIL TAMBÉM E FAZER OS OUTROS TRÊS FICAREM ÓRFÃOS! ELES VÃO SOFRER PELO RESTO DA VIDA! NUNCA MAIS VERÃO EDWARD E NEM VOCÊ. – outra tapa, mas forte e que tirou sangue da minha boca. Os olhos azuis de Tanya estavam completamente ensandecidos e grudados em mim.

Eu não demonstre fraqueza em nenhum instante, não daria aquele prazer a Denali. Apenas cuspi o conteúdo indesejável da minha boca.

— PARE DE ENCOSTAR SUAS MÃOS EM BELLA, SUA DESVAIRADA! – Edward berrou.

Eu quase sorri para isso.

— DEFENDA! DEFENDA A SUA AMANTEZINHA! APOSTO QUE VOCÊS FICAVAM RINDO NAS MINHAS COSTAS, NÃO É? CHAMANDO-ME DE OTÁRIA ENQUANTO FODIAM NA PORRA DA SUA CAMA! EU SEI DE TUDO, TUDO. – gritou, saindo totalmente forma de si.

— ELA NUNCA FOI MINHA AMANTE! ISSO É TUDO COISA DA SUA MENTE PERTURBADA!

— EU NÃO SOU LOUCAAAAA!

Ela passou a mão sobre alguma coisa e o barulho de coisas se quebrando no chão rebobinou por todo cômodo. Ela continuou gritando que não era louca, até o loiro correr até ela, tentando acalmá-la.

Confesso que assustei-me com o seu surto. Aquela mulher era realmente insana.

— Desculpa por tudo isso, Bella. Eu só queria que as coisas fossem diferentes. – murmurou Edward, com a voz embargada.

Eu fechei os olhos com força, tentando impedir que lágrimas saíssem dos meus olhos. Pela primeira vez, eu estava com medo. Estava temendo não só a vida das pessoas que eu amava, mas a minha própria vida também.

— Vai dá tudo certo. – murmurou outra vez por conta da ausência de resposta – Vamos conseguir sair daqui de algum jeito.

— Estou com medo. – confessei, abaixando a cabeça.

Senti suas mãos roçarem nas minhas e nossos dedos se conectaram. Sentir a pele de Edward na minha, enviou-me ondas de força. Eu tinha que enfrentar aquilo de cabeça erguida.

— Vamos esperar que eles tragam Mel. – olhei para os lados, notando que agora os dois estavam com Tanya e longe o suficiente para não escutar meus múrmuros – Depois, aproveitaremos algum momento de descuido, os apunhalamos e fugimos.

Edward apertou meus dedos com mais força, concordando com a minha ideia.

— Vamos acabar logo com este show.

A voz de Tanya, controlada outra vez, fez com que saltássemos em nosso lugar. Ela sorriu, apreciando.

— Félix foi pegar a pequena princesa. – ciciou, dando a volta por mim e indo para perto de Edward – Não fique triste, querido. Nós vamos ter lindos bebês ruivos ainda em nossa perfeita vida nas ilhas Filipinas.

Edward rosnou. Tanya pareceu ignorar.

— Se você não me soltar, eu vou chutar sua canela! – a voz irritada de Melanie fez o meu coração dá um salto.

Meus olhos atentaram para a escuridão, onde apareceu uma pequena garota de roupas sujas e cabelos despenteados. Notei que a sua pele tinha arranhões e alguns hematomas roxos.

Tanya tinha maltratado Melanie.

Ela fodidamente maltratou a minha garota.

— Eu fiz um belo trabalho, sim? – Tanya anunciou orgulhosamente, mostrando-me o rosto inchado de Melanie.

Aí eu não consegui me conter mais.

— Você teve a AUDÁCIA de encostar-se a ela, sua cadela imunda? EU VOU QUEBRAR A MERDA DA SUA CARA. – rugi fora de mim.

— Ela fez O QUE? – Edward indagou, tentando virar a cadeira de alguma forma para ver sua filha.

Eu não respondi. Apenas usei a força do meu ódio para tentar soltar as minhas mãos e enfiá-las no pescoço daquela vagabunda miserável. Com a força divina, consegui livrar minhas mãos, e antes que eu pudesse desatar meus pés, os capangas me impediram.

— Não. – Tanya falou, deixando-os confuso. – Terminem de soltá-la e a segurem bem. Chegou a hora dessa cadela aprender uma lição.

Os dois capangas seguraram-me bem, enquanto Tanya se colocava em minha frente, o mesmo sorriso sádico nos lábios.

— Isso é pela cabeçada. – deu um murro em minha boca e mais sangue foi cuspido — Isso por você ter tentando roubar meu noivo. – outro murro, agora na boca do estômago. Cuspi o sangue em seu rosto. Ela não se abalou, apenas continuou a sorrir — E isso – continuou, fazendo um sinal para os capangas. Eles se afastaram um pouco, segurando-me apenas pelos braços – É pelo simples fato de você respirar. – e então veio a pancada final e quase fatal: um chute em minhas costelas, fazendo-me ofegar.

Maldita vadia para ter força!

Os capangas jogaram-me no chão, vendo que eu não tinha um pingo de força para tentar escapar. Com lágrimas nos olhos, percebi Melanie se arrastar até mim e enroscar-se contra o meu corpo dolorido.

— Eu a odeio tanto, Isa. Tanto. – falou contra mim, suas lágrimas tomando conta de sua voz. – Eu só queria ir embora.

— Nós vamos. Mantenha a calma.

— O que você fez com a Bella? Que barulhos foram esses? Tire-me desta cadeira estúpida! – esbravejou Edward, que ficou de costas para toda a ação – Vamos parar com essa palhaçada, Tanya. Esqueça-me e vá cuidar da sua vida. Você tem um filho, porra! Pense nele!

— O Ethan ficará muito bem com o meu ex-imprestável-marido, querido. E quanto ao que você chama de ‘’palhaçada’’, ela chegou ao fim. – estalou os dedos – Vou levá-lo para o carro com Demetri. Fique para concluir o serviço. – avisou para o loiro.

Demetri desamarrou Edward, que tentou arduamente soltar-se dos seus braços. Ele era forte demais para a força débil de Edward.

Tanya praticamente dançou para frente do ruivo, tomou seu rosto em suas mãos e beijou-lhe os lábios. Um grunhido foi dado. Tanya riu e, ainda com as mãos no rosto de Edward, o virou para que ele pudesse ver a mim e a Melanie.

— Olhe a minha obra de arte. Daria um belo quadro. – cantou para ele com a voz enjoativamente doce.

Os olhos de Edward se arregalaram em pavor e mais uma vez ele tentou se soltar do capanga.

— Você é insana, INSANA! Eu odeio tanto você agora, TANTO! Se eu pudesse voltar no tempo, tinha te internado na porra de um manicômio! Isso não é normal. – vociferou para ela.

Ela apenas bufou com desdém.

— Cale a boca. Leve-o Demetri.

— NÃO! – gritei, em pânico.

Com esforço, levantei-me do chão e corri até onde Edward estava. O ruivo conseguiu estender a mão e assim que meus dedos conseguiram tocar os seus, fui brutalmente arrastada para trás pelo James.

Sem forças, olhei para cima com lágrimas nos olhos. Os verdes me fitaram como se me vissem pela primeira vez.

Edward

Ao fitar os olhos castanhos, tão cheios de dor e medo, meu coração doeu em meu peito, sufocando-me ainda mais com seu desespero. Eu só queria protegê-la de tudo e tirar os sentimentos ruins do seu olhar. Queria embalá-la em meu colo e...

Estranhamente para o momento, as palavras de Jessica voltaram em minha cabeça, só que com uma pequena diferença: Já imaginou como seria sua vida sem Bella? E então imaginei, em um mundo paralelo onde ela não fazia mais parte de nenhuma forma da minha vida, muito menos do mundo. Os dias seriam mais frios do que o normal, e as noites mais vazias. Provavelmente, cores não existiriam mais, não no meu mundo. Mesmo que Lily enfeitasse a minha vida com dezenas delas, ainda não seria o suficiente, porque uma parte minha não existiria mais. E partes nossas não podem ser substituídas.

Eu não queria uma vida assim, sem cores, sem alegria, sem Bella. Eu gostava da forma como ela coloria meus dias e arrancava-me risos. Já estavam me matando o suficiente as últimas semanas para que eu passasse o resto da minha vida nas sombras.

A verdade que eu quis negar por tanto tempo, pelo medo fixo de relacionamentos, agora bateu bem em meu nariz. Eu amava Bella. Amava-a com todo o meu coração remendado.

Meu corpo foi sendo puxado para trás, enquanto eu viajava na minha própria descoberta. Quando meus olhos ganharam foco, percebi que a casa pegava fogo.

Fogo?

Olhei para o lado, notando como Tanya se deliciava com a cena a sua frente.

— O que você está fazendo? – minha voz não foi mais que um sussurro.

Tanya soltou uma gargalhada.

— E eu não lhe contei? Estou queimando as duas, roubando você e deixando seus outros três filhos praticamente órfãos e traumatizados pelo resto da vida. – voltou os olhos para mim – Não é um plano perfeito?

Aterrorizado e sentindo-me mais corajoso do que nunca, eu, habilidosamente – obrigado Jasper por me arrastar para algumas aulas de segurança pessoal anos atrás — consegui livrar-me do capanga e corri para casa.

— VÁ ATRÁS DELE! – gritou Tanya no mesmo momento em que o som de pegadas foi escutado.

— Permaneçam onde estão! Aqui é a polícia! – falou um policial pelo megafone.

Polícia?

Olhei para trás rapidamente, vendo cerca de cinco policiais se aproximarem de onde estávamos. Com uma velocidade impressionante, o capanga de cabelos pretos enfiou Tanya no banco do motorista e pulou para o de trás. Não demorou muito para o carro tomar partida. O loiro ainda tentou escapar com eles, sem sucesso.

Quem chamou a polícia?

— Viatura dois, siga o veículo preto. Sequestradores a bordo. – falou o policial novamente pelo megafone. – E vocês – apontou para dois policiais que estavam com ele – peguem aquele ali! – apontou para James, que corria em direção a mata densa que ficava por trás da cabana.

O policial do megafone correu até mim, parando em minha frente juntamente com os três que ficaram.

— Você está bem?

— Bella e Melanie estão na casa! Temos que salvá-las. – tentei correr para a casa em chamas, entretanto fui puxado para trás.

— Já chamamos o corpo de bombeiros, senhor Cullen. Eles estarão aqui em breve. – falou outro policial.

— VOCÊS NÃO CONSEGUEM VER? MORRERÃO! EU NÃO POSSO DEIXAR QUE ISSO ACONTEÇA. NÃO POSSO! – desesperei-me, tentando correr outra vez e novamente sendo impedido. – AS CORES! EU PRECISO DAS CORES.

— Leve-o daqui. – sussurrou o policial que estava com o megafone para os dois que me seguravam.

Eles me arrastaram para longe da casa em chamas, enquanto eu gritava para que eles soltassem-me. Eu não podia ficar parado. Duas das pessoas mais importantes da minha vida estavam lá.

Eu lutei, entre lágrimas e gritos, todavia não foi o suficiente. Quando chegamos perto das viaturas, sussurros foram dados – reconheci a voz de Jasper entre eles. Senti algo sendo injetado em mim e logo depois a escuridão engoliu-me.

Bella

Estava encolhida no centro do que eu achava que era a sala da cabana, com cada respiração saindo como uma navalha perfurando meus pulmões. Eu provavelmente tinha uma costela quebrada. Sem contar nos cortes e hematomas pelo meu corpo, e bochechas fodidas.

Edward tinha sido puxado para fora junto com Tanya e mais outro capanga. As únicas pessoas que restaram foram Melanie, James e eu. Minha garota estava presa firmemente a mim.

— O que vai acontecer agora? – indaguei, sentindo-me como uma moribunda.

— Seja esperta. – murmurou simplesmente. Sua voz era perturbadoramente calma.

Ele pegou um galão de alguma coisa e começou a fazer um círculo ao redor do cômodo. Quando o cheiro assaltou meu nariz, percebi o que ia acontecer. Seriamos queimadas, assim como Tanya sentenciou.

— Eu não quero morrer. – chorou Melanie.

Afaguei seus cabelos, beijando sua cabeça repetidamente.

— Vamos ficar bem. – falei, tentando convencer a mim mesma daquilo.

— Seja esperta. – James falou outra vez, jogando um isqueiro sobre a roda de fogo e sumindo logo em seguida.

— O que ele quer dizer com isso? – questionou Melanie.

— Não sei. – respondi com os olhos fixos no fogo que rapidamente tomou seu curso no círculo de álcool.

As chamas queimaram vigorosamente, anunciando o começo do fim. Então seria assim? Morreríamos consumidas pelas labaredas incontroláveis?

Melanie tossiu ao meu lado. A fumaça seria um problema também. Talvez morrêssemos antes por falta de oxigênio. De qualquer forma, morrer ali parecia terrível. 

Os minutos se passaram lentamente pela minha cabeça. As tosses pela presença excessiva de gás carbônico ficaram mais presentes. As chamas começavam a se aproximar do teto de palha. Se ele caísse, morreríamos mais rápido. 

Eram tantas formas de morrer! Eu só queria ter a chance de realizar algumas coisas em minha vida antes disso. Queria que Melanie não tivesse fadada ao mesmo destino, queria ver as crianças crescerem, conseguir concluir o meu curso e, quem sabe, ser amada por alguém. Entretanto, a morte não esperava. Somente levava-te. E eu esperei por seu abraço, meu corpo sendo tomado pela letargia profunda.

Eu já começava a sufocar, quando a voz de Melanie trouxe-me para a realidade.

— Bella! Olha ali. – apontou para algum canto.

Obedeci ao seu comando e então eu vi. Entre as chamas e fumaça, tinha um espaço. Um espaço que dava para passar uma pessoa de cada vez. Será que era aquilo que James queria dizer com ‘’seja esperta’’?

Esperançosa, eu puxei Melanie pela mão até a entrada. Era um pouco pequena, mas dava para cada uma passar por vez. E ainda era em frente a uma porta!

— Por precaução, acho melhor nos livramos das roupas. – falei para ela.

Mel assentiu e rapidamente ficamos em nossas roupas íntimas.

— Vá. – ordenei para ela.

Melanie conseguiu passar com sucesso. Prendi meus cabelos no alto e, rezando para que nenhuma parte do meu corpo fosse carbonizada, eu passei pela abertura, saindo intacta.

Melanie agarrou-se em minha mão novamente e corremos para porta, que dava para um banheiro. Olhamos ao redor, notando outra porta. Fomos até ela, e assim que a abri, o vento frio do dia beijou-me a pele.

Meus olhos encheram-se de lágrimas. Estávamos salvas!

 Antes que eu pudesse sair correndo para procurar Edward, ou algum tipo de ajuda, minhas forças abandonaram o meu corpo e eu caí, perdendo-me em um mundo paralelo.

Tanya

 — PORRA! PORRA! – berrei, socando o volante.

O meu plano estava maravilhoso! Eu roubaria o Edward para mim e ferraria com a vida dos outros. Nós seriamos felizes em nossa própria ilha particular, teríamos nossa própria família. Amaríamos-nos todos os dias, eu seria a amante mais fiel que ele poderia ter.

Mas, olhe para onde estou agora: fugindo de policiais!

— Eu disse que não era para envolver a porra da polícia. Como eles fizeram isso? Você disse que a área estava limpa! – gritei para o único capanga imprestável que conseguiu escapar.

— E estava! Eu verifiquei essa merda.

— Tanto que eles estavam lá, praticamente mordendo a nossa bunda!

Demetri apenas bufou.

— PAREM O CARRO, OU ENTÃO VAMOS ATIRAR. – o policial falou pelo megafone, perseguindo-nos como fodidos doentes.

Pisei mais no acelerador do carro. Eu não perderia de novo. Eu vou esconder-me por um tempo, bolar um novo plano e conseguir Edward de volta. Pelo menos, aquelas duas já estarão mortas. Lidar com os outros três será mais fácil.

— Pelo menos, ainda temos os três milhões. – falou Demetri com verdadeira felicidade na voz.

Revirei os olhos.

— Poderia ter muito mais se você não fosse um demente!

— Para de ser uma cadela comigo, Tanya. Só está aqui porque eu a salvei. – expressou-se prepotente.

Ah, mas aí eu não aguentei. Abaixei-me para pegar o meu salto e empurrar na boca daquele insolente.

Foi isso que bastou para culminar o meu fim definitivo. Com a velocidade alta, falta do sinto de segurança, raiva e distração, eu acabei perdendo o controle do carro.

Demetri gritou.

O frio na barriga tomou-me quando o carro voou para fora da estrada, caindo em um barranco. Eu quase pude ver a morte sorrir para mim. 

— NÃÃÃOOOOOOOOO.

E aquela foi a última coisa que falei em vida.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Uau! A Tanya bateu as botas. Ou era isso, ou ela fugiria, bolaria outro plano, podendo ser bem sucedida ou não. Digamos que ela é tipo James de Twilight, só pararia definitivamente se estivesse morta.
Mas vamos a parte boa: Edward percebeu o que estava batendo sem dó em seu rosto! E todos ficaram bem, claro.
Bella não bateu muito na Tanya como muitos queriam, mas olhemos para a situação: ela estava refém, presa e com três contra ela. Tava um pouco difícil.
Eu gostaria MUITO de saber o que vocês acharam sobre esse capítulo. Pode falar se ficou uma merda, que eu não estou muito cem por cento com ele kkjhgf. Próximo capítulo vamos fechar esse momento clímax, e ir para a parte mais leve e que culminará no fim.
Apesar de tudo, estou feliz de finalmente está passando por esse capítulo! A ideia perturba minha cabeça há tempos, então colocá-lo para funcionar é ótimo.
Por favor, apareçam! 345 lindos por aqui, e poucos mandam o seu oi. Eu quero ler de vocês também.
—_______________
Beijos e até uma próxima, meu povo.