Uma Babá Sem Noção escrita por Sáskya


Capítulo 33
Capítulo: 32 - Obsessão


Notas iniciais do capítulo

Olha quem tá de volta, minha gente! Olá vocêssssss, como estamos nesta linda noite de quarta? Cansados do carnaval, ou passaram esses dias em casa?
Bom, aqui está o novo capítulo de UBSN. Espero que tenha ficado algo legível kk.
Boa Leitura!



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 Bella

— BELLA! – Escutei alguém chamar o meu nome.

Olhei em volta, procurando o dono da voz, e me deparei com o meu irmão praticamente correndo até mim.

— Emm! – Exclamei, atirando-me em seus braços e deixando algumas lágrimas escorrerem. – Só foi menos de cinco minutos... E ela sumiu... Ela a levou...

— Shh, Bella. – Ele acariciou meus cabelos, tentando passar-me um pouco de tranquilidade – Tudo vai ficar bem.

Afastei-me dele o suficiente para olhar em seus olhos.

— E se não ficar? Emmett, eu nunca vou me perdoar. – balancei a cabeça, sentindo-me a pior pessoa do mundo.

— Bella, nós vamos encontrá-la. – falou Jasper e só aí que eu percebi que ele estava lá também.

— Jasper estava comigo quando você ligou. – explicou Emmett.

— Você contou a Alice? – perguntei assustada.

A história não faria nenhum bem a futura mãe.

— Não. – Negou com a cabeça. – Emmett e eu saímos tão esbaforidos que eu nem pensei nisso.

— Deixe Alice fora disso. Eu não quero causar nenhum mal a ela. Nem aos bebês.

Jasper colocou a mão em meu ombro, afagando-o e assentindo com a cabeça.

— Tem certeza que foi Tanya?

— É uma possibilidade. Uma mulher disse que avistou Melanie conversando com outra mulher de vestido vermelho e cabelo loiro avermelhado. A única loira morango que eu conheço é a Denali.

Jasper assentiu, pensativo.

— Você falou com a polícia? Ou com o Edward? – questionou.

Neguei com a cabeça.

— Acho que é melhor deixarmos a polícia fora do processo por enquanto. Já Edward... – engoli em seco.

Eu não sabia o que fazer com ele. Eu não teria coragem de ligar para ele e informa-lhe que perdi sua filha – provavelmente para sua ex-noiva neurótica – enquanto ela estava sob meus cuidados. Eu não sei nem como eu falaria qualquer coisa ao Edward.

Percebendo meu estado, Jasper se prontificou em ligar para ele. Emmett sentou-se no banco da praça, com os gêmeos em seu colo. Peter agarrou-se a mim. Ele estava chorando baixinho. Os gêmeos não estavam muito diferentes.

— Isso é muito louco. Porque ela faria isso? – Emmett inquiriu de repente, não conseguindo acreditar.

— Ela foi abandonada praticamente no altar, os filhos do noivo sempre conspiraram contra... Isso é algo o suficiente para algum tipo de loucura.

— Falei com Edward. – Jasper retornou para perto de nós – Ele está indo para casa e pediu para que fôssemos para lá.

— Ele surtou muito? – minha voz saiu baixa.

Jasper arqueou as sobrancelhas.

— Ele grunhiu algumas coisas sem sentido. – comentou com a voz distante.

Sim. Edward tinha surtado muito.

— Vamos. – Emmett se levantou com os gêmeos.

Fomos todos para o carro de Jasper. Ele tinha nos deixado lá e Rosalie quem nos buscaria, mas então houve essa mudança repentina de planos...

— Tenho que ligar para Rose. – informei, assim que Jasper botou o carro na pista.

Emmett estava na frente com ele enquanto eu estava no banco de trás com as crianças.

— Por quê? – questionou meu irmão.

— Ela ficou de vir nos buscar. Vai achar estranho se eu não ligar para informá-la da ''mudança de plano''. - Fiz aspas com os dedos.

— Deixa que eu ligo para ela e conto. – Emmett virou-se para mim e sorriu fracamente.

Antes que Emmett pudesse ligar, outro celular tocou. Era o de Jasper.

— Pode ver quem é para mim, Emmett? – pediu distraidamente, prestando atenção no trânsito a sua frente.

— É a Alice. – murmurou.

— Droga. – bateu no volante – É melhor atender. Ela vai ficar preocupada. Apenas coloque no viva-voz e permaneçam em silêncio.

Emmett seguiu o comando e logo a voz de Alice preencheu o silêncio.

— Jazz?

— Amor. Tudo bem? Estou no trânsito.

Alice hesitou.

— Você pode ir para casa? — sua voz saiu baixa.

— Algum problema? – Jasper soou preocupado.

— Estou com uma sensação ruim. Como se algo fosse acontecer. Eu odeio sentir essas coisas, pois geralmente elas sempre estão certas.— suspirou frustrada.

— Querida, eu estou preso com algumas coisas, mas assim que eu terminar, vou para casa, tudo bem? Nada de ruim vai acontecer. – confortou—a.

— Eu espero. Beijo. Te amo.

— Te amo também. Cuide-se.

A ligação foi encerrada. Percebi Jasper murchar um pouco no banco.

— Eu não estava crendo em algo muito grave, mas depois dessa ligação... Precisamos agir rápido. – Jasper falou.

E precisávamos mesmo. Quando Alice sentia que algo estava ruim, é porque realmente estava.

[...]

Assim que cruzamos as portas que dava entrada para a entrada do escritório de Edward, ele praticamente voou sobre nós. Eu sobressaltei um pouco, caminhando para trás. Fazia praticamente um mês que eu não o via e ele receber-nos com tanta ferocidade fez com que eu recuasse. Eu ainda estava ferida, de qualquer forma.

— Onde está Melanie? – sua voz saiu desesperada.

Ele era um pai, afinal.

— Nós não sabemos, mas vamos descobrir. Acalme-se, Edward. – pediu Jasper, guiando-o para o sofá e nos chamando com a outra mão.

Acomodamo-nos em outros assentos. Peter estava dormindo em meu colo e os gêmeos dormiam com o Emmett. Edward passou os olhos sobre os três... E os parou em mim. Quando seu olhar agoniando parou no meu cheio de temor, algo mais apareceu. Era quase como arrependimento mergulhando nos orbes verdes. Incomodada, desviei o olhar.

Jasper contou a história que eu tinha contado no carro sobre como Melanie e eu tínhamos nos separado. Edward ouviu tudo atentamente, analisando as opções.

— Tem certeza que foi a Tanya? – Edward perguntou para mim.

Engoli em seco, armando-me de coragem.

— É apenas uma hipótese. O cabelo descrito lembrou-me o dela.

— Porra! – levantou-se do sofá, passando a mão nervosamente pelo cabelo. – O que vamos fazer agora?

Antes que algo mais fosse falado, o som de um celular tocando tomou a vez. Edward puxou o celular do bolso, franzindo o cenho para o que aparecia na tela.

— É um número não identificado. – informou para nós.

— Atenda e deixe no viva-voz. Pode ser os sequestradores ou alguém que encontrou Melanie. – aconselhou meu irmão.

Edward assentiu, seguindo as instruções.

— Alô? – respondeu a chamada.

— Oh, mio piccolo Edward – falou a voz mansa em italiano – Quanto tempo não ouço a sua voz, querido. – ronronou.

Era uma voz feminina.

Era Tanya.

— Tanya? O que você quer? – perguntou, tentando parecer despreocupado.

Só queria saber se seus quatro pupilos estão por aí. Sabe como é, bateu saudades. — eu quase pude ver um sorriso cruel nos lábios da vadia.

— O que você fez, Tanya? – Edward rosnou, não se aguentando.

Ela riu.

Oh, meu amor, eu não fiz nada. Sua querida babá quem fez. Que garota descuidada, hein? Não sei por que permitiu que ela ficasse tanto tempo. Ela oferecia algum tipo de serviço especial? — era bem óbvia a denotação maliciosa na voz dela.

Emmett rosnou ao meu lado. Toquei em seu braço, em um pedido mudo para que ele ficasse quieto. Aquela cadela só estava jogando.

— Não fale asneiras, por favor. – pediu, bagunçando ainda mais os cabelos. – Fale logo onde está a minha filha e pare com essa brincadeira ridícula!

Não, não, não, querido Edward. Isto não é uma brincadeira. É um jogo interessante. Você pela sua filha, não é lindo? — riu sadicamente – Na verdade é você e a babá pela sua filha. Ela está por aí? Dê um oi para mim, Isabella.

— Vá à merda, sua vadia desgraçada! – exclamei, sentindo a raiva se apossar do meu corpo.

Peter remexeu em meu colo. Jasper tratou de pegá-lo e levá-lo para o quarto. Emmett foi fazer o mesmo com os gêmeos.

Que garotinha mais mal educada. Realmente, Ed, a melhor coisa foi ter posto ela na rua.

— Pare de enrolar e fale logo o que você quer. – pediu Edward com impaciência.

Antes, quero que vocês escutem a voz da Mel. Dá oi pro papai e pra babazinha, Mel. — arrulhou com a voz enjoativa.

Me tirem daqui, por favor. Eu juro que vou ficar mais quieta, apenas me tirem da presença dessa louca! — suplicou minha menina com desespero.

Meu coração se apertou. Emmett e Jasper voltaram para o escritório, olhando de mim para Edward.

— A gente vai te tirar daí, meu amor. Fique tranquila. – Edward tentou passar confiança.

Aw, isso é tão lindo! — a loira falou sarcasticamente – Mas vamos direto ao ponto. Eu só quero quatro pequenas coisas: três milhões de dólares, você, a babá e nada de polícia. Se eu sentir o cheiro de polícia, diga adeus a sua primogênita. — falou friamente.

— Porque você está fazendo isso? Ela é só uma criança! – Edward falou com a voz embargando no final. As bordas dos seus olhos estavam vermelhas por conta do choro contido.

E eu era só uma mulher prestes a se casar quando você me chutou. Eu te amava tanto... — sua voz se perdeu, como se ela estivesse em outro lugar – Eu sonhava construir uma família com você, ter os nossos próprios filhos, sem a interferência de outros dos outros relacionamentos. Ser a esposa dedicada, amorosa e sempre estar disposta a te dá prazer, mas você jogou tudo isso fora, Edward! Você nos destruiu. Então, não venha com perguntas idiotas. — finalizou com a voz dura – Não vou mais perder meu tempo nesta conversa. Quero os dois amanhã. Sem falta. Sem polícia. O endereço já chega. Addio, amore mio – a ligação caiu.

Uma mensagem chegou e Edward disse o nome do lugar mecanicamente. O silêncio perdurou por um bom tempo entre nós quatro. Quer dizer, Jasper e Emmett sussurravam algo entre si. Edward tinha um olhar perdido em seu rosto. Eu apenas me encolhi, sentindo algumas lágrimas quentes escorrerem pelo meu rosto.

— Acho melhor envolvermos pelo menos um detetive, ou alguém do FBI nisso...

— Sem polícia. – Edward foi direto, cortando Jasper – Eu não vou arriscar a vida da minha filha.

— Edward, é perigoso. – Emmett alertou – Eu não posso deixar minha irmã se entregar assim. Nem você. E se isso tudo for uma armadilha?

— Temos que correr alguns riscos, senão Melanie sofrerá as consequências. – me impus, levantando-me do sofá e secando minhas lágrimas – Não se preocupe comigo, Emm.

— Você sabe que isso é impossível! – meu irmão estava um tanto histérico.

Antes que algo mais pudesse ser dito, uma batida foi dada na porta. Edward foi atendê-la. Era Anne.

— Sim?

— A senhorita Hale e um senhor desconhecido estão na sala. – informou.

Ela olhou rapidamente para o cômodo. Quando seus olhos passaram por mim, ela sorriu hesitantemente. Provavelmente ela estava sentindo a atmosfera densa entre nós.

— Senhor desconhecido? – Edward estranhou.

— Ele se identificou como Andrew Gavin.

Edward franziu o cenho.

— Esse nome não é estranho... – sussurrou para si – Mande-os subir.

— Sim, senhor.

Anne deixou a sala e Edward se voltou para nós.

— Vocês contaram a Rosalie? E Alice? Não acho bom envolvê-la nisso.

— E não vamos. – respondi, olhando para qualquer canto menos para ele – Só ligamos para Rose porque ela combinou de buscar as crianças e a mim no parque. Ela não contará nada a Alice.

Edward apenas assentiu. Outra batida na porta foi dada e Rosalie apareceu na porta.

— Descobriram alguma coisa? – perguntou, aproximando-se rapidamente do meu irmão.

— A Tanya sequestrou mesmo ela. – confirmou Emmett.

— Tanya? – perguntou o homem, que só agora vim reparar.

Ele era alto, possuía uma boa barba em seu rosto e tinha os cabelos pretos como mancha de graxa. Ele me lembrava o filho de Tanya. Será que...

— Você é o ex-marido de Tanya, certo? – perguntou Edward.

Quatro pares de olhos curiosos foram lançados para o homem.

Ele sorriu amarelo.

— Sou. Eu vim aqui para saber se você sabia de algo sobre ela, já que a mesma deixou Ethan comigo há um mês e sumiu. Agora eu sei o porquê. — suspirou, sentando-se em uma cadeira. – Eu temi que algo de grave acontecesse.

— Como assim? – questionou Jasper, interessado.

— Lembra-se do dia que eu fui a sua empresa, Edward? – perguntou, olhando diretamente para ele. Edward assentiu – Então, eu fui tentar alertá-lo de como Tanya poderia ser perigosa. Eu fui casada com ela por cinco anos e o melhor negócio que eu fiz foi pedir o divórcio, mesmo que isso tenha causado acontecimentos complicados.

— O que você quer dizer com isso? – o ruivo estava temeroso.

— Antes de ser empresário, eu sou psicólogo e eu meio que avaliei Tanya. Ela é obsessiva, Edward. Não aceita perder. Ela só desiste de alguma coisa se algo melhor lhe interessar. E ela só desistiu de mim por causa de você.

Engoli em seco. Emmett veio para o meu lado junto com Rosalie, ambos me ladeando no sofá. Jasper ficou sentado em cima da mesa do escritório, olhando interessadamente para o visitante. Já Edward preferiu permanecer de pé.

— Desenvolva a história. – pediu Jasper.

— Quando eu conheci Tanya, ela era uma mulher doce, educada e simplesmente deslumbrante. Nós nos casamos quase que instantaneamente – cerca de seis meses depois de termos nos conhecido – e ficamos juntos durante cinco anos. Nesse tempo, tivemos o Ethan. Tínhamos uma relação saudável e estávamos crescendo em nossa vida profissional. Ela tomou os negócios da família e eu estava conseguindo sucesso com o meu. E então, cerca de dois anos depois, ela começou com crises de ciúmes. Na verdade, ela sempre teve esse lado possessivo, mas ele nunca se mostrou tanto quando eu abri minha empresa. Começou com algo mais leve, apenas um aviso para a minha secretária com algum tipo de paixão platônica e depois evoluiu para uma briga feia com outra mulher que trabalhava comigo. Já vínhamos brigando por um tempo por causa disso e o último fato só fez com que eu confirmasse minha decisão: eu pediria o divórcio.

— Você deu motivos a ela para que houvesse ciúmes? – interrompeu Rosalie, arqueando uma sobrancelha.

Andrew negou com a cabeça.

— Eu amava Tanya. Sempre recusei qualquer tentativa alheia, mas ela sempre teve a paranoia de que eu retribuía. — franziu a boca — Continuando... Eu pedi o divórcio a Tanya e as coisas ficaram loucas. Ela se desesperou, falando que eu não poderia fazer aquilo com ela, que nós tínhamos uma vida e um filho pequeno para criar. Por mais que meu coração doesse pelo meu filho, eu não conseguia mais sustentar aquela situação. Tanya era louca.

‘’Então, quando os papéis chegaram para ela... Ela surtou. Saiu quebrando tudo dentro de casa, gritando que não ia colaborar para aquilo e que ia matar a vadia que estava tentando destruir sua vida. Eu disse repetidas vezes que não tinha ninguém, que a culpa era exclusivamente da possessividade doentia dela, mas ela nunca caiu em si, claro. Fomos para um divórcio litigioso, carregado de sessões longas nos tribunais. Nesse meio tempo, eu conheci Nettie, uma jovem enfermeira. Ela sabia do processo difícil pelo qual eu passava, mas não desistiu de mim. Bem, até o dia que Tanya descobriu sobre ela. Minha ex-mulher fez de tudo para que as coisas se tornassem um inferno. Descobriu o número de Nettie e ficava ligando para dizer que nós voltaríamos, que ela era um passatempo e uma vagabunda sem futuro. Sempre que Tanya a via, existia a provocação. Ela fez o meu filho odiar minha namorada e ter receio de mim também. Ela bateu com o carro no de Nettie, de uma forma que aparentasse que tudo tinha sido um acidente. E foi aí que Nettie não resistiu mais e disse que não poderíamos manter uma relação daquele jeito’’.

— Vocês não conseguiram alguma ordem judicial para que ela mantivesse a distância? – interpelou Jasper.

— Não queríamos dificultar ainda mais o processo da separação. Meu filho já estava sofrendo com tudo aquilo e correr o risco de mandar a sua mãe para cadeia só pioraria . – pausou, colocando o cotovelo sobre suas pernas – O divórcio durou cerca de seis meses. No final, tivemos as separações de bens e a guarda do meu filho ficou com Tanya. Aí algum de vocês pode perguntar: se ela fazia essas coisas, como conseguiu a guarda? Tanya sempre foi uma ótima intérprete. Ela fez o perfeito papel de esposa dedicada, fiel e amorosa para o juiz. Ela tinha o nosso filho, também. Ethan sempre foi louco pela mãe e as coisas estavam ruins para o meu lado depois do namoro com Nettie. Tanya usou isso, a propósito, apesar de não ter surtido muito efeito. Mesmo com o divórcio a caminho, ainda morávamos juntos, porque se eu tivesse abandonado o lar, as coisas seriam mais difíceis. – Jasper e Emmett concordaram com a cabeça. Não era a área de ambos, mas eles entendiam, afinal – Nunca vi um divórcio tão espalhafatoso como o meu. Tanya fez um belo teatro. E depois que chegamos ao fim, ela ainda me perseguiu por uns tempos, até que parou. Eu estranhei, mas deixei para lá. Eu tinha me livrado dela.

‘’Ethan vinha passar os finais de semana comigo – e algumas férias – e eu consegui reconquistar o meu filho. Ele é um bom garoto, só tem uma mãe ruim. Foi em uma de nossas conversas que eu descobri o motivo do ‘abandono’: ela estava namorando um empresário famoso, chamado Edward Cullen. Ethan contou-me que você era estranho. Parecia que não gostava de criança, mesmo tendo quatro’’.

Andrew sorriu para Edward, que coçou a testa, parecendo está envergonhado.

— Eu não era um bom pai. – confessou, arriando os ombros.

— Bom, quando Tanya veio deixar o meu filho em minha nova casa, eu não pude deixar de fazer um comentário a respeito do assunto. Ela apenas jogou para mim que não passaria o resto da sua vida rastejando por mim. Agora ela namorava um cara mais rico e mais bonito, em suas palavras. Foi nesse momento que eu percebi que o seu jogo obsessivo comigo tinha acabado. Ela encontrou um novo alvo, no fim das contas. Eu não queria me intrometer, mas o senso de responsabilidade – e medo pelas crianças Cullen – fez com que eu fosse a sua empresa. Eu tentei conversar sobre como Tanya poderia ser complicada, mas eu nunca recebi uma ligação de volta.

Edward abaixou a cabeça com a última informação. Ele provavelmente estava se sentindo culpado.

— Eu pensei que fosse algum tipo de conflito que vocês tinham deixado pendente, por isso não retornei. Tanya enfiou em minha cabeça que você era um tremendo pé no saco e que fez coisas ruins para ela. – confessou.

— Ótima manipuladora também. – observou Andrew, suspirando – Eu nunca pensei que Tanya pudesse chegar a este nível. Sequestrar uma criança. – balançou a cabeça, inconformado — O que vai acontecer agora?

— Ela pediu um resgate. Disse que não era para envolver polícia e que o dinheiro era para ser entregue por mim e Isabella. – Edward falou monotonamente.

Não pude conter a leve retração do meu corpo ao ouvir meu nome completo.

— Quem é Isabella? — os olhos de Andrew percorreram o escritório, curiosos.

Levantei a mão. Ele olhou-me com interesse.

— Qual é a sua relação na história?

— Sou a ex-babá das crianças.

Ele arqueou as sobrancelhas, como se compreendesse algo. Perguntei-me o que passou em sua mente.

— Isso não faz muito sentido. – Emmett expressou-se, claramente chateado – Bella era apenas a babá. Não teve nenhum tipo de envolvimento na relação de Edward e Tanya.

Engoli, disfarçadamente, em seco. Eu tive, de certa forma, mesmo que Tanya não soubesse disso. Pelo menos eu achava que não.

— Você não percebe? – Andrew perguntou com a voz suave, olhando para mim outra vez – Ela é jovem, bonita e basicamente morava aqui. Isso é motivo o suficiente para existir uma paranoia de Tanya sobre ela. Ela já fez algum tipo de ameaça para você?

Todos olharam com interesse para mim, inclusive Edward. Pigarreei, sentindo-me desconfortável.

— Quando Edward e ela resolveram oficializar a data do casamento, Tanya viu-me na escada, sozinha, e contou sobre o seu noivado e sobre manter distância do seu noivo. Eu tinha uma boa relação com Edward, talvez isso a deixasse... Paranoica. – resumi para eles, não olhando para ninguém.

— Interessante... – murmurou Andrew – Acho que vocês deveriam pelo menos chamar alguma escolta policial. – opinou.

— Sem polícia. – Edward e eu falamos juntos ao mesmo tempo.

Rosalie e Emmett se entreolharam. Já Jasper bufou.

— Ok. Não vamos envolver a polícia nisso. – deu-se por vencido – Obrigado por compartilhar a história, Andrew – o homem assentiu com a cabeça — Agora, eu estou indo para casa. Preciso preparar-me para receber Alice e não deixar com que ela perceba nada. Estarei de volta aqui amanhã.

— Nós também. – falou Emmett, pegando na mão de Rosalie e olhando para mim – Se vocês demorarem demais, nós vamos atrás. – falou com a voz imbatível.

Edward suspirou.

Despedi-me das minhas crianças adormecidas e segui para casa, agora no carro de Rosalie. Passei o caminho toda desligada do mundo, apenas observando a paisagem chuvosa passar por nós. Eu estava sentindo-me tão miserável! Não era culpa só da loucura de Tanya, era culpa minha também.

Se eu tivesse ido com ela...

— Pare de se culpar. – pediu Emmett, assim que eu desabei no sofá – A culpa não foi sua.

— Foi minha sim, também. Eu estava cuidando dela. Eu! — exclamei frustrada – Agora ela está lá, correndo risco de morte e eu não posso fazer nada!

— Você vai. Você irá salvá-la e tudo ficará bem. Tente pensar positivo, por favor. Não vamos tornar isso tudo mais difícil. – olhou-me com os olhos ternos e cheios de preocupação.

Eu não aguentava mais. Dei-lhe as costas e fui para o meu quarto. Antes que eu entrasse, já podia sentir uma nova onda de lágrimas escorrerem pelo meu rosto.

Agarrei-me fortemente ao meu travesseiro sobre a cama e deixei que todo meu medo e dor se dissipassem – pelo menos um pouco – em forma de lágrimas.

Em algum momento, exausta do dia, caí no sono.

Rosalie

Fui ao quarto onde Bella estava instalada, verificar como ela estava. Encontrei-a dormindo sobre uma mancha de lágrimas. Meu coração quebrou mais um pouco com isso. Ela era uma pessoa tão boa! Melanie era só uma criança, e Edward, meu Deus, era apenas um pai que tinha uma parte de si em perigo. Eu só rezava para que tudo isso terminasse bem.

— Ela está dormindo. – avisei para Emmett, que estava sentado em sua mesa do notebook, digitando algo furiosamente.

— Ótimo. – balançou a cabeça – Acabei de falar com o Jasper.

— E? – escorei-me na mesa.

— Ele contatou um amigo do FBI. Eles estão no caso.

— Emmett...

Ele olhou para cima, fitando-me intensamente.

— Ela é minha irmã, Rose. Ela é a minha família. Eu não vou conseguir viver se algo de ruim acontecer a ela. – sua voz cortou no final, seus olhos ficando marejados.

Eu suspirei, dando a volta para sentar-me em seu colo. Beijei-lhe o rosto.

— Eu sei que isso é horrível, Emmett. Eu tenho um irmão também e não consigo imaginar algo de ruim acontecendo a ele. Não vou discriminar sua iniciativa, mas só tenha cuidado. Essa Tanya é uma espécie de psicopata e eu não quero que ninguém morra.

— Nós vamos ter. Jasper está bolando toda uma estratégia com o cara enquanto Alice dorme. Ele também não está confiante. Acha que tudo isso é algum tipo de cilada. Para que ela quer Bella, afinal? Causar coisas boas é que não pode ser. – balançou a cabeça, franzindo o cenho.

— Vai dá tudo certo. – falei positivamente.

E, do fundo do meu coração, desejei que tudo desse.

Bella

Despertei com alguém mexendo em meu corpo. Ainda sonolenta, procurei quem perturbava o meu sono e encontrei Rosalie ao meu lado. Ela sorria.

— Desculpa te acordar, mas Edward ligou. Ele disse que as crianças estão chamando você para lá. Você vai?

Cocei os olhos, sentando-me na cama.

— Claro. Só vou preparar uma bolsa e já estou indo.

— Eu vou ligar para lá e te levo, ok?

Assenti. Rosalie saiu do quarto já com o celular na orelha e eu levantei. Passei no banheiro para lavar o rosto, arrumei uma mochila para noite com um par de roupas para amanhã, e fui para sala. Despedi-me do meu irmão, que disse que amanhã de manhã estava lá, e segui Rosalie para o carro.

O caminho foi feito sem conversas, apenas o som baixo do carro era escutado. Minha cunhada deixou-me em frente à mansão com um beijo no rosto e se foi. Suspirei, fitando a mansão branca a minha frente.

— Bella? – perguntou Laurent da guarita – É você mesmo garota?

— Em carne e osso. – sorri fracamente.

O portão automático em minha frente abriu-se, dando-me passagem. Entrei, acenando para Laurent.

— As coisas estão difíceis. O patrão convocou uma reunião com os empregados mais cedo e mandou reforçar o cuidado e a segurança. Você sabe o que aconteceu, sim? – perguntou, aparentando um pouco de tristeza.

— Ela estava comigo. – comentei, sentindo minha garganta se fechar.

Eu não choraria. Tinha que guardar a minha dor para cuidar da de quem precisava.

Laurent fez uma cara surpresa.

— Oh, eu sinto muito.

— Eu também. – sussurrei, dando-lhe as costas.

Assim que abri a porta, três corpinhos foram jogados sobre mim.

— Isa. – soluçou Lily, esticando os bracinhos para mim.

Eu a peguei. Ela escondeu o rosto em meu pescoço, tentando parar de fungar. Passei a mão pelo seu cabelo fino, tentando confortá-la. Os outros estavam em minhas pernas.

Olhei para frente, encontrando os olhos cansados de Edward fixos em nós. Ele sorriu torto.

— Obrigado por ter vindo.

— Não precisa agradecer. Eu faria qualquer coisa para vê-los bem. – sussurrei, passando a mão pelos cabelos dos meninos.

— Não duvido disso.

[...]

— Ficou todo mundo triste pela menina Cullen. – comentou Anne, assim que as crianças subiram para o quarto.

Nós tínhamos descido para o jantar, entretanto os três deixaram metade da comida no prato, alegando que não estavam com fome. Agora, eles subiram para o quarto. Eu decidi ficar um pouco mais na cozinha, para poder conversar com Anne e Jess. Bree tinha ido para universidade, então eu não pude vê-la.

— Eu estou me sentindo pior do que eu me sentiria se eu não estivesse com ela. Melanie estava ali por um momento e no outro ela tinha sido levada pela aquela vadia louca. – comentei, fazendo com o dedo indicador padrões desconexos no balcão da cozinha.

— A culpa não foi sua, Isabella, pare com isso. – ralhou Jess, bufando – Foi daquela vadia louca. Eu, sinceramente, adoraria enfiar a cabeça dela em uma privada até ela implorar por misericórdia.

Eu quase sorrir para aquilo.

— Temos desejos semelhantes, então. – suspirei – Eu só queria que ela não tivesse aparecido na vida deles.

— Se o senhor Cullen fosse mais esperto, poderia não ter aparecido. – murmurou Jessica, com a voz amarga – Esse homem tem uma tendência para coisas idiotas.

— Jessica! – ralhou Anne – Não se esqueça que ele ainda é o seu patrão.

Ela revirou os olhos.

— Você não concorda comigo, Anne? Sabe muito bem das coisas que ele fez. – arqueou uma sobrancelha.

— Ele é apenas um menino perdido. Cometeu alguns erros sim, mas ficar crucificando não adianta muita coisa. – falou seriamente e em seguida seus olhos caíram em mim – Jessica contou sobre o que aconteceu entre vocês dois. Até hoje eu não consigo entender porque o senhor Cullen não foi adiante. Ele é tão diferente quando está ao seu redor. – ela parecia frustrada.

— Acabei de dizer o motivo. – cantarolou Jessica.

— Senhoras, não vamos entrar neste tópico. O que foi para ser, foi, e agora bola para frente.

Anne e Jess se entreolharam, assentindo.

— Fiquei feliz em saber que vai para a universidade. – comentou Anne amorosamente – Você merece o mundo, Bella. Eu sei que terá um grande sucesso, tanto profissional quanto pessoal. Tudo dará certo, querida. – afagou meus cabelos.

— Eu espero que sim, Anne. Tudo que eu quero é um pouco de paz. – confessei, sentindo-me exausta de tudo aquilo.

— E você terá, querida.

[...]

Depois de ter dado banho em cada uma das crianças e preparado-as para dormir, eu fui tomar o meu também. Vesti meu pijama e juntei-me aos três no meu antigo quarto da casa, já que ele tinha uma cama grande o suficiente para nós.

Edward tinha sido convidado a se juntar, mas ele preferiu manter-se a margem. Por mais egoísta que o pensamento fosse, eu fiquei feliz por isso. Não estava preparada para dividir a cama com Edward outra vez. Mesmo que, agora, tenha mais três pessoas conosco.

— A Mel vai ficar bem, não vai Isa? – perguntou Peter, o único que ainda estava acordado dos três.

— Vai querido. Agora durma para que o tempo passe rápido e ela esteja logo aqui conosco. – beijei seus cabelos.

Ele assentiu, aninhando-se contra mim. Como eu tinha tirado um bom cochilo mais cedo, eu não obtive o sono com êxito. Minha mente dava voltas e voltas sobre como Melanie estaria agora. Será que a vadia louca deu comida a ela? Água? Será que ela a bateu? Se isso tiver acontecido, eu juro que eu esfolaria a cara dela no asfalto.

Balancei a cabeça, tentando ter pensamentos bons. Eu imaginei Melanie conosco, sorrindo, revirando os olhos para mim e chamando-me de maluca. Imaginei nossas conversas e seu rostinho confuso quando não entendia alguma coisa.

Que Deus proteja você, meu pequeno anjo. Desejei em pensamento.

Quando estava em uma linha tênue entre o sono e a realidade, eis que algo sendo violentamente quebrado deixou-me em alerta.

Sentei-me na cama. Outro estrondo foi escutado. Preocupada, levantei-me da cama para saber o que estava acontecendo.

Edward

Eu estava trancado em meu escritório da mansão, sentado pacificamente na cadeira e tomando um copo de uísque. Eu fitava a foto de Melanie sobre a mesa. Ela tinha quatro anos na época e estava toda suja de terra. Um dos seus dentes da frente estava faltando.

Passei a mão sobre a foto, sentindo um sorriso em meus lábios e lágrimas em meus olhos. Eu nunca tinha sentido tanto medo como eu estava sentindo agora. De início, eu não tinha acreditado muito no telefonema de Jasper, mas quando o vi voltando para casa com todos, menos a minha a filha, foi impossível conter o desespero.

Eu não poderia perder Melanie, ainda mais por causa do capricho de uma mente doente. Quando conheci Tanya, nunca imaginei que ela pudesse ser algum tipo de psicopata. Ela tinha um filho, uma família e um ex-marido, pelo amor! Talvez se eu tivesse escutado o seu ex-marido naquele dia, nada disso estaria acontecendo... A culpa era minha, novamente. Eu que trouxe Tanya para nossas vidas. Eu que fiz essa merda toda acontecer.

Irado, joguei o copo contra parede. Não me contentando, comecei a jogar outros objetos, até que eu percebi que a minha cadeira estava voando também. Depois, a garrafa de uísque.

— FILHA DA PUTA! – berrei, fora de mim – ISSO NÃO ERA PARA ESTÁ ACONTECENDO!

— Edward! – exclamou uma voz feminina.

Com a visão turva, olhei para porta, deparando-me com Bella. Ela mantinha os olhos castanhos arregalados.

Eu comecei a rir zombeteiramente. Rir de mim mesmo. Eu era uma grande piada, afinal.

— Eu sou errado de tantas formas, mas mesmo assim você ainda gostou de mim. Isso é tão fodidamente insano. – abri os braços, girando em meu próprio eixo – Olhe ao redor, veja toda esta bagunça. Isso sou eu, Bella. Eu sou caótico. – pisquei, afugentando as lágrimas do meu rosto – Sempre estou errando de alguma forma. Agora a minha filha está correndo perigo.

— A culpa não foi sua...

— FOI! – gritei, tentando arrancar meus cabelos. Ela parecia assustada, mas eu só queria expulsar o sentimento de dentro de mim – Minha culpa, sempre minha e sempre será. Minha culpa, minha culpa, minha culpa...

— Edward, PARE!

Suas mãos foram para os meus braços, parando com o movimento que eu fazia em meus cabelos e, consequentemente, calando a minha voz. Bella olhou em meus olhos e eu esqueci por um momento o porquê de está surtando. Fitar os olhos castanhos, tão doces e ao mesmo tempo tão tristes, era como encontrar o caminho para paz.

Eu caí em seus braços e ela acolheu-me, levando-me para o sofá. Chorei em silêncio em seu colo, enquanto ela tentava me acalmar com alguma cantiga de ninar. Suas mãos faziam carinho em meu cabelo.

Eu queria indagar o porquê de tanto cuidado em uma pessoa que a fez mal, mas o sono falou mais alto do que eu.

[...]

Acordei pela manhã sentindo algo quente em minha bochecha. Abri meus olhos, deparando-me com pernas cobertas por uma calça de pijama. Virei a cabeça, encontrando a de Bella tombada para um lado. Em um flash, tudo que aconteceu na noite passada tornou a minha mente, fazendo-me sentir envergonhado.

Percebendo a posição horrível que Bella estava dormindo, decidi levá-la de volta para o quarto. Ela precisava descansar bem para o que viria logo a seguir. Peguei-a em meus braços e eu quase pude sentir a mesma sensação da primeira vez.

Levei Bella para o seu antigo quarto, onde ela deveria está dormindo com as crianças. Elas ainda estavam lá dormindo. Ao que parece, não tinham acordado durante a noite. Coloquei Bella ao lado delas e saí do quarto antes que algum pudesse despertar.

Todavia, ao pisar em uma determinada parte do quarto, eu senti algo liso sob meu pé descalço. Tirei o pé de cima, deparando-me com uma fotografia. Peguei-a do chão, vendo que era uma foto de Bella vestida de Cinderela. Ela mandava um beijo para quem tirava a foto.

Sorri involuntariamente e deixei o cômodo com a foto em mãos.

— Até quando vai fugir disso? – uma voz no corredor fez com que eu parasse.

Virei para trás encontrando Jessica, umas das garotas que trabalhavam na casa, encostada na parede com os braços cruzados. Ela tinha uma expressão séria no rosto.

— Fugir de que? – questionei, sem compreender.

Ela sorriu de lado.

— De Bella. Do que você sente por ela.

— Não sei do que você está falando. – disse olhando ao redor. Não sei por que, mas estava me sentindo desconfortável.

Seu sorriso aumentou.

— Claro que não sabe. – deu de ombros – De qualquer forma, eu não vou dá um sermão em você, senhor Cullen. – percebi que o pronome de tratamento saiu com um ar irônico – Só quero deixar uma simples pergunta: Já imaginou como seria sua vida com Bella ao seu lado?

Franzi as sobrancelhas para ela. Jessica apenas sorriu, dando-me as costas e desaparecendo no corredor.

Como seria sua vida com Bella ao seu lado? Que tipo de pergunta era aquela? Balancei a cabeça, afugentando aquilo da minha cabeça.

Fui para o meu quarto, tomar um banho e vestir-me para buscar a minha filha. O dinheiro já estava posto em uma mala e pronto para ser entregue. O pedido de dinheiro tinha sido muito confuso para mim, afinal, Tanya não era o que chamaríamos de pobre. Para que ela queria três milhões de dólares?

Certas partes não se encaixavam.

Entrei no chuveiro, fechando os olhos e sentindo a água quente bater em minha pele. Tentei manter minha cabeça limpa, mas de repente a pergunta de Jessica voltou.

Já imaginou como seria sua vida com Bella ao seu lado?

Bufei para isso. Que merda seria essa agora?

Terminei meu banho, colocando roupas confortáveis e descendo para tomar apenas um café preto. Não sentia fome, apenas cansaço.

— Bom dia Anne. – desejei.

— Bom dia, senhor Cullen. O que deseja para o café da manhã?

— Apenas um café preto, por favor.

Ela assentiu. Sentei-me em um dos bancos da cozinha e fitei meu reflexo desconfigurado no mármore. A pergunta surgiu ali, novamente, dançando em forma de letrinhas.

Já imaginou como seria sua vida com Bella ao seu lado?

Desviei o olhar, sentindo-me inconformado. Aquela garota botou algum tipo de feitiço em mim ou eu estava ficando louco?

Logo uma caneca de café foi colocada em minha frente, tirando-me daquele momento débil. Quando estava quase no fim, Bella aparece na cozinha juntamente com as crianças. Ela parecia exausta.

Nossos olhos se encontraram e ela sorriu levemente. O sorriso praticamente fluiu pelos meus lábios. E as palavras dançaram em minha mente outra vez, sorrindo zombeteiramente para mim.

Já imaginou como seria sua vida com Bella ao seu lado?

Desviei o olhar rapidamente. Os meus filhos vieram para um abraço e logo saíram para comer na sala de jantar. Bella ficou para trás. Carregava consigo uma xícara de café. Parecia hesitar em algo.

— Obrigada. — soltou.

Confuso, franzi o cenho

— Pelo o que?

— Por ter me posto na cama. – mordeu o lábio, passando a mão pelo pescoço.

Eu balancei a cabeça.

— Eu que agradeço a você por ter estado ao meu lado. Não era sua obrigação, mas mesmo assim estava lá. – murmurei, brincando com minha caneca.

Ela sorriu sem jeito, olhando para entrada da sala de jantar.

— Besteira. – deu de ombros, indo se juntar as crianças.

Escorei o cotovelo sobre a mesa para apoiar minha cabeça. Senti-me derrotado. Bella e eu tínhamos nos tornando como estranhos ao redor um do outro. Eu odiava aquilo, mas o que eu poderia fazer?

[...]

— Fiquem atentos. Mantenham-se juntos. Só entreguem o dinheiro quando Melanie estiver livre. Tenham paciência. Se perturbarem ela de alguma forma, ela pode surtar, e isso não vai ser bom. – aconselhava Jasper para Bella e eu.

Ele tinha vindo para cá juntamente com Emmett. Ambos pareciam mais como policiais do que advogados. Eu quase revirei os olhos para o meu cunhado, mas as instruções dele eram boas. Ele só queria no nosso bem, afinal. E, consequentemente, o bem da sua esposa.

— Vamos seguir isto, Jazz. Fique tranquilo. – toquei em seu ombro.

— E se vocês demorarem mais de uma hora, nós vamos atrás. – alertou Emmett.

— Não vai ser necessário, Emm. – Bella falou, mas parecia hesitante quanto a isso.

— Eu espero.

Bella e eu pegamos o meu volvo. Os advogados ficaram na porta, olhando-nos atentamente. Digitei o endereço em meu GPS, e com um olhar de confiança – pelo menos a tentativa – virei para Bella. Ela respirou fundo. Eu liguei o carro e, juntos, fomos atrás do que nos pertencia.


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Notas finais do capítulo

AI MEU DEUS. É AGORA! lkjhgf. Preparem os corações que no próximo capítulo teremos o desfecho desse sequestro. Tanya é insana! Mas ela receberá o que merece.
Edward todo caído pela Bella, mas ainda não assumiu isso para si próprio... Relaxem que isto está mais próximo de acontecer do que vocês imaginam.
Bella é realmente um anjo, mesmo que Edward não mereça, mas não se enganem achando que ela será fácil.
Bom, por hoje é só. Agradeço a todos que ainda estão por aqui, comentando - recomendações vocês estão por ai? - favoritando e acompanhando. Saibam que vocês brilham como estrelinhas no céu hjk.
Beijo e até a próxima!