Uma Babá Sem Noção escrita por Sáskya


Capítulo 32
Capítulo: 31 - Mel?


Notas iniciais do capítulo

Hey gente! Como vocês passaram esse primeiro mês do ano?
Vim com o primeiro capítulo de UBSN. Estamos chegando na parte mais tensa da fanfic - quem leu anteriormente vai saber o porquê, e quem não leu descobre agora.
Bora ler?



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Bella

Minhas sobrancelhas franziram automaticamente e, temerosa, chequei novamente o número do apartamento com o que eu me lembrara. Era este mesmo, então o que havia de errado?

O som crescente de risadinhas tirou-me do foco e eu prestei atenção ao corredor, de onde elas vinham. Emmett apareceu, segundos depois, do jeito que veio ao mundo.

Seus olhos se arregalaram a me ver e suas mãos foram automaticamente para baixo.

Quanto a mim, gritei.

— AAH! – cobri os olhos.

— Be-be-bella? – gaguejou.

— Quem mais poderia ser, seu imbecil! Não sabia que eu estava vindo?! – vociferei, chateada com a tremenda vergonha que estava passando.

Tinha como isso ficar pior, Senhor?!

— Eu sabia. Eu só estava... Distraído. – sussurrou a última parte.

— Distraído com que? Filme pornô, seu doente? – continuei a reclamar.

— É...

— Emmett? – escutei a voz suave e um tanto confusa.

Rosalie!

Sem acreditar, acabei por desvendar os olhos, dando de cara com um Emmett cobrindo suas particularidades com uma almofada e uma Rosalie só com um lençol cobrindo o corpo. As bochechas do meu irmão estavam coradas.

Ah, não... Não era nada pornô. Era real mesmo... Meu Deus! Tinha como ficar pior sim!

— Oi Bella. – ela saudou, um tanto sem jeito.

— Eu preciso de um minuto. – pedi, já saindo do apartamento e fechando a porta atrás de mim.

[...]

Neste um minuto – que na verdade foram cinco – tinha dado tempo para o meu irmão e cunhada colocarem alguma roupa para receberem-me decentemente.

Agora, estávamos nós três na sala. Eles dois sentados no sofá bastante sem jeito e eu na poltrona, tentando tirar qualquer imagem ilícita da minha cabeça. Porque o nosso cérebro sempre tendia em imaginar as mais diversas – e vergonhosas – cenas?

— Bella, eu sinto muito por isto. Emmett tinha avisado que você viria, mas eu achei que teríamos um tempo para... Você sabe. – começou Rosalie, totalmente sem jeito.

— O apartamento é do meu irmão e ele tem o direito de fazer qualquer coisa. Mas eu só peço que tenham cuidado quando tiver gente por aqui, porque eu não quero acordar de manhã e me deparar com vocês dois em uma situação comprometedora no sofá.

Emmett soltou uma risadinha e eu joguei uma almofada nele, fazendo as gargalhadas aumentarem. Rose o olhava, chocada.

— Desculpa, mas parando para analisar a situação, isso é muito engraçado! – balançou a cabeça.

Revirei os olhos e levantei-me da poltrona, disposta a deixar o clima tenso para trás.

— Depois dessa calorosa recepção... – sorri maliciosamente. – Eu sugiro que comamos algo, pois estou morta de fome! – sai arrastando minha mala pelo corredor – Emmett, meu quarto ainda é o mesmo da última vez, né?

— Sempre, dona puritana. – gargalhou.

— Vá se foder!

— Ei! Eu não ensinei isso a você.

— Cale a boca. – bufei, fechando a porta do quarto.

[...]

— Então quer dizer que eu só vou começar depois das festas de final de ano? – perguntei para Emmett, desviando momentaneamente das batatas que eu estava cortando.

— Sim. O próximo semestre com o ingresso de novos alunos só começa em janeiro. – respondeu Emmett, ralando a cenoura.

Depois de instalar-me no quarto, decidi que faria o jantar de hoje à noite. Lógico que eu coloquei meu irmão e cunhada para ajudar. O prato da noite seria bife com batatas e arroz de cenoura. Algo leve e nutritivo. Eu estava descascando as batatas para assar, Emmett ralando a cenoura e Rosalie preparando a carne.

— Isso me dá um tempo. Será que consigo um trabalho que dê para conciliar? – fatiei a batata, esperando por uma resposta.

Emmett suspirou.

— Bells, você sabe que eu tenho dinheiro o suficiente para cuidar de nós dois.

Larguei a faca em cima da tabua e voltei-me para o meu irmão. Ele tinha parado sua atividade também.

Lá vamos nós.

— Você sabe como eu sou, Emmett.

— E você sabe o quanto eu não me importo de ajudar você sempre que puder.

— Só que agora eu não preciso. Posso muito bem me virar. Você já está me ajudando o suficiente ao me oferecer um teto. – arqueei uma sobrancelha.

Ele bufou.

— O que é meu é seu, Bells. Prometemos cuidar um do outro, lembra? – levantou o dedo mindinho.

Sorri.

— Claro, Emm. É só que...

— Eu posso arrumar algo para Bella. – interrompe Rosalie, olhando-nos sugestivamente.

Fitei-a com interesse. Emmett apenas revirou os olhos e voltou para as cenouras. Ele sabia que era causa perdida.

— O que seria, Rose?

— Você pode trabalhar na C&H. Estamos precisando de uma nova garota, já que uma das nossas vai sair para a nova filial.

— Nova filial? – olhei-a com surpresa e felicidade – Expandido o negócio?

Os olhos da minha amiga e cunhada brilharam.

— Nós fechamos contrato ontem com o dono de um velho local que funcionava vendendo algumas quinquilharias. – mostrou desdém com a mão – A localização é boa e o espaço também. Espero que em breve tenhamos muitas lojas espalhadas pelo mundo a fora. – ela juntou as mãos, um olhar sonhador em seu rosto.

Emmett sorriu para a namorada e beijou-lhe o rosto.

— Você terá o mundo, anjo. – sussurra amorosamente para ela.

E então aquela bolha de amor os envolve enquanto eles olham um para o outro. Ao mesmo tempo em que eu ficava feliz por meu irmão ter encontrado alguém doce como Rosalie, eu também entrava na minha própria miséria.

Será que algum dia eu seria amada daquela forma?

Sorri tristemente.

— Alice queria fazer uma surpresa, mas eu já tinha contado ao Emmett, de qualquer forma. – Rose voltou ao assunto — E eu também posso apostar que ela abriu sua boca para o meu irmão. – revirou os olhos.

Eu rir.

— Isso seria bem Alice.

Ela concorda com a cabeça.

— Então, você aceita? – voltou ao tópico inicial, esperançosa.

— Vai ter alguma entrevista de emprego?

— Puuf. É só dizer sim, Bella. Sei que você é capaz. – ela pisca para mim.

Eu pulo para os seus braços, dando-lhe um aperto quase sufocado.

— Sim! – anunciou – Obrigada cunhadinha.

— Sempre que você precisar, querida. – ela beija-me o rosto – Amanhã iremos até a C&H oficializar tudo. Alice vai amar isto.

— Claro que vai. Estarei usando algo que a agrada. – revirei os olhos, desgrudando-me de Rose.

— Agora vamos colocar este jantar no fogo? Minha barriga pede por clemência! – dramatiza meu irmão, passando a mão pelo estômago barulhento.

Rosalie e eu rimos do seu desespero.

[...]

O som do telefone do apartamento tocando despertou-me do meu sono. Bocejando, levantei-me da minha cama para atendê-lo.

— Alô? – minha voz saiu rouca pelo sono.

Senhorita Swan? Aqui é Fred, o porteiro.

— Oi Fred. O que eu fale sobre formalidades?

Desculpe-me, Bella. É apenas força do hábito.

Eu acabei por rir.

— Tudo bem.

Tem uma senhorita aqui...— antes que ele pudesse anunciar quem era, um grito ‘’sou eu Bella, Jess’’ o interrompeu. Prendi uma risada – Bom, ela está querendo subir.

— Ela é minha amiga, Fred. Pode deixá-la subir.

Entendido.

Desliguei o telefone e corri para jogar uma água na cara e escovar os dentes. Três minutos depois a campainha do apartamento é tocada e eu volto para sala para abrir a porta.

— Jess! Quanto tempo! – exclamei feliz em vê-la.

Ela me deu um abraço.

— Que merda te deu na cabeça, garota? – questionou, soltando-se de mim e mandando-me um olhar chateado. – Some do nada da mansão, troca o número do celular. Esqueceu que tem amigos lá? Amigos que sentem sua falta?

Eu suspirei.

— Desculpa, Jess. As coisas ficaram meio loucas. Mudanças, universidade, novo emprego...

— Emprego? Já arrumou outro canto? Que rapidez!

Ela entrou no apartamento, sem esperar um convite prévio. Sorri. Isso era bem Jessica.

— Que lugar legal. – comentou, olhando em volta – É seu?

— É do meu irmão. Estou passando um tempo com ele.

— Ah, sim. – pausou – Qual é a sua nova função? Babá de alguma outra família? – sorriu ironicamente, fazendo-me revirar os olhos.

Direcionei-a até o sofá, para que pudéssemos conversar melhor. Algo me diz que será algo longo.

— Não. Rose me ofereceu uma oportunidade na C&H.

— Rose? Rosalie Hale? – inquiriu com surpresa.

— A própria.

— Interessante. – soltou, mas seus pensamentos pareciam longe – E então, vai me contar o porquê da demissão repentina?

Sorri sem graça.

— Meu irmão conseguiu uma vaga para mim na NYU. Não daria para conciliar o meu trabalho na mansão com os estudos.

Ela olhou-me desconfiada.

— Tem certeza que foi só isso? Parece muito relativo para uma fuga repentina.

— Não viaja, Jess. – revirei os olhos.

Ela sorriu.

— As coisas da mansão também ficaram um pouco loucas depois do termino do noivado do chefe.

— Hmm. – soltei vagamente, olhando para baixo.

— Edward parece triste.

Sem querer, meus olhos correram para cima, e meu cérebro – e coração – atentou para o nome dele.

— Deve ser por conta da noiva...

— Corta essa, Bella. Aposto que você sabe o show que aconteceu lá. – revirou os olhos. – O que aconteceu entre vocês? – jogou a pergunta no meu colo.

Eu me esquivei um pouco para trás, como se ela tivesse me cuspido fogo. Como Jessica chegou àquele ponto?

— O que? Não aconteceu nada. Está viajando Jess? – sorri nervosamente.

— Bella, eu não nasci ontem e sei que tem alguma coisa pegando, mas se você não quiser me contar, tudo bem. Eu sou apenas uma amiga preocupada que só quer o seu bem. – dramatizou, levantando-se do sofá.

— Jess...

— Estou indo. Tenho que está no trabalho daqui a...

— Eu transei com o Edward. – soltei, fechando os olhos com força.

O próximo som que eu escutei foi um arfar, seguido de alguém se sentando de novo no sofá. Abri os olhos, deparando-me com os castanho-claros da Jess bem na minha frente.

— Oh, meu Deus! Vocês fodidamente foderam.— ela riu do próprio trocadilho – A senhorita ‘’eu não tenho sonhos eróticos com o meu chefe’’ se superou hein. – cutucou-me com o dedo.

Eu rir, inevitavelmente.

— Pare com isso. Apenas... Aconteceu.

— Aconteceu nada. Você não é disso, Bella. Se fosse eu, puff – revirou os olhos – Não tinha nem o que questionar, mas você? – balançou a cabeça negativamente. – Você gosta dele, sim?

Desviei o olhar.

— Isto não importa.

— Droga! – grunhiu, batendo em sua testa – Você é louca por ele. Que merda aconteceu para você não está lá fodendo os quatro cantos da casa com ele?

— Jessica! – ralhei, arregalando os olhos.

Ela fez um sinal de desdém.

— Eu só não sou o tipo de garota dele. – comentei com amargura na voz.

— Como assim?

— Eu quero um romance, Jess. Quero alguém que me ame, respeite-me e esteja por mim.  Edward quer algo superficial, de aparências, sem sentimentos. E eu não sou essa garota. – sorri tristemente, cutucando a bainha do meu pijama.

Não vá chorar, não vá chorar, não vá chorar.

— Que bastardo filho da puta! – indignou-se – Quem não ia querer alguém como você, Bella? Porra, se eu gostasse de mulher, eu te pegava.

Nós rimos da sua loucura. Ela era assim: direta e louca.

— Eu realmente senti sua falta. – pulei para lhe dá outro abraço, querendo terminar este assunto de vez – Como estão Bree, Anne e todos os outros empregados da mansão? Sinto saudades de vocês. – soltei-me dela.

— Estamos todos bem e sentimos sua falta também. – ela soltou uma risadinha – Eu tinha combinado uma visita com Anne e Bree, mas eu não aguentei mais. Arranquei a informação das crianças de onde você estava e vim parar aqui.

Eu revirei os olhos para a falta de paciência dela.

— Marque com elas algum dia para sairmos.

— Claro. – ela olhou à hora no relógio em seu pulso – Queria poder ficar mais, porém eu tenho um trabalho para ir. – beijou-me o rosto.

Levei Jess até a porta. Assim que abri a porta, encontrei o meu irmão do outro lado com a mão na maçaneta. Ele estava com o seu traje de ‘’advogado linha dura’’.

A boca da minha amiga foi ao chão enquanto ela secava meu irmão na cara dura. Percebendo o olhar nada discreto de Jessica, Emmett sorriu amarelo.

— Bom dia, Bells e... – olhou para minha amiga em busca de um nome.

Cutuquei Jess com o ombro, fazendo-a acordar do transe e tomar a mão de Emmett.

— Jessica Stanley. – chocalhou a mão do meu irmão exageradamente.

Eu mordi meu lábio para abafar a risada.

— Jessica, claro. – meu irmão sorriu cordialmente.

— Emm, esta é minha amiga Jessica. E Jess, este é o meu irmão Emmett.

Muito prazer em conhecê-lo. – falou Jess, exagerando no muito.

— Prazer em conhecê-la também. – puxou sua mão delicadamente da louca que ainda a apertava como se fosse sua vida. – Bom, eu vim buscar alguns papéis. Fiquem à vontade.

— Ela já estava de saída. – avisei para o meu irmão – Vá lá pegar os seus papéis.

Quando meu irmão desapareceu no corredor, Jessica fingiu que ia desmaiar.

— Oh meu santo e maravilhoso Deus. – soltou, abanando-se – Como você não me contou que tem um irmão esculpido por anjos, Isabella? E que tem um aperto firme e um cheiro gostoso? Eu poderia ser sua cunhada!

Revirei os olhos.

— Não viaja Jess. Ele já é comprometido.

Minha amiga murchou.

— Claro que é. Um pedaço de mau caminho nunca está dando sopa. – colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha – Se bem que... – sorriu maliciosamente.

— De jeito nenhum, Jess. Eu amo você, mas também amo minha cunhada, que, a propósito, é Rosalie Hale.

Ela fez uma careta.

— Um cara gostoso para uma mulher bonita. Inferno! – sussurrou com uma bufada – Ok. Eu não vou me atirar para ele, mas não posso jurar nada sobre sonhos, olhadas indevidas e essas coisas.

Coloquei a mão na testa. Jessica não tinha jeito.

— Estou indo. – trocamos um último abraço – Tchau e até breve, sua danada.

— Até, sua louca.

Melanie

(Novembro)

Meus irmãos e eu, andando com as pontas dos pés, paramos em frente ao quarto da nova babá. Cada um estava equipado com um balde de água super gelado. Acordamos cinco minutos antes que ela – todo santo dia ela acordava no mesmo horário – e aguardamos a sua saída.

Madeleine – ou Maddy, como pediu inutilmente para ser chamada – tinha apenas dezoito anos e um penhasco enorme por meu pai. Era irritante a forma que ela ficava suspirando por ele. Não queríamos a porcaria de outra Tanya Denali em nossa casa. Sem contar na sua falta de tato para nós. Ela não era Isabella Swan, no final das contas. Ninguém nunca vai superar a Isa.

A porta do quarto foi aberta e quatro litros de água foram arremessados para a babá. Soltamos os baldes no chão, apreciando apenas por dois segundos a cara chocada da babá, e saímos correndo para o meu quarto.

— VOLTEM AQUI! – ela berrou no corredor, vindo atrás de nós.

Tranquei a porta do meu quarto antes que ela entrasse. Maddy forçou a maçaneta da porta, tentando entrar. Meus irmãos começaram a rir abertamente. Eu não aguentei e me juntei a eles.

— Meu Deus Mel. Isso só melhola. – elogiou Liam.

Essa era a nossa quarta tentativa para avisar que ‘’não queremos você aqui’’. A primeira foi a falta de recepção quando ela chego. A segunda, uma caixa de baratas em seu quarto. Ela gritou muito. A terceira? Bem, apenas a jogamos acidentalmente em alguns cactos do jardim enquanto brincávamos de polícia e ladrão.

Abram esta porta Melanie, Lilian, Peter e Liam!— tentou dá uma de durona – Ou então eu vou chamar o senhor Cullen.

Apenas uma desculpinha para chamar o papai.

Vadia!

Espero que Bella não saiba que sei essa palavra. Nem a tia Alice. Muito menos a vovó Esme.

— Ela me chamou de Lilian. – grunhiu minha irmã – Eu não gosto que chamem de Lilian! – ferveu, com as mãos em punho.

Eu sorri orgulhosa para ela.

— Se essa não surtir efeito, a próxima peripécia será sua. – passei meu cargo – e do Liam – para ela.

Minha irmã sorriu maleficamente.

Tudo bem, senhorita Carson?— escutei a voz do papai. Ele parecia assustado. Provavelmente por causado estado da Maddy.

— Xii... – soltou Peter, baixinho – Lá vem sermão.

Entreolhamo-nos, sabendo que as palavras de Peter estavam certas. Papai vai passar uma dura em nós — novamente.

Um fungado nos chamou atenção. Madeleine estava em seu choro fingido. Vadia!

Eu juro que sempre dou o meu melhor para eles, senhor Cullen. Mas parece que nunca é o suficiente. Não sei mais o que fazer.

Enxerguei pela fechadura da porta ela se agarrando ao meu pai. Ele apenas ficou sem saber o que fazer. Eu quase rir, mas o seu olhar fez com que eu murchasse. Ele estava cansado, e arrisco dizer que até mesmo triste. Esse quê de tristeza o acompanha desde o dia que Bella se foi. Algo me dizia que a universidade não foi o único motivo de Bella ter ido embora.

Vá se trocar, senhorita Carson. Eu cuido deles hoje.— papai falou para ela.

A babá assentiu e tomou seu caminho para fora. Dois segundos depois uma batida na porta foi dada.

— Abre. – Lily falou, cabisbaixa.

Ela detestava a babá, mas ela amava o papai. E saber que isso o enlouquecia a deixava assim. Com os outros não era muito diferente e... Nem comigo. Principalmente agora.

Timidamente, abri a porta, colocando meu melhor olhar de desculpas no rosto. Aposto que meus irmãos estavam fazendo o mesmo

Ele apenas sorriu tristemente para nós e se encaminhou para a minha cama. Sentando-se nela, ele nos chamou para perto. Lily escalou em seu colo, enquanto restante de nós se distribuiu ao seu lado.

— Qual é o problema com Madeleine?

E então uma confusão de vozes começou. Cada um queria expor seu ponto sobre a babá atirada, irritante e que não responde por Isa.

— Ok, ok. – papai nos parou – Um de cada vez.

— Ela é chata. – Lily fez bico, cruzando os braços – Ela me chamou de Lilian. Eu não gosto, porque parece que estão bravos comigo.

— Não gosto dela. – Peter coçou a cabeça.

— Ela é atirada. – acrescentei.

— E ela não é a Isa. – terminou Liam, suspirando tristemente.

Papai também suspirou.

— Vocês precisam entender que nenhuma babá será como a Bella. Cada um terá o seu jeito.  – sua voz saiu doce.

Baixamos a cabeça.

— Sim. É só que... – levantei da cama, passando a mão por meu cabelo – Ugh! Ok, nós pararemos de implicância, mas, por favor, encontre outra babá. Eu simplesmente não suporto a Maddy.— falei seu nome com desgosto.

— Ela é muito atirada. Contrate alguém mais velho. – Peter concorda.

Os gêmeos balançam a cabeça, concordando conosco.

— Tudo bem. Eu vou demitir a Madeleine e contratar outra babá mais velha e menos atirada.— ele revirou os olhos – E vocês vão se comportar, combinado?

Meus irmãos e eu nos entreolhamos, na nossa forma silenciosa de entrar em acordo.

— Combinado. – respondo por nós, trocando um high-5 com papai.

— Agora vão tomar banho e se arrumarem para a escola. Hoje eu estou levando vocês. – anunciou com um sorriso.

— EBA! – gritamos em sincronia, partindo para um abraço grupal.

Edward estava se saindo como um ótimo pai.

Bella

— Ugh. – expressei-me ao ter que calçar os saltos pretos.

Uh, não que eu odiasse saltos e essas coisas, mas passar o dia quase todo com essas coisas nos pés era de matar. Entretanto, eu não poderia reclamar sobre isto. Fazia parte do uniforme da grife. Eu já me aproximava de completar minha quarta semana de trabalho lá. Acho que estava caminhando para vitória.

— Está pronta, Bella? – Emmett bateu na porta.

Meu irmão estava me dando carona enquanto o meu carro não chegava. Apesar de Emm ser todo sobre cuidar de nós dois, agora eu estava trilhando meu próprio caminho. E eu precisava do meu carro para isso.

— Claro. – olhei meu coque impecável pela ultima vez no espelho antes de sair.

— Ainda é tão estranho te ver nessas roupas. – ele apontou para as minhas vestes, que se resumiam em uma saia preta e uma blusa azul – Sou acostumado com as cores, não com a neutralidade.

Dei uma tapinha nas costas do meu irmão.

— Ossos do ofício, meu caro.

Emmett revirou os olhos e nós fomos tirando sarro um com outro durante o caminho até a garagem do prédio. Emmett falava que eu parecia alguma empresária maluca, enquanto eu dizia que ele parecia um cara idiota usando um terno caro.

No caminho até a C&H, cantamos músicas aleatórias e nos divertimos. Deixando-me em frente à boutique, meu irmão partiu para mais um dia de trabalho. Ele já estava um pouco atrasado.

— Bom dia meninas. – desejei para as duas garotas que trabalhavam na loja.

A primeira era uma loira simpática chamada Ashley. Já a segunda, também loira, tinha uma postura mais centrada – diria até mesmo arrogante – chamada Jane. Mas ela não parecia ser má pessoa.

— Bom dia, Bella. – desejaram com sorrisos, apesar do de Jane soar um pouco falso.

— Rosalie já chegou? – questionei, assinando meu ponto.

Alice estava afastada, pois o médico recomendou repouso na reta final de sua gravidez. O parto tinha sido previsto para o começo de dezembro, já que a gestação de gêmeos era mais arriscada e durava menos do que a gravidez com um só bebê. Eu estava ansiosa pela chegados dos meus afilhados.

— A senhorita Hale ainda não chegou. – Jane enfatizou bem o senhorita.

Talvez ela tenha algum problema com a minha amizade com a chefe. Acha que eu entrei aqui por algum tipo de favor... Ok, não foi por uma entrevista de emprego, mas não é como se eu não precisasse de um emprego. E, além disso, Alice instruiu-me de tudo, assim como fez com elas.

— Ok. – assenti.

— Bom dia, queridas. – Alice chegou, esbanjando sua simpatia natural – e sua barriga de oito meses.

Franzi o cenho para ela.

— Bom dia, senhorita Cullen. – responderam as meninas. A baixinha não tinha aberto mão do seu sobrenome de solteira.

— Você não deveria está em casa? – ralhei com ela.

— Precisava ver umas papeladas, mas já estou voltando. – revirou os olhos. Algo me diz que Jasper deve ter falado algo — E venha comigo até o escritório. – sorriu, passando já direto.

Eu a segui, confusa.

Alice sentou-se em sua cadeira, uma expressão de deleitamento tomando conta do seu rosto. Eu rir de sua expressão.

— O que? Quando você é uma grávida de oito meses carregando dois bebês por aí a melhor coisa é encontrar algo para se escorar.

— Claro. – concordei, sem saber do assunto. Nunca tinha ficado grávida, afinal – Sua família tem um quê de gêmeos, hm? – sentei-me em uma das cadeiras em frente à mesa.

— Mamãe é gêmea da tia Margareth. Nós não a vemos muito porque ela mora no Alasca. – deu de ombros. – E o pai do papai tinha um gêmeo também, só que ele morreu antes de nascer. Triste.

— Oh. – balancei a cabeça – Isso explica muita coisa.

— Sim, mas não vamos falar de bebês agora. – sorriu – Jasper está levando as crianças para o apartamento mais tarde. Vai ter alguma coisa no Central Park e você poderá levá-los.

Meus olhos se iluminaram com a notícia. Já fazia um tempo que eu não via as minhas adoráveis crianças.

— Obrigada por isso, Lice. – corri para abraçá-la.

Ela riu.

— Oh, eles são seus também, Bella. – ela fala isso e o meu coração se aperta.

Eu queria que eles fossem meus. Eu queria está todos os dias para eles. Eu queria o seu pai. Queria que formássemos uma família.

Balancei a cabeça, antes que pensamentos ruins guiassem para fora e me destruíssem por dentro.

— Vou voltar ao meu posto. – anunciei, tentando sorrir.

Alice pareceu não perceber meus pensamentos tristes e me dispensou divertidamente com sua mão.

[...]

Sorria verdadeiramente feliz ao ver as quatro pessoinhas que em pouco tempo se tornaram tão especiais para mim, olhar para lá e para cá, admiradas com as coisas que foram postas no Central Park. Esse era um dos raros momentos que eu me sentia verdadeiramente feliz.

— Não vão para muito longe. – avisei-os.

— Isa, deixa-me comprar um algodão-doce? — pediu Melanie toda fofa só porque queria algo – O carrinho é logo ali. – apontou para o carrinho onde tinha um senhor vendendo algodão-doce para algumas crianças.

— Vocês querem? — perguntei a Liam, Peter e Lily.

— Nós queremos pipoca. – falou Lily e seus irmãos concordaram.

— Okay. Mel vá comprar seu algodão-doce e nos espere aqui enquanto compramos as pipocas – disse, entregando-lhe o dinheiro.

Fui para a barraquinha de pipoca com Liam, Peter e Lily e eles passaram uns dez minutos para escolherem como queriam as pipocas. Assim que voltamos, estranhei não ter encontrado Melanie no local combinado.

— Cadê a Mel? — questionou Liam, comendo a sua pipoca.

— Eu não sei. – falei preocupada, olhando em volta – Vamos até o carrinho de algodão-doce para ver se ela está lá.

Eles concordaram e eu peguei na mão dos gêmeos. Peter, sob o meu comando, pegou a mão da sua irmã mais nova.

Fomos até o carrinho, mas não encontramos Melanie lá. Perguntamos ao homem que vendia o doce e ele apenas disse que ela comprou e se foi. Olhei ao redor, começando a sentir o desespero aflorar.

Passei a procurar Melanie entre as pessoas, parando algumas para perguntar se alguém tinha visto a menininha da foto que eu mostrava em meu celular. Muitas respostas foram negativas. Até o momento que eu parei uma mulher loira com duas crianças.

— A senhora viu esta menina andando por aqui? – mostrei-lhe a foto. Minhas mãos já tremiam.

A mulher sorriu.

— Oh, sim. Ela estava conversando com uma mulher de vestido vermelho ali. – apontou para um canto mais afastado do parque.

— Mulher de vestido vermelho? A senhora não viu o rosto?

Ela negou com a cabeça.

— Ela estava de costas. Só captei que seu cabelo é loiro meio avermelhado...

Meu coração parou por um instante e eu tive que tomar uma respiração profunda para não cair no chão.

— Obrigada. – consegui dizer.

Puxei as crianças pela mão, sem esperar nenhum tipo de acréscimo. Sentei em um dos bancos, e com os olhinhos assustados, as crianças ficaram na minha frente.

— Isa... – começou Lily com a voz hesitante, seus olhos se enchendo de lágrimas – A Mel foi sequestrada?

Eu não consegui responder. Apenas saquei o meu celular do bolso e disquei no número do meu irmão. Duas chamadas depois eu escuto a voz grossa de Emmett.

Bella?

— Emm... – soltei, sentindo um nó subir pela minha garganta – Vem para o Central Park, por favor. É urgente. – pisquei, tentando conter as lágrimas.

Bella que tom de voz é esse? O que aconteceu?— escutei o barulho de algo caindo no chão seguido por ‘’merda’’.

— Eu acho que Melanie foi sequestrada. Por Tanya Denali.


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Notas finais do capítulo

:O! Agora o negócio começa a esquentar por aqui. Tanya está colocando suas garras de fora e nós vamos descobrir quem ela realmente ela é. Alguém lembra quando o ex marido dela apareceu uns capítulos atrás? Bom, se Edward tivesse parado para escutar, muita coisa poderia ser evitada.
Ok, eu não vou dizer mais nada :x. Algumas acertaram o porquê do grito - até pensei em mudar, mas eu já tinha escrito, então deixei. Edward apareceu pouco nesse capítulo, mas foi tão fofo! Ele realmente é um novo cara.
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Quando sai capítulo novo? Eu não sei! Eu vou começar a fazer cursinho amanhã e vou ter que estudar pra conseguir o que eu quero. Mas eu não vou abandonar nada. Meio caminho já está andado, agora só falta colocarmos um final.
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Obrigada a todas que me acompanham desde o começo e as que surgiram no decorrer da história. Vocês é que fazem UBSN comigo.
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Um beijo para vocês e até a próxima!