Uma Babá Sem Noção escrita por Sáskya


Capítulo 31
Capítulo: 30 – O Grito


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal! Depois de algum tempo, EU VOOOOLTEI!
Desculpem-me pelo atraso, mas eu tive que deixar o mundo da escrita um pouco de lado. Agora que eu estou de férias, espero do fundo do meu coração que eu consiga terminar minhas duas fics em andamento.
Boa leitura, amores!



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Edward

Um monte de flashes cegou-me antes que eu pudesse chegar ao meu carro. Mesmo que a imprensa tenha sido barrada de entrar na igreja, muitos não perderam a oportunidade de fotografar pelo menos a entrada dos noivos. Sorte que tinha uma grade de proteção para que eles não invadissem muito o espaço.

As fotos nunca eram o suficiente, então perguntas começaram a ser feitas.

— EDWARD NÃO VAI TER MAIS CASAMENTO?

— EDWARD O QUE ACONTECEU ENTRE VOCÊ E TANYA?

— VOCÊ ESTÁ INTERESSADO EM OUTRA MULHER? É AQUELA MOÇA QUE SAIU NA CAPA DA REVISTA? A BABÁ?

Todas ignoradas, eventualmente.

Jasper surgiu basicamente do nada com uma expressão calma no rosto.

— Alice me mandou levá-lo para casa. Ela vai ficar aqui para se despedir adequadamente de todos por você.

— Não quero causar problemas a Alice. Não precisa fazer isso por mim. – minha voz saiu letárgica.

— Você é da família, Edward. E nós fazemos de tudo pela família. – ele sorriu. – Agora vem. Você parece péssimo.

[...]

O som calmo das notas do piano deixava-me mais tranquilo comigo mesmo. Eu tinha pedido a Jasper para que ele me levasse a um lugar em que eu pudesse beber e ao mesmo tempo fosse calmo. Meu cunhado fez careta para o meu pedido, mas eu não tinha a intenção de me embebedar. Eu só queria um lugar para poder ficar com as minhas angústias em paz. E talvez desabafar um pouco sobre tudo isso.

Quando meu uísque e a água com gás de Jasper chegou, eu soltei um suspiro antes de tomar o copo todo.

— Vamos com calma aí. Se Alice souber que deixei você ficar bêbado, ela me mata. – alertou meu cunhado.

Eu sorri fracamente.

— Você e Alice têm um relacionamento perfeito né? Um casamento dos sonhos, empregos confortáveis, uma boa casa e agora estão à espera dos primeiros filhos! – chamei o garçom, pedindo-lhe mais outra dose. – Eu já quis uma história assim, sabe? Amor, esposa, filhos... Mas algumas coisas foram feitas para não acontecer. – desviei o olhar, lutando contra o amargor daquelas palavras.

— Engana-se. – Jasper comentou com a voz baixa.

Voltei, desconfiado, meus olhos para ele. O loiro mantinha um sorriso discreto nos lábios.

— Alice e eu nos amamos, é inegável, mas o estado de perfeição não existe, Edward. Quer dizer, não uma perfeição generalizada. Cada um é perfeito ao seu modo, com os seus erros e tropeços; qualidades e vitórias. – cruzou as mãos. – Alice e eu brigamos como qualquer outro casal. Tem dias que ela realmente me deixa louco! – riu levemente. – Tem dias que eu a deixo louca, com alguma coisa fora de ordem, ou quando me desligo de algo que ela diz. – balançou a cabeça, seus olhos voltando-se para mim outra vez. – O que eu quero dizer, Edward, é que não podemos achar que a grama do vizinho sempre é mais verde. Você pode ser feliz também! É questão de escolha, de pegar as oportunidades que lhes são dadas, entende? Alice apareceu em minha vida e tudo que pensei, e que penso até hoje, é que ela deve ser mantida para sempre nela. E eu para sempre na dela. Não é fácil, mas vale à pena.

As palavras do meu cunhado deixaram-me sem jeito. Jasper tinha essa tendência incrível de ser profundo.

— Fica um pouco difícil de acreditar depois de tanta coisa ruim acontecendo sempre. – bebi um gole da bebida que tinha acabado de chegar. – Eu sei que nunca existiria amor mútuo em minha relação com Tanya, mas pelo menos eu não ficaria sozinho para sempre. Eu teria mais um pouco de credibilidade. – sorri sem humor. – E novamente algo deu errado. Ela não era a pessoa que eu esperava. Ela machucou quem eu mais amava. Ela queria se livrar dos meus filhos, ela empurrou Melanie para o chão. – Jasper não conseguiu conter a expressão surpresa — Como pude me manter a margem de uma pessoa assim por tanto tempo? Eu me sinto tão idiota! Mil vezes mais do que já sou.

— Alice vai ficar louca quando souber. – declarou. – Meu Deus, que tipo de gente ela é? Parece ser tão fina e elegante. As aparências enganam.

— E como. – suspirei, tomando o resto da minha bebida. – Esses dois últimos dias foram como um furacão em minha vida. Tudo estava indo perfeitamente bem, e de repente tudo veio ao chão. Eu perdi minha babá e amiga, descobri que minha noiva não era quem eu imaginava e ainda terei que aturar minha cara estampada em revistas. – afastei o copo, deitando minha cabeça sobre o meu braço em cima do balcão. – Eu estou atolado em minha própria miséria e precisando de alguém para desabafar, por mais estranho que isso seja. – olhei para Jasper. – Obrigado por está me ouvindo.

— Sempre que precisar Edward. – piscou – E sobre Bella...

— Alice não te contou?

— Bom... – meu cunhado sorriu envergonhado – Sabe como sua irmã é.

Revirei os olhos.

— Oh, como sei. Ela gritou muito em casa?

— Por incrível que pareça, ela estava extremamente calma. Ela tinha conversado com Bella antes de ir para casa.

Sentei-me ereto, sentindo-me um tanto nervoso pelo o que estava prestes a perguntar.

— Onde ela está?

— Bom, não sei se devo te falar isso. – Jasper se retraiu um pouco.

— Jasper, eu só... Só quero saber se... Se ela está bem. – arriei os ombros, olhando para os meus sapatos. – Só isso.

— Você sabe, não é fácil ter um coração partido. – suas palavras não foram feitas para me atingir, mas mesmo assim o fizeram.

— É. Sei exatamente como é. E me sinto terrível por ter feito isso com ela. Bella é uma pessoa boa demais. O que ela tem para gostar de mim? – olhei descrente para ele.

Jasper sorriu sabiamente.

— O coração não escolhe por quem vai se apaixonar, Edward. Ele simplesmente se apaixona. – pausou – Eu sei que você tem uma grande dificuldade com esse tipo de sentimento, mas porque não tenta? Sei lá, dê uma chance. Talvez você possa se surpreender. De uma forma boa.

— Eu não sei... – engoli em seco – Não sei se seria capaz. E sem contar que ela não quer me ver nem pintado de ouro agora. Nem que eu lhe oferecesse dezenas de meias coloridas.

Rimos com o meu último comentário.

— Apenas pense nisso, ok?

Eu assenti, sem falar mais nada.

[...]

Cheguei a casa por volta das oito horas da noite. Jasper foi atrás de Alice, pois ela tinha lhe enviado uma mensagem informando que estaria aqui. Já eu fui para cozinha. Anne estava lá, estranhamente ainda terminando de preparar o jantar juntamente com a cozinheira que a auxiliava.

— As crianças e meus pais ainda não jantaram? – indaguei, pegando as duas de surpresa.

— Que susto, senhor Cullen! – exclamou Maria, colocando uma mão sobre o peito.

— Desculpem-me.

Anne sorriu.

— Tudo bem, senhor Cullen. Ninguém estava com fome mais cedo. As crianças preferiram comer um sanduíche e os seus pais esperarem-no. Então decidi preparar o jantar um pouco mais tarde.

— Seu idiota!

Assustei-me com o ‘’elogio’’ repentino. Virei-me para trás, deparando-me com uma Alice raivosa. Mamãe estava logo atrás dela, olhando de cara feia para a filha caçula.

Pedi licença às senhoras e saí arrastando Alice para sala. Mamãe nos seguiu, sentando-se no sofá.

Era hora de lavar a roupa suja.

— Posso saber o motivo do elogio? – questionei, retirando o paletó que usava.

— Você ainda tem a cara de pau de perguntar?! Chega naquela igreja feito um doido, cancelando o casamento e ainda deixando para mim toda a responsabilidade de falar com cada convidado! Vai ter que devolver os presentes, porque eu não faço isso. – ela parecia está bastante alterada.

— Alice, desculpe-me... – e, do nada, minha irmã atirou-se em meus braços, abraçando-me quase que sufocadamente.

— Cale essa boca, porque eu ainda não terminei. – resmungou em meu ouvido, soltando-se de mim e fitando-me com um sorriso gigante. – Eu sei que isso pode parecer cruel, ou não, mas eu estou tão feliz que não teve casamento! Eu queria muito que você se casasse outra vez, mas essa definitivamente não era a noiva certa. Tanya é uma louca, psicótica e nojenta! Como ela teve coragem de maltratar a Mel? Ah, se eu tivesse visto... Mas eu fico feliz que você e a mamãe viram. Sim, ela me contou tudo. Finalmente meu irmão acordou para a vida e eu estou bastante satisfeita! – tagarelou, abraçando-me de novo.

Olhei para mamãe em pânico, mas ela apenas riu. Ela riu na minha cara.

— Anh, Alice, eu fico muito feliz por isso também, e obrigado por segurar as pontas para mim, mas eu quero ver meus filhos agora. – beijei o topo da cabeça dela, afastando-a.

— Bem, eles estão dormindo agora. – falou Jasper, descendo as escadas.

Estranhei.

— Já?

— Eles estão cansados. O dia foi cheio.

— Bella também passou por aqui um pouco mais cedo, querido. Eles estão bem. – mamãe comentou, olhando-me curiosamente.

Engoli em seco, involuntariamente. Então quer dizer que Bella esteve por aqui?

— Então, acho que vou apenas deixar um beijo de boa noite e recolher-me no meu quarto. Amanhã eu acerto o resto das pendências do casamento.

— Eu já falei com a equipe do Buffet e salão de festas. Só faltam os presentes. – informou-me mamãe.

Sorri e aproximei-me para beijar-lhe a testa.

— Obrigado. – olhei para minha irmã e cunhado, parados em um meio abraço. – Vocês ficarão para o jantar?

— Jasper está indo me levar para jantar fora. – respondeu Alice, sorrindo amorosamente para o marido.

— E seu pai e eu vamos preferir jantar no quarto, a não ser que você queira jantar algo conosco.

— Não precisam mudar seus planos. – sorri – E papai, onde está?

— No quarto.

— Então, estamos indo. – a voz polida e harmoniosa de Jasper se fez presente outra vez.

Dei um último abraço em Alice e troquei um aperto de mãos com Jasper, antes de mamãe levá-los até a porta, combinando um almoço para amanhã. Eu não fiquei para ouvir muito, apenas arrastei minha bunda cansada para o andar de cima.

Bella

Uma música suave e em um tom agradável tocava baixinho no pequeno rádio da cozinha, enviando sensações boas para o cômodo e consequentemente para mim. Trouxe o café quente em minhas mãos para perto do meu nariz, sentindo aroma agradável da bebida e sorrindo satisfeita por isso.

Do nada uma revista parou em cima do balcão, onde eu estava com meus cotovelos apoiados, assustando-me.

Olhei para cima, deparando-me com Jacob e um sorriso cauteloso. Ele tinha a sacola de pães que tinha ido comprar em uma de suas mãos.

— Veja. – murmurou simplesmente.

Confusa, voltei meus olhos novamente para revista, arregalando-os quando li a frase estampada.

Fim dramático do casamento Cullen-Denali

Não que eu não soubesse do rompimento. Na verdade, eu pretendia passar o dia de ontem fazendo algo que ocupasse a minha mente. Não queria ficar chorando, ou me martirizando por isso. Eu seguiria em frente. Entretanto, quando as crianças me ligaram, contando-me basicamente tudo que tinha acontecido na mansão, percebi que algumas coisas não poderiam ser totalmente ignoradas. O ódio por Tanya consumiu-me por instantes e eu sei que se estivesse lá, não existiria a merda de um fio de cabelo para contar história. Como alguém pode ser tão egoísta daquela forma? Ela não tinha uma criança? Pela lógica, deveria saber tratá-las melhor!

Quando cheguei ao apartamento ontem, eu me joguei na cama, sentindo um alívio quase que doentio por não ter ocorrido casamento. Poderia parecer um tanto pretensioso senti-lo, afinal, isso não era sinônimo de que Edward repensaria suas decisões. Talvez fosse melhor permanecer desta forma.

— Eu dei uma lida na matéria. Eles são bem tendenciosos. – comentou com as sobrancelhas franzidas, tirando-me do meu mundo de divagações.

— Hmmm... – murmurei, sentindo-me incomodada e um pouco curiosa sobre o assunto. – Tem algo... Maluco?

Jacob hesitou em falar, pegando a garrafa de café em cima do balcão e colocando um pouco do conteúdo em seu copo.

— Digamos que eles criaram algumas teorias sobre o fim do relacionamento de Tanya e Edward, e uma delas envolve ‘’uma paixão repentina pela babá, Isabella Swan’’.

Entrei em pânico.

— Eles... Eles...

— Calma, Bella. – Jacob tocou em meu ombro, massageando-o logo em seguida. – Eles ainda estão falando de uma matéria antiga, quando clicaram vocês dois passeando com as crianças.

Respirei aliviada.

— Idiotas. – resmunguei, tomando mais um gole do meu café e afundando-me em meu casaco. O dia estava chuvoso – Eu só espero que não tenha paparazzis para infernizar-me.

— Eles não conhecem muito do seu rosto, pelas fotos que vi. Só não sei se eles serão loucos o bastante para procurar por você. – mordeu um pedaço de pão, depois de colocar um pedaço de queijo no mesmo.

— Eu espero que não.

— O que você quer fazer nessa manhã de sábado? – mudou de assunto, mostrando seu sorriso acolhedor.

— Ligar para Emmett. Acho que já abusei demais da sua boa vontade. – baguncei seus cabelos.

Jake fez uma cara feia.

— Não está abusando da minha boa vontade. Eu gosto de tê-la aqui, Bella. Às vezes, isso aqui pode ser um tanto solitário. – suspirou.

Eu sorri amigavelmente, aconchegando-me em seu braço.

— Eu sempre estarei por aqui para te fazer uma visita, ok? Deixo até que organize uma noite de pijama só para garotas. – soltei uma risada sacana.

Com uma falsa irritação, Jacob soltou meus braços do seu, marchando para a pia com o seu copo vazio de café.

— A gente dá amor, carinho, teto e comida para ser tratado como uma noite de menininhas. – fungou falsamente, lavando o copo que usava.

Meio que me arrastando, passei meus braços por sua cintura, descansando a cabeça em suas costas.

— Menino bobo! – sussurrei com a voz um pouco abafada. – Você não sabe que eu te amo? Que é o meu segundo irmão bestão?

Meu corpo tremeu junto com a ruidosa risada de Jacob.

— Claro, claro. – um suspiro. – Eu também te amo, B. Minha irmã idiota.

Belisquei sua barriga.

— Auw! – gemeu.

— Agora ajeite essa cozinha, empregado. Quero tudo um brinco quando eu voltar. – mandei exigente.

Saí desfilando da cozinha com o som da risada debochada de Jacob.

[...]

— Sério mesmo, formiga? Você está disposta a ir para NYU? – Emmett ainda não estava acreditando muito nas minhas palavras.

Observei uma gota de chuva escorrer lentamente pela janela, e depois ouvi o barulho de algo caindo. O que será que Jacob estava aprontando? Dissipei esses pensamentos, concentrando-me no assunto em questão.

— Não estou te entendendo, Emm. Pensei que ficaria feliz. – murmurei, mexendo na bainha da minha blusa.

Eu estou feliz, só um pouco surpreso. Pensei que fosse seria um pouco mais difícil. – suspirou, mas eu quase pude sentir o sorriso em seu rosto.

Emmett falou mais algumas sobre a universidade, como admissão, bolsa e mais outras informações, mantendo-nos em um papo agradável. Quando pensei que ele estava prestes a desligar, meu irmão vem com a pergunta.

Como Edward e as crianças reagiram ao saber da notícia? – sua voz saiu um pouco baixa.

Remexi-me no sofá, sentindo um pequeno desespero abater-me por não saber responder. O que eu iria dizer? Optei por contar uma meia verdade.

— As crianças ficaram um pouco tristes, mas entenderam meu ponto. Edward também não se opôs, sabia que uma hora ou outra eu teria que trilhar meu caminho. – sentei-me no sofá da sala.

Eu fico muito feliz por isso. – eu podia sentir o sorriso em sua voz — E falando em Edward, eu fiquei sabendo do cancelamento de última hora do casamento.

Oh, Emmett, assunto errado para entrar. Lamentei em pensamento.

— Hmm – respondi vagamente, querendo que ele abandonasse aquele assunto.

Mas, se tratando do meu irmão...

Rose e eu estávamos indo para a igreja quando Alice ligou para nós. Que cretina essa noiva de Edward! Não quero ver nem como você ficou quando viu a cena. – ele parecia está chateado.

Meu coração acelerou um pouco com a última frase. Emmett provavelmente esperava algum tipo de comentário sobre isso, mas eu não presenciei a cena. Se eu tivesse... Talvez aquela loira maldita voltasse sem uma fileira de dentes para casa.

— Eu estava cuidando de algumas coisas com Anne na cozinha, só escutei... Gritos e então tudo foi muito rápido. – menti casualmente, torcendo para que ele não identificasse isso em minha voz.

Provavelmente ela teria saído sem alguns dentes, e como eu não ouvi sobre isso... – riu ruidosamente.

Ah, meu irmão! Conhece-me tão bem...

— Claro. – concordei com um meio sorriso.

Quer vim logo para o meu apartamento? Organiza-se por aqui logo. – sugeriu, voltando para o assunto principal.

— É uma boa ideia.

Na verdade era mesmo. Eu já tinha incomodado Jacob por um bom tempo, está na hora de dá um pouco de trabalho ao Emmett.

Quer que eu vá te buscar que horas? Saio do escritório no final da tarde.

— Não precisa! – respondi um pouco rápido demais, assustada com a possibilidade de Emmett desconfiar de algo. – Eu pego um táxi. Sem problemas. – abrandei mais a minha voz.

— Se prefere assim...

— Sim, claro.

Ok. Estou indo. Beijos e até mais.

— Beijos e até.

Encerrei a ligação, olhando fixamente para o aparelho em minhas mãos que agora mostrava o papel de parede. Era uma foto minha e das crianças. Estávamos no jardim no dia e eu acabei por chamar as minhas crianças para uma foto divertida com a câmera frontal.

Passei o polegar pela tela, sentindo já saudades das minhas pestes preferidas.

— E então, Bella? Tudo ok com o seu irmão? – Jacob indagou, chegando à sala. As mangas longas de sua camisa estavam molhadas nas bordas.

— Lavou os pratos, ou tomou um banho na pia da cozinha? – brinquei, cutucando sua barriga.

Ele revirou os olhos, jogando-se ao meu lado no sofá.

— Não fuja do assunto.

Dei-lhe a língua, suspirando logo em seguida.

— Foi tudo ok. Estou indo embora hoje.

Ele fez bico, mas de repente pareceu se dá conta de algo e deu de ombros, sorrindo travessamente.

— Minha irmã em breve estará vindo para cá mesmo.

Abri a boca, em uma falsa indignação.

— Você está me trocando? E, pior, nunca me contou sobre uma irmã? – bati em seu ombro.

— Você nunca perguntou.

— Estou perguntando agora. Conte-me tudo sobre sua família. Acho que falei demais dos meus problemas para você. Que merda de amiga eu sou. – bati com a minha mão na testa, sentindo-me constrangida.

Jacob riu, fazendo com que eu deitasse com a cabeça em seu colo para que pudesse contar a história de sua vida.

Ele tinha nascido em uma pequena cidade na Califórnia, mas aos 10 anos se mudou com seus pais e irmã mais velha para Nova York, e desde então nunca se mudou. Agora, seus pais moravam em La Push – uma reserva próxima a Forks –, pois a maioria dos familiares do seu pai morava lá. Rebecca, sua irmã mais velha, casou-se com um surfista samoano e passou a morar no Havaí com ele. Depois de um ano sem visitar nem os pais, nem o único irmão, ela estava vindo para passar as festas de final de ano com eles.

— Estou ansiosa para ver Rebecca. Ela disse que tinha uma surpresa. – franziu o cenho.

— Surpresa?

— É. Ela parecia um tanto histérica ao telefone.

Eu ri.

— Ela está grávida. – constatei.

Jacob arregalou os olhos.

— Grá-Grávida? Tipo, com um neném na barriga? – ele parecia assustado com a ideia.

Não pude deixar de rir outra vez. Sua cara estava hilária!

— É. Com direito a bebê na barriga e tudo.

— Eu acho que não. – cruzou os braços, mas ainda parecia pensativo.

— Eu sei que você está ponderando isso... – cutuquei sua barriga, fazendo-o revirar os olhos. – Mas, então, quer dizer que vai passar o natal em La Push?

Ele assentiu, fazendo carinho em meus cabelos.

— Mas eu volto para fazer uma festa estrondosa de aniversário em janeiro, nem se preocupe. – sorriu.

— Você ainda vai fazer 23 anos. É quase um bebê. – zombei, ganhando uma tapa de leve na testa. – E ainda vai ser tio! – gargalhei com vontade.

Jacob bufou.

— Engraçadinha.

Edward

Mesmo com a chuva quase que torrencial que caia do lado de fora, minha família não perdia o bom humor. Estávamos todos ao redor da mesa da sala de jantar, almoçando em meio a uma conversa animada. Nem parecia que ontem o dia tinha sido um tremendo caos! Estava bem evidente agora o quanto eles esperavam que eu visse quem Tanya era e terminasse o relacionamento.

Não que eu não estivesse feliz também, para falar a verdade, eu me sentia bem ao ter minha família por perto. Meu pai contando alguma piada em que apenas os meus filhos riam; minha mãe e irmã comentando sobre a festa de aniversário da baixinha no próximo mês. Até eu estava conversando com meu cunhado, sobre trabalho, mas ainda assim era uma conversa. Jasper era um cara legal, sempre conversávamos sobre algo e ele esteve lá por mim ontem. Talvez ele fosse um dos únicos amigos que eu tenho.

Era impossível não pensar em Bella naquele momento. Eu sinto que ela adoraria está em um ambiente como esse, adorável e animado, assim como ela era. Mas, como sempre, eu estraguei tudo.

A comida ficou presa em minha garganta e eu tive que fazer um esforço maior para engoli-la.

— Está feito! – exclamou Alice, chamando a atenção de todos para si. – O meu aniversário vai ser uma festa bombante e o natal será lá em casa. Chega de escolher a casa de Edward. – cruzou os braços, bastante satisfeita.

— Querida, acho que não está em condições de ter uma festa bombante. – Jasper tentou colocar um pouco de juízo na cabeça de Alice.

— Nada disso, Jazz. Eu vou fazer uma noite de karaokê mais um jantar maravilhoso. Irei fechar o segundo andar do Rocky e está tudo feito! – bateu palmas, sorrindo animadamente.

Jasper suspirou baixinho. O conceito de festa bombante da minha irmã tinha suavizado um pouco.

— E sobre o natal, Alice, fique a vontade para preparar o peru e ficar só na vontade de degustar um bom vinho. – provoquei, levantando a minha taça com a bebida.

Alice grunhiu, pois adorava tomar taças de vinhos e agora estava impossibilitada.

O almoço seguiu tranquilo, sem interrupções e com aquele ar de animação.

Bella

Já era noite quando Jacob deixou-me em frente ao prédio onde meu irmão morava. A chuva deu uma trégua, o que foi bom, pois não queria sair do carro debaixo da chuva.

Cumprimentei o porteiro educadamente, identificando-me e ganhando a informação de que Emmett já tinha liberado a minha entrada.

Satisfeita, peguei o elevador e selecionei o andar desejado. Segundos depois e com a musiquinha suave do elevador ao fundo, cheguei ao andar do meu irmão.

Arrastei minha mala de rodinhas no chão, enquanto ajeitava minha mochila nas costas e olhava para os números nas portas.

Apartamento 201, onde está você? Há!

Sem cerimônias, abri a porta do lugar e o que recebi de recepção deixou-me assustada.

— AAAAAAAAAAAAAAAAH.

Um grito.

Feminino.

E estranho.

O que estava acontecendo?


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Notas finais do capítulo

SE VOCÊ CHEGOU ATÉ AQUI, LEIA!

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Uuuuuuy, qual será o motivo desse grito? Algo bom? Algo ruim? Em que apostam suas fichas? Vamos lá, COMENTEM, COMENTEM!
Sem casamento, Bella tocando a vida, Edward se sentindo mais leve, a tendência é só melhorar... Ou não.
Gente, eu tô morrendo de sono aqui, então, se tiver algum erro relevem, porque eu revisei, mas sempre escapa algo.
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Espero que todos tenham tido um bom natal e que o 2016 seja repleto de coisas boas - amém! Muitos beijos, não me abandonem, mande reviews&recomendações e até 2016!