Bella

― Você me matou de vergonha Alice. – resmunguei enquanto observava minha amiga ao meu lado, gargalhando com um copo de café em mãos.

― Não. Você que se matou de vergonha Bella. – ela negou, apontando para mim.

Bufei.

― Se você tivesse me jogado em dos quartos da sua casa e me trancando, eu ficaria bastante grata. Pelo menos não faria besteira. – tomei um gole do meu café com cobertura de chantilly.

Estávamos caminhando lado a lado depois de irmos comprar café em uma Starbucks que ficava perto da C&H. Tinha passado lá antes de ir buscar as crianças na empresa (sim, gente, o Cullen levou elas na hora do almoço) e Alice acabou me puxando para comprar um café, a fim de saber tudo que tinha acontecido depois que ela foi embora.

― Para de reclamar, vai. Meu irmão foi uma pessoal tão legal! Não esperaria uma atitude dessas do antigo Edward. – jogou para cima de mim, bebendo o seu café enquanto me olhava de rabo de olho.

Suspirei.

― Edward foi gentil, concordo, mas ainda sim foi vergonhoso. – balancei a cabeça, olhando para as pessoas andando próximas a mim.

― Bom, acho que se eu tivesse um chefe e dançasse de lingerie na frente dele, com certeza enfiaria minha cabeça em um buraco.

Choraminguei. Alice não estava ajudando.

― Apenas fique quieta, Alice. – pedi irritada quando uma nova onda de risadas começou.

― Hey, qual é o motivo de tanta alegria? – questionou Rosalie ao passarmos pela porta de vidro da C&H. Ela organizava um vestido bonito em um manequim.

― As aventuras de Isabella Swan. – Alice deu de ombros, como se aquilo fosse algo normal.

Bufei, sentando-me em um mini-sofá que tinha o formato de uma boca. Invenção da Alice, claro.

― Foi sobre ontem à noite? Alice estava curiosa sobre o que aconteceu depois. – Rose olhou de mim para Alice, claramente curiosa também.

― Claro! Depois que você e o Emmett fugiram para coelhar... – Rose abriu um sorrisinho malicioso e eu e Alice fizemos caretas. – Por favor, tire essa cara de safada no rosto. – Rose deu uma risadinha com o pedido da amiga. – Enfim... – Alice começou a contar toda história a Rosalie.

Eu apenas bebi o meu café, tentando parecer que não estava nem aí para a fofoca alheia. Mantive-me inalterável até quando ambas começaram a rir dos meus momentos sem noção.

― Ai meu Deus, Bella! Acho melhor essa história nem chegar aos ouvidos do Emmett. – declarou Rosalie.

Arregalei os olhos para ela.

― Pelo amor de Deus, não.

― Fique tranquila, Bella. Sei como o Emm pode ser chato, então, nada de fofoquinha. – ela piscou para mim. – A propósito, onde estão suas meias?

― Resolvi não usá-las. Acho que não combinaria com o meu vestido. – falei, olhando para o vestido de cerejas que cobria meu corpo.

― Você não acha que o look está bastante infantil só por esse vestido, Rose? – Alice questionou com ironia.

Bufei.

― É autêntico. – Rose deu de ombros, sem se deixar abalar.

― Você e essa mania de autenticidade. – Alice resmungou.

― Ah, deixa de abuso, All. Rose está certa. Cada um com seu estilo. – defendi-me. ― Eu não falava nada quando você usava aquelas roupas berrante.

― Eu estava no ultimo ano do colegial, ok? – ela se defendeu com um bico nos lábios.

― Hmm... Eu não fiquei sabendo dessa parte negra do seu passado, All. – comentou Rose com uma expressão pensativa.

Alice grunhiu, colocando as mãos na cintura.

― O foco do assunto não sou eu, ok? É a Bella. Acho que está na hora de abandonar suas meias coloridas. Você não é mais uma colegial. – aconselhou com um ar sério.

Entretanto, eu não levei na seriedade. Revirei os olhos, olhando o horário no relógio da parede.

― Está na minha hora. Até mais, meninas. – despedi-me delas com um abraço rápido e sai da boutique, antes que Alice começasse com a ladainha.

― BELLAAAA! – gritou à anã quando eu já tinha dado partida no carro.

Foi impossível não soltar uma risada.

[...]

(Julho)

Gargalhava enquanto eu corria em círculos pela mesa da sala de jantar do apartamento do meu irmão com o seu celular em mãos. Emmett me seguia com o rosto vermelho ― por causa da corrida e da raiva ― e gritava meu nome seguido de alguns palavrões.

O motivo disso? Simples. Eu dei uma de enxerida e fui fuçar as mensagens do meu irmão, encontrando um bocado de coisa melosa entre ele e Rose.

― Bella Encapetada Swan, me devolve já esse celular. ― gritou esbaforido.

― Ah, Emmett, só porque eu estava chegando à parte que ela te chama de meu tigrinho. ― gargalhei com vontade.

― Argh! Eu te odeio!

― Também te amo. ― olhei para trás soltando um beijo.

E, bom, digamos que isso não foi uma boa ideia. Como eu ainda corria, acabei não enxergando a enorme mesa de centro da sala ― pois é, a correria já se estendeu até aqui. ― e levei um belo tombo.

O apartamento do meu irmão não era daqueles que pareciam uma mansão em cima da outra. Possuía um tamanho mediano, era confortável e amplo. Tinha um quarto, uma suíte, um banheiro, duas salas (de estar e jantar, inclusive a sala de jantar era acoplado à cozinha, separadas apenas por um balcão preto e de estilo moderno) e uma varanda que dava uma vista panorâmica do Central Park. É, ele conseguiu alugar um AP na Upper West Side um bairro próximo a mansão Cullen que ficava na Upper East Side (bairro rico, cof).

Fiquei alguns segundos, estatelada no chão e escutei os passos preocupados de Emm até mim.

― Bella? ― chamou-me preocupado enquanto balançava meu braço.

Acabei rindo e não dando a mínima importância para o meu joelho que ardia levemente. Era tão típico eu levar tombos!

Emm bufou e tomou o celular da minha mão.

― Sabe o que é isso? Castigo. ― falou meu irmão com um sorriso zombeteiro no rosto.

Revirei os olhos ainda deitada no chão.

― Já eu digo que é falta de coordenação motora mesmo. ― sorri de canto.

Emm riu e me ajudou a levantar do chão.

― Apesar de todo o seu atrevimento. ― revirei os olhos para o que meu irmão falou ― Adorei te ter essa semana aqui. ― passou um de seus braços ― hiper ― musculosos sobre meus ombros.

Pois é, minha gente. Hoje, sexta feira, faz uma semana que eu estava fazendo a vida do meu irmão mais colorida. Esme tinha vindo buscar os netos para passar uma semana com ela e Carlisle em Forks. Meus pequenos voltariam amanhã para continuarem a me perturbar como sempre. E o pior é que eu gosto da bagunça que eles fazem. Só não gosto de ter que arrumar depois.

― Que horas é mesmo o desfile da grife de Alice e Rose? ― indagou Emm distraído enquanto ligava o Playstation, me tirando da minha linha de pensamentos.

― Às sete horas. ― suspirei ― Ainda não acredito que terei que passar uma hora sentada vendo roupa e ainda aguentar a torturadora anã.

Emmett gargalhou da minha desgraça e me jogou um controle do play. Hoje era o desfile da coleção de verão da C&H e, claro, lógico e evidentemente que a diva aqui tinha que ir, né. Alice era capaz de me esgoelar e ainda mais com a ajuda de Rose se eu não fosse. Isso é para vocês verem como eu sofro.

Peguei o outro controle do Playstation, louca para detonar com meu irmão. Ele amava jogar comigo, pois sempre me vencia. Mal sabe ele que eu andei praticando muito nos últimos tempos com Peter, Liam e Mel.

― Prepare-se para perder, formiga. ― Emm avisou com a voz diabólica.

Sorri maléfica.

― Prepare-se você, tigrinho.

Emmett grunhiu e eu gargalhei. Eu não iria esquecer aquele apelido nem tão cedo.

[...]

Bocejei pela quinta vez em menos de meia hora enquanto a cabeleireira trabalhava nos meus cabelos e a manicure e pedicure nas minhas unhas. Alice tagarelava algumas coisas sobre o desfile com Rose e ambas estavam na mesma situação do que eu ― tirando o tédio. As meninas estavam eufóricas pela nova coleção.

Algumas clientes e funcionárias as olharam admiradas quando chegamos, reconhecendo-as como duas das mais conceituadas estilistas dos Estados Unidos. Até pedir foto, pediram.

― Acho que eu já vi você em algum lugar... ― disse uma das cabeleireiras pensativa.

― Viu? ― perguntei, saindo do estado de letargia que eu me encontrava.

― Sim. Na People há algum tempo atrás. ― falou como se acabasse de se lembrar de algo e de fato, isso aconteceu ― Estava na capa juntamente com Edward Cullen e seus filhos!

― Jesus! Eu lembro! Aquele homem estava um pecado sorrindo. ― falou outra cabeleira se abanando com a mão.

Engoli em seco com os comentários. Alice e Rose apenas gargalharam.

― Ele é realmente um gato. Pena que esteja envolvido com aquela loira. ― comentou a pedicure que fazia minhas unhas. Ela lançou seus olhos cor de mel para mim e sorriu maliciosa. ― Você já teve algo com ele?

Senti meu rosto esquentar e todos os olhares voltaram-se para mim, inclusive o de Rose e Alice. Sorte que a baixinha tinha reservado uma área mais reservada do salão para ficarmos apenas nós três e as funcionárias.

― Deus! Não! Ele é só o meu chefe. Cuido das crianças e naquele dia tínhamos ido dá um passeio com elas.

As funcionárias fizeram uma carinha decepcionada e voltaram aos seus afazeres.

― Sabe, vocês ficariam bonito juntos. ― comentou a pedicure e eu me engasguei com a saliva. ― Aquela loira tem cara de azeda e boneca inflável. Ela não me desce. ― as colegas de trabalho concordaram e minhas amigas pilantras riram. Confesso que até eu tive vontade de rir do comentário maldoso.

Conversas de salão de beleza realmente são cruéis.

― É, mas não temos nada. A noiva dele é a loira. ― sorri, mas com a vontade de soltar um suspiro pesado pela tristeza repentina que me abateu.

[...]

Após à tarde da beleza, seguimos para o apartamento de Rose onde estariam as nossas roupas.

― Ai gente! ― fungou Alice, olhando para Rosalie que já estava dentro de um longo tomara que caia com uma tonalidade escura. Ela estava deslumbrante, meu irmão iria ter um ataque essa noite.

― O que foi, Allie? ― indagou Rose docemente.

― Você está tão linda nesse vestido! E em pensar que tenho um vestido semelhante a este dentro do seu closet que era para ser meu, me dá uma vontade chorar por não caber mais em mim. ― uma lágrima escorreu pelo seu rosto ― Estou gorda, com os seios inchados e você aí parecendo uma miss. ― tirou um lencinho da sua bolsa enxugando as lágrimas.

Hormônios!

― Oh, minha baixinha ― a loira ciciou sentando-se ao lado de Alice na cama. ― Você vai ficar linda no seu vestido novinho, desenhado por você mesma e ainda mais com essa barriguinha. ― beijou-lhe a face, acariciando a barriga de quase quatro meses da Alice. ― Agora vá lavar esse rosto que hoje nós vamos detonar.

A baixinha sorriu e saiu quicando para o banheiro.

― Vocês são muito amigas. ― comentei.

Rose sorriu.

― A Alice, apesar de ser elétrica e assustadora às vezes, é muito doce. Impossível não gostar dela.

― Sei como é. ― suspirei ― Fico muito feliz que ela tenha encontrado pessoas tão bacanas aqui.

― Vocês são muito amigas, hm? ― devolveu minha afirmação em forma de pergunta.

Sorri de lado.

― A Alice é como uma irmã para mim.

― Ai como é bom ouvir você dizendo que me ama maninha! ― exclamou Alice, voltando ao quarto e se pendurando no meu pescoço enquanto tascava um beijo em minha bochecha.

― E quem disse que eu te amo? ― resolvi brincar, ganhando um revirar de olhos da Alice e uma gargalhada da Rose.

― Nem adianta se fazer de difícil, porque isso está na cara. ― jogou os cabelos ― Enfim, vamos nos arrumar ou não?

[...]

Eram seis horas quando as meninas foram para o local do desfile que seria na filial da C&H, que ficava na Avenida Madison. Quanto a mim, fiquei toda linda e diva no apartamento de Rose esperando meu irmão chegar.

Olhei-me uma última vez no espelho antes de ir para sala. Ainda não estava muito crente que eu era aquela bela mulher que o espelho refletia. Meus cabelos estavam soltos e caiam em cachos volumosos por cada lado do meu rosto. O meu vestido diferente dos das minhas amigas, era na altura dos joelhos, tomara que caia e com a saia rodada. Rose e Alice disseram que era a minha cara quando ambas desenharam o modelo juntas e por isso resolveram me dá-lo de presente. Minha maquiagem era leve, mas para compensar minha boca reluzia no mais puro vermelho da mesma cor do meu sapato de salto alto e minha clutch.

Mordi o lábio e soltei um suspiro pesado. A campainha tocou. Sai do quarto para atender, com meus saltos fazendo barulho a bater contra o piso de madeira. Abri a porta me deparando com meu irmão elegantemente vestido em um terno azul-marinho.

Emmett, primeiramente, ficou surpreso por me ver tão elegante e, logo após, fechou a cara.

― Quem é o marmanjo que você está querendo impressionar essa noite? ― mandou na lata.

Revirei os olhos.

― Estou indo ao desfile de uma grife famosa que, por acaso, é das minhas amigas, então, tenho que ir no mínimo apresentável, hm? Não me visto bonita apenas para homens.

Emm semicerrou os olhos. Meu irmão anda desconfiado desde a noite que fomos para aquela boate a qual eu enchi a cara e vocês já sabem o resto.

― Sei...

Enganchei meu braço no do meu irmão enquanto trancava o apartamento da minha amiga.

― Deixe de ser ciumento e vamos embora, senão, chegaremos atrasados.

Emmett bufou, mas sorriu para mim, analisando-me novamente.

― Tenho que confessar que está divina, maninha. Vou ter trabalho em dobro essa noite. ― fez um bico.

― Se preocupe apenas com sua namorada. Deixe que eu me viro. ― pisquei um olho.

― Entenda que eu sempre vou me preocupar com você, Isabella. Mesmo que esteja uma velhinha rodeada de gato. ― bati em seu braço e Emm me lançou um sorriso travesso ― Ok, vou pensar se deixo você se casar um dia. ― revirei os olhos novamente. Emmett era um bobão protetor.

― Eu agradeço por isso, Emm. Não sei o que seria de mim sem você.

― Nem eu. ― ele afagou minha mão ― Estamos muito sentimentalistas. Será que os hormônios aflorados de Alice estão nos afetando?

Ri e ele me acompanhou.

― Talvez, e a propósito, está um gato, mano. ― pisquei um olho.

― Sempre sou, formiga. ― se vangloriou me fazendo rir mais uma vez.

Edward

Inutilmente eu tentava dá o nó naquela maldita gravata sem sucesso. Porque eu não levei a sério quando minha mãe tentou me ensinar a alguns anos atrás? Ou então, porque Isabella não estava aqui para me ajudar? Comecei a lhe pedir esse pequeno favor um pouco depois de nos tornamos amigos. Vi-a tomando café da manhã com os meus filhos e não pensei duas vezes antes de lhe pedir ajuda. Ela riu da situação, mas como sempre, ela estava disposta a ajudar-me. Agora sempre que apareço pela manhã com a gravata pendurada no pescoço, ela revira os olhos, mas sempre com um sorriso bonito no rosto.

Suspirei saudoso. Faz uma semana que Bella estava no apartamento do irmão. As crianças estavam na casa dos meus pais, então nada mais justo do que lhe dá uma folga.

― Sr. Cullen? ― chamou-me a voz maternal de Anne.

Olhei para trás encontrando apenas a cabeça da velha senhora na porta. Soltei um suspiro aliviado e quase corri até ela.

― Será que, por favor, poderia me ajudar com isso? ― apontei para gravata.

Ela sorriu e veio ao meu encontro.

― Nunca aprende, hm, menino Cullen? ― indagou divertida, fazendo-me sorrir amarelo.

― Meu cérebro não consegue assimilar isso.

Ela sorriu divertida até voltar a fazer a expressão serena de alguns minutos atrás.

― A Srta. Denali está a sua espera.

― Ok. Já desço.

Terminei de me arrumar e desci para sala de estar. Tanya estava distraída olhando um quadro de Picasso na parede. Ela estava vestida dentro de um longo vestido vinho tomara que caia. Os cabelos loiros prendidos em um coque baixo com alguns fios soltos. Uma bolsa pequena repousava em sua mão esquerda.

Pigarreei para lhe chamar atenção. Ela se virou para mim e sorriu docemente. Seu rosto estava com uma leve maquiagem. Tanya estava bonita. Caminhou a passos rápidos até mim, selando nossos lábios levemente e pegando em minha mão.

― Está lindo. ― elogiou observando meu terno totalmente preto da marca Armani.

― Digo o mesmo. ― ela soltou um sorriso prepotente.

Caminhamos até o meu Vanquinsh (um dos meus carros) e abri a porta do passageiro para Tanya. Dois dos meus seguranças foram em outro carro logo atrás. Costumava levá-los aos eventos que eu ia, pois sempre tem um amontoado de fotógrafos e repórteres na entrada. Fiz o caminho com Tanya apenas com breves comentários enquanto uma música calma de uma rádio qualquer soava baixinho dentro do veículo.

Foi um pouco difícil estacionar com tanta gente, mas quando colocamos o primeiro pé no tapete vermelho que levava a entrada do salão de festas, uma chuva de flashes caiu sobre nós. Paramos para algumas fotos, que, apesar de não gostar disso, era de praxe e ainda mais não queria aguentar Alice reclamando que eu não tirei fotos no lançamento de sua coleção.

Quando, finalmente, pude entrar, procurei por minha irmã, porém não a encontrei. Quem estava recebendo os convidados era Rosalie. Ela sorriu a me ver.

― Edward! – exclamou.

Eu sorri para ela enquanto trocávamos um breve abraço.

― Olá Rosalie. Como está? – perguntei cortês.

― Estou bem, obrigada. E você?

― Melhor impossível. – ela sorriu com minha resposta e seus olhos caíram em Tanya. – Olá Tanya.

― Olá Rosalie. Bela festa. – elogiou, olhando em volta.

― Obrigada. Espero que fiquem a vontade para apreciar. – desejou.

Antes que eu pudesse ir para o meu lugar, perguntei para Rosalie onde Alice estava.

― Ela foi ao banheiro. Bexiga de grávida é uma porcaria. – sussurrou só para que eu ouvisse.

Soltei uma breve risada enquanto assentia. Sabia como era isso, tive duas mulheres grávidas em minha vida. Peguei na mão de Tanya e comecei a serpentear entre as pessoas, em busca do meu lugar. Cumprimentei algumas conhecidas no caminho, até que meus olhos caíram em uma especial.

Ela usava um vestido na altura dos joelhos em um tom dourado. Os cabelos levemente ruivos caiam em cachos perfeitos e volumosos pelos lados do seu rosto. Sua boca estava contornada de um tom vermelho e seus olhos mais bonitos do que nunca. Tinha saltos vermelhos altos em seus pés e parecia procurar alguém. Isabella estava simplesmente divina.

Assim que seus olhos bateram em mim, ela sorriu e caminhou em minha direção.

― Oh, finalmente! Faz tempo que chegou? ― falou me dando um rápido abraço.

Reprimi o bico que meus lábios projetaram, quando ela não me deixou sentir seu perfume doce. Era alguma coisa como flores, lilases e mel.

― Não. Acabei de chegar. O que houve?

― Alice está uma pilha de nervos e me pediu para verificar se você já tinha chegado.

Revirei os olhos. Isso era tão Alice!

― Rosalie comentou algo sobre bexiga de grávida.

Bella soltou uma pequena risada. Era doce e jovial, assim como ela.

― Antes que ela fosse resolver seus problemas com a bexiga, pediu-me para procurá-lo. – explicou. ― Ah, olá senhorita Denali. ― cumprimentou Isabella formalmente lembrando-se de Tanya ao meu lado.

Olhei para a loira que nos observava de olhos semicerrados.

― Olá, Isabella. ― cumprimentou por fim.

― Bom, eu vou indo avisá-la. Não quero Alice dando a luz agora. ― sorriu, revirando os olhos, antes de nós dá as costas e sumir na multidão.

Continuei meu caminho com Tanya em meu encalço até as cadeiras reservadas para nós na lateral da passarela. Nós nos sentamos, apenas esperando o começo do desfile.

Bella

Após avisar a Alice que seu irmão já tinha chegado, caminhei para o meu lugar e surpreendi-me ao ver meu irmão e Edward em uma conversa animada. Arqueei as sobrancelhas. Desde quando ficaram tão íntimos?

E falando em Edward... Acho que não comentei o quão gato ele está. Pois é. O terno negro fazia um contraste perfeito com sua pele branca. A única coisa feia era a loira ao seu lado. Não que ela fosse feia, pois Tanya era muito bonita e o vestido que ela usava também, porém a personalidade dela era ridícula.

― Ai está você! Mesmo com os saltos deste tamanho ainda consegue se perder entre as pessoas. – lógico que meu irmão tinha que tirar sarro da minha cara.

Notei que Edward reprimiu uma risada e semicerrei os olhos.

― Eu estava com a Alice e acho melhor se comportar, tigrinho. – sussurrei e no final lhe lancei um sorriso inocente.

Emmett gemeu em desgosto.

― Não vai esquecer isso?

― Jamais.

As luzes foram apagadas e as da passarela foram acessas enquanto uma música começou a ser reproduzida. A fim de saciar minha curiosidade, inclinei-me para mais perto do Emmett para não fazer muito barulho.

― Desde quando você é tão íntimo do Cullen? – perguntei quando a primeira modelo apareceu, mas não prestei muita atenção nela.

Emmett desviou o olhar da passarela para me fitar.

― Desde quando o acompanhei em uma viagem ao Canadá há algumas semanas atrás.

― Ah, então ele era o empresário que você tinha comentado comigo? – ele assentiu. – Porque não me contou esse detalhe?

― O Jasper não tinha me falado ainda quem era então... – deu de ombros. – Fiquei muito feliz ao saber que está sabendo fazer o seu trabalho, senhorita Swan. – lançou-me um olhar divertido.

Revirei os olhos.

― Ele me chamou de senhorita Swan? – indaguei e Emm assentiu. Sorri de canto – O senhor Cullen não tem jeito.

Emmett riu baixinho focalizando o olhar na modelo que passava. Ele sabia da amizade que eu havia criado com meu chefe.

― Talvez ele tenha ficado com medo. Sou bastante intimidador. – flexionou os músculos.

Bufei. Meu irmão sabe ser convencido quando quer. Voltei a prestar atenção nas modelos que desfilavam elegantemente em cima de saltos enormes. A que passava no momento trajava um longo vestido amarelo tomara que caia que eu achei absolutamente lindo.

[...]

O desfile tinha acabado fazia alguns minutos e todos já haviam se direcionado para parte descoberta do salão que existia na C&H. Esse era o local da festa que contava com a presença de um DJ, mesas espalhadas, uma pista de dança e garçons para todos os lados servindo bebidas e canapés. Estava sentada na mesma mesa em que meu irmão, meu chefe, a noiva dele e Jasper. Não tinha visto o loiro na hora do desfile, pois estava em uma área mais afastada. Rose e Alice não passaram por aqui. Ainda estavam cumprimentando alguns convidados.

Beberiquei a taça do meu vinho enquanto observava o papo animado entre Jasper, Edward e Emmett. Tanya parecia absorta em algo no seu celular.

― Oi gente! – Alice chegou cumprimentando e dando um selinho rápido no marido. Rose fez a mesma coisa com meu irmão.

― O que acharam do desfile? – perguntou Rose ansiosa.

― Estava tudo perfeito, amor. – meu irmão falou todo meloso. Rose sorriu e sentou-se ao seu lado. – Já disse o quanto está gostosa essa noite e acabando com meu psicológico?

Rose corou e olhou repreensiva para meu irmão. Jasper fez uma careta e Alice, Edward e eu rimos.

― Eu estou aqui, Emm. Não preciso saber do seu psicológico. – falou o loiro indignado.

Eles ignoraram o comentário do loiro e começaram a sussurrar coisas ao ouvido um do outro em meio a sorrisos maliciosos e alguns tímidos da parte de Rose. Jasper bufou e Alice beijou-lhe o rosto.

― Eu adorei o desfile, você já sabe. Conhecia a coleção de cor. – sorriu torto. Alice revirou os olhos, mas afagou o rosto do marido enquanto trocava um olhar intenso com ele como se tivessem entrado na própria bolha particular.

Tanya percebendo o clima romântico que pairava ali se aproximou mais de Edward, tocando-lhe a mão.

― Também adorei! Principalmente aquele longo vermelho. Quando vai está disponível na boutique? Quero comprá-lo! – tagarelou Tanya estourando a bolha de amor de Alice e Jasper.

― Segunda feira a coleção já estará lá. – informou Alice – Inclusive, esse modelo que Bella usa foi feito por mim e Rose, mas exclusivamente para ela. – sorriu.

Os olhos de Tanya pararam em mim, analisando a peça que eu usava e deu de ombros.

― Bela peça. ― elogiou solenemente.

Ambas estilistas sorriram, apesar de que o sorriso de Alice pareceu um pouco forçado.

Uma nova música começou a tocar. Alice bateu palminhas, seus olhos brilharam em minha direção e eu sorri, entendendo.

― AAAAH! Precisamos dançar essa música! – ela me arrastou pela mão até a pista de dança e, mesmo grávida, não perdia o pique e começou a se remexer no ritmo da música.

Boogie Wonderland do Earth, Wind & Fire tinha sido a que nos soltamos para valer em nosso baile de formatura do ensino médio. Tentei acompanhar o ritmo de Alice sem rir da euforia da minha amiga e percebi que as pessoas começavam a se soltar na pista, contagiadas pela música. Inclusive Tanya havia saído arrastando Edward para dançar, já que meu irmão, Rose e Jasper resolveram se juntar a mim e a Alice. Meu chefe não parecia muito contente.

Minha atenção foi desviada deles, quando senti mãos grandes em minha cintura. Sobressaltada com a audácia de algum ser humano, virei para trás pronta para reclamar, mas ao me deparar com o dono das mãos sorri.

― Nossa! Que gingado, senhorita Isabella. Estou cogitando a possibilidade de voltar a ser professor de dança só para te ter como assistente. – Jacob falou galanteador com um sorriso torto nos lábios.

― Jake! – exclamei surpresa, jogando-me em seus braços – Não sabia que estaria aqui esta noite.

Ele riu e envolveu minha cintura, até me tirando um pouco do chão.

― A Alice, praticamente, me ameaçou por telefone. Ela sempre faz questão que eu venha. – explicou-se. – Ah, e a propósito, está linda.

― Cala a boca, Jacob. – mandei, fazendo o moreno cair na gargalhada. ― E que história é essa de professor de dança? Nunca me falou.

― O assunto nunca surgiu. – deu de ombros – Alice nunca contou?

Neguei com a cabeça.

― Foi assim que nos conhecemos. Alice fazia aulas de dança na época que eu era professor e desde então ficamos muito amigos.

― E porque não dá mais aulas?

― Depois que abri a boate, não tive mais tempo vago. – deu de ombros e lançou um olhar malicioso. – Está cogitando a ideia de ser minha assistente?

― Você não tem jeito – sorri.

Edward

Depois de ter sido arrastado contra a minha vontade para dançar, voltei ao meu assento pegando no caminho uma taça de champanhe. Tanya não pareceu muita satisfeita enquanto sentava-se ao meu lado.

― Pode ir dançar, Tanya. Não me importo. – falei não querendo ver sua cara emburricada.

― Não quero dançar sozinha! Estão todos dançando em casais. – bufou. – Aposto que se Isabella aparecesse aqui toda serelepe feito uma gazela te chamando para dançar, você não pensaria duas vezes antes de ir atrás dela. – destilou com a voz ácida.

Revirei os olhos e quase que involuntariamente mirei meu olhar para a pista de dança onde dos convidados de Alice e Rose dançavam em meio a conversas e taças de champanhe. No meio deles, estava Bella dançando com o tal do Jacob. E ela estava sorrindo. Demais até. Inconscientemente, apertei a taça em minhas mãos com mais força.

― Não ofenda minha babá só porque está com ciúmes estúpidos, Tanya. Eu apenas não tenho ritmo para dança. – disse e tomei um gole de champanhe.

Eu não queria briga.

― Não? E o que foi aquilo na festa do aniversário da sua filha? Ela lhe puxou para dançar e você foi com o maior sorriso no rosto, entrando no ritmo.

É, mas parece que Tanya não concordava comigo.

― Está chateada porque eu não quero dançar, então porque não arruma um professor de dança? Ele, com certeza, não se incomodaria de ficar dançando o dia inteiro com você. E, a propósito, se estiver incomoda, pode ir embora. Não estou obrigando-a a ficar. – irritei-me. Talvez o champanhe esteja fazendo efeito. Sempre fico um porre quando o bebo.

Ela olhou para mim em fúria e pegou sua bolsa em cima da mesa. Ela saiu a passos duros, sem ao menos se despedir de ninguém. Tanya tinha ficado mesmo chateada. Suspirei, mas decidi não ir atrás dela. Amanhã nós conversaríamos.

Voltei a minha atenção a Isabella no momento em que uma nova música preencheu o ambiente. Ela parecia ser conhecida pela morena, assim como pelo seu parceiro de dança, pois ambos sorriram, trocaram algumas palavras e se posicionaram, começando algum tipo de coreografia.

Bastaram apenas alguns segundos para eles se destacarem entre os demais que pararam de dançar para apenas observar o show particular de ambos. Isabella havia jogado seus sapatos de salto para o lado e dançava livremente com os pés no chão. Um pouco tarde vim associar que a música que dançavam era The Time Of My Life e a coreografia era de um filme que eu não recordava o nome.

Fiquei olhando os dois que pareciam saber a coreografia de cor e salteado, fazerem todos os passos em sincronia – mesmo recordando-me vagamente do filme que assisti há muito tempo atrás. Eles sorriam um para o outro e pareciam até ter certa química. Apertei mais a taça em minha mão. Quando a música chegou ao fim, eles ficaram bastantes próximos um do outro e o moreno aproveitou para lhe roubar um selinho. Bella ficou surpresa momentaneamente, até um sorriso se alastrar por seus lábios e ela bater de leve no ombro do moreno.

Senti algo gelado em minha mão depois uma pequena dor. Desviei meu olhar do casalzinho que estava sendo fortemente aplaudido só para ver que eu tinha estourado a taça com meu aperto de aço. Suspirei frustrado ao perceber que tinha me cortado com o caco do vidro.

Olhei assustado para a taça espatifada que agora caía aos meus pés. Esse fato fez minha raiva anterior se dissipar. Estava sendo estúpido.

Antes que eu pudesse levantar para limpar aquele pequeno estrago em minha mão, Emmett, Rosalie, Alice e Jasper vieram até a mesa onde eu estava.

― Não acredito que o Black fez isso. – Emmett chegou resmungando para Alice que revirou os olhos.

― Eles são amigos, Emm. O selinho foi apenas para incrementar. – tentou convencer o homem, sem muito sucesso.

― Onde Bella aprendeu a dançar esta música? – perguntou meu cunhado tentando mudar o rumo da conversa.

― Bella ama Dirty Dance e me obrigava a dançar com ela essa música. Aprendi todos os passos e posso me considerar um quase Patrick Swayze interpretando o Johnny Castle, enquanto ela se achava a própria Jennifer Grey no papel de Baby.— Emmett explicou, revirando os olhos. – Mas parece que ela arrumou outro Johnny Castle para ela. – lamuriou baixinho e apenas eu – e Rose – podemos ouvir por causa da proximidade. A loira revirou os olhos.

Alice soltou uma gargalhada.

― Ela já me obrigou a assistir a esse filme uma vez e saiu dançando pela sala. – agora foi à vez da minha irmã revirar os olhos.

― Então quer dizer que você sabe dançar? – Rose indagou para o namorado que assentiu com a cabeça – Nós poderíamos estar lá dançando também!

Emmett riu.

― Eu sei dançar, amor, agora você...

Rosalie o olhou, chocada.

― Eu posso aprender. – cruzou os braços fazendo um bico como uma perfeita criança mimada.

Emmett a abraçou e ela sorriu, mesmo contra vontade.

― AH MEU DEUS! – exclamou Alice levando as mãos à boca, visivelmente assustada – O que foi isso em sua mão, Ed?

Olhei minha mão lembrando-me do pequeno acidente.

― Apenas me cortei com um caco de vidro.

― Você derrubou a taça? – questionou Jasper olhando os cacos no chão.

― Sim e depois tentei limpar a pequena bagunça sem sucesso. – menti, com um sorriso amarelo.

Alice me levou até o banheiro para lavar o corte e fazer um curativo rápido com os negócios necessários que estavam guardados em uma malinha de primeiros socorros. Perguntei o porquê daquela caixa no banheiro do salão de festas e minha irmã apenas deu de ombros murmurando um ‘’nunca se sabe’’. Quando voltamos à mesa, notei que o chão já estava limpo e Bella e Jacob estava nela.

― Eu quero que você mantenha os lábios longe dos da minha irmã, Black. – Emmett Swan falou em uma calma fingida.

Isabella revirou os olhos.

― Deixe de paranoia Emmett. Você sabe que eu sou apenas amigo dessa maluca. – ele puxou Bella pela cintura, bagunçando-lhes os cabelos.

― Jake! – ela protestou.

― Só espero que não sejam coloridos. – resmungou Emmett.

Minha irmã e seu marido riram do comentário. Rosalie fazia cara de tédio, assim como Jacob e Bella.

― Edward, cadê a senhorita Denali? – Bella mudou o foco da conversa para mim. Seus olhos se arregalaram a ver o curativo da palma de minha mão. – Oh, o que foi isso?

― Um pequeno acidente com a taça. Estou bem – sorri torto. Vi que ela reprimiu um suspiro – E Tanya foi para casa. Não estava muito bem. – menti novamente. Não queria ouvir minha irmã tagarelando os 1001 motivos para terminar o que eu tinha com a Tanya.

― Ela tinha o que? – indagou Alice não muito interessada.

― Estava com um pouco de dor de cabeça.

― E eu estou com dor nos pés. Acho que vou pegar um táxi e voltar para a mansão. As crianças amanhã chegam. – comentou Isabella.

― Eu te levo – falamos Jacob e eu ao mesmo tempo.

Uma careta de desagrado apareceu em meu rosto, mas eu fiz um esforço para reprimi-la.

― Bella, eu tenho algumas coisas para resolver na boate, mas posse te deixar lá primeiro. – falou gentil com um sorriso no rosto.

― Acho melhor ir com o Edward. Não quero te atrapalhar e ainda vamos para o mesmo destino.

Ele revirou os olhos.

― Ok, menos trabalho pra mim. – zombou, ganhando uma tapa da morena. – Ai! Sua agressiva! – reclamou.

Bella lhe deu a língua. Ele se despediu do resto do pessoal e deu um beijo na bochecha de Bella. Antes que ela fizesse alguma coisa, o espertinho saiu correndo.

Quase suspirei aliviado quando ele sumiu. Eu não estava entendendo de onde vinha tanta irritação por esse Jacob, principalmente por causa da dança e do beijo – selinho ou sei lá o que. O que Bella faz ou deixava de fazer não era da minha conta, mas não conseguia de ficar não chateado. Despedimos-nos do pessoal e logo estávamos dentro do meu carro, voltando para mansão. O silêncio estava imperando e em uma tentativa de espantá-lo, liguei o som do carro em uma música clássica. Bella fechou os olhos e suspirou, enquanto apreciava a canção.

― Gosta de música clássica? – questionei quebrando o silencio.

Tirei os olhos da estrada para fita-la e percebi um leve sorriso em seu rosto enquanto seus olhos permaneciam fechados.

― Só das minhas preferidas.

― Clássicos de Beethoven fazem parte delas?

Ela assentiu com a cabeça com o sorriso ainda em seu rosto. Voltei meu olhar para estrada e ficamos mais alguns minutos em silêncio até Bella voltar a falar.

― Aconteceu alguma coisa entre você e a Tanya?

Suspirei e decidi não omitir mais a verdade. Ou pelo menos, parte dela. Isabella não iria me dá sermões. Assim eu esperava.

― Nós brigamos. Tanya se incomoda muito facilmente. – sorri amargo.

Ela tocou em meu ombro e eu virei o rosto para encará-la novamente. Um leve sorriso brincava em seus lábios.

― Apenas relaxe.

Não respondi e ela também não voltou a falar. Chegamos em casa e tudo estava no mais absoluto silêncio. Pudera! Era quase uma hora da manhã. Subimos as escadas silenciosamente e nos despedimos com um boa noite.

Entrei no meu quarto afrouxando a gravata em meu pescoço e tirando os sapatos dos meus pés. Entrei no banheiro e enquanto tomava banho tentei entender as reações estranhas que Isabella causou em mim.