Uma Babá Sem Noção escrita por Sáskya


Capítulo 22
Capítulo: 21 - Toxic!


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Primeiro post em UBSN de 2015! Esse capítulo não estava na primeira postagem, então ele é inteiramente novo. Adorei escrevê-lo e espero que vocês adorem lê-lo. Eu realmente gostei.
Boa leitura, mores.



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Bella

Alice veio me buscar por volta das cinco e meia da tarde, horário que a boutique fechava. Fizemos o percurso para sua casa ao som de músicas que tocavam no rádio, que já era um bom começo para a noite que estava por vim.

— Então quer dizer que o Edward liberou a noite? – Alice questionou assim que contei a ela que Edward não viu problema quando o liguei, pedindo a noite de folga.

— Pois é. Ele apenas mandou um divirta-se para todos. E comentou que seria bom passar uma noite com os filhos.

— Meu irmão está um amorzinho. Estou gostando de ver. – comentou com um sorriso.

Eu tive que rir do comentário bobo. Chegamos ao condomínio em que Alice morava. As casas eram belíssimas e estava na cara que só morava ali quem tivesse grana alta.

Ela estacionou o carro em frente a uma casa simplesmente divina. Lógico que eu já tinha vindo à casa de Alice outras vezes, mas nunca deixo de me impressionar. Existia uma parede que era completamente vidro e eu achava aquilo maravilhoso.

Assim que Alice abriu a porta principal para que nós entrássemos, demos de cara com o seu marido sentado no sofá. Ele não tinha uma expressão muito agradável no rosto.

— Hey Jasper! – cumprimentei um tanto receosa.

— Que cara de bunda é essa Hale? – a nanica disparou, com as mãos na cintura arredondada.

Jasper revirou os olhos, desfazendo a careta, porém seus olhos ainda traziam um misto de preocupação e insatisfação.

— Posso saber o que significa aquela mensagem de texto? Festa Alice? – perguntou com a voz tranquila.

Alice bufou.

— Eu sabia que você ia fazer ladainha. Olha Jazz, eu estou bem, ok? Não estou doente, apenas carrego duas vidas comigo. Estou cansada dessa rotina chata de apenas sair de casa para ir trabalhar. Poxa! Você sabe que eu gosto de sair e curtir. – tagarelou chateada. Um bico de formou em seu rosto.

Jasper suspirou, parecendo exausto. Eu apenas fiquei caladinha observando o casal e repensando se foi uma boa ideia meter a baixinha nas minhas loucuras.

— Eu sei, amor. Mas boate é um local agitado demais. E se as pessoas baterem com força em sua barriga? E se acontecer algo com nossos filhos? E se acontecer algo com você?

Ela sorriu de lado e praticamente dançou até o marido, entrelaçando os braços em seu pescoço. Automaticamente, ele passou os braços por sua cintura.

— Eu vou ficar na área vip. Não vou descer para a pista, ok? Eu só quero sair um pouco de casa. E Bella precisa de mim lá. Não confio muito no casal de coelhos. – ela falou toda persuasiva, fazendo um rostinho angelical.

Minha amiga é uma peste! Jasper está perdido com ela.

— Eu até pensei em deixar a baixinha fora dessa Jasper, mas sabe como ela é. Daria um piti daquele depois. – expliquei. Jasper sorriu, assentindo. – O casal de coelhos seria o Emm e a Rose? – perguntei.

O casal riu.

— Quem mais seria? Eu quase peguei os dois no ato no elevador da empresa! Não é uma cena que eu goste muito de recordar. – Jasper estremeceu de leve e Alice soltou uma risadinha maliciosa.

Eu apenas coloquei uma mão na testa. Emmett não tinha jeito mesmo.

— Tudo ok, então? – Alice voltou ao assunto inicial.

Jasper fingiu pensar.

— Ok. Mas nada de ir pra pista ou ingerir bebida alcoólica, ok? – arqueou uma sobrancelha.

Ela assentiu, soltando um gritinho e tascando um beijo no marido. Depois que a cena acabou a maluca saiu me arrastando para o seu quarto. Olhei para trás e vi Jasper sorrindo todo abobalhado para a esposa.

Eles eram tão apaixonados! Ás vezes eu me indagava se conseguiria um amor desses.

[...]

— AAH! – soltei um grito assim que me olhei no espelho, após horas de preparo.

Um estrondo circundou o quarto e minha cabeça moveu-se agilmente para trás, em busca do por que. Jasper acabara de entrar no quarto com uma expressão assustada.

— Aconteceu alguma coisa? – perguntou com a voz ofegante.

Alice – que estava sentada na cama – jogou-se sobre a mesma enquanto ria incontrolavelmente. Minha expressão com certeza estava impagável.

— Relaxa, amor! Isso é efeito Mary Alice Cullen Hale. – a baixinha se vangloriou.

Jasper coçou a nuca, constrangido.

— Olha que espetáculo que eu fiz. – levantou-se da cama toda contente, apontado para mim.

Voltei a me olhar no espelho, olhando-me outra vez. Realmente Alice tinha feito um bom trabalho. Eu estava com uma calça de couro e uma blusa de transparência preta que tinha uma parte mais escura na região dos seios. Calçava sapatos altos, meus cabelos estavam em cachos bonitos e rebeldes e a maquiagem estava perfeita.

— Está bonita Bella. – elogiou Jasper.

Alice bateu palminhas.

— Uma completa diva! Hoje vai chover chuchu na sua horta, minha amiga. – piscou com a voz carregada de malicia.

— Alice! – exclamei constrangida e taquei uma almofada na cara da nanica.

Jasper riu do comentário da anã, deixando-me ainda mais vermelha. Ainda mato essa vaca mirim!

— Bom, vou deixá-las terminar de se arrumarem. – Jasper bateu continência, saindo do aposento.

Alice estava quase pronta, só faltava colocar o vestido e os sapatos. Ela deixou o roupão em cima da cama e foi até o closet só de lingerie. Alice estava um fofura com aquela barriguinha saliente.

Minutos depois, ela voltou pronta com um vestido amarelo solto e sandálias de salto baixo. Encontramos Jasper na sala que elogiou a esposa e nos conduziu até o carro que estava parado em frente a casa. Ambos tomaram o banco da frente enquanto eu fui solitariamente no banco de trás.

[...]

— Emmett disse que daqui a cinco minutos chegava com Rose. – anunciou Alice, guardando seu iPhone no bolso.

Tínhamos chegado há poucos minutos na boate que parecia já está lotada. Como Alice estava com os ingressos, tínhamos que esperar o casal de coelhos chegar.

Exatos cinco minutos depois, o jipe do meu irmão para em uma vaga distante da qual o nosso carro estava. O estranho foi perceber que três portas do jipe foram abertas. E mais ainda quando Jacob saiu da porta de trás. Ele parecia chateado mesmo de longe.

Rosalie e Emmett vinham logo atrás dele com as mãos entrelaçadas. Minha cunhada estava um arraso em um macaquinho e saltos altíssimos.

— Porcaria! – exclamou Alice só para que eu escutasse. – O que ele está fazendo aqui?

— Como você faz isso comigo Mary Alice? Pensei que fossemos amigos! – o moreno já chegou dramatizando, com direito a mão no peito e tudo.

— Jake! O que faz aqui? – perguntou um tanto nervosa.

O moreno bufou enquanto Rosalie revirava os olhos.

— Ele ligou para mim, All, e eu meio que deixei escapar que iríamos sair hoje. Ele ficou intrigado e me pressionou até que eu falasse aonde íamos.

— Jacob surtou como uma bicha. – completou Emmett e levou um soco no braço dado por Jacob. – Que é cara? O que eu falei sobre os gritos agudos?

— A questão não é essa. A questão é que minhas amigas me traíram indo para boate alheia!

— Ai, Jake! Perdoa, vai. Eu recebi o convite de uma cliente, seria feio não comparecer, né? – Alice fez um biquinho, tentando soar inocente.

— Só perdoo se você me colocar dentro dessa espelunca. Quero ver o que essa boate com o nome ridículo tem de mais. – semicerrou os olhos.

— Ok. Meu nome está na lista dos Vips e eu posso trazer quem eu quiser, então, você está dentro. – ela sorriu. – Agora vamos que estou louca para entrar!

Nós rimos do entusiasmo da baixinha e fomos para entrada. Alice deu seu nome ao segurança e anunciou que estávamos com ela. Finalmente entramos na boate e meus olhos se arregalaram ao ver o lugar. Diferente da sofisticação da boate de Jacob, essa aqui estava mais para o lado, hmm... Sensual.

A música que tocava no momento era Sexy Back do Justin Timberlake. As cores eram escuras e as luzes também, deixando o ambiente parcialmente iluminado. Existiam algumas espécies de gaiolas com dançarinas seminuas, alguns sofás redondos e que já possuía gente se pegando por lá.

Subimos a escada que daria para a área vip. O lugar também era bem sugestivo, com a presença dos sofás redondos, mesas espalhadas e um grande espelho no teto.

Cretinos!— resmungou Jacob ao analisar o local também.

Escolhemos uma mesa que dava para ver as pessoas dançando abaixo de nós. Alice quicava de animação.

— Isto é muito legal! – Alice comentou divertida. – E, a propósito, você está linda Rose!

— Você é que está meu bem. – ela piscou para Alice. – E você Bella? Está maravilhosa!

— Quem está um arraso aqui é você, Rose. Não sei como meu irmão não teve uma sincope.

— Ah, mas ele teve. Por causa do tamanho da roupa. – bufou e Emmett revirou os olhos.

— Está curta mesmo e, pelo visto, terei que ter atenção redobrada esta noite. – seus olhos faiscaram em mim. – Isabella, que roupas são essas? Eu preferia que tivesse vindo com suas meias coloridas!

— Nem vem, Emm. Eu amo minhas meias, mas hoje eu queria algo mais... Sexy. – sorri com uma palavra.

Alice aprovou com os polegares levantados para cima. Meu irmão lançou um olhar nada agradável para baixinha que apenas deu a língua em resposta.

— Estou de olho em você, mocinha. – semicerrou os olhos. Revirei os meus.

— Jake, vamos dançar e tirar essa tromba da cara? – levantei, oferecendo minha mão ao moreno de cara fechada.

Ele suspirou, mas acabou sorrindo para mim.

— Okay. Já estou aqui mesmo. – deu de ombros, aceitando minha mão estendida.

— A propósito Bella, você está magnífica. – falou em meu ouvido quando começamos a nos movimentar na pista de dança.

Sorri convencida.

— Eu sei.

[...]

Hot, hot, hot, hot. – cantei/gritei um pedaço da música que estava tocando enquanto eu dançava animadamente com Rosalie.

Depois de umas bebidas, a loira estava altamente empolgada de uma forma que é raro de ver. Eu não estava muito atrás. Bem que Jacob disse que doses de vodca levanta todo mundo.

Rose e eu nos viramos uma de frente para a outra e em sincronia rebolamos praticamente até o chão só para começar a rir enquanto subíamos.

— Ai cunhadinha! Acho que estou vendo a sua presa desta noite. – ela apontou discretamente com o dedo para algo a sua frente enquanto tomava um gole do seu whisky.

Virei-me para enxergar o que ela enxergava. A poucos metros de nós estava um homem extremamente bonito, sentado em um dos sofás enquanto bebia alguma bebida. Seus olhos estavam fixados exatamente onde Rose e eu estávamos. Mais especificamente em mim.

Movida pelo álcool que corria em minhas veias, eu sorri de canto para ele. Ele retribuiu com um sorriso ainda maior e se levantou do sofá.

— Essa é minha deixa. – Rose comentou com um sorriso malicioso, saindo de cena.

Segundos depois um homem alto, com uma barba loira rala, cabelos loiros e olhos extremamente azuis para na minha frente.

— Será que posso pagar uma bebida para a dama? – questionou com a voz exalando sensualidade.

Jesus me abana!

— Posso cobrar uma dança também? – indaguei, mordendo o lábio inferior.

Juro que escutei um suspiro saindo da boca dele. Isso! Talvez as loucuras de Jessica sobre como ‘’aprender a seduzir’’ esteja dando certo. Pois é, a maluca às vezes ficava tagarelando isso para mim e Bree.

— Até duas, se você quiser. – piscou um olho e eu quase desfaleci ali mesmo.

— Como é o seu nome? – perguntou interessado, após pedir dois Martini ao barman.

— Bella. – resolvi falar apenas o meu apelido. – E o seu?

— Demetri. – sorriu. – Bella lhe cai muito bem.

Sorri de canto, colocando uma mecha de cabelo atrás da minha orelha. Assim que o barman depositou nossas bebidas no balcão do bar, tomamos rapidamente sem desgrudar os olhos um do outro.

Algo me diz que hoje tem.

[...]

As batidas de S&M que tocavam na boate era apenas um eco aos meus ouvidos quando se tinha algo melhor para fazer, como beijar Demetri alucinadamente. Entre selinhos, ele foi me arrastando da multidão para uma parte mais quieta da boate.

Sem rodeios, o belo loiro me prendeu na parede, trazendo minhas pernas para cima de uma forma que elas se prendessem a sua cintura. Eu sorri e mordi de leve o seu lábio, conseguindo um rosnado de sua parte e um beijo voluptuoso logo em seguida.

Eu já conseguia sentir a animação crescente de Demetri e estava me animando com ela. Isso durou até o momento que senti minha cabeça girar e meu estômago embrulhar. Agoniada, separei-me dele tentando respirar melhor para livrar-me do mal estar repentino.

— Bella, tudo bem com você? – perguntou-me um tanto preocupado.

Desci do seu aperto, ainda sentindo a inquietação do meu estômago. Assim que abri a boca para falar algo, eu não consegui segurar o que estava preso em meu estômago. Sim, eu tinha acabado de vomitar tudo que tinha em meu estômago em cima do rapaz.

Demetri fechou os olhos, chocado. Coloquei as mãos na boca, sem acreditar no que tinha feito. Aproveitando a deixa, eu saí correndo para tentar me livrar do constrangimento. Lógico que no meio do caminho até a área vip, eu escorreguei ali e aqui, mas nada grave.

— Bella! Que cara é essa? – perguntou Alice alarmada.

— Eu preciso sair daqui! – olhei assustada para os lados, temendo encontrar o homem. – Cadê o Emmett e a Rose?

— Foram embora antes que se comessem na nossa frente. – apontou para ela, Jasper e Jacob de forma tediosa. Os meninos seguraram uma risada.

Eu poderia ter rido se não estivesse tão assustada.

— Mas o que você fez? Não me diga que roubou uma garrafa de vodca, Isabella! – exclamou espantada.

— Que garrafa de vodca Alice! O problema é que eu estava me agarrando com um cara extremamente gato e acabei vomitando nele! – minha voz saiu mais aguda no final.

— VOCÊ O QUÊ? – Alice gritou no momento que os dois homens atrás de si caíram na gargalhada.

— Ai, All! Foi sem querer, eu juro. Acho que bebi demais. – fiz cara de choro, tomando consciência do tamanho da minha burrice.

— Porra Isabella! Eu venho nessa bosta de boate para ver se você descola um cara e você vai lá e vomita nele? Puta merda! – reclamou alterada.

— Pelo visto a noite acabou. – comentou Jacob com um sorriso sarcástico assim que recobrou o fôlego. – Que mancada hein, Bella? Se fosse eu, devolveria o vomito. – o desgraçado ainda tirou sarro com minha cara.

— Vá se ferrar, Black! – mandei, fazendo com que ele risse ainda mais.

— Acho melhor irmos mesmo. Já passam das duas da manhã e ainda tenho que deixar vocês dois em casa. – Jasper falou, apontando para mim e Jacob.

— Não. Apenas Jacob. Vou ligar para Edward avisando que Bella vai dormir lá em casa. – Alice decidiu.

— Não precisa, All. Não precisa cuidar da bêbada que vomita em caras bonitos. – ao terminar minha fala, senti uma queimação em meus olhos e logo em seguida lágrimas grossas começaram a escorrer. – EU SOU UMA NEGAÇÃO! – gritei, colocando uma mão na testa.

— Vamos embora. Não estou a fim de passar vergonha. – sussurrou Alice.

Jacob estava um pouco bêbado também, mas ele me ajudou a ir até o carro. Era um bêbado escorado no outro. Jasper teve que ajudar Alice com as escadas, mas ficava olhando para trás, preocupado conosco.

— Não vomitem no meu carro. – pediu Jazz, assim que o moreno e eu nos socamos no banco de trás.

— Pode deixar, loiro. – Jacob fez joinha.

O casal ocupou o banco da frente e minutos depois já estávamos na pista. Alice sacou seu celular da bolsa e discou algum número.

— Edward? Sou eu, Alice. – pausa. – Não está tudo bem. Só estou ligando para avisar que Bella está indo para casa comigo. – outra pausa. – Digamos que a morena bebeu demais da conta. – houve uma pausa maior e nessa Alice até riu. – Você também deve estar cansado, Edward. Ok, ok. Provavelmente ela vai me matar pela manhã, mas se você está se oferecendo. – ela riu. – Ok. Chego aí em vinte minutos. Beijo. – desligou o telefone. — Jazz, mudança de planos. Toca pra casa do meu irmão.

[...]

Eu só vim me orientar na conversa do celular quando o carro de Jasper parou em frente à familiar mansão branca.

— Sério que você quer que eu seja demitida? – resmunguei enquanto saía do carro juntamente com ela.

Eu estava com os meus sapatos de salto na mão, como uma digna bêbada.

No portão principal estava o meu chefe, apenas de calça moletom e uma blusa de mangas curtas. Ele tinha uma expressão engraçada no rosto.

— Edward ainda não enlouqueceu a esse ponto, Bells. – ela passou a mão por meus cabelos e beijou minha bochecha. – Cuida bem dessa maluca. – Alice pediu a Edward.

— Claro. – Edward assentiu e abraçou a irmã. – Jasper. – acenou para o loiro no carro.

Jasper retribuiu o gesto.

— AEE EDWARD! – Jake gritou quando abriu a janela traseira, acenando alegremente.

Um pouco confuso Edward acenou para o meu companheiro de birita. Eu gargalhei da cena.

— Acho que eu tenho que entregar mais um bêbado. – falou Alice olhando do amigo para o irmão. – Tchau e se cuidem.

— TCHAU GOSTOSA! – Jacob gritou assim que Jasper deu partida no carro.

— TCHAU GOSTOSO! – gritei totalmente empolgada.

Fiquei acenando feito uma idiota até o carro desaparecer na noite.

— Eu te libero para aproveitar a noite e você me volta assim? – Edward questionou com uma falsa cara de desagrado.

— Cala a boca Edward. – mandei antes de começar a caminhar trôpega para dentro de casa.

Edward

Quando Alice me ligou às duas e vinte da manhã eu pensei no pior, então posso falar que fiquei bastante aliviado ao saber que o único problema era a minha babá bêbada.

Um momento depois de Alice partir, eu levei uma Bella animada demais para o andar de cima. Ela cantarolava algumas músicas. Confesso que não entendi nenhuma.

Abri a porta do seu quarto, querendo colocar meu plano em ação. Primeiro eu a colocaria para tomar um banho de água fria, faria um chá para ela beber e a colocaria para dormir. Seria tudo perfeito se a pessoa em questão não fosse Bella.

— Eu não quero tomar banho! – resmungou, soltando-se do meu braço que a carregava.

— E você quer dormir uma porquinha? – arqueei uma sobrancelha.

— E quem disse que eu quero dormir? Eu quero dançar! – exclamou, correndo até o aparelho de som do seu quarto.

Ela cutucou em algumas coisas até que um som extremamente alto de música eletrônica começou a tocar no cômodo. Minha babá maluca começou a pular e a cantar a música.

Com medo de acordar as crianças, corri rapidamente até o aparelho e os desliguei.

— Poxa, chefinho! Deixa a música rolar, solta o corpo. – ela jogou os braços pra cima e sacudiu o quadril.

Passei a mão pelos cabelos. Eu estava perdido!

— Bella, as crianças! – falei, tentando despertar o lado sensato da garota.

— IIh. – ela soltou.

Abri a porta e dei uma olhada no corredor. Não tinha ninguém nele, então quer dizer que ninguém estranhou a barulheira. Voltei a olhar pra Bella, percebendo que a mesma estava de olhos arregalados.

— Tem razão. – suspirei, percebendo que o seu lado racional estava voltando. – Mas a gente pode trazer elas para a nossa festa!

Bella ia ligar o som novamente, porém fui mais rápido e segurei a sua mão, impedindo-a.

— Não.

— Só um pouquinho. Eu coloco baixinho, vai. – fez um biquinho, olhando para mim de uma maneira irresistível.

Suspirei, desviando o olhar do dela.

— Só com uma condição. – pontuei.

— Qual? – perguntou esperançosa.

— Você vai tomar um banho, beber um chá e dormir, ok? – olhei ara ela, em busca da confirmação.

Ela agora vez um bico de desagrado, mas acabou por assentir com a cabeça. Regulei o volume do som e deixei que ela escolhesse a música que quisesse enquanto ia ao banheiro regular a temperatura do chuveiro.

Assim que voltei para o quarto, minha boca foi ao chão ao encontrar Bella só de lingerie em cima da cama, pulando ao som de uma música pop.

Quando ela me viu, desceu da cama, andando até mim enquanto cantarolava um pedaço da música.

Too high, can't come down/Losing my head, spinning round and round/Do you feel me now?* – sua voz saiu extremamente sensual.

Engoli em seco. Porra!

Antes que alguma besteira acontecesse naquele quarto, puxei a bêbada para o banheiro e liguei o chuveiro. O jato gelado de água caiu sobre ela, fazendo com que Bella soltasse um grito.

Com medo de acordar as crianças, eu tratei logo de lhe tampar a boca, acabando por me molhar também.

Por um momento nossos olhos permaneceram conectados perante a água que cai por nós, como se fosse uma espécie de divisória. Desviei o olhar, tirando minha mão da sua boca.

— Vou fazer seu chá. – murmurei, deixando que ela terminasse de tomar o seu banho.

[...]

Voltei com o chá de Bella e dei graças a Deus por encontrá-la sentada na cama e devidamente vestida. Ela olhava para o nada. Parecia refletir.

— Eu vomitei em um cara. Um cara bonito. Eu estava no maior amasso com esse cara. – falou assim que me sentei ao seu lado.

— O quê? – perguntei um tanto confuso com as informações desconexas.

— Estava em boate. Tinha um cara bonito me olhando. Nós nos paqueramos. Ele me pagou uma bebida. Eu pedi por uma dança. Nós dançamos, nos agarramos e eu vomitei nele. – contou de forma editada a sua noite.

Arregalei os olhos e entreguei-lhe o chá.

— Você vomitou em um cara? – perguntei um tanto abismado.

— Pois é. O pior é que eu fugi dele depois. – soltou uma risadinha, levando a bebida à boca e tomando um gole.

Eu ri também.

— Você é cruel.

— Não foi intencional. – murmurou e voltou seus olhos para mim. – E então, como foi o dia? – perguntou.

Sorri. Relatei meu dia animadamente e assim que terminei, olhei para Bella que ressonava tranquilamente em sua cama. A xícara de chá estava no chão.

Bom, pelo menos ela tomou tudo. Dei de ombros.

Ajeitei-a melhor na cama e a cobri. Beije-lhe a testa delicadamente. Peguei a xícara vazia no chão e sai do quarto, deixando que a babá bêbada descansasse.

Bella

Uma música vinda do primeiro andar tirou-me do sono profundo que eu me encontrava. Abri os olhos, mas os fechei rapidamente, incomodada com a claridade do meu quarto.

Minha boca estava seca e aquilo estava me incomodando para caramba. Abri os olhos novamente, agora os mantendo abertos e sentei-me na cama. Tudo girou na minha cabeça e a vontade de vomitar subiu-me pela garganta. Só deu tempo de chegar ao banheiro e ajoelhar-me sobre o vaso, despejando tudo que ainda restava em meu estômago.

Sentei-me no chão frio do banheiro, escorando minhas costas na parede azulejos, com uma mão sobre a barriga na falha tentativa de aquietar o meu estômago. Fechei os olhos e alguns flashs da noite passada passaram-me pela cabeça. Voltei a abrir os olhos, um pouco atordoada.

Levantei-me do chão e fiz minha higiene matinal. Tomei um banho logo em seguida, para ver se melhorava a situação. Passei um bom tempo sob a água gelada até sair preguiçosamente com uma toalha enrolada no corpo. Minha cabeça latejava e meu estômago agora procurava por comida. Vesti apenas um vestido e prendi meus cabelos em um coque bagunçado.

Desci para o primeiro andar e a primeira coisa que vi foi Melanie e Lily dançando Single Ladies da Beyoncé. Estranhei Melanie está no meio, mas não fiz comentários.

— Bom dia Bella. – desejaram em coro.

— Bom dia. – murmurei.

Elas não perceberam – ou fingiram não perceber – a minha desanimação. Rastejei-me até a cozinha e quase tive uma sincope ao encontrar meu chefe preparando alguma coisa no fogão enquanto cantarolava. Edward usava apenas uma camisa branca de botões e calça social preta.

Assim que ele voltou-se para trás, encontrou meu olhar assustado e sorriu.

— Bom dia, senhorita eu bebo todas. – tirou onda com a minha cara.

Choraminguei enquanto me sentava em um dos bancos que tinha no balcão da cozinha.

— Nem me lembre. – murmurei. – O que está fazendo? – perguntei, estranhando sua presença na cozinha.

Primeiro vejo Melanie dançando Beyoncé e agora isso? O que está acontecendo com o mundo hoje?

— Dei a manhã de folga para Anne. Ela só vem para fazer o almoço. – explicou.

— Mas já são onze horas. – falei um pouco alarmada ao observar o horário no relógio da cozinha. – Você não devia estar na empresa?

— Tirei a manhã de folga. – deu de ombros. – Tinha que cuidar de certa senhorita e também prometi fazer um café da manhã para os meus filhos. – olhou-me com um sorriso.

— Sinto-me constrangida. – sussurrei. – Eu não quero dá trabalho. Espero que não tenha feito isso ontem. Não sei nem porque Alice me deixou aqui. – falei chateada.

Edward soltou uma risadinha.

— Eu me prontifiquei em cuidar da senhorita. Você não queria dá trabalho a uma grávida de gêmeos, né? – colocou duas panquecas em um prato no balcão em frente a mim junto com um garfo e uma faca. – Suco de laranja ou goiaba?

— Laranja, por favor. – pedi. – Inferno! Eu não queria dá trabalho a ninguém. Nunca mais bebo tanto. – lamentei. – Espero que eu não tenha feito nenhuma besteira ontem. Não consigo lembrar muita coisa.

Edward mordeu o lábio ao colocar o copo de suco de laranja ao lado do prato de panquecas. Ele parecia esconder algo.

— Eu fiz alguma besteira ontem? – indaguei, temendo um pouco a resposta.

— Quer um remédio? Aposto que está com dor de cabeça. – desconversou.

— Edward... – pedi.

Ele suspirou, sentando-se em um banco do outro lado do balcão.

— Relaxa Bella. Você não fez nada demais. – semicerrei os olhos. – Hm, ok, mas foi você quem pediu. – soltei os talheres, cruzando os braços.

Ele me contou tudo o que tinha acontecido quando eu cheguei a casa. Minha boca foi ao chão com as coisas absurdas e meu rosto vermelho expressou todo o meu constrangimento.

— Eu não sei o que pior. Ligar o som alto, ficar de lingerie na sua frente ou então dormir enquanto você falava. – confessei, colando minha testa no balcão.

Edward soltou uma gargalhada.

— Como eu disse, relaxa Bella. Você não estava no seu normal. Hoje eu acordei rindo disso. É uma boa história para se contar quando alguém estiver triste.

Levantei a cabeça, lançando um olhar mortal para o chefinho.

— Agora eu virei à boba da corte Cullen? – questionei magoada.

Ele revirou os olhos, negando com a cabeça.

— Não faça drama. Agora coma tudo. Vou deixar um remédio no seu quarto. Preciso terminar de me arrumar. – antes que ele se levantasse, o segurei pelo braço.

— Espera uns minutinhos. Agora que estou acordada, quero saber como foi ontem no apartamento da Tanya.

Edward suspirou e voltou a se sentar.

— Graças a Deus deu tudo certo. – começou e eu voltei a comer minhas panquecas enquanto ele falava. – As crianças estranhamente se comportaram. Lily falou algo sobre ser meu aniversário e eu desejei que fosse meu aniversário todo dia. – comentou com certo pesar, e eu tive que abafar minha risada. – Melanie ficou com a cara fechada o tempo todo, mas ficou quieta. Comemos um almoço gostoso feito pela empregada, claro, e ficamos por lá até o final da tarde. Foi um dia agradável.

— Fico feliz por isso. – confessei e ele riu. – Anh, Edward?

— Sim?

— Você falou que tinha prometido um café da manhã para os seus filhos. Por acaso isso foi algum tipo de suborno?

O ruivo soltou uma gargalhada gostosa.

— Entenda como quiser. - deu de ombros.

Sim. Ele tinha subornado os filhos.

— Onde estão os meninos? - resolvi partir para outra conversa.

— Brincando com o Snoop no jardim. Agora posso ir me arrumar ou a madame quer mais alguma coisa? – indagou sarcástico

— Suma da minha frente, Cullen. – murmurei mal-humorada.

O cretino saiu rindo da cozinha. Mereço!


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Notas finais do capítulo

Essa Isabella está toda cheia de folga, né? O Cullen foi dá espaço, deu nisso. Pelo menos estou adorando tudo isso e vocês?
Bella bebeu todas, vomitou no gostosão e ainda ficou de lingerie na frente do Edward. Essa babá definitivamente não bate bem da cabeça e eu a amo por isso ♥.
Bom, agora que quero ver vocês nos rewiens. Não vejo a hora de ler todos
Beijos e até a próxima!