Uma Babá Sem Noção escrita por Sáskya


Capítulo 20
Capítulo: 19 - Beije-me


Notas iniciais do capítulo

Oi babys! Olha que eu voltei no prazo e com um capítulo que vocês vão amar *-*.
Boa Leitura!



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Bella

— E então? Seu aniversário saiu como esperava? — indaguei para Mel que já estava deitada confortavelmente em sua cama.

A pequena garota deu um sorriso doce. Já estava de noite e eu já tinha colocado mais três pestinhas para dormir. Melanie era a única que faltava.

— Superou minhas expectativas. Principalmente, o discurso do... Do meu pai — suspirou — Eu me senti tão amada naquele momento, Isa. Será que não é ilusão?

Sorri minimamente e toquei seus cabelos macios e daquele mesmo estranho tom de bronze.

— Claro que não é — assegurei — Ter vocês ao lado dele vai ajudá-lo muito. Não eram os únicos que se sentiam sozinhos.

Ela me lançou um olhar triste.

— Para tudo ficar perfeito, só ele abandonando aquela megera e encontrando uma mulher doce que o amasse. Acho que ele não será completo só conosco.

— Você quer que seu pai case-se outra vez? — perguntei um tanto surpresa.

— Claro! Papai precisa ser plenamente feliz! — exclamou — Mas não com aquela mulher.

— E é com quem? — desafiei, arqueando uma sobrancelha.

— Ah... — hesitou — Pensei em uma mulher doce, com um espírito feliz, um sorriso bonito e que nos trate bem — fitou-me — Sabe onde tem uma dessas?

Apertei seu nariz e me levantei de sua cama.

— Não e quem deve encontrá-la é seu pai. Isso, se ele quiser — beijei seu rosto.

— Já que estamos falando em relacionamentos, posso lhe perguntar uma coisa, Isa? — pediu.

Fitei a garota de cenho franzido. Melanie estava brincando com a ponta do edredom de cabeça baixa. Parecia-me hesitante.

— Fique à vontade – incentivei.

— Bom... De onde conhece o Jacob? Vocês tiveram... Algo? — seus olhos verdes cristalinos miraram nos meus.

Meu rosto se iluminou com a compreensão. Melanie deveria ter visto Jacob e eu conversando. Deve pensar que estou de olho na sua paixonite platônica. Sorri carinhosamente e afaguei sua bochecha.

— Conheci o Jake na festa de despedida de Alice e nunca tivemos nada, princesa. Somos amigos. Não se preocupe que ele é todo seu! — pisquei um olho.

E me deixando surpresa, Melanie corou com minha última fala.

— Oh, não é isso...

— Ah, Mel, não vale mentir para mim, lembra? — ela assentiu mordendo os lábios — É normal ter uma paixonite quando se é mais nova, porém cuidado para não se magoar, ok?

— Ok, Isa.

— Bom, acho que vou indo dormir. O dia foi cheio.

— É — bocejou — Boa noite.

— Boa noite, princesa rock — desejei, saindo de seu quarto.

Enquanto andava em direção ao meu quarto refleti sobre o resto do dia. Depois do discurso de Edward, o aniversário tinha durado apenas mais meia hora e as pessoas começaram a ir embora elogiando a impecável decoração e o momento distração para os adultos com a ‘’Conga’’. Melanie ficou radiante com toda essa recepção e Alice teve que dá o braço a torcer e falar que a festa na piscina, realmente, tinha sido uma boa ideia.

Após a festa, apenas ficaram a família Cullen, os irmãos Hale e meu irmão. Esme e Carlisle ficaram conversando um pouco com Edward e Tanya antes de Alice os chamar para irem para casa (eles ficaram hospedados na casa da caçula, por chantagem da baixinha que fala que os pais nunca ficaram por lá) e Tanya reclamar de dor nos pés.

Também, quem manda vir com saltões? Não estamos em um baile de gala, meu bem.

Emmett e Rosalie também se foram em seguida falando que queriam aproveitar à tarde, e apenas sobrou a mim e as crianças, que fizemos uma festa na cozinha preparando cupcakes com receitas da internet. Por fim, fizemos até algo comestível.

Estava tão distraída com os meus pensamentos que nem senti meu corpo se chocando contra outro. Só fui perceber quando braços me seguraram antes que eu trombasse no chão.

— Cabeça nas nuvens, Isabella? — questionou a voz divertida com uma pitada de sensualismo natural do meu chefe.

— Apenas repassando o meu dia de hoje, Edward — respondi simplesmente — Ainda acordado?

Distanciei-me dele percebendo que ainda usava as roupas de hoje a tarde.

— Sim. Estava pensando em tomar um vinho para relaxar. Acompanha-me? — convidou com um sorriso torto no rosto.

Um maldito e lindo sorriso torto no rosto.

— Não sei. Digamos que sou meio fraca para bebidas — sorri envergonhada, lembrando-me do puxão que tinha dado no meu chefe para entrar na fila da conga.

Edward pareceu pensar na mesma coisa do que eu, pois riu.

— Só uma taça, Isabella. Umazinha — fez uma cara pidona, alá Alice, ficando mais irresistível do que já era.

Meu Deus! O que estou pensando?

— O-ok — balbuciei ainda perdida na intensidade dos seus olhos verdes.

Edward me lançou um sorriso cintilante, mostrando a fileira de dentes brancos perfeitos. Oh meu Gosh!

— Vou pegar a garrafa — avisou — Que tal ficarmos na beira da piscina? Está uma bela noite lá fora — sugeriu enquanto caminhava até a cozinha e voltava com uma garrafa de vinho em mãos, juntamente com duas taças de cristal.

Assenti com a cabeça ao seu pedido e caminhei ao seu lado para fora. Realmente, a noite estava linda. O céu negro era iluminado com pequenos pontos de luz, as estrelas, e uma belíssima lua minguante escondida por algumas nuvens. Fechei os olhos ao sentir o vento agradável abraçar meu corpo.

Sentei-me ao lado de Edward, que estava na beira da piscina com os pés dentro da água. Ele mexia-os levemente criando pequenas ondulações.

— Eu gosto da noite — sussurrou abrindo a garrafa de vinho tinto, de marca desconhecida por mim, mas que provavelmente deveria ser boa — Sem a escuridão, nós não poderíamos ver as estrelas.

— Muito menos a lua — murmurei em complemento.

Ele sorriu de canto.

— Tem razão — estendeu-me uma taça — Tintin? — indagou com sua taça (já cheia) elevada a certa altura.

Sorri e bati de leve a minha taça na sua.

— Tintin.

— Mas então... — fez um muxoxo — O que te levou a vim trabalhar aqui? — tentou puxar assunto.

Sorri e coloquei a minha taça de vinho no chão.

— Apareceu uma oportunidade de emprego para o meu irmão aqui em New York City e como só temos praticamente um ao outro, não poderia abandoná-lo sozinho — suspirei — O Emm é a minha família.

Edward notou meu tom triste e levantou a mão para tocar meu ombro, porém antes que fizesse o feito, abaixou sem saber se era certo.

— O que aconteceu com os seus pais? — indagou em um sussurro quase inaudível — Lembro-me que disse que perdeu o seu pai...

— Sim, quando eu tinha dezesseis anos. Ele era um bom policial da cidade pequena e pacata de Forks, até que um dia foi chamado para resolver um caso em Port Angeles. Era noite e chovia muito, típico da minha cidade natal. E o que minha mãe mais temeu que acontecesse, aconteceu. Charlie perdeu o controle do carro e ele capotou na pista — engoli em seco tentando conter as lágrimas.

— Sinto muito — murmurou meu chefe solidário.

Passei a mão por debaixo dos olhos limpando duas lágrimas que eu tinha deixado escapar.

— E minha mãe depois de dois anos, casou-se novamente com um jogador de beisebol — revirei os olhos, continuando — Hoje eles moram em Londres e de vez em quando ela se lembra da gente — falei com um tom um pouco amargo.

Eu sabia que era um pouco infantil da minha parte me sentir magoada com esse fato, já que eu escolhi ficar nos Estados Unidos com meu irmão, mas eu penso que Renné poderia ter ficado pela gente. Pelos seus filhos.

— Por isso que eu fico extremamente feliz que você esteja se aproximando dos seus filhos, Edward — continue depois de alguns segundos em silêncio — Porque eu sei o quanto dói não ter as duas pessoas mais importantes das nossas vidas por perto.

Edward engoliu em seco com o meu comentário e tomou mais um gole de sua bebida. Imitei o gesto.

— Vamos entrar em assuntos mais leves? — sugeriu depois de alguns minutos em silêncio.

Sorri, assentindo.

— Pensei que nunca iria propor — pisquei um olho fazendo-o rir.

— Ok. Hm... Qual é o seu sonho? Aposto que não é ser babá — indagou divertido.

— Pode crer que não — balancei a cabeça — Mas isso não quer dizer que não goste de criança. Elas são fofas, mas sabem ser cruéis — ri me lembrando da maldita rã que Liam - com a ajuda de Melanie – implantou no meu banheiro.

Edward acompanhou-me na risada.

— Sempre tive vontade de me formar em psicologia — murmurei. Edward olhou-me surpreso — Gosto de ajudar as pessoas. Encontrar soluções para mostrar a elas que nem tudo está perdido — mordi o lábio — E você? Qual é o seu maior sonho? Aposto que não é ser um grande empresário — brinquei.

Edward deu um sorriso torto. Aquele sorriso torto.

— Para a sua surpresa, eu sempre tive uma queda pelo ramo empresarial — deu de ombros — Então, ser empresário não é ruim para mim.

— Mas você não tinha nenhum outro sonho? — insisti.

Edward hesitou. Encheu sua taça esvaziada com vinho novamente e tomou um gole, fitando a piscina a sua frente.

— Eu... Gosto de tocar piano — confessou em um murmúrio e pegando-me de surpresa.

Edward? Piano? Na mesma frase? ÃN?

— Já quis ser um pianista — prosseguiu — Antigamente, tocar piano era um santo remédio para mim, hoje em dia não tenho mais tempo para isso — coçou a nuca.

— Poxa! — exclamei, mostrando toda a minha surpresa — Quem diria que o poderoso chefão gostava de uma velha e boa música clássica.

Edward riu enquanto revirava os olhos.

— Tem muitas coisas sobre mim que você não sabe — lançou-me seu sorriso torto com um olhar malicioso.

— Tipo? — entrei no seu jogo.

Ele se aproximou mais de mim, deixando nossos rostos a centímetros de distância. Minha respiração começou a ficar falha com essa proximidade e meu coração perdeu algumas batidas.

— Que eu posso ser um menino mau.

E então, me pegando totalmente desprevenida, jogou-me dentro da piscina. Quando submergi, escutei as altas gargalhadas dadas por Edward e foi impossível não sorrir com aquela cena. Digamos que ver Edward sorrindo, conversando e sendo tão gentil (e travesso) não é algo que vemos diariamente.

— Ah, é assim? Vai ter troco senhor Cullen.

Saí da água que, por incrível que pareça, estava quente. Corri atrás de Edward que fugia de mim ainda rindo da sua traquinagem. Ri também e pegando-o totalmente desprevenido, pulei em suas costas fazendo com que nós dois caíssemos no chão. Rolamos cada um para o lado quase morrendo de tantas risadas que dávamos.

— Ok! Acho que me quebrei todo agora — falou ofegante.

— Está me chamando de gorda? — devolvi, fingindo-me de ofendida.

Virei-me para encará-lo e notei que o Cullen já me fitava. Ele desceu o olhar pelo meu corpo — molhado e com o vestido jeans ensopado — e sorriu malicioso.

— Não. Gorda não — negou com tom malicioso.

Revirei os olhos e dei uma tapa em seu braço. Edward se levantou e ofereceu-me a mão. Peguei-a sem titubear, porém como eu sou o único ser um humano na face da terra que tropeça nos próprios pés, voltei para o chão e ainda trouxe Edward junto comigo.

Só que agora tinha um probleminha. Seu corpo ficou em cima do meu. Próximo demais. Nossos rostos estavam adjacentes, tanto que eu sentia sua respiração em meu rosto. Subi meus olhos para os seus. Castanho no verde. Estávamos com os olhares tão conectados que pensei até em chocolate com menta. Uma mistura interessante.

E o que eu menos esperava aconteceu. Ele colou seus lábios nos meus. Tão doces, finos, gentis e de uma maciez inigualável. E quando ele quis adentrar em minha boca com sua língua eu quase gemi extasiada dando livre arbítrio para que ele adentrasse. Nossas línguas se encontraram e um feixe de sensações explodiu dentro de mim. Levei minhas mãos a sua nuca enquanto as suas escorregavam pelo meu corpo até chegar a minha cintura. O puxei quase que desesperadamente para mim, deliciando-me com o beijo que estávamos trocando até que o meu subconsciente me alertou de um detalhezinho:

Oh Meu Deus! Eu estava beijando Edward Cullen! Não, não, EU ESTAVA BEIJANDO O MEU CHEFE! Acho que vou desmaiar.

***

Silver moon's sparkling (A lua prateada está brilhando)

So kiss me (Então, me beije)

Kiss me— Sixpence None The Richer


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Notas finais do capítulo

E então? PRIMEIRO BEIJO AEEE *-*. Eu sei que vocês estavam querendo, hehehe. Enfim, venham me contar o que acharam! Ah, e recomendações também serão bem vindas!!
Beijos e até a próxima!