O despertar do Apocalipse escrita por AHSfan


Capítulo 3
Você acha que sabe, mas você não sabe -


Notas iniciais do capítulo

Sei que o ritmo da fic está meio lento, mas prometo um pouco mais de ação e pancadaria no próximo capítulo! Hahaha

Boa leitura!



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Atlas abriu os olhos assustado. Ele podia sentir seu tórax subindo e descendo rapidamente, assim como hoje de manhã.

Então era com isso que eu vinha sonhado durante todo esse tempo? Atlas perguntou-se intrigado.

Ele olhou ao redor e viu que tudo estava igual a momentos antes de ele ter essa visão. Os alunos estavam virados para frente atentos a chegada da estudante novata. Atlas também se virou e quando ele viu o rosto da garota, não pode mais desviar os olhos dela. Era ela! A pessoa com a qual ele tinha sonhado durante meses estava diante de seus olhos, em carne e osso. Eram os mesmos olhos escuros, pele negra, longos cabelos cacheados e corpo curvilíneo. Atlas quase engasgou por um momento, abismado demais para formar um pensamento racional que fosse.

“Querida, por que você não se apresenta um pouco?” A professora Clark pediu gentilmente. A garota deu um passo à frente e deliberadamente permitiu que o olhar dela se encontrasse com o de Atlas.

“Meu nome é Magdalena Northup, tenho dezoito anos, minha família e eu moramos no Queens. Posso sentar-me agora?” Magdalena perguntou sem olhar para a professora Clark nenhuma vez.

“Ah, hum, sim querida. Por favor, fique naquele lugar vazio.”

Aconteceu de o lugar vazio estar localizado na frente da cadeira de Atlas. Magdalena caminhou até lá com segurança, cada passo mais firme que o anterior. Seu rosto era bonito com as maçãs do rosto altas, nariz largo, lábios carnudos, sobrancelhas arqueadas e longos cílios. O rapaz, porém, não pôde ignorar que ela parecia estar muito entediada, como se nada ali valesse muito do seu tempo. Ainda assim, Atlas não parou de observá-la nem por um minuto. Ele não conseguia negar e tampouco entender a estranha conexão que dividia com a garota nova. Não existia nenhum motivo aparente para ele ter sonhado com ela, afinal a garota não era famosa e não era como se ele a tivesse visto antes. Ele sabia que se lembraria de um rosto como o dela.

“Bem, agora que estamos mais ou menos devidamente apresentados vamos dar início ao capítulo XXII do livro...”

A aula de história contemporânea da senhorita Clark era uma das favoritas de Atlas, já que a senhorita Clark conseguia explicar qualquer evento histórico da forma mais didática possível. Porém naquele dia, pela primeira vez, Atlas não conseguiu concentrar-se muito no conteúdo dado. Ele estava encantado demais pelo aroma adocicado dos longos cabelos de Magdalena e por sua postura tão formal e ao mesmo tempo sofisticada. Quando as aulas da senhorita Clark terminaram, alguns alunos saíram, mas era óbvio que a maioria iria aproveitar o curto tempo do intervalo entre aulas para cochichar e observar a garota nova.

“Ela é tão bonita!” Uma das amigas de Hannah Envystone comentou com ela.

“Sim, talvez devêssemos convidar a novata pra sentar conosco no almoço.” Hannah respondeu analisando a novata dos pés a cabeça.

Então, um dos jogadores do time de futebol americano, Carter George, aproximou-se da cadeira de Magdalena. Ele puxou outra cadeira vazia e, virando-a, sentou-se de frente pra ela. O sorriso torto no rosto dele indicava claramente suas intenções.

“Se quiser sentar comigo na hora do almoço, gatinha, nós poderíamos nos divertir.” Carter piscou, mas a única resposta de Magdalena foi um categórico e audível não. Carter deu de ombros, ergueu-se e saiu meio cabisbaixo.

“Planos de chamá-la pra almoçar conosco: descartados.” Hannah falou.

“É melhor assim. Morando no Queens deve ser bolsista, com certeza.” Simon sussurrou não tão discreto quanto imaginava estar sendo e Stella foi rápida em dar-lhe um peteleco na orelha. Afinal, o estimado amigo deles Atlas Youngblood era um bolsista também. Na verdade, o próprio Atlas pensou em formular uma resposta para o que Simon dissera, mas desistiu em seguida quando viu que Magdalena estava levantando-se.

O olhar dele simplesmente a seguia, quase involuntariamente.

“Você está bem, Atlas?” Stella perguntou tocando o braço dele, enfim fazendo-o parar de fitar Magdalena.

“Como?” Atlas perguntou aéreo.

“Você está bem?” Stella indagou novamente. “Eu vi quando você fez uma careta de dor. Está tudo certo?” Ela parecia genuinamente preocupada e Atlas sentiu-se envergonhado por fazê-la sentir-se assim. Ele ainda teria que conversar com Stella sobre o término do namoro e não precisava ficar encarando outra garota tão descaradamente.

“Me perdoe, Stella eu...” Mas antes que ele tivesse a chance de continuar a desculpar-se uma voz feminina grave o interrompeu.

“Você é o representante de sala do terceiro ano B, não é?” Magdalena estava dirigindo-se a ele. Todos os rostos se viraram para ver o que estava acontecendo entre Atlas e a novata.

“Si-Sim. Sou eu.” Ele respondeu amaldiçoando-se mentalmente por gaguejar.

“Preciso levar estes documentos até a sala dos professores. Você poderia me acompanhar?”

“Sem problemas.” Atlas disse tentando soar descolado.

“Eu sou Atlas Youngblood, por sinal.” Ele pensou em estender a mão para cumprimentar a jovem, mas teve receio de ser rejeitado na frente de todos e, portanto decidiu apenas acompanhar a estudante em direção à porta da sala. Antes mesmo de Atlas dar instruções sobre qual direção seguir, a novata estava andando como se soubesse o caminho. Era Atlas que a seguia.

“Como você sabia que eu era o representante de sala?”

Após um curto silêncio desconfortável, Magdalena respondeu seca.

“A professora Clark me contou.”

No momento em que eles se encontraram a uma distancia considerável dos olhares curiosos na sala e dos ouvidos atentos de outros alunos, Atlas pôde notar Magdalena relaxar um pouco a postura, então ele resolveu quebrar o som repetitivo dos passos deles ecoando nas paredes do corredor.

“Hum... Magdalena...” Ele começou.

“Pode me chamar de Lena.” Ela cortou.

“Ah, sim.” Ele pigarreou. “Hum... Seu nome é tão diferente quanto você...” Assim que terminou de falar Atlas percebeu que o que tinha acabado de dizer soava bem ambíguo, ofensivo até.

“Não que isso seja ruim, quer dizer, eu também tenho um nome diferente!”

Ele tentou consertar o que tinha dito, mas tinha a sensação que cada palavra que deixava sua boca tinha um efeito pior que a anterior.

“Você sabe a história por detrás do meu nome? É parte da mitologia grega que...” De repente, Magdalena virou-se, parecendo irritada. Eles estavam face a face.

É claro que ela está irritada, seu babaca. Ela queria ser levada até a sala dos professores e não ouvir mais sobre você. Ele pensou frustrado.

“Atlas Youngblood.” Ouvir o nome completo dele na voz sexy da novata enviou calafrios à coluna de Atlas, que gaguejou novamente na primeira chance que teve.

“Si-Sim.”

“Você valoriza a vida que tem? Considera sua família e amigos importantes?”

Apesar da pergunta repentina, Atlas sabia exatamente como responder ao que Magdalena queria saber. Ela provavelmente deve ser um daqueles cidadãos de Nova York que vivem sob a ótica existencialista, Ele imaginou.

“Valorizo. Independente dos problemas, minha família possui um valor inestimável pra mim. E meus amigos mais próximos me são queridos como se fossem irmãos.”

“É mesmo?” Magdalena retrucou com certo desdém.

“Porque eu mentiria sobre isso? Estou sendo o mais franco que posso.”

“Se é assim, espero que mantenha isso em mente: se você mudar, certamente perderá tudo o que valoriza.” Magdalena entrou na sala dos professores e sem mais, fechou a porta na cara de Atlas.

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“Nós precisamos conversar.” Anunciou Stella puxando Atlas pelo braço na hora do almoço. Como a escola funcionava em regime semi-integral, os estudantes tinham que passar a manhã e a tarde lá, então muitos escolhiam almoçar nos arredores do Upper East Side. Stella, porém tinha outros planos. Ela levou Atlas para o telhado do colégio, local onde costumavam ir para namorar desde o ano anterior. O céu daquela manhã estava um pouco acinzentado, com o sol surgindo por entre densas nuvens. Alguma neve tinha caído na noite anterior, então a cidade estava branca como em um globo de neve. Uma brisa fria assoviou pelas grades do telhado, fazendo com que os namorados sentassem lado a lado para aquecer-se, nos bancos cobertos de neve.

“Escute, Atlas, eu não sei bem por onde começar, mas...” Uma chibatada de ar frio atingiu o rosto de Stella

“Que droga!” Ela balançou os cabelos azuis e abaixou o olhar.

“Pra ser honesto, tem um tempo que eu também queria falar com você, mas pode dizer primeiro.”

“Ah... Tudo bem. Pode falar primeiro enquanto vou pensando no que quero contar.”

Agora era a vez de Atlas saber por onde começar. Ele foi escolhendo as próximas palavras com cuidado.

“Sabe... Stella, você e eu nos conhecemos desde os primórdios da infância e nos tornamos amigos muito rápidos. Eu estimo muito o quanto você esteve do meu lado ano passado quando meus pais se divorciaram, mas as coisas estão um pouco diferentes agora e eu não sei bem se estou apaixonado...” Antes que Atlas pudesse fechar a boca, porém, Stella o abraçou.

“Eu também não quero te fazer de bobo...” Ela suspirou. “Você bem sabe que tem um lugar especial no meu coração e sempre terá. Você é incondicionalmente meu melhor amigo, Atlas.” E aí estava.

Nenhuma palavra a mais era necessária, apenas o sol brilhando timidamente e o frio gostoso do inverno de Nova York. Esse era o poder da amizade entre Atlas e Stella. Assim como há um ano eles começaram a namorar sem que nenhum dos dois pronunciasse a sentença “Você quer namorar comigo?” no instante em que terminaram nenhum deles precisou dizer “Acabou”.

“Acho que você também nunca esteve apaixonada por mim, não é?”

Stella balançou a cabeça negativamente e enxugou algumas lágrimas metidas.

“Bem, de fato eu ainda me pego pensando bastante no Sam... Percebi que eu olho pra ele da mesma forma que você olhou pra garota nova hoje.”

Atlas enrubesceu imediatamente, mas Stella o acalmou, dizendo que estava tudo bem, ela realmente não se importou de ter notado isso.

“Como está o Sam, por falar nisso? Alguma melhora?” Ele perguntou.

“Não... Infelizmente não, mas eu ainda tenho esperanças, sabe? Sam é o tipo de pessoa que me faz duvidar da medicina.”

Atlas riu um pouco e afastou Stella de seu peito suavemente para que pudesse encarar seus cristalinos olhos azuis. Ele sempre conheceria aqueles olhos.

“Eu também espero que ele fique bem.”

“Eu sei...” Stella então sorriu e seu olhar se iluminou.

“Porque você não convida a novata pra sair com a gente pra festa de hoje?”

“Não sei o que a faria sair comigo depois que comportei feito um perseguidor.”

“Duh, ela também não parou de te encarar. Não seja tão pessimista, Atlas. Vamos lá, se você não chamar eu chamo!”

“Não sei, não. Tive a impressão de que ela estava irritada comigo.” Atlas confessou com uma expressão chateada.

“Como assim?”

Ele então narrou para Stella a cena na sala dos professores. Ela o escutou atentamente, mas não conseguiu segurar a risada até o final da história.

“É um nome tão diferente quanto você?! Não acredito que você disse isso!”

“Eu sei! Que merda, foi muito estúpido, não foi?”

“Quem sabe, mas se você está tão interessado não custa nada convidar a novata pra sair. Te vejo mais tarde!” Stella saiu praticamente saltitando de tão leve que sua alma estava. Talvez Atlas devesse fazer isso mesmo, desculpar-se pelo que disse antes e convidar Lena pra sair.

Afinal, não são todos os dias que se encontra a garota dos seus sonhos.

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Magdalena Northup estava do lado de fora da cafeteria interna. Ela observou atentamente, pelas portas de vidro, quando Carter empurrou violentamente um garoto magricela do primeiro ano.

“Vamos lá, moleque! Me passa a grana.” Carter vociferou para o amedrontado jovem. O menino se encolheu todo e não conseguiu falar uma palavra. Carter em resposta, o chutou com tanta força que derrubou o garoto.

É o suficiente, Magdalena pensou. Ela terminou de fumar seu cigarro, esmagando-o com alguma raiva. Magdalena já sabia exatamente o que fazer. Ela abriu as portas de vidro, sem se importar de ser notada ou fazer barulho. Cabeças curiosas se viraram para vê-la passar entre as mesas e o distinto som de pessoas cochichando se iniciou, contudo ela não poderia ligar menos pra isso. Magdalena caminhou até o local onde Carter George estava. Ela fez questão de esbarrar com força nele. Lena então ajudou o rapaz no chão a se levantar.

“Ora, ora se não é a moradora do Queens.” Carter falou soando intrigado. Magdalena virou-se, pondo-se entre o garoto do primeiro ano e Carter.

“Sai fora, Carter.”

“É melhor mesmo os pobretões ficarem juntos.” Ele jogou uma nota de um dólar em Magdalena, como se estivesse dando-lhe uma esmola.

“Você é quem estava pedindo dinheiro a ele e não o contrario.”

“É melhor parar de querer chamar atenção vadia.” Carter respondeu dando as costas. O que ele não esperava é que Atlas estivesse bem na frente dele exibindo um sorriso meio arrogante no rosto.

“Acho que vou ter que te reportar por lesão corporal e má conduta do espírito estudantil, Carter. Parece que você não poderá participar da liga teen de futebol americano esse ano...” Atlas deu um tapinha no ombro de Carter e encarou-o até ele sair, tremendo-se de raiva.

“Você está bem, garoto?” Atlas perguntou assim que Carter saiu.

“Si-Sim! Mui-Muito obrigada, vocês dois!”

“Não deixe ninguém pisar em você, está me ouvindo?” Magdalena falou seriamente para o garoto, que a olhava como se ela fosse uma espécie de super heroína. Ele prometeu tentar fazer o que Lena aconselhou, com lágrimas nos olhos. Em seguida Atlas se ofereceu para leva-lo até a enfermaria, porém o garoto negou a oferta e disse que precisava ir até a biblioteca, deixando Magdalena e Atlas juntos.

“Você o defendeu, não foi? Isso foi muito corajoso da sua parte.”

“Não é nada que você não faria.” Magdalena respondeu com tanta segurança que por um minuto, Atlas se questionou como ela poderia estar certa disso.

“Lena, na verdade não sou muito bom com elogios. Desculpe-me por antes.”

“Está tudo bem.” Ela respondeu dando as costas, pronta pra sair. Era isso, aquele momento estava em câmera lenta. A chance de Atlas estaria perdida se ele não tomasse uma atitude logo. E ele tomou. Atlas segurou gentilmente o pulso de Magdalena esperando até que ela se virasse na direção dele. Quando ela o fez, seu rosto parecia um pouco triste.

“Escute, você já foi ao Yelp Club?”

“Sim... Por quê?”

“Hoje vai ter uma festa lá, os irmãos Lancaster que estão organizando. Enfim, eu posso pedir pra eles colocarem seu nome na lista do camarote e queria saber se você não gostaria de ir.”

“Ok.” Ela respondeu sem delongas.

“Sério?!” Atlas deixou escapar a surpresa que sentiu e logo em seguida se repreendeu por isso. Ninguém gosta de pessoas muito a fim, ele pensou. Entretanto, ele teve mais uma pequena surpresa ao escutar a melancólica risada musical de Lena.

“Sim, sério. Coloque meu nome na lista Vip e até mais tarde.”

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08 de Janeiro de 2014. Uma da manhã no Yelp Club.

O Yelp Club, uma balada muito exclusiva no Upper East Side. O prédio tinha três andares, sendo o primeiro andar um bar meio grunge com karaokê, enquanto segundo possuía dois lounges diferentes, com estilos de música distintos tocando, já o terceiro era um bar com boliche e sinuca liberados para os clientes. O local pertencia aos pais de Hannah Envystone, mas na festa de hoje Stella e Simon eram os promoters, então praticamente todos os amigos deles tinham acesso à entrada vip com direito a open bar, mesmo que eles fossem menores de 21 anos.

E era justamente graças ao open bar que Atlas estava bêbado. Não tão bêbado que não conseguisse falar direito, mas era de certo que seu raciocínio estava mais lento. Atlas normalmente não bebia assim, mas a noite o decepcionara de tal forma que ele se sentiu tentado a descontar no álcool.

Atlas ficara esperando ansiosamente que Magdalena aparecesse, mas ela nunca o fez. O pior era que a cada garota de cabelo cacheado que Atlas via, seu coração parecia prestes a saltar do peito e então seus olhos infelizmente confirmavam que aquela não era Magdaela Northup. Atlas afundou as frustrações em garrafas de cerveja, taças de champanhe, copos de cuba libre e doses de uísque.

Por que se for pra ficar bêbado é melhor misturar logo, ele pensou.

E até a agora a ideia tinha se mostrado deveras boa, pois ele estava sentindo-se tonto e ébrio como nunca. Ele já tinha até mesmo dançado, arriscando alguns passos quando seus amigos não estavam olhando.

“Atlas!” Stella e Simon empurraram rostos e corpos suados e dançantes para chegarem até onde Atlas estava. Os dois estavam risonhos demais.

“Atlas, por favor, conte para Simon novamente o que foi que a novata disse!”

Atlas suspirou pesadamente, ele sabia que os dois provavelmente tinham cheirado uma carreira ou duas pra ficarem naquele estado de espírito.

“Pela décima vez, Simon, ela disse que eu não deveria mudar ou perderia tudo que valorizo.” Atlas respondeu o mais discreto que pôde, mas ainda assim os irmãos Lancaster gargalharam tão alto que ele se sentiu desconfortável de novo.

É a décima vez que eu conto isso pra eles hoje, Atlas pensou cansado.

“É muito estranho ela falar isso do nada, não é?” Simon comentou depois de se recuperar da crise de risos. “Tem certeza que você não a conheceu antes?”

“Hum...” Atlas pensou sobre o sonho. “A resposta sensata seria não, mas...”.

“Como assim? Quer dizer que você já a encontrou de modo insensato?” Simon perguntou rindo mais um pouco. Atlas tomou o último gole da cerveja em mãos.

“Na verdade sim. Eu a encontrei em um sonho, ou algo assim.”

“Que tipo de sonho hein, bonitão? Espero que você não tenha me traído!” Stella replicou e Atlas fez um rápido cafuné nela antes de responder.

“Não foi este tipo de sonho, não se preocupe.”

Ele conversou um pouco mais com os irmãos Lancaster antes de sentir a urgente necessidade de tomar mais uma cerveja. Atlas, então, pediu licença para ir até o bar do primeiro andar, porque a geladeira de lá era a mais fria. Ele desceu até metade da escada do segundo andar antes de ter a estranha sensação de estar sendo observado. Atlas olhou a seu redor, mas não notou nada fora do normal. Repentinamente ele ouviu uma voz inumana, mas terrivelmente real, em sua cabeça. Uma voz estranhamente familiar...

“Socorro!”

Atlas olhou ao seu redor pela segunda vez, tentando prestar mais atenção.

Que diabos tinha sido isso? Ele pensou, procurando algum rosto familiar na multidão. Entretanto, tudo que Atlas conseguiu ver foi Stella que estava a poucos metros de distancia. E ela não parecia nada além de um pouco enfadada.

“Me ajude, por favor, Atlas! Eu estou aqui!”

Finalmente ele reconheceu a voz. Tinha o mesmo timbre inumano que ele escutou em seus sonhos. Era a voz do gato de três olhos.

Atlas largou a garrafa de cerveja vazia no lixo e correu apressado, procurando do dono da voz e em busca de alguma explicação para o que estava acontecendo.

O que ele não sabia é que aquele ato poria fim aos seus dias normais.


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Notas finais do capítulo

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