Luke

–Quer dizer que nosso amiguinho quer nossa ajuda? – eu disse rindo.

–Nunca pensei que iria ouvir isso de você, Charles – Percy disse rindo junto.

Vamos dizer que Charles acha que pode fazer tudo sozinho. E, em 100% dos casos, ele acaba se dando muito mal.

–Mas não vão se acostumando com isso – Charles disse colocando sua bandeja na mesa, pois estava na hora do almoço.

–Caro amigo – eu disse – Sinto lhe informar que isso não será uma tarefa fácil, ainda mais quando Silena está no meio.

Nisso Nico chegou com sua bandeja, na qual continha apenas um lanche natural. Esse emo gótico é estranho. Com um monte de batata frita que só é encontrado no primeiro dia de aula, ele vem com esse lanchinho natural.

–Charles vai tomar vergonha na cara e ir falar com Silena? Foi isso mesmo que eu ouvi? Acho que o mundo vai acabar – Nico disse parecendo assustado e rindo depois.

–Nossa Nico – Charles disse – Como você é engraçado. Por que você não assume que é gay?

Nico olhou feio enquanto todos riam.

–Não sou gay – Nico disse – Muito pelo contrario, já peguei muito mais menina que você. Só perco para o Luke, porque... Bom... É o Luke.

Sorri com isso.

–Ganhou uma batata frita só pelo elogio – disse jogando uma batata nele.

–Mas enfim – Nico disse – Por que não convida ela para a nossa festa?

–Ah! Claro! “Oi Silena, por que não estudamos lá na festa que vamos dar?” – Charles disse tentando imitar uma conversa.

–Calma – Nico disse – Não estava sabendo dessa historia de estudar.

–Pois é – Percy disse – Nosso amigo esta fingindo ser um nerd para ajudar a garota.

–Fingindo nada – Charles parecia bravo – Vocês sabem as minhas notas em física.

–Mas ainda acho legal a ideia de convida-la para a festa – Nico disse dando os ombros.

–Sinto lhe dizer – eu disse – Mas parece que essas meninas serão as ultimas a quererem ir nesta festa.

–Você as convidou? – Percy perguntou.

–Convidei Thalia – eu disse – Mas acho que ela não entendeu direito. Eu vou tentar mais uma vez.

Com isso levantei, dei uma piscadela para eles e fui em direção a mesa das meninas, que não ficava longe. Logo que cheguei, elas se calaram e fecharam a cara.

–Olá garotas – disse me sentando em uma mesa e passando os braços ao redor dos ombros de Thalia. Passou meio segundo e eu levei uma cotovelada nas costelas, me fazendo tirar os braços.

–O que você quer Luke? – Thalia disse ríspida.

–Calma aí morena –eu disse rindo, fazendo a mesma revirar os olhos – Só queria convida-las para uma festa que vamos dar, a primeira do ano.

–Já falei que não vamos – Thalia disse.

–Você não contou isso para a gente – uma menina loira, Annabeth eu acho, disse espantada – Nós adoramos festas.

–Será sexta feira – eu disse – Na casa do Percy, as 20h, não tem hora para acabar. Nos vemos lá meninas.

E nisso eu sai, voltando para a mesa.

–Parece que teremos algumas garotas a mais.

Nico

–Que bom – eu disse – Um jeito de conquistar a morena.

–Silena? – Charles disse quase engasgando.

–Não idiota! – eu disse – A Laura.

–Ela tem namorada! – Percy disse.

–E? – eu disse rindo - Falando nisso, tenho que ir.

–Vai aonde? – Percy disse.

–Tenho um compromisso – menti.

Nisso Jason chegou com um garoto.

–Fala galera – Jason disse se sentando – Esse aqui é meu amigo Leonardo.

–Me chamem de Leo – o garoto disse – Leo Valdez.

–Quanto mais, melhor! – Luke disse rindo.

–Tenho que ir – eu disse deixando os meninos para trás.

Fui até a quadra, mas antes parei no meu armário para arrumar algumas coisas, fazendo com que eu me atrasasse. Quando estava indo para a quadra, cantarolando alguma coisa, ouvi uns gritos. Não eram bem gritos, mas alguém estava falando alto, como se estivesse brigando. E vinha justo da quadra. Entrei de fininho e comecei a prestar atenção. Era Laura, como de esperado, mas com um cara, para ser mais especifico, seu namorado.

–Você não pode me impedir de ter amigos! – ela falava bem alto, indignada.

–Não estou te impedindo! Só não quero que fale mais com ele!

–Leo é meu amigo! Entenda!

–Só tenho medo de te perder – o idiota disse.

–Você devia confiar em mim! Você precisa parar com esse ciúme idiota! – ela estava brava.

–Eu não quero uma namorada que fica falando com um monte de meninos! Que ficam olhando para a bunda dela e se aproveitando!

–Olha a besteira que você está falando! Quer saber? Eu que não quero mais nada.

E nisso ela saiu brava, mas o mesmo a impediu, segurando com força seu braço.

–Me solta Jake!

–Você não vai terminar comigo!

–Solta ela – eu disse aparecendo.

–O que você está fazendo aqui, idiota? – Jake disse.

–Solta ela – eu repeti.

–Vai fazer o que? – ela disse, me desafiando.

Olhei para ele com o pior olhar que alguém podia dar, e ele pareceu não se intimidar tanto.

–Você quer brigar? – ele disse soltando ela e indo para cima de mim, mas eu não me movi.

–Não sou tão idiota para fazer isso – disse – Não vou descer ao seu nível.

–Você que pensa – ele disse – Você vai se ver comigo, Di Angelo. E você – ele disse apontando para Laura – Vamos conversar depois.

E nisso ele foi embora, deixando eu e Laura sozinhos. Fui até ela.

–Você está bem? - eu perguntei para ela olhando para seu braço, que estava só um pouco vermelho.

–Sim – ela disse olhando para baixo.

–Não acredito que está com esse cara! – eu disse indignado.

–Ele não é assim...

–Não é assim? Ele quase te bateu!

–Ele estava bravo, só isso.

–Você vai ir falar com ele?

Ela ficou quieta.

–Eu não acredito – eu disse rindo.

–E quem é você para me dizer o que devo ou não fazer? – ela disse brava.

–Não estou mandando em você! Só achei que você era esperta o bastante para enxergar que ele não é o cara para você!

Ele me olhou brava e saiu andando.

–Aonde você vai? – eu perguntei.

–Atrás do meu namorado! – ela disse batendo os pés.

–Pensei que iriamos conversar – eu disse e ela parou. – Quer falar sobre isso?

Ela olhou parar trás, e dava para ver em seus olhos tristeza e algumas lágrimas que ela segurava para não caírem. Ela caminhou de volta e sentou ao meu lado. Ela suspirou.

–Eu e Jake namoramos há quase um ano. No começo tudo era perfeito, mas de uns tempos para cá, está ficando cansativo. Ele é ciumento demais, brigamos por tudo! Só falta ele me proibir de falar com minhas amigas! Ele insiste em ficar dizendo que eu estou diferente, que so grossa e trato ele mal. Que sou fofa com todo mundo, menos com ele, não mais. Mas eu juro que não estou, é que ele fala tanta besteira, que não tem como eu não ficar brava.

Ela disse tudo de uma vez.

–Você entende? – ela perguntou, mas logo se arrependeu.

–Na verdade, sim – eu disse e ela me olhou espantada – Namorei com a Rachel por seis meses e, no final, eu acabei terminando com ela. Mas admito que ainda sou louco por ela.

–E por que terminaram? – ela perguntou.

–Porque não estávamos indo bem. Terminei com ela no dia de seu aniversario e ela ficou muito brava. Mas a raiva passou e já ficamos algumas vezes e conversamos bastante pelo celular e tal... Mas é a Rachel! Faz parte daquele grupo.

–Das patricinhas – ela me completou e eu ri.

–Isso... Ela já ficou com vários meninos, que eu fiquei sabendo. Isso me deixa muito triste. Eu estou louco por ela e eu acho que queria voltar, mas ela fica falando que não tem certeza, que está em duvida, que queria apenas ter uma amizade colorida, mas eu não queria isso. Ela não sente mais nada por mim. Eu a amo muito.

–Ela pode não ser a pessoa certa.

–Não me vejo feliz no futuro com outra pessoa. Ela é a garota da minha vida. Aqueles cabelos ruivos... Trocaria um dia com Green Day para voltarmos. Faria tudo o que ela quisesse. Ela vê defeitos e eu vejo qualidade, ninguém vai ama-la como eu amei. Fui um príncipe com ela. Por que ela faz isso comigo? Ela é tão perfeita no jeito imperfeito de ser... – eu disse triste – Não acredito que falei isso para alguém, pareceu muito gay.

Ela riu.

–É bom desabafar – ela disse – Se quiser, estarei sempre aqui. Gostei de conhecer esse seu lado.

–Obrigada, eu digo o mesmo. – ficamos em silencio por um tempo – você vai mesmo falar com ele?

–Sim- ela disse e um desconforto invadiu meu peito – Mas eu vou terminar com ele.

–Sério? – eu disse.

–Sim, acabei de ver o que é um garoto apaixonado. E eu nunca vi isso no Jake. Eu preciso ir agora.

Ela se levantou e me deu um beijo na bochecha.

–Quando quiser conversar – ela disse – Me manda uma mensagem.

–Não tenho seu numero. – disse.

Ela pegou uma caneta da bolsa e anotou na minha mão.

–Tchau Nico - e nisso ela foi embora.