Essence of Time escrita por Seraphina Morgenstern


Capítulo 7
The flowers on my coffin


Notas iniciais do capítulo

Eu queria agradecer a quem comentou na fic e dar as boas-vindas aos novos leitores. Obrigada, e OI!
Eu fiquei em dúvida se colocava esse nome no capítulo ou se colocava "Food Fight!". Vocês vão ver por quê.
Boa leitura!



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Annabeth mordeu sua maçã e mastigou lentamente enquanto olhava para o céu. Uma imensa tempestade estava se formando, com as nuvens mais escuras que ela já tinha visto sobre a cidade. Annabeth imaginou que talvez fosse o aquecimento global ou algo do tipo, porque o tempo em todo o estado de Nova York estava esquisito desde o Natal. Haviam tido nevascas pesadas, inundações, incêndios nas florestas causados por raios. Annabeth não teria ficado surpresa se fosse um furacão chegando.

Mas ninguém mais parecia notar. Alguns dos garotos estavam jogando biscoitos para os pombos. Nancy Bobofit tentava afanar alguma coisa da bolsa de uma senhora e, é claro, a Sra. Dodds não via nada.

Grover e Annabeth se sentaram na beirada do chafariz, longe dos outros. Annabeth pensou que, se fizessem isso, talvez ninguém descobrisse que os dois eram daquela escola detestável – a escola para esquisitões lesados que não davam certo em nenhum outro lugar.

Annabeth observou os táxis que passavam descendo a Quinta Avenida e pensou no apartamento de seu pai, na área residencial próxima ao lugar onde ela estava sentada. Annabeth não via o pai desde o Natal. Teve muita vontade de pular em um táxi e ir para casa. Ele a abraçaria e ficaria contente de vê-la, mas também ficaria desapontado. Imediatamente a mandaria de volta para Yancy e a lembraria que precisava se esforçar mais, ainda que aquela fosse sua sexta escola em seis anos e que, provavelmente, ela seria chutada para fora de novo. Não conseguiria suportar o olhar triste que ele lançaria para ela.

Annabeth estava tão concentrada nos próprios pensamentos que não notou quando Nancy Bobofit apareceu diante dela com as amigas feiosas – Annabeth imaginou que tivesse se cansado de roubar dos turistas – e deixou seu lanche, já comido pela metade, cair no colo de Grover.

– Oops.

Ela arreganhou um sorriso para Annabeth, com os dentes tortos. As sardas eram alaranjadas, como se alguém tivesse pintado o rosto dela com um spray de Cheetos líquido.

Annabeth tentou ficar calma. O orientador da escola lhe dissera um milhão de vezes: “Conte até dez, controle seu gênio.” Mas a garota era conhecida por seu temperamento. Na velocidade de um raio, ela pegou o sanduíche que Nancy havia derrubado no colo de Grover e jogou-o de volta para a dona. O sanduíche se espatifou e manchou a blusa de Nancy, que olhou em choque total.

Tudo ficou em silêncio por um momento, antes do caos de soltar. Todo mundo começou a jogar comida um no outro, e frutas, salgados e doces voaram para todos os lados.

– Guerra de comida! – Gritou alguém, mas Annabeth não esperou para ver quem era. Ela agarrou o pulso de Grover e correu, sem se importar com as muletas que ele deixou para trás, sabendo que numa guerra de comida, a melhor opção era sair do caminho.

Eles tinham corrido 1 quilômetro quando enfim pararam, ofegando. Annabeth olhou para Grover, enfim se perguntando como tinha conseguido arrastá-lo até ali sem as muletas. Pensou nos dias em que havia enchilada do refeitório, quando Grover corria mais rápido do que deveria ser possível. Não poderia dar de ombros agora, podia?

– Annabeth Chase. – Ela ouviu uma voz rouca atrás deles, e virou-se para ver a Sra. Dodds encarando-a furiosamente. Tentando não engolir em seco, Annabeth ficou quieta. – Você tem causado muitos problemas, mocinha.

– Sim, senhora. – Annabeth decidiu que era melhor ser educada numa hora dessas em que estava tão perto de se encrencar.

– Você achou mesmo que ia se safar dessa? – Continuou a Sra. Dodds. A expressão em seus olhos era mais que furiosa. Era perversa. Ela é uma professora, Annabeth pensou, nervosa. Não é provável que vá me machucar.

– Eu... eu vou me esforçar mais, senhora. – Droga, Annabeth precisava urgentemente treinar suas escapadas.

A Sra. Dodds riu maldosamente.

– Mas, querida, seu tempo de se esforçar mais já se esgotou. – E, com isso, a Sra. Dodds se transformou.

Os olhos dela começaram a brilhar como carvão de churrasco. Os dedos se esticaram, transformando-se em garras. O casaco se fundiu em grandes asas de couro. Ela não era humana. Era uma bruxa má e enrugada, com asas e garras de morcego e com uma boca repleta de presas amareladas – e estava prestes a fazer Annabeth e Grover em pedaços.

Grover parecia em pânico. Quem não estaria, considerando que havia uma espécie de morcego gigante sobre eles? Annabeth sinceramente não sabia o que pensar. Como diabos poderia este monstro horrível estar encima dela, e por que parecia haver um brilho tão rancoroso em seus olhos vermelhos? Como poderia sequer estar vivo fora de um livro de ficção?

– Annabeth! – Grover sussurrou para ela. – Pegue.

Ele passou algo para sua mão, e Annabeth olhou para baixo pelo canto do olho. Em sua mão, agora havia uma bela adaga de bronze, cruelmente afiada, o punho de couro gastado o suficiente para ser macio. Uma pequena parte de seu cérebro se perguntou se tinha sido Grover a usar aquela bela arma. Ela duvidava.

O monstro atacou, movido pela visão da faca de bronze, e a mente de Annabeth agiu no controle automático. Ela girou o braço num arco horizontal, e então, ao cortar a pele da fera, tudo o que restava era pó dourado.

Muito lentamente, Annabeth se virou para Grover, levantando uma sobrancelha em questionamento.

– O que você tem a me dizer? – Ela perguntou, com a expressão óbvia de alguém “assassinamente curioso”, ou seja, que vai matar se não ter respostas.

Ao invés de responder, Grover se aproximou, puxando rudemente a adaga de sua mão. Annabeth o olhou surpresa. Nunca o vira fazer algo assim, sendo rude, chegando ao ponto de nem achar que era possível.

Ele notou o olhar, e corou envergonhado.

– Desculpe. – Ele murmurou. – É que... Isso é importante, ok? – Havia tristeza em seus olhos quando ele olhou para a adaga, uma espécie de saudade que nunca iria embora.

Annabeth mordeu o lábio para evitar fazer mais perguntas. O que está acontecendo? O que era aquela coisa? O que está escondendo? Por que você está tão triste? Ela temia uma reação brusca para a última pergunta, considerando a forma como havia arrancado a faca de sua mão. Pensando mais além, a Sra. Dodds não parecia muito feliz em ver aquela adaga. Provavelmente havia tido más experiências com ela, e Grover sabia.

– Annabeth. – Ela ergueu a cabeça que, não percebera antes, tinha abaixado para olhar para Grover. – Nós temos que voltar. Quí... Sr. Brunner precisa saber disso.

Annabeth estreitou os olhos ligeiramente.

– O que o Sr. Brunner tem a ver com isso? – Perguntou.

– O suficiente. – Grover respondeu seriamente. – Vamos.

Annabeth seguiu Grover até o museu novamente, um milhão de perguntas voando em sua mente, uma delas sendo como ele poderia estar andando tão normalmente sem as muletas. Seus olhos se voltaram para a faca que ainda estava na mão de Grover. De quem era aquela faca? Annabeth duvidava que fosse de Grover. A forma como ele olhara para a lâmina fez Annabeth pensar que alguma coisa horrível tinha acontecido ao proprietário.

Pensou em como havia usado aquela faca como se o tivesse feito a vida inteira. Como havia se sentido bem ao esfaquear aquela criatura. Como era o couro macio sobre a pele de sua palma, o poder de tirar a vida daquele monstro, o desejo de possuir aquela faca... O modo como Grover havia olhado para ela, como se já estivesse pensando nas flores que colocaria no caixão dela.

Annabeth só esperava não ter o destino do último proprietário da faca, fosse o que fosse o que tivesse acontecido com ele.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Eu, pessoalmente, achei ridícula a parte da food fight. Comentem de qualquer modo.
E eu tenho duas notícia horrível! A primeira é que eu não tenho mais nenhum capítulo pronto e, por isso, vou demorar para postar outro. A segunda é mais urgente: A MINHA MORRESEMCOMENTÁRIOSIA TÁ FICANDO PIOR E TEM RISCO DE VIDA! SE VOCÊS NÃO TOMAREM UMA PROVIDÊNCIA EU MORRO E A FIC TAMBÉM?
Então comentem!
Seven kisses for you!