Essence of Time escrita por Seraphina Morgenstern


Capítulo 15
Thank you for be my friend.




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FELIZ NATAL!

E LEIAM AS NOTAS FINAIS!

Annabeth não precisou de muito tempo para fazer as malas, já que Sophia e Laureen a ajudaram. A loja do acampamento lhe emprestou cem dólares em dinheiro mortal e vinte dracmas de ouro. Essas moedas eram grandes como um biscoito gigante, tinham imagens de diversos deuses gregos estampadas de um lado e o Edifício Empire States do outro. Os dracmas dos mortais antigos eram de prata, Quíron contou, mas os olimpianos nunca usavam nada menos que ouro puro. Quíron disse que as moedas poderiam vir a calhar para transações não-mortais. Ele deu a Thalia e Annabeth um cantil de néctar e um saco hermético cheio de quadradinhos de ambrosia, para usar somente em emergências, se fosse gravemente feridos. Aquilo era o alimento dos deuses, Quíron lembrou. Iria cura-las de qualquer ferimento, mas era letal para mortais. Em excesso, poderia deixar um meio-sangue com muita, muita febre. Uma overdose os faria pegar fogo, literalmente.

Thalia estava vestida como uma punk, calças rasgadas, botas e tudo isso que os punks usam. Carregava uma lata de spray paralisante, que era, ela hesitantemente contou a Annabeth, um presente de seu pai pelo seu nono aniversário, e se transformava na lança que Annabeth havia visto na noite de captura da bandeira. Ela também tinha um bracelete no pulso que, dizia ela, se transformava em seu escudo mágico que Annabeth nunca tinha visto.

E nem quer ver, murmurou Percy, e Annabeth o mandou calar a boca automaticamente. Ela não conseguia pensar direito com um idiota tagarelando na cabeça dela.

Grover estava com seus pés falsos e calças para passar por ser humano. Usava uma touca verde estilo rastafári, porque, quando chovia, seu cabelo encaracolado se achatava, deixando aparecer a ponta dos chifres. Sua mochila berrante, alaranjada, estava cheia de sucata de metal e maçãs para o lanche. Em seu bolso havia um conjunto de flautas de bambu que o papai-bode esculpira para ele, muito embora ele só conhecesse duas músicas: o Concerto para Piano n° 12, de Mozart, e So Yesterday, de Hilary Duff, e ambas soassem muito mal em flautas de bambu.

Depois que Annabeth se despediu de seus queridos irmãos, eles acenaram em despedida para os outros campistas, deram uma última olhada para os campos de morangos, o oceano e a Casa Grande, depois subiram a Colina Meio-Sangue até o alto pinheiro que outrora fora Percy.

Quíron os esperava em sua cadeira de rodas. Ao lado dele estava um cara que parecia loiro e tinha olhos azuis. De acordo com Grover, o cara era chefe de segurança do acampamento. Supostamente, tinha olhos espalhados pelo corpo inteiro para jamais ser pego de surpresa. Naquele dia, no entanto, usava uniforme de chofer, então Annabeth só pôde ver os olhos extras das mãos, do rosto e do pescoço.

– Este é Argos. – Disse Quíron. – Vai levar vocês de carro até a cidade e, ahn, bem, ficar de olho em tudo.

Annabeth ouviu passos atrás deles, e se virou.

Luke foi correndo colina acima, carregando um par de tênis de basquete.

– Ei! – Ofegou ele. – Ainda bem que alcancei vocês.

Thalia corou, o que, Annabeth percebeu pela primeira vez, sempre acontecia quando Luke estava por perto.

Para uma filha de Atena, você é muito lenta, resmungou Percy, e Annabeth bufou e lhe deu língua mentalmente, o que o fez bufar com riso.

É a primeira vez que ouço você rir, pensou Annabeth, quase sorrindo, mas Percy respondeu:

Não é como se essa risada tivesse sonoridade.

Annabeth suspirou.

– Só queria desejar boa sorte. – Disse Luke para Annabeth, trazendo-a de volta para o mundo real. – E pensei... Ahn, quem sabe você poderia usar isso.

Ele lhe entregou os tênis, que pareciam bastante normais. Tinham até cheiro de normais.

Luke disse:

– Maia!

Asas brancas de ave brotaram dos calcanhares, deixando Annabeth tão surpresa que os deixou cair. Os tênis bateram as asas no chão até que estas se dobraram e desapareceram.

– Impressionante! – Disse Grover.

Luke sorriu.

– Ajudaram muito quando eu estava na minha missão. Presente do papai. É claro, eu não os uso muito hoje em dia... – Sua expressão tornou-se triste.

Annabeth não sabia o que dizer. Já era bem legal o fato de Luke ter ido se despedir. Eles haviam sido amigos desde que Annabeth chegou, e ele sempre estava lá para ela. Mas ela realmente não esperava que ele lhe desse um presente mágico... Aquilo a fez corar quase tanto quanto Thalia.

– Obrigada, Luke. – Ela sorriu para ele.

– Escute, Annabeth... – Luke pareceu sem graça. – Todos esperam muito de você. Então, apenas... Mate alguns monstros por mim, ok? – Eles se abraçaram, e Luke sussurrou em seu ouvido: - Cuide desses dois, está bem?

– Eu vou. – Annabeth sussurrou de volta, e o soltou.

Luke afagou a cabeça de Grover entre os chifres e depois deu um grande abraço em Thalia, que parecia uma betarraba.

Depois que Luke se foi, Annabeth disse à Thalia:

– Você está com a respiração acelerada.

– Não estou, não. – Ela estreitou os olhos, rangendo os dentes. – Olha, eu já não estou gostando da sua participação nesta missão. Apenas me deixe em paz.

Ela desceu batendo os pés para outro lado da colina, onde um utilitário esportivo branco esperava no acostamento da estrada. Argos a seguiu, balançando as chaves do carro.

Grover olhou para Annabeth por um momento como quem pede desculpas, antes de mancar nos sapatos falsos atrás de Thalia e Argos, deixando Annabeth sozinha na colina com Quíron.

Annabeth olhou para os sapatos. Por que Luke daria aquilo para ela? Por que não para Thalia? Eles eram amigos há muito mais tempo. Então por que...

Thalia tem medo de altura, Percy falou baixinho. Os sapatos seriam inúteis se Luke os tivesse dado à Thalia.

Annabeth se sobressaltou um pouco.

Thalia tem medo de altura?, exclamou mentalmente. Mas ela é uma filha de Zeus!

Você chegou a essa conclusão sozinha?, Percy zombou. Bem, eu acho que isso é melhor do que ser uma filha de Atena lerda.

Annabeth rosnou, o que fez Quíron se virar para olhar para ela, preocupado.

– Você está bem, Annabeth? – Perguntou ele.

Annabeth respirou fundo para se acalmar enquanto ouvia a risadinha de Percy em sua mente.

– Eu estou bem. – Ela disse, apertando a alça de sua bolsa em seu ombro, levantando o pé para dar um passo...

– Annabeth. – Chamou Quíron. – Há mais uma coisa. Zeus não foi o único a me visitar noite passada.

Annabeth se virou para olhá-lo curiosamente, se perguntando aonde ele queria chegar. Aparentemente, outro deus havia contatado Quíron. Outra mensagem. Annabeth resistiu à vontade de gemer. O que era agora?

– Quem mais o visitou? – Perguntou.

Quíron a olhou, talvez, parecendo um pouco feliz.

– Foi Lady Atena. – Disse ele. – Sua mãe, Annabeth.

Por um momento, Annabeth esqueceu-se de respirar. Sua mãe? Por quê? O que ela havia dito a Quíron? Seria sobre Annabeth? Se sim, significava que ela se importava? Depois de doze anos, estaria Atena realmente percebendo que Annabeth existia?

– Ela queria que você tivesse isto. – E Quíron estendeu-lhe um boné dos Yankees. Annabeth o pegou um tanto desajeitadamente.

– Uh... Obrigada. – Ela olhou para o boné sem saber o que fazer, e antes de sentir algo em sua mente; com certeza era Percy, revirando os olhos (se é que ele os tinha).

Ponha na cabeça, sua estúpida, disse ele, de uma forma que fez o TDAH de Annabeth se perguntar se, se Percy fosse humano, ele estaria batendo a palma da mão contra a testa.

Annabeth corou de vergonha por sua estupidez, pela primeira vez concordando com Percy, mas tentando disfarçar (o que era inútil, considerando que ele estava dentro de sua cabeça).

Annabeth pôs o boné na cabeça, mas não se sentiu nem um pouco diferente. Ela encostou a palma no pinheiro de Percy (e jurou ter sentido um arrepio na parte de trás de seu cérebro), e quase pulou três metros de altura quando viu que sua mão não estava lá.

Percy pareceu perder o controle depois disso. A gargalhada que ele soltou foi tamanha que quase fez Annabeth saltar de novo. E o mais impressionante é que Annabeth pôde ouvi-lo. Sua risada era linda... Quase como sinos. Annabeth se pegou se perguntando se o rosto de Percy seria tão bonito quanto seu riso...

Olhe para baixo, Percy sussurrou, e parecia até envergonhado.

Annabeth obedeceu, olhando para as raízes do pinheiro de Percy. Arregalou os olhos com o que encontrou lá: um rosto. Parecia calmo, os olhos fechados, adormecido. Era pequeno, com um queixo fino e maçãs do rosto angulares, mas as bochechas eram um tanto rechonchudas. Deitada inerte ao lado do rosto estava uma mão feita de raízes. Era pequena, como a de uma criança... E Annabeth então se lembrou da verdade dolorosa: Percy era apenas uma criança quando... Se sacrificou... Para proteger seus amigos.

A tristeza tomou conta de Annabeth.

Percy..., ela pensou para ele, tentando segurar as lágrimas. Ela estava feliz por ser invisível, porque assim Quíron não a veria chorando. Eu sinto muito...

Não sinta, pela primeira vez, o tom dele era carinhoso. Eu fiz minha escolha naquela noite. Não foi sua culpa.

– Annabeth? – Quíron olhou em volta, procurando por ela.

Annabeth rapidamente enxugou as lágrimas antes de tirar o boné de invisibilidade dos Yankees.

– Estou aqui. – Disse ela, aparecendo na frente de Quíron, que pareceu surpreso. Ele suspirou pesadamente.

– Annabeth, posso ver sua faca? – Annabeth quase estreitou os olhos para ele, de repente se sentindo muito protetora em relação à faca. Não, não à faca. Percy.

Ela hesitantemente entregou a faca a Quíron.

Ele arregalou os olhos para o bronze polido.

– É uma boa arma. – Disse ele, passando-a de uma mão para a outra, a expressão pensativa. – De fato uma boa arma. – Quíron voltou a olhar para Annabeth. – Ouça, Annabeth. Esta faca é de bronze celestial. É mortífera para monstros, para qualquer criatura do Mundo Inferior, desde que não matem você primeiro. Mas a lâmina passará através de mortais como uma ilusão. Eles não são bastante importantes para serem mortos pela lâmina. E devo avisá-la: como uma semideusa, você pode ser morta tanto por armas celestiais quanto por armas normais. Você é duas vezes mais vulnerável.

– Bom saber. – Annabeth respondeu, carrancuda. – Mas e se um mortal me vir puxando a faca?

Quíron sorriu.

– A Névoa é algo poderoso, Annabeth. Sempre que elementos divinos ou monstruosos se misturam com o mundo mortal, eles geram a Névoa, que tolda a visão dos seres humanos. Você verá as coisas exatamente como são, sendo meio-sangue, mas os seres humanos interpretarão tudo de modo muito diferente. É realmente incrível até que ponto os seres humanos podem ir para adaptar as situações à sua concepção de realidade.

Pela primeira vez, Annabeth sentiu a missão como algo real. Ela estava de fato deixando a Colina Meio-Sangue. Estava indo para o oeste sem nenhuma supervisão de adulto, sem um plano B, nem mesmo um telefone celular. (Quíron disse que os telefones podiam ser rastreados por monstros; se usasse um, seria pior do que lançar um foguete de sinalização.) Annabeth não tinha nenhuma arma mais poderosa do que uma faca para combater monstros e chegar à Terra dos Mortos.

Você me tem, disse Percy, parecendo indiferente.

Annabeth sorriu.

Depois franziu a testa.

– Quíron... – Falou lentamente. – Quando você diz que os deuses são imortais... Quer dizer, havia um tempo antes deles, certo?

– Uma era antes deles, na verdade. O Tempo dos Titãs foi a Quarta Era, às vezes chamada de Era de Ouro, o que sem dúvida é um nome impróprio. Esta época, a época da civilização ocidental e reinado de Zeus, é a Quinta Era.

– Então como era... Antes dos deuses?

Quíron contraiu os lábios.

– Nem mesmo eu sou bastante velho para me lembrar disso, criança, mas sei que era um tempo de trevas e selvageria para os mortais. Cronos, o Senhor dos Titãs, chamou seu reinado de Era de Ouro porque os homens viviam em inocência e livres de todo o conhecimento. Mas isso era mera propaganda. O rei Titã não se importava nada com sua espécie a não ser para servir de aperitivo, ou como fonte de entretenimento. Foi só no início do reinado do Senhor Zeus, quando Prometeu, o bom Titã, trouxe o fogo para a humanidade, que sua espécie começou a evoluir, e mesmo então Prometeu foi estigmatizado como pensador radical. Zeus o castigou severamente, como você deve se lembrar. É claro, por fim os deuses se interessaram pelos seres humanos, e nasceu a civilização ocidental.

– Mas agora os deuses não podem morrer, certo? Quero dizer, enquanto a civilização ocidental estiver viva, eles estarão vivos. Assim... Mesmo se fracassarmos, nada pode acontecer de tão ruim a ponto de estragar tudo, certo?

Quíron lhe deu um sorriso melancólico.

– Ninguém sabe quanto tempo a Era do Ocidente irá durar, Annabeth. Os deuses são imortais, sim. Mas os Titãs também eram imortais. Eles ainda existem, trancados em suas várias prisões, forçados a suportar dores e castigos infinitos, com o poder reduzido, mas ainda muito vivos. Que as Parcas não permitam que os deuses sofram tal maldição, ou que retornemos às trevas e ao caos do passado. Tudo o que podemos fazer, criança, é seguir nosso destino.

– Nosso destino... Presumindo que saibamos qual é.

– Relaxe. – Disse-lhe Quíron. – Mantenha as ideias no lugar. E lembre-se, você pode estar a ponto de evitar a maior guerra da história humana.

– Relaxe. – Resmungou Annabeth. – Estou muito relaxada.

Quando Annabeth chegou ao pé da colina, olhou para trás. Sob o pinheiro que outrora era Percy, Quíron estava em plena forma de homem-cavalo, segurando no alto seu arco em saudação. Uma típica despedida do acampamento de verão pelo seu típico centauro.

Argos os levou para fora da zona rural em direção ao oeste de Long Island. Era esquisito estar novamente em uma auto-estrada, com Thalia e Grover sentados ao seu lado como se fossem caronas normais. Depois de duas semanas na Colina Meio-Sangue, o mundo real parecia uma fantasia. Annabeth surpreendeu-se olhando para cada McDonald’s, cada criança no banco traseiro do carro dos pais, cada cartaz e cada Shopping Center.

– Até agora, tudo bem. – Disse a Thalia. – Quinze quilômetros e nem um único monstro.

Ela lhe lançou um olhar irritado.

– Falar desse jeito traz má sorte, Sabidinha.

– Ajude-me a lembrar: por que você me odeia tanto?

– Eu não odeio você.

– Podia ter me enganado.

Thalia apertou a mão em volta da lata de spray e olhou para Annabeth com os olhos estreitos.

– Eu não confio em você. – Disse ela. – O raio do meu pai foi roubado... E então, de repente você aparece. Você tem habilidades de uma guerreira treinada, mas, supostamente, é só uma novata. Você realmente espera que eu confie em você, com tudo que está acontecendo. Provavelmente foi você que roubou o raio-mestre!

Annabeth rosnou, furiosa. Em algum lugar de sua cabeça, ela pôde sentir que Percy também estava com raiva.

– Você não sabe nada sobre mim. – Sibilou. – Não fale como se soubesse. Eu não roubei esse raio idiota! Honestamente, não sei por que eu aceitei essa missão estúpida, se você só vai ficar me tratando assim, sua...

– Ei! – Grover interrompeu. O pobre menino-bode estava sentado entre elas. – Calma, gente!

– Sinceramente – Thalia não ouviu –, eu não sei por que diabo Grover deu a faca de Percy a você! Você está longe de merecer!

– E você merece?! – Annabeth não deixaria Thalia vencer aquela discussão. – É culpa sua que ele morreu, em primeiro lugar! Porque você não foi capaz de protegê-lo como prometeu!

Thalia recuou em seu assento como se tivesse levado um soco. Seus olhos estavam arregalados de choque, seu rosto pálido e a boca aberta num perfeito O.

– Como... – Thalia visivelmente engoliu em seco antes de se virar para a janela, encostando a cabeça no vidro. Annabeth pensou ter visto o brilho de lágrimas em seus olhos azul-elétricos.

O olho na nuca de Argos olhou decepcionado para Annabeth.

Annabeth se encolheu um pouco, esperando pela grande bronca que receberia de Percy, mas não foi bem assim:

Você não deveria ter dito isso, Annabeth, ele falou, com tanta calma que surpreendeu Annabeth. Esse é um tema delicado para Thalia. Ela já se culpa pelo que aconteceu. Ela não precisa de você para dizer isso a ela.

Eu..., Annabeth ainda estava surpresa pela falta de grosseria e severidade. Ela não estava pensando que ele era um idiota apenas alguns minutos atrás? Eu sinto muito.

Não é a mim que você deve pedir desculpas.

Annabeth engoliu em seco antes de se virar para Thalia, que ainda estava olhando melancolicamente para a paisagem lá fora. Agora Annabeth estava realmente arrependida.

– Ei, Thalia. – Ela chamou suavemente. – Eu sinto muito. O que aconteceu não foi culpa sua. Percy fez sua própria escolha.

A cabeça de Thalia se virou tão rápido que Annabeth pensou que ela cairia. Os olhos de Thalia estavam vermelhos.

– O que você sabe sobre isso?! – Thalia praticamente gritou. – Você não estava lá! Você não viu o que aconteceu! Como... – Sua voz falhou e ela engasgou. – Como você pode saber o que Percy pensou naquela noite? Como você pode dizer o nome dele com tanta intimidade? – Agora Annabeth tinha certeza que os olhos de Thalia estavam cheios de lágrimas. – Como você pode saber das promessas que eu fiz?

Annabeth abriu a boca, tentando pensar rapidamente o que responder, perguntando a Percy, mas sem ter uma resposta. Mas ela foi salva por Grover:

– Ei, gente, vejam. Nós já chegamos.

Já era pôr do sol e começava a chover. Argos os largou na Estação Greyhound no Upper East Side, não longe do apartamento do pai, madrasta e irmãos de Annabeth.

Argos descarregou suas malas, certificou-se de que haviam conseguido as passagens de ônibus e então foi embora, o olho nas costas de sua mão se abrindo para observá-los enquanto tirava o carro do estacionamento.

Annabeth pensou no quão perto estava de seu antigo hotel. Porque, sinceramente, com a quantidade de tempo que ela passava em internatos, aquele lugar nunca tinha sido uma casa para ela. Ela imaginou que seu pai estaria organizando notas para recebimento do último boletim da escola em que trabalhava. Sua madrasta estaria fazendo cookies, que jamais seriam tão bons quanto os de seu pai. Bobby e Mattew estariam brincando de lego e implicando um com o outro, e seu pai iria trocar o nome dos dois na hora de dar-lhes uma bronca.

No Acampamento Meio-Sangue, Annabeth tinha uma família. Não era uma família normal como a dos Chase, que era igual a todas as outras. Não, sua família era espacial. Uma família de meio-irmãos e, principalmente, primos, que, apesar de serem distantes, eram mais do que unidos. Apesar de tudo, inclusive daqueles semideuses no Chalé 11 que não tinham para onde ir, não havia rejeição na família de Annabeth. Ninguém seria afastado por não ser perfeito. Afinal, todos eram imperfeitos.

Mesmo assim, Annabeth ainda se ressentia um pouco com Atena. Como a deusa da Sabedoria, ela era implacável, sem dúvida alguma. Annabeth se ressentia de Atena por nunca tê-la visitado. Atena nunca havia ajudado o pai de Annabeth quando estavam sem dinheiro, antes de Frederick de casar. Nunca se quer havia mandado uma droga de cheque de pensão alimentícia. Ela só reconhecera Annabeth porque tinha um serviço a ser feito.

Annabeth, Percy suspirou em sua mente. Você não deve se ressentir tanto de seus pais. Tenho certeza de que seu pai fez o melhor que pôde. Atena simplesmente não sabe como lidar com seus filhos.

Isso é culpa unicamente dela, Annabeth retrucou. Se ela nos visitasse, se...

“Se” o que, Annabeth? Percy interrompeu. Os deuses não têm permissão para interagir com seus filhos. São as Leis Antigas. Annabeth resmungou indignada. Eu sei. Eu também acho que elas são Leis Malditas, Annabeth. Mas não há nada que você possa fazer. Ele fez uma pausa. Eu faria qualquer coisa se isso fizesse com que minha mãe me amasse como eu sei que seus pais amam você.

A tristeza que Annabeth havia sentido na Colina Meio-Sangue voltou, e seu corpo rígido relaxou.

Percy...

Sim?

Obrigada.

Pelo quê?

Por ser meu amigo.


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Notas finais do capítulo

FELIZ NATAL!
Sorry, sorry, sorry, sorry, sorry, sorry, sorry, sorry, sorry, sorry, sorry, sorry, sorry, sorry, sorry, sorry, sorry, sorry, sorry, sorry, sorry, sorry, sorry, sorry, sorry, MAS EU TENHO UM ÁLIBI!!!
Olha, desde, tipo, umas duas semanas atrás, teve um problema na Caixa da minha operadora e eu fiquei sem internet. Por DUAS SEMANAS! Daí, eu não pude postar. Eu poderia ter postado por telefone, mas eu NÃO estava disposta a copiar tudo à mão (quem diabos estaria?). Mas, aqui está o capítulo, e eu espero que tenham gostado. Eu achei o final bem fofo...
E, LyssahCullen, pode me dizer por que você não comentou no capítulo que você pediu?
E COMENTEM! E, MAIS UMA VEZ, FELIZ NATAL!