Como Se Ainda Fosse Real escrita por Anna


Capítulo 52
" Eu não sei"




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─ Você só pode estar de brincadeira comigo, Fred Weasley! ─ Hermione explodiu, batendo a porta da casa assim que o ruivo entrou em seu campo de visão.

─ Hermione, abre essa porta.

─ Vá embora, Fred. Você já fez babaquices demais por um dia. ─ a morena bufou, pegando a varinha do bolso e voltando para a entrada da casa, ainda sem abrir a porta.

─ Eu só preciso conversar com você, Hermione. ─ Fred suspirou, sem saber direito o que estava fazendo na casa de Hermione ou sem ter certeza sobre os motivos de ter começado aquela guerra sem sentido.

─ Mamãe? ─ Rose chamou, aparecendo na ponta das escadas e seguida de perto por Harry, que logo entendeu o olhar desesperado da amiga e pegou a ruivinha no colo, distraindo-a e aparatando com ela logo em seguida.

─ Você tem cinco minutos, Fred Weasley. Depois disso, quero que você suma da minha frente, e se possível, da minha vida. ─ a garota abriu a porta, deixando-a livre para que o ex-namorado passasse, e seguindo em passos firmes até a sala, onde cruzou os braços para encará-lo.

Em silencio, o ruivo observou Hermione sem saber direito o que fazer ou o que falar. A situação na qual se encontravam não era das melhores, e mesmo sem saber o que o levara a fazer tudo aquilo, sabia que a culpa era total e completamente dele. Era estranho não saber o motivo de ter ido até o fórum trouxa e falado com um tal “advogado”, que lhe pediu mil e uma coisas que ele não sabia que existia, mas que lhe dariam – ou pelo menos era o que esperavam – a guarda definitiva de Rose, que não queria mais vê-lo.

Os últimos meses estavam sendo os mais confusos da vida de Fred, e parecia que as coisas tendiam apenas a piorar, já que seu casamento estava cada vez mais próximo e Júlia não lhe dava sossego, sua filha se recusava a vê-lo e Hermione, e o resto de sua família, não parecia suportá-lo mais. Fred sabia que aquilo eram apenas consequências de suas escolhas, mesmo que não lembrasse, ao todo, quais haviam sido elas.

─ E então?

─ Eu não sei. Eu simplesmente não sei, Hermione. ─ Fred suspirou, sentindo o olhar duro da garota sobre si.

─ Você não sabe? Tudo bem, Fred. ─ Hermione riu, sarcástica. ─ Você acha que tudo isso é uma grande piada, como as que você costuma contar? Você tem ideia da confusão que está causando, tanto para Rose quanto para todo o resto? Você abriu um processo de guarda, Fred! E você simplesmente não sabe?! Qual é a merda do seu problema? É vingança que você quer?

─ Não, Mione. Eu só..

Mione o caramba, Fred Weasley. Você podia ter feito qualquer coisa, qualquer coisa, menos tentar tirá-la de mim. Ela é a única coisa que ainda me resta, e você sabe muito bem disso! Os últimos meses têm sido uma tortura, e sua filha está cada vez pior com tudo isso. Ela não é burra, Fred, Rose percebe as coisas e ela tira as próprias conclusões. Você acha que ela gostou daquela assistente social perseguindo a gente por uma semana? Sabe quão difícil foi ter que controlar a magia dela porque você decidiu fazer isso por meios troxas? Ela é uma criança, Weasley. Não merece passar por isso. Não quando você poderia ter, simplesmente, conversado comigo. E não venha me dizer que tentou, ─ a morena retrucou antes mesmo que Fred pudesse falar – porque nós dois sabemos muito bem que você preferiu o meio mais difícil para isso. Rose ama você e ela amava passar um tempo com o pai dela. Mesmo quando sua noiva interferia ou quando…

─ Quando?

─ Quando algo dava errado. ─ a bruxa suspirou, controlando a boca antes que dissesse algo que não devia e ficando em silencio logo em seguida, encarando os olhos verdes que faziam seu coração acelerar – embora naquele momento ela suspeitasse ser de raiva.

─ Eu não sei o que aconteceu entre a gente nos últimos meses, e Hermione, por Mérlin, eu não sei mais o que está acontecendo agora. Mas eu não tive escolha. ─ Fred passou as mãos pelos cabelos, bagunçando-os mais ainda. ─ Você não me deixava vê-la, nós dois não conseguimos mais conversar e...

─ Eu não sei em que mundo você está vivendo, Fred Weasley, mas definitivamente não é o mesmo que o meu. ─ a morena riu fraco, indo até a porta e abrindo-a. ─ Eu preciso que você vá embora, Fred. E por favor, pare de fazer besteiras. Você quer levar isso ao tribunal? Tudo bem, levaremos isso ao tribunal. O juiz vai nos intimar através de um mandado e nos veremos novamente quando for necessário, mas até lá esqueça que eu existo. Você vai continuar vendo Rose todos os dias na casa da sua mãe, mas ela não fica mais sozinha com você é a decisão da guarda sair. Foi você quem quis assim, Fred. Lide com isso. ─ Hermione apontou para fora e caminhou lentamente até a cozinha, parando apenas para dizer, sem olhar para o rapaz: ─ Feche a porta ao sair.

(.....)


─ Mamãe? ─ Hermione ouviu a voz fraca da filha e sentou-se na cama, encontrando Rose parada na porta, abraçada no cobertor favorito e trazendo Mack em um dos braços. ─ Posso dormir com você essa noite?

─ É claro que pode, meu amor. ─ a morena ajudou a pequena a se ajeitar na cama, sorrindo ainda mais ao ver Bichento se acomodar nos pés da cama. ─ Por que está acordada ainda?

─ Eu sinto falta do papai, mamãe. ─ Rose brincava com a coruja de pelúcia enquanto falava, fazendo-a flutuar. ─ De como ele era antes daquela moça comer a sementinha e ter guardado o bebê dele. Você acha que ele deixou de me amar?

─ Rose, é claro que não. ─ Hermione abraçou a filha, deitando-se ao lado dela. ─ Seu pai só é meio bobinho as vezes, e por isso ele acaba fazendo coisas que não... Coisas que não são as que a gente queria, sabe? Mas não significa que ele não te ama. Isso nunca vai acontecer.

─ Mesmo?

─ Mesmo.

─Tudo bem. ─ a ruivinha bocejou, se acomodando no colo da mãe. ─ Nós podemos ver o tio Harry amanhã? Eu aprendi um jogo novo e queria muito mostrar para ele.

─ Um jogo? ─ Hermione riu.

─ De princesas, e o tio Harry sempre foi melhor com isso do que o tio Draco.

─ Tudo bem, mas só se você dormir agora. ─ a morena brincou, fazendo a pequena fechar os olhos imediatamente, pegando no sono poucos minutos depois. Suspirando, Hermione fez o mesmo, sem sucesso para pegar no sono, sabendo que teria um longo dia no ministério.

Dia esse que começou com um recado do ministro em pessoa, bem posicionado do meio da mesa que ela ocupava. Sabia sobre o que era, só não sabia se estava pronta para aceitar tudo aquilo. Deixando um bilhete para Harry, saiu da sala em direção ao gabinete de Kingsley, respirando fundo três vezes antes de bater na porta.

─ Você foi rápida hoje, senhorita Granger. ─ King a cumprimentou, indicando a cadeira em frente a sua mesa.

─ Eu não poderia lhe deixar esperando ainda mais, não é mesmo Ministro? ─ Hermione riu, sentando-se frente ao Ministro da Magia e sentindo o nervosismo fluir por cada centímetro de seu corpo.

─Eu sei que essa proposta para demais, e realmente é demais. Mas eu não pretendo continuar com esse cargo por muito mais tempo, você sabe. ─ o ministro falava calmamente, lembrando, de maneira remota, Dumbledore. ─ Mas minha idade já não é pouca e nós dois sabemos que essa parte não é para mim, eu gosto da ação mais do que gosto de assinar papéis. E embora eu ache que você também goste, seus dias de ação já foram válidos por uma vida inteira, não é mesmo?

─ Temos que concordar que, ultimamente, a parte de estratégia chama mais minha atenção do que realmente ir a campo com os aurores em treinamento. Eu ainda amo tudo isso, mas cada vez que saímos em missão eu me lembro de como era cinco anos atrás, e isso é algo que eu não pretendo viver outra vez. ─ Hermione concordou, suspirando baixinho.

─ Eu sei, e você sabe que a proposta que estou lhe fazendo ainda não lhe tira das missões em campo, não é mesmo? Pelo menos, ainda não. ─ Kingsley tirou uma pasta da gaveta mais próxima, entregando-a a garota. ─ Mas quero que pense nisso com calma, meus anos de aposentadoria estão cada vez mais próximos, Hermione, e você sempre foi a primeira opção para esse cargo. Ficarei tranquilo de poder sair do cargo antecipadamente se tiver alguém como você no meu lugar.

─ King...

─ Essa é só uma missão. Trabalhe em cima dela junto com senhor Potter e o senhor Weasley, resolva esse problema e pense a respeito. Quando isso estiver feito, conversaremos novamente. ─ o ministro se levantou, ficando em frente a Hermione e sorrindo para ela. ─ Uma coisa que temos que ter em mente ao assumir esse cargo, é ter que abrir mão de muita coisa. Uma delas, muitas vezes, vai ser o nosso orgulho. Às vezes precisamos pedir ajuda, e você sabe, até mesmo para as coisas mais bobas da vida. Eu sei que sua situação atual não é muito agradável, mas não acha que seus amigos podem lhe ajudar com isso? ─ o ministro sorriu ainda mais ao ver a expressão surpresa da garota, tocando em seu ombro antes de aparatar. ─ Eu não sou Dumbledore, mas vejo muita coisa que acontece aqui dentro e fora daqui, senhorita Granger. Pedir ajuda não é sinal de fraqueza.




─ Estou saindo para o almoço, Mione, você vem? ─ Harry chamou a amiga, tirando a atenção dela da pasta que estudava. Eram quase duas da tarde e nenhum deles havia trocado uma palavra desde que a garota voltara da conversa com o ministro. 

─ Vou ficar mais um pouco, Harry, obrigada. ─ o rapaz apenas concordou, fechando um pouco o sorriso. ─ Mas se você não tiver nada para a noite, gostaria muito que você e Gina jantassem conosco. Rose tem um novo jogo para lhe mostrar, e eu acho que precisamos conversar afinal.

─ Desde que você não use esse jantar para me dizer que está mesmo namorando o Malfoy, estaremos lá.  


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