Como Se Ainda Fosse Real escrita por Anna


Capítulo 38
Vestidos




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Depois de pronta, e agora mais calma, Hermione foi até o quarto de Rose, que dormia abraçada em Bichento. Os dois respiravam tranquilamente, e aquilo melhorara completamente o dia da garota, que não começara muito bem. Acordou os dois um tanto contrariada e logo já brincava com Rose na banheira, o pato de borracha amarelo flutuando ao seu lado enquanto tirava a espuma dos cabelos ruivos. Tomaram café em silêncio e logo estavam adentrando a casa dos Weasleys. Cumprimentou a matriarca da família e se despediu da filha, aparatando ao mesmo tempo em que Fred chegava. Sabia que era infantil de sua parte, mas estava evitando o rapaz desde a discussão de alguns dias atrás, ainda estava magoada e confusa com as palavras do ruivo e antes que brigassem novamente, era preferível que não se vissem.

Aparatou até Londres e entrou no Ministério calmamente, estava adiantada como sempre. Pagou por seu exemplar do Profeta Diário e foi para sua sala, apreciando o café que comprara a caminho dali, embora já tivesse tomado em casa. Suspirou ao encontrar as pilhas de papéis que precisava terminar naquela semana e jogou-se na cadeira, folheando o jornal que não trazia novidade alguma. Quando o relógio marcou oito e meia, decidiu começar o trabalho, mesmo que antes do horário. Puxou as pilhas para o meio da mesa, evitando, assim, que olhasse para a mesa de Harry, que não passava mais de trinta minutos no escritório durante o dia. Encontrou alguns relatórios que precisavam de sua assinatura, bem como correspondências, e colocou a pena a trabalhar, separando os que continham qualquer erro.

Já passavam das dez da manhã quando terminara de assinar tudo, ainda sozinha na sala. Perguntou-se qual seria a maldita missão em que os amigos trabalhavam, já que nem a isso tinha acesso no momento, e resolveu caminhar um pouco. Guardou os documentos em uma pasta e pegou a varinha antes de sair pelo corredor pouco movimentado, parando algumas portas depois. Cumprimentou a todos e foi até a moça que ocupava seu lugar na sala de Harry, sorrindo ao deixar os papéis sobre a mesa.

―Martha, os papéis que você deixou para assinar. Só precisa pedir que revejam um deles, o endereço da correspondência não bate com o dos arquivos. ― a moça agradeceu e Hermione se despediu em seguida. Quando estava quase na porta, lembrou-se e criou coragem para perguntar: ― Martha, você viu Harry hoje? Ele não apareceu na sala até agora.

― Não o vi, senhorita Granger, e duvido que ele apareça hoje. Eles estão no outro lado do país, pelo o que entendi, os novos aurores encontraram suspeitas de uma espécie de seita e eles descobriram ser real. O senhor Potter foi com o senhor Weasley e um grupo dos aurores que se formam no próximo mês  até lá. ― a secretária respondeu, percebendo o olhar de Hermione tentou completar, sendo interrompida pela garota.

―Obrigada, Martha. Vou voltar para o escritório. Se precisar de alguma coisa me chame, por favor.

Voltou para sua sala e se concentrou nas pilhas de sua mesa, trabalhando sem ao menos parar para o almoço. Eram quase quatro da tarde quando se deu por vencida e deixou a fome falar mais alto, fechou os artigos que produzia sobre proteção aos elfos domésticos e guardou-os numa pasta, na gaveta da escrivaninha. Pegou a bolsa e saiu do Ministério, passou por uma lachonete, aparatando no Beco Diagonal logo em seguida. Ainda tinha alguns minutos e resolveu parar em uma loja, comprando uma parte do presente de casamento de Harry e Gina, como combinara com Draco. Guardou o pacote na bolsa encantada e seguiu o encontro com Gina, para a última prova de seu vestido: o casamento era em uma semana e tudo estava pronto para o grande dia.

Assim que entaram na loja, Gina colocou toda sua ansiedade para fora, conversando com a costureira sobre “aquilo que haviam decidido”, fazendo com que Hermione temesse, de certa forma. Esperou, distraída com a loja, enquanto Gina vestia sua escolha, finalmente revelando-a para a amiga, que não poderia aprovar mais. Era simplesmente perfeito para a ruiva.

Quando terminaram os ajustes, Gina apareceu com uma caixa dourada e um sorriso no rosto, enquanto a dona da loja carregava o que ela entendeu como o vestido de Rose. Sorriu ao ver o vestido agora bordado e assinou o pergaminho sobre a caixa, virando-se para o pacote da amiga.

― Agora vou poder vê-lo? ― brincou com Gina, que lhe estendeu a caixa ainda fechada.

― Vá se trocar e não dê opiniões até este vestido estar no seu corpo, entendido? ― a ruiva empurrava Hermione até o vestiário. Ficou um tanto surpresa com o tecido que viu,mas como sabia que Gina lhe esperava, trocou-se rapidamente. Calçou o salto que haviam lhe entregue e finalmente se olhou no espelho, surpresa e feliz com o que via: o vestido era em um lindo tom de azul mediano, o corpete completamente bordado com brilhos e pedras delicadas, justo até a cintura, onde a saia caía solta e leve. Caminhou até Gina, que abriu um de seus maiores sorrisos, suspirando logo em seguida enquanto Hermione deixava arrumar o vestido no próprio corpo. Viu a moça anotar os novos ajustes e logo saiu da loja com Gina, assinando o contrato e o endereço para a entrega dos vestidos.

Aproveitando que tinham o resto da tarde, não tão longa assim, as duas resolveram passear pelas ruas que começavam a se encher, conversando sobre coisas aleatórias e voltando a se sentir como duas adolescentes, sem preocupação nenhuma com o que fazer no segundo seguinte.

Já anoitecia quando resolveram que era hora de ir para casa, aparatando n’ A Toca, onde Hermione buscaria Rose que passava o dia com a avó, embora a garota não gostasse muito da ideia: quando estavam em Buenos Aires, Rose ficava em uma espécie de creche já que nem ela nem Draco conseguiam ficar com a pequena durante o dia. Hermione sabia que Molly cuidaria de sua filha melhor que ninguém, e confiava a ela mais que sua vida, mas se sentia incomodando a maior parte do tempo, afinal Molly já criara seus próprios filhos e não precisava de mais uma. Claro que fora extremamente repreendida quando explicou a situação para a senhora, que lhe disse que ficaria magoada se não pudesse participar da vida da neta. Ela era uma das únicas pessoas que sabia de Rose desde a gravidez, e foi um ótimo argumento para convencer Hermione de que cuidar da pequena não era problema.

Quando chegaram, a garota se surpreendeu ao encontrar Molly sozinha em casa, colocando alguns biscoitos para assar. Ela explicou que Fred havia saído com a filha e que em breve estaria de volta, já que saíram há algum tempo. As três conversaram por alguns minutos antes de entrarem no assunto casamento e Hermione lembrar de questionar como Gina entrara em um acordo com Júlia em relação aos vestidos, já que as duas nunca conseguiam se encontrar e não concordavam com absolutamente nada.

― Ai Mérlin, você ainda não sabe! ― a ruiva bateu na própria testa, um tanto surpresa. ― Bem, Júlia e Fred não vão mais casar. Quer dizer, agora, não vão mais casar agora.

― Como assim? O que...― a morena tentava assimilar tudo, deixando as peças se encaixarem na cabeça.

― Bem, é… ― a ruiva parecia procurar as palavras certas para aquilo já que não conseguia prever a reação da amiga com a notícia. Tinha certeza de que ela já sabia, mas aparentemente ninguém achara relevante comentar sobre o assunto.

― Naquela semana que você passou no hospital, digamos que eles tiveram algumas… brigas um tanto sérias e sem sentido se quiser minha opinião. Okay, desculpe. Enfim, Júlia disse que não tinha mais certeza do que queria e que a semana da moda em Nova York era extremamente importante para ela e era exatamente na semana do casamento, e ela precisava estar preparada. ― Gina evitava o olhar de Hermione, temendo sua reação. ― Ela viajou uns dias depois que você saiu do hospital, no mesmo dia que eles resolveram dar um tempo em tudo, por isso não estava no aniversário dos gêmeos ou em qualquer outro dia depois disso. Por isso foi mais fácil escolher as roupas e as flores e todo o resto, já que a única noiva sou eu.

―Gina, você disse que eles estão dando um tempo desde o aniversário dos gêmeos? ― a morena perguntou, respirando fundo e tentando se controlar.

―Mais ou menos isso, sim. Por quê?

―Filho da …

―Mamãe!

― Oi, meu bem. ― a garota abraçou a filha um tanto desconcertada ainda. Ignorou o olhar confuso de Gina e, depois de uma breve conversa com a filha, pediu para que ela subisse até o quarto do pai, pegar sua mochila. Enquanto isso, levantou-se e encarou Fred, que estava parado na porta da cozinha. ― Nós precisamos conversar.


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