Hermione acordou bem cedo naquele dia. Fez o café da manhã para Rose e Hugo e acordou-os quando não passava das oito horas.Já havia tomado banho e vestia-se com capricho.Carregava sua bolsa e vestia um terninho cor creme perfeitamente alinhado sobre uma blusa vermelha com um discreto decote.

– Olha, está cheirosa mamãe! – Hugo disse após cumprimentar a mãe com um beijo no rosto. Adiantou-se sentando ao lado de Rose e enchendo a boca de panqueca.

– Obrigada meu filho. E alias fecha a boca para comer! Quantas vezes eu já não lhe disse! –Ralhou ela.

– Não adianta mamãe, Hugo é um porco. –Disse Rose enquanto enchia seu próprio prato de panquecas. – Esse garoto come demais!

– Olha quem fala, você também tem muito apetite tampinha – Retrucou ele. De fato era verdade. Rose comia bastante e sempre vivia com um pacote de bolachas na mão.

– Parem já vocês dois! Estou indo para o trabalho. Daqui a pouco tio Harry vem buscar vocês. E por favor, deixem minha casa inteira enquanto isso.

– É claro que sim mamãe. – Respondeu Rose. Já estava mais que habituada a escutar isso.

Hugo limitou-se a dar os ombros. Hermione beijou os cabelos de cada um, pegou a chave que estava pendurada na parede e saiu fechando a porta atrás de si. Aproveitou e fez uma rápida ligação a Harry pedindo para que ele não se demorasse demais, não gostava de deixar os filhos sozinhos.

Dirigiu por cerca de quinze minutos até chegar ao seu local de destino: As empresas Malfoy’s. Seu coração batia meio desenfreado no peito e ela repetiu ordens ao seu cérebro para não se apavorar quando notou que suas mãos suavam. Respirou fundo e estacionou seu carro. Ajeitou o cabelo e suspirou ao olhar a fachada imponente das Empresas Malfoy’s. Conhecia a fortuna dos Malfoy’s.Eles a ostentava a muitas gerações.Mas sabia que as mãos do filho de Lucius e Narcisa ela quase triplicará, o que era significativo demais já que era imensa. Seus saltos faziam barulho ao caminhar, mas ela não se importava. Não se importou também com os olhares masculinos direcionados a si. Já tinha dois filhos, é verdade, mas todos diziam que continuava igualmente bela como sempre fora.

– Bom dia. Estou aqui para falar com o senhor Malfoy. – Foi o que a castanha disse à secretária que ocupava um lugar na entrada da empresa.

– Nome, por favor?

– Hermione Granger – disse à mulher que a olhava inquisitiva.

– Ó ele está aguardando a senhora – “Menos mal”, pensou Hermione, seguindo a moça que a levaria até o escritório do Malfoy. Subiram os três andares e quando chegou ao ultimo Hermione observou que só havia uma porta.Nela uma plaqueta –provavelmente de ouro – reluzia com letras formosas. “D. Malfoy”. Apenas isso.

Ela nem viu quando a secretária deixou-a sozinha e voltou pelo elevador. Hermione nem parou para pensar, temeu que se o fizesse desistiria de trabalhar para ele. Bateu na porta fracamente.

– Entre. – Foi o que ouviu. A secretária havia deixado-o ciente de sua presença. A voz do homem continuava a mesma, grosso rouca e...Sensual. Ela girou a fechadura, assim que abriu a porta já deu de cara com o loiro sentado a mesa, com o olhar pregado nela. Aqueles mesmos olhos cinza tempestuosos.

– Ora, quanto tempo Hermione. – Ele praticamente sibilou o nome da mulher. Hermione achou tão maravilhosa a forma como pronunciara seu nome que não ousou contestar.

– Pois é Malfoy. O tempo passa. – Não ousou chamá-lo de Draco. Esse nome tinha muitas recordações e infelizmente nem todas eram boas.

– Você nem faz idéia. – Foi o que ele respondeu e Hermione acreditou que ele gostaria de dizer muito mais do que disse.

– Bem vamos ao que interessa. – Ela disse para fugir de qualquer outra conversa paralela. – Por que me procurou?

Quando vieram atrás de Hermione afim de que ela trabalhasse para Draco Malfoy, Hermione recusou de imediato. Disseram que ela era a melhor. Recusou mesmo assim, sugeriu que chamassem Dino Thomas. Disseram a ela que ele desistira do caso. Hermione estranhou. Depois dela, ele era o melhor advogado que ela conhecia. Mas depois de descobrir que muitos outros advogados tão bons quanto Dino não resolveram o caso, Hermione se sentiu tentada a aceitar. Seus filhos mereciam ficar perto da família. Sem contar que apôs Draco Malfoy, em pessoa, lhe ligar suplicante, ela decidiu aceitar.

(Coloque a musica a parti daqui)

– Bom Hermione, o problema é Astória. – Draco disse passando as mãos nos cabelos. Astória. Esse era o motivo principal de ter aceitado o caso. Queria que essa cretina fosse para os infernos por assim dizer. E Hermione estava disposta a providenciar isso. Tiraria tudo o que ela tinha. Pertencia tudo aos Malfoy mesmo. E só de ter o gostinho de ver aquela víbora no chão valeria a pena.

– Continue – Hermione disse como se não tivesse tendo pensamentos assassinos quanto à ex-esposa de Draco Malfoy.

– Ela está armando pra mim Hermione. Quando nos separamos anos atrás eu já lhe dei quase metade do que eu tinha pra que ela sumisse de vez. Ela só fazia gastar meu dinheiro e nem do filho cuidava. Agora ela voltou com uma história de ter provas que destruirão as minhas empresas. E,porra,ela vai acabar conseguindo! Não sei como ela forjou isso, mas está perto de acabar com tudo que eu tenho!

Hermione observou que ele parecia querer desabafar tudo isso faz tempo. Estava levemente vermelho e não parava de passar as mãos nos cabelos.

¾ Ela não vai acabar com nada Malfoy. Mande-me todos os documentos e tudo o que você tem. E essas tais provas que ela diz ter. Eu quero também provas do quão relapso ela era com vocês no casamento Malfoy.

– Mas para que você qu.... – Ele foi bruscamente interrompido por ela.

– Eu vou acabar com ela Malfoy. Vou tirar absolutamente tudo o que ela tem. – Hermione levantou-se e seguiu em direção a porta. Deixando Draco com os olhos cinza vidrados nela. – Astória tem que aprender que não se deve roubar nada de ninguém.

Draco sabia que essa frase não se referia apenas ao dinheiro dos Malfoy. Ele deu seu típico sorriso de canto por dois motivos. Primeiro, que agora tinha absoluta certeza de que Hermione ganharia o caso, e segundo porque sabia que assim como ele Hermione não havia se esquecido.