O carro cinza atravessou a cidade ate chegar a um conjunto residencial e parou em uma casa muito parecida com todas as outras, essa era amarela com uma porta branca e como as outras tinha um jardim na frente, já era quatro horas e esfriava cada vez mais.

– Peguem as coisas na mala! – Gritou a mulher assim que viu que os filhos já estavam indo em direção a porta, eles deram meia volta e cada um pegou uma caixa com seu nome.

(Aconselho ouvir a musica a partir daqui)

Eles adentraram a residência e viram que as coisas já estavam cada uma em seu lugar. Rose subiu e procurou seu quarto era o segundo, logo depois do quarto principal que era o da sua mãe, já estava praticamente arrumado apesar de ter uma três caixas com o seu nome no chão. Ela olhou ao redor avaliando o quarto e o adorou, suas paredes eram brancas com detalhes dourados, tinham uma enorme janela e nela um lugar para sentar, uma das paredes tinha uma enorme prateleira quase toda completa de livros, ela foi ate a segunda porta do quarto e observou o lindo banheiro que tinha, voltou para o quarto e pulou na cama de casal que lá havia afundando o rosto nas almofadas, ela olhou para o lado e viu a caixa que trouxera do carro. Se levantou e em direção a ela, que estava perto da porta, abriu e de lá tirou um porta retrato, nele havia uma menina ruiva de aparentemente 10 anos e um homem também ruivo, era Rose e seu pai Rony, ele morreu quando a menina tinha onze anos, mas ele era seu melhor amigo e os dois eram muito apegados, sempre faziam as coisas juntos, Rose colocou a foto na mesa de canto e arrumou as outras caixas, quando terminou se jogou novamente na cama.

O tempo voa, ela lembra como se fosse ontem do enterro dele. Tinham poucas pessoas pois eles já estavam na America, mas tinha as mais importantes, as que o amava de verdade, as pessoas choravam e o tio Harry consolava sua mãe, se lembra que não conseguiu ficar ate o final e saiu correndo para casa, ainda dói como se fosse ontem relembrar isso, é como se o tempo escorresse entre os seus dedos, e por mais que tentasse segurar ele continuava a esvair, e a cada dia o rosto e as memória começam a se apagar e você não consegue fazer nada alem de entrar em desespero para que elas não se vão.Amava seu pai demais, porém quando a pessoa que vai embora é uma pessoa tão bondosa como seu pai, a dor aos poucos vai sendo substituída apenas por uma saudade intensa, pois ela sabia que como um pai coruja que ele sempre foi, ele olhava por ela.

Fitou o teto branco e suspirou ao olhar um saco de jujubas ao lado da cama, pegou uma jujuba vermelha e levou aos lábios saboreando-a rapidamente e assim o fez em poucos minutos com todas as outras jujubas dessa cor, eram suas preferidas. Pegou seu celular e digitou rapidamente uma mensagem e enviou para o numero que estava colado ao saco de jujubas. Enviou rapidamente para não perder a coragem que passou o dia inteiro tentando arrumar.

“Encontrei suas jujubas!”

“Espero que seja a Rosinha minha salvadora”

Foi a resposta que veio no segundo seguinte fazendo a moça suspirar.

“Sou eu sim, espero que tenha jujubas reservas! :) “

Olhou milhares de vezes para a tela do celular e resolveu enviar assim mesmo. E mais uma vez não sabia como se comportar perto dele.

“Felizmente não tenho, Ruiva! Terei que buscar este daí.”

O sorriso que brotou nos lábios de Rose era capaz de iluminar uma cidade inteira. Ele disse Felizmente?! Leu a mensagem varias vezes e sentiu-se sortuda, Scorpius parecia querer vê-la e isso era demais.

– Rose, seus primos estão aqui! – Ouviu sua mãe gritar lá debaixo e empolgou-se rapidamente. Desde a ultima temporada de férias que não via seus primos, colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha e respondeu a mensagem antes de sair do quarto.

“Guardarei com carinho até que você venha buscar! Beijos Rose.”

“Beijos, Ruiva”

Não pode evitar um suspiro que escapou por seus lábios rosados. Com um pouco de pesar deixou o celular na cama e desceu correndo as escadas, encontrando James, Alvo e Lily esperando-a na sala.

– Rose! – Lily gritou ao vê-la descer as escadas e correu agarrando-a em um abraço apertado.

– Nossa como senti sua falta Lily! – Foi o que Rose disse enquanto se separava se Lily e era puxado por Alvo em um abraço.

– Nem acredito que você vai morar perto da gente Ross! – Alvo parecia contente ao ver a prima. A verdade é que por mais que morassem a quilômetros de distancia não deixavam de se ver semestralmente por nada. Eram muito amigos e agora com Rose e Hugo morando perto as coisas ficariam perfeitas.

– Deixa um pouco da baixinha para mim Alvo! – Exclamou James fazendo graça e puxando Rose dele. Abraçou a forte tirando-a do chão.

– Também senti muito sua falta Jay-Boy! – Rose nem se lembrava mais quando que dera esse apelido para o garoto, mas era assim que ela o chamava.

– Ah, e esse é o Lian Carter, nosso amigo. Lian essa é nossa prima Rose. – Só após James dizer isso que Rose reparou no garoto que estava no outro canto da sala. Ele se aproximou da Ruiva e a beijou na face, deixando a corada. O rapaz parecia ter a idade de James. Tinha os cabelos castanhos escuro e curto. Tinha um sorriso bonito nos lábios e parecia um tipo de garoto comportado por assim dizer.

– Muito prazer Rose, esses daqui não pararam de falar de você nem um minuto! – Lian disse. E era verdade, pois morava a apenas uma casa de distancia da família Potter e passava muito tempo com eles. Eram muito amigos. E eles realmente gostavam muito de Rose e viviam comentando sobre ela.Tanto que o garoto esteve se pegando ansioso para conhecê-la ainda mais que Lily parecia ter um certo fascínio por Rose, tagarelava como a prima era bonita e como seus cabelos eram brilhantes. Lian não se decepcionou ao conhecer Rose, pois se interessou muito pela garota. Era realmente muito bonita e tinha um sorriso encantador, investiria nela assim que possível. Disso tinha certeza, imaginou suas mãos segundo as madeixas ruivas da menina, e como seu corpo encaixaria perfeitamente ao dela se caso viessem a se beijar.

– Sua mãe já fez a matricula de vocês? – Dessa vez foi Alvo que perguntou interrompendo os pensamentos românticos de Lian.

– Claro Alvo, você se acha que mamãe deixaria passar logo isso? – Hugo respondeu revirando os olhos. Hermione não esqueceria assuntos relacionados a educação de seus filhos. A verdade é que Hermione não esqueceria nada, era muito metódica e organizada, principalmente quando as coisas tinham relação com seus preciosos filhos.

– Bom, viemos levar vocês para tomar sorvete. – Lily disse já agarrando o braço de Rose e seguindo para a porta da casa da menina. Hugo gritou para a mãe que estavam de saída e seguiram os seis em direção a rua, a sorveteria ficava a alguns quarteirões da casa. Andariam um pouco, mas era bom para colocarem o papo em dia. Principalmente Rose que queria contar para a prima sobre certo loiro de olhos cinzentos. Mas deixaria para depois quando os olhos dos “seus garotos” não estivessem de olho nela. Pois os rapazes Weasley e Potter poderiam ser bem ciumentos e grudentos quando queriam, principalmente com Rose e Lily as quais eram mais chegados. Em dado momento Rose pulou nas costas de James fazendo com que o rapaz a carregasse até a sorveteria.

James não reclamou para não correr o risco de Lian se propor a carregar a menina Wesley, pois com certeza ele não se negaria em ter Rose por alguns minutinhos sobre as costas.