Scorpius olhava atentamente o relógio de pulso. Já passava do horário em que Rose costumava chegar e nada dela ainda. Estava ficando preocupado. Precisava falar com ela. Viu quando Babi passou por ele junto com outra garota e abordou-a.

– Hey, Babi, onde está Rose? – Ele perguntou segurando-a pelo braço. A menina olhou-o raivosa e puxou o braço de maneira brusca, soltando-se dele.

– Vai se ferrar – Ela disse e saiu andando, deixando-o sozinho. A menina que estava ao lado de Babi o olhou como se pedisse desculpas.

– Ela não vem hoje. – Murmurou baixinho. Talvez com medo de que Babi escutasse e fizesse algo contra si. De longe escutou Babi proferir alguns palavrões. Não teve tempo de perguntar mais nada, pois logo a menina correu seguindo a outra.

De longe, viu os Potter aproximando-se e em um impulso, seguiu até eles. Ainda tinha esperanças que Rose viesse para que ele pudesse esclarecer as coisas.

Estranhou a cara de pena que Lily fazia. Não analisou-a muito e nem viu o que lhe atingiu direito. Sentiu a trombada e deu vários passos para trás quase perdendo o equilíbrio. James avançou sobre ele, raivoso. Seus lábios estavam em uma linha reta, quase sem cor pela pressão e seus olhos pareciam faiscar.

– Mas que diabos... – Ele começou, a raiva já lhe atingindo também.

– Eu vou te matar, Malfoy! – James avançou pegando Scorpius pelo colarinho. Nesta hora já haviam vários espectadores, dentre eles Alvo, que tentava tirar James de cima de Scorpius, e Lily que lamentava baixinho.

– E-eu... Eu vou concertar as coisas com Rose...

– CALA A BOCA! Não diga o nome dela! – O mais velho socou o outro no estomago, acertando-o em cheio. Que logo encurvou mais o corpo sentido dor. James soltou a outra mão que ainda estava no pescoço do Malfoy e tentou lhe acertar outro soco. Agora no rosto. Scorpius desviou e empurrou James, acertando-lhe um chute que por sorte acertou suas costelas.

James espumava de raiva. No pensamento lhe vinha Rose pedindo ajuda, porque certo alguém lhe tinha quebrado o coração e em troca James quebraria a cara deste alguém. Scopius avançou sobre James. Sabia que estava errado, que magoara a garota mais incrível. Mas não iria apanhar de jeito nenhum.

Com esses pensamentos, distraiu-se momentaneamente, o suficiente para James lhe dar uma rasteira, derrubando o no chão e enquanto caia, ele teve tempo de ver a quantidade de gente que assistia a cena. James tentou lhe acertar e o garoto respondeu com um chute. Agora revezavam para ver quem batia e quem apanha mais.

Não tiveram um resultado, pois logo os seguranças juntamente com Alvo aproximaram-se para separar os dois.

– Isso não acaba aqui, Malfoy! Você ainda vai se arrepender.

– Eu já me arrependi... – Ele murmurou. Abaixou a cabeça e seguiu arrastado para diretoria. Viu Babi que lhe mostrou o dedo do meio e ele nem teve vontade de responder.

Foram horas de sermões na diretoria, cinco dias de suspensão e um mês de serviços na escola. Pensou que ainda estava com sorte.

***

James não seguiu para sala ao sair da diretoria. Ligou para os pais para que buscassem os irmãos e dirigiu para a casa de Rose. Sua tia Hermione lhe recebeu com um sorriso no rosto e deixou que subisse para o quarto da filha.

– Hey Ross – A porta estava levemente aberta então ele apenas deus algumas batidinhas para chamar a atenção da ruiva. A menina estava sentada na cama com um livro das mãos. Parecia concentrada. Ergueu os olhos para ele e sorriu. Seu sorriso parecia triste.

– Oi James! – Ela olhou para o relógio na cabeceira de cama de franziu as sobrancelhas. – Não está meio cedo para a saída?

James passou a mãos nos cabelos e sorriu de lado. Era melhor contar logo de uma vez.

– Estou de suspensão – Declarou com um sorriso maroto nos lábios. Rose olhou-o atentamente e colocou as mãos nos lábios devido à surpresa. Notou que James tinha os lábios levemente inchados. Ela aproximou-se e tocou levemente o rosto do garoto.

– Me diga o aconteceu! – Ela pediu exasperada.

– Briguei com o Malfoy. – Ele soltou logo de uma vez.

– Meu Deus James! Eu te disse para não fazer nada, porque será que vocês nunca me ouvem! – Ela tinha a faca vermelha e sua voz ficara levemente mais fina.

– E eu te disse que não deixaria que ninguém te magoasse, isso inclui ele.

Rose abraçou com carinho e beijou-lhe a face. Ele deu aquele sorriso digno de um Potter e beijou-a nos lábios .

Tão logo começaram o beijo a campanha começou a tocar desesperadamente. A pessoa tocava freneticamente e alternava a batidas fortes na porta.

– Vou ver quem é. – Rose murmurou e desceu as escada. Apesar de mais aliviada - forma que ficou com a visita do primo - ela ainda tinha os olhos inchados e os cabelos enrolados em um coque mal feito.

Abriu a porta e surpreendeu-se com quem estava na porta. Scorpius parecia desesperado abarrotado. Prontamente ela reparou que assim como James ele parecia. Tinha o uniforme sujo. E parecia mais pálido.

– Eu não quero falar com você. – Ela disse de prontidão.

– Rose, por favor, me escuta!

– Já disse que não quero você aqui Scorpius! – Ela já respirava acelerada e aquela vontade de chorar já aparecia. A pontada no coração então parecia que a sufocaria de vez.

– Amor... eu tentei falar com ela, acredite em mim. – Ele também tinha os olhos marejados.

– Eu não sou mais seu amor. Na verdade nunca fui não é? – Rose não aguentou e chorou. Não queria que isso acontecesse de novo.

– Você é meu amor e vai ser para sempre Rose. – Scorpius parecia derrotado.

Rose não teve tempo de replicar, pois James desceu as escadas. A porta estava escancarada então o rapaz logo viu Scorpius na porta.

– Já disse para ficar longe de Rose! – Ele encarou o loiro com olhos cerrados.

– O que esse idiota está fazendo aqui? – Scorpius cerrou o punho encarando James nos olhos.

James viu a raiva no olhar de Scorpius e sorriu de lado. Passou os braços pela cintura de Rose apoiou o queixo no ombro da garota com uma mão, inclinou a cabeça e lhe sussurrou algo no ouvido.

(Coloque a musica a partir daqui)

Scorpius tremia dos pés a cabeça. Um ódio de James, misturado a impotência - diante de tudo que acontecia lhe gerou revolta e quando Rose soltou-se dos braços do primo para lhe dizer algo, Scorpius foi mais rápido e avançou em James socando lhe diretamente a face, pegando-o desprevenido. James deu alguns passos para trás com o impacto e o loiro tinha sangue nas mãos, cortara o supercílio do outro.

– Meu deus James! – Rose gritou. Assustou-se com o movimento repentino e não sabia o que fazer, já que James não deixara barato e avançara em Scorpius. Agora os dois trocavam socos e pontapés de maneira desenfreada.

– Parem pelo amor de Deus – Ela tentou separar os garotos mas sem sucesso. Ao entrar no meio - vendo que a coisa já ficara ainda mais seria - acabou por ser empurrada. Bateu as costas na porta fazendo barulho. Gemeu baixinho. Foi o suficiente para os dois pararem e prestarem atenção nela.

Ela chorava de raiva e frustração.

– Rose desculpa. E-eu não te acertei... – Disse James rápido.

– Rose... – Scorpius mal teve tempo de começar a frase.

– Vai embora Scorpius! Você não cansa de me fazer sofrer? – Ela já tinha a face extremamente vermelha. Soluçava. Ele abaixou a cabeça como se aquelas palavras lhe ferissem. Rose deu alguns passos para trás entrando dentro de casa. James a seguiu e fechou a porta.

Do lado de dentro James encostou Rose na porta e a acolheu em uma abraço, a menina chorou no peito do rapaz. Do lado de fora, Scorpius sentou no degrau e chorou.