(Coloque a musica)

6 anos atrás.

A’toca

A agitação na casa era enorme igualmente com a gritaria, Molly Weasley não parava de gritar para as crianças tomaram cuidado. Seus netos. As mulheres da família se encontravam na cozinha, arrumando as coisas finais para o natal. Os homens estavam na sala, discutindo sobre os seus trabalhos. O único assunto em comum entre os dois era como todos estavam felizes por Ron, Hermione e os filhos terem vindo passar esse natal com a família depois de todos aqueles anos. Era óbvio que eles não se deixavam de ver, mas era os outros que costumavam ir os visitar nos EUA.

As crianças já estavam a brincar de guerra de bolas de neve a uma hora dessas. Hermione podia jurar que as risadas que eles escutavam podiam ser ouvidas a quilômetros de distancia e a qualquer ouvido que chegasse tinha o poder de alegrar. Decidiu ir lá fora dar uma olhada nelas. Ficou feliz ao constar que seu pensamento estava certo. Viu Ron rolar pela neve enquanto Rose jogava bolas nele. Ele ria quando Hugo pulou em cima dele, seguida por outras crianças. George, como não podia deixar isso passar, aproveitou e se jogou em cima dele. Hermione ouviu um grito de dor e correu para mais perto para checar.

– Ron, tudo bem? – Perguntou, se abaixando.

– Estou sim. – Ele sorriu. – Deixe de ser tão preocupada, amor. – Então ele se levantou.

– Certo. – Ela se virou para as crianças. – Não façam isso com seu tio! O que pretendem? Me deixar viúva? Saibam que isso não está nos meus planos tão cedo. Vocês deviam ficar de castigo! – falou, com voz severa. Ela lembrava a senhora Weasley com seus filhos, na época que eles eram adolescente. – E você George Weasley! Que vergonha. Um homem já feito! – Ralhou. As crianças deram risadas e ela deu um olhar mortal para elas. – Saiam daqui antes que mude de ideia! – A voz, apesar de brava, tinha um toque de brincadeira, mas as crianças não queriam ficar para ver se era ou não, então saíram todas correndo – junto com George.

– Você foi severa com eles – falou Ron soltando uma risada.

– Eu fui, é? – Perguntou cruzando os braços sobre os seios.

– Sim... – falou, aproximando-se perigosamente até não sobrar espaço nenhum entre eles e seus lábios se juntarem como um só.

– Crianças, venham! O jantar está na mesa! – Gritou a Weasley mais velha.

– Não sei por que ela ainda insiste em nos chamar de criança. – Reclamou Ron com a testa ainda colada à da esposa.

– Porque ela é mãe. – Respondeu Hermione simples.

– Criança não faz criança. – Falou com sorriso maroto.

Eles entraram e se posicionaram em seus lugares à mesa. Ninguém demora a chegar a mesa quando a comida foi preparada por Molly. Todos devoraram a comida sem nem engolir, afinal. Eles eram os Weasley.

– Vamos, crianças. Hora de abrir os presentes. – Disse Arthur Weasley.

***

Tempos atuais.

Era véspera de natal e Rose se preparava para ir a mais jantar de natal em família. Esse ano seria na casa Potter, apesar de que a comida fosse feita pela sua avó Molly.

Ela encarou o Céu estrelado e não pode deixar de desejar, em voz baixa, para dentro de seu coração.

– Feliz natal Scorp.

***

6 anos atrás

Mansão Malfoy

O garoto loiro que estava comendo escondido alguns lanches que eram para a refeição de mais tarde, não conseguia manter-se calmo. Esse seria seu natal perfeito! Sua mãe, seu pai e sua avô. Ele tinha certeza que dessa vez ia dá certo afinal, ele não tinha só pedido isso a todos eles, mas em sua carta para o Papai Noel também. Ele lembrava de cada palavra na carta.

“Querido Papai Noel, eu sei que o senhor é muito ocupado, e que tem tantas pessoas sem nada para você presentear. Eu sei que posso estar parecendo ingrato, já que tenho tanto. Mas a única coisa que eu quero nesse natal é que eu, a mamãe, o papai e a vovó tenhamos um natal feliz juntos, e que acabe tudo bem. Eu ficaria muito agradecido se o senhor realizasse o meu pedido. Espero ter sido bom o suficiente.

Obrigado,

Scorpius Malfoy”.

Como ele foi bom o ano todo, tinha muitas esperanças de que tudo acabasse bem e seu pedido se realizasse. O garoto foi tirado dos seus devaneios pelo barulho da governanta entrando na cozinha então ele saiu correndo de lá.

***

Faltava poucos minutos para o jantar, e só restava sua mãe chegar. Ele já estava sentado à mesa, pronto para comer, quando sua mãe entrou pelas grandes portas. Ele não pode deixar de sorrir; Papai Noel tinha lido sua carta! Estava tão feliz! Ela entrou cambaleando, mas ele não ligou, se levantou e saiu correndo para abraça-la. Mas ela o afastou.

– Mamãe, você veio! – Ele falou contente, ela o olhou com nojo.

– É claro que vim, garotinho estúpido! Estava com fome e afinal, onde pensava que deveria estar? – perguntou, caminhando até a mesa. O garoto abaixou a cabeça triste.

– Bem aqui mesmo, mamãe. – Falou também sentando a mesa.

– Pensei que não ia aparecer Ástoria. – Falou Draco que estava calado até agora.

– Era isso que você queria, não é mesmo? – Gritou. – Que eu não aparecesse para você correr para uma amante!

– Eu não tenho amante, Ástoria. – Falou ainda em tom calmo. – Só pensava que você não ia aparecer para passar o natal com seu filho.

– Eu não quero passar o natal com esse pirralho. – Falou com desdém, depois tentou colocar um sorriso sedutor nos lábios, tentativa frustrada. – Só esperava poder transar a noite toda com meu maridinho.

– Ástoria! – Brandou a voz de Narcisa Malfoy. – Como você fala isso na frente de seu filho? – Sua expressão era de choque.

– Scorp, vá para o seu quarto. – Ordenou Draco. E ele fez sem nem questionar. Narcisa pediu licença e foi para a cozinha enquanto deixava os dois a sós. – Você está bêbada! Eu não aguento mais isso! Vou querer o divorcio!

– Ah, não vai mesmo! – Falou desesperada. – Se você pedir divorcio, eu fico com o pirralho e você nunca mais o vê! A quem você acha que o Juiz vai apoiar? Você ou uma mãe que só tem amor pelo filho?

– Sua vaca! – Falou Draco, levantando-se e saindo da casa.

***

O pequeno Scorpius ouvia tudo das escadarias. Quando o seu pai saiu, ele subiu para seu quarto e chorou durante muito tempo, tanto que ele já nem contava mais.

– Eu te odeio, Papai Noel! Odeio! – Ele gritou. – Do que adianta ser bonzinho?

O garoto não entendia, e naquele dia ele percebeu que os bonzinhos só se lascavam no final e fez uma promessa a si mesmo. Não seria mais bobo e inocente.

***

Tempos atuais

Scorpius estava em sua cama, pensando. Em nada e em tudo ao mesmo tempo; ele já tinha jantado. Fazia muitos anos que seu natal era assim, às vezes jantava com o pai, e tentavam conversar, mas ele não queria fazer aquilo naquele ano, pois mais uma vez o Papai Noel tinha falhado com ele.

Seu celular tocou e ele abriu a gaveta em que estava, mas antes que pudesse atender a ligação não deixou de reparar na foto dele e de Rose que tinha na gaveta. Ele a pegou e encarou por algum tempo.

– Feliz Natal Rose Weasley. Minha Rose.