Mistérios? escrita por Smile Angel


Capítulo 6
Revelações


Notas iniciais do capítulo

Hey! Esse capítulo vai revelar parte do que acontecerá com Amy, o que sua mãe fez. Espero que gostem do cap e boa leitura :)



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–Kyouta-

Não podia deixa-la sozinha. Acabei adormecendo ao seu lado. O tempo passou e então amanheceu, ela não havia tido nenhum pesadelo. Ela ainda dormia. Mirei seu rosto, seus cabelos, havia voltado ao normal. Não muito tempo depois, dois olhos castanhos se abrem e me encaram.

– Senhor, Kyouta? O que ouve? – diz Amelie um pouco inconsciente.

– É melhor você continuar como está, recebeu muita energia de uma vez só.

– Mas...- ela se interrompe e de repente as memórias parecem vir à sua mente de uma só vez – o diário, a sombra... o que aconteceu?

– Temos muito o que conversar, Amelie. Mas antes descanse por favor.

– Não! – disse se levantando – tenho perguntas a fazer!

– Eu sei.

– “Eu sei”? é isso o que tem a me dizer? – disse me encarando. – Desde que vim para essa casa eu venho tido pesadelos. E uma semana depois acontece isso. Kyouta... o que foi aquilo no último andar? O que tem na parte norte da floresta? Por que... eu estou aqui... Por que... “eu”?

Olhei em seus olhos e vi lágrimas se formando. Não conseguia lidar com esse tipo de coisa. Desde que ela chegou tive que ser o mais gentil possível, e ela vem mexendo comigo... como ela faz isso? Não tem como ela se fechar como muitas pessoas fazem? Será que dava pra ela ser menos... sei lá. Ela me fez desviar do meu objetivo. Teve de acontecer a força. Isso “tinha” de acontecer.

– Eu já disse que vou responder às suas perguntas, quando descansar. – disse me dirigindo à porta. – Vejo você na hora do almoço.

–Amy-

Kyouta fechou a porta atrás de si sem nem mesmo olhar para trás. Não respondeu às minhas perguntas. Eu tinha que descobrir por que eu estava ali. Minha cabeça doía, meus olhos... argh. Ele tinha razão. Precisava descansar. Me deitei na cama e me cobri. De repente vieram vagas lembranças: “Eu voltarei para você”. Aquela frase, aquela voz me era familiar. Kyouta também estava diferente... não sei o que, parecia ágil. Tinha algo em mãos, não consegui distinguir. Depois vi que em seus olhos, sua íris estava vermelha em vez de negra, percebi quando vi seu rosto antes de desmaiar. Lembrei também que acordei com a luz da Lua. Me sentia estranha, como se algo tivesse mudado, não conseguia falar. Depois de alguém ao meu lado enquanto eu dormia. Com essas lembranças caí no sono mais uma vez.

Acordei com Constance me chamando. Já era hora do almoço. Tomei banho e me vesti. Desci as escadas e me dirigi à sala de jantar. Kyouta já estava sentado, mas não havia se servido ainda. Me juntei a ele e fizemos nossa refeição em silêncio.

– Amelie? – era ele.

– Sim?

– Poderia me acompanhar até o meu quarto, por favor?

Encarei ele por alguns segundos. – Está bem. Você vai me explicar o que está acontecendo?

– Sim. É uma longa história.

Terminamos a refeição e seguimos para o quarto dele.

– Vou responder às suas perguntas, Amelie.

– Ah, que bom.

– Tudo isso começou antes de você nascer. Sua mãe veio de uma família rica, com muitos bens, uma família grande. Um dia ela conheceu seu pai, um operário. Seus avós não aprovaram o namoro dos seus pais.

– O quê? Mas o que isso tem a....

– Sua mãe roubou uma pequena fortuna da família e fugiu – disse interrompendo-a – se casou com o seu pai e viveram em uma casa de classe média alta. Francesca não gostava de trabalhar e o salário de Corey era muito baixo. A fortuna foi chegando ao fim. Um dia, sua mãe soube que estava grávida, com sua chegada, o dinheiro foi ficando escasso. Ela era criada com luxo, não queria perder tudo. Foi aí que a “sorte” bateu à porta dela. Um senhor chamado Hyouma disse que poderia ajuda-la... se ela desse você.

Aquilo me chocou. Minha mãe... me vendeu?

– Ele dizia que o chefe dele precisava de um herdeiro – ele continuou- alguém que ficaria longe de qualquer suspeita. Francesca em troca de uma boa quantia e da ideia de que você seria herdeira de algo, lhe entregou às mãos de Hyouma. Ele lhe deu a chave, o colar que você usou para abrir o baú. A partir daquele momento, depois daquele acordo, você se tornou meia yokai.

–Pera ae... meia yo quê?

Yokai, um ser com poderes sobrenaturais ou espirituais. Eu nem sabia que isso era possível. Hyouma sabia o que estava fazendo. Você, quando nasceu, não tirava o colar, porque ele te protegia. Limitava a energia mutante, impedindo você de se transformar, se é que você tinha força suficiente. Até que a hora chegou. Você cresceu e eu mandei a carta para você vir aqui, a fim de completar a transferência de energia. Você ia sofrer muito, aliás, vai sofrer muito, vai ser doloroso. Sua família pode correr riscos... agora que está quase completo.

Quase completo? Não, essa história está sem pé nem cabeça. Como eu, uma garota que viveu na pobreza a maior parte da vida pode ser um... yokai? O que eu tenho de especial? Por que minha mãe fez isso? – O que pode acontecer com minha família? – pergunto.

– Eles podem ser oferecidos em sacrifício. Um ser inocente, um ser rancoroso, e um ser angustiado. Todos esses sentimentos são relacionados a você. Fortes para sacrifício.

– Eles matariam Alice? – Alice não, por favor, Alice não. Na verdade ninguém, mesmo que me odeiem, que tenham rancor, mágoa... não mate ninguém.

– Sim, eles matariam.

– E.... qual a “sua” função???

– Estou aqui para guia-la. Sou seu... como posso dizer... eu tenho que te treinar. Você tem que aprender a utilizar o seu poder. Isso usado de forma errada poderia causar um estrago, uma guerra se formaria, talvez.

Há, não. Não sou uma yokai, não matariam minha família, Alice... não.

– Isso é mentira, aquilo foi outra coisa, sei lá o que foi, mas não sou uma yokai, você não é meu treinador, não matariam minha família.

– Verdade? – disse apontando para a janela. Já estava escurecendo. Como passou tão rápido? – Você não controla as transformações. Ao contanto com a luz da Lua, você irá se transformar. E isso pode acontecer em 3... 2... 1...

Meu colar de lírio começou a adquirir um brilho prateado, sinto muita dor, em todo o meu corpo. Desmorono no chão. Kyouta me observa, não saiu do lugar o tempo todo. Olho para meus cabelos e estão negros. Criei.... orelhas?! Ainda sinto uma dor horrível quando ele se aproxima e tira algo de seu bolso. Era um frasco pequeno, abriu ele e gotejou em mim. A dor parou na hora.

– Você quer ver o que se tornou? – disse apontando um espelho.

Ando lentamente e vejo algo impressionante. Um ser de longos cabelos pretos e olhos azuis, orelhas de raposa... nossa! Muita informação de uma vez!

– Como... como é possível?

Ele sorri. – Tem muita coisa que os humanos não sabem. São mistérios. Bom, seu treinamento começa amanhã.


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Notas finais do capítulo

Se ficou algo confuso me avisem, ok? Até o próximo capítulo :)