Mistérios? escrita por Smile Angel


Capítulo 12
A busca continua


Notas iniciais do capítulo

Hey o/ é, compensando o tempo que fiquei sem postar, o próximo capítulo veio rápido. Espero que gostem, boa leitura :)



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–Amy-

Acordei novamente. Olhei em volta daquele local gélido e escuro. “Meu Deus... me tornei inútil. Não bastasse eu dormir por quase um mês, eu apronto essa. Sou um peso morto.” Mirei minhas mãos acorrentadas acima da cabeça. Eu estava sentada no chão, os pés livres. Me levantei com dificuldade, descansando os braços presos atrás das costas. A corrente não era muito comprida. Observei todo o local, desde a fechadura do cadeado das minhas algemas, até a pequena janela que só tornava observável o céu noturno e a Lua, prateada e livre. De repente uma ideia, me tornar uma yokai. Canalizei tudo o que tinha, mas... cadê meu colar? O meu colar de lírio, o que me dava força e me protegia... longe de mim. Longe jogado perto da porta da prisão. Eu estava presa, com a chave da minha liberdade tão perto, mas mesmo assim distante.

Deixei meu corpo cair novamente, em direção ao chão frio. Cabeça baixa, braços ao alto, reparei pela primeira vez em minhas roupas. A barra de meu vestido desfiando, estava sujo. Quando tudo isso começou? Fechei os olhos querendo acordar. Queria acabar com aquele pesadelo, duas lágrimas percorreram a minha face. Alguns instantes depois a porta se abre com um ronco metálico, um ranger doentio. Uma figura sombria está parada na entrada.

– Está na hora. Ele quer te ver.

– ...q-quem?

– Sem perguntas. Anda logo. – disse abrindo as algemas com descaso. Me guiou por um longo caminho, cheio de corredores e escadarias. Chegamos a um longo salão, que se compararia fácil aos salões de baile de grandes castelos. Mas aquele era um salão pobre, escuro, sem alegria. Uma grande porta se abriu dando vista à uma grande sala de jantar, com uma longa mesa, lustres de cristal e outra figura desconhecida, coberta, em uma das cabeceiras, que logo falou:

– Minha querida. Até que enfim você veio. Sente-se por favor. - era uma voz madura, fria, porém convidativa, familiar. Fui até a cadeira que estava disposta para mim e me sentei. – Sirva-se. - obedeci, estava com fome. Depois de terminada, ele quebrou o silêncio. - Olha só o seu estado, o que fizeram com você?

– Eu não sei, senhor, desmaiei e só retornei agora. Quando acordei já estava assim.

– Entendo. Você tem alguma ideia sobre o porquê de estar aqui? – balancei a cabeça negativamente, sempre olhando a figura. – Há muito tempo que estou aqui, fraco, velho, sozinho. Um líder decadente. Vê o estado do meu palácio? Melhor... vê o MEU estado? – disse tirando a túnica que lhe cobria o rosto. Segurei um grito de horror. O que era pra ser um rosto humano, era uma massa disforme, com duas órbitas fundas preenchidas por olhos ora animalescos ora humanos. A pele seca, flácida, ele era a morte em vida. Em sua boca residiam presas, não como as lindas presas da minha espécie yokai, eram pequenas presas de javali. Não chegavam a sair, mas eram evidentes quando seus lábios mortos se mexiam para falar. Seu hálito cheirava a ratos mortos. Morte pura. – Tenho certeza de que está espantada com o que vê. Mas não se preocupe minha querida, logo tudo isso mudará, e logo reinaremos juntos, sobre todas as espécies. Você, minha preciosa pérola, me dará poder. Poderei retornar ao que era, e você será recompensada.

Minha cabeça girava, de onde eu o conhecia? Sua voz...

– Está na hora de retornar aos seus aposentos. Todo o seu sofrimento acabará, quem um dia lhe fez mal pagará. Acredite. – Chegou mais perto. Estávamos quase nos tocando, ele passou a mão seca por entre meus cabelos desgrenhados, e como num golpe de espada, rapidamente atacou meu rosto com seus lábios de pedra. Virei antes que pudéssemos nos beijar. Ele sorriu vagamente enquanto a criatura que me conduzira até ali me levava de volta à cela. Chegando lá, me prendeu e saiu, me deixando sozinha com os fantasmas que criei naquela noite.

–Kyouta-

Um dia se passou desde que Amelie foi levada. Seguimos o rastro de destruição, várias criaturas em nosso caminho, Kai lutando ao meu lado. Estávamos ao ponto de chegar à exaustão. Chegamos à uma campina, que parecia segura. Nos instalamos por lá.

– Você não vai dormir? - Kai perguntou.

– Não, montarei guarda. – Ele falou mais alguma coisa, mas não ouvi. Fixei meus olhos nas estrelas. O dia estava chegando, e esse caminho... parecia falso. Devem ter levado ela usando magia, e do jeito que nós estamos vamos chegar em cima da hora. Precisávamos nos apressar.

–Amy e Kyouta-

A Lua brilhava incessantemente, iluminando a minha solidão. Imaginava quando seria livre outra vez... quando voltaria para você.

–Kai-

O dia veio logo. Kyouta tinha adormecido encostado em uma árvore. Me levantei rapidamente e fui procurar comida. Havia um lago próximo dali, onde havia alguns peixes. Poderia pescar e me lavar. Deixei minhas roupas nas pedras perto da margem e mergulhei. Esvaziei a minha mente de tudo. Não podia demorar, tínhamos que continuar. Peguei uns quatro peixes e me virei em direção à queda d’água. Algo não estava certo. Saí da água com os peixes e me vesti. Corri até a queda e olhei atrás dela... uma caverna. Mas não uma simples caverna, um portal.

Saí correndo em disparada até onde Kyouta estava. Poderia ser de grande ajuda, ou também uma cilada, mas não importava, já era meio caminho andado. Preparei uma pequena fogueira e assei dois peixes. Tudo pronto.

– Hey, desculpa te acordar. O café está pronto, e tem algo que eu queria te falar.

– Se é sobre o portal eu já sei.

– O quê? Como?

– Pensei que esse caminho era uma farsa e fui explorar.

– E você foi sozinho? Louco.

– Não diga nada. Vamos comer e depois seguimos para a pequena cascata.

Obedeci. Não quis discutir. Ele estava determinado a encontrá-la. Terminada a nossa refeição, fomos até o pequeno rio. Ele deu um mergulho para se limpar, enquanto eu limpava as espadas. Depois de uns minutos seguimos para a caverna, como esperávamos, lá estava o portal. Entramos e fomos transportados uns 50 km à frente e sem direção. Chegamos à uma floresta fechada. Não dava para ver um metro sequer à frente, e todas direções davam em lugar nenhum. É, estávamos no caminho certo.


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Notas finais do capítulo

Até o/



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