Colegas de Quarto escrita por raggedy man


Capítulo 5
A Prostituta


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal!
Mil desculpas pela demora, mas eu estava doente e não consegui escrever por um tempo. E quando consegui, apenas escrevi para minha outra fic Até Que Você Seja Minha, e só agora consegui terminar de escrever para essa.
Espero que gostem!



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Três meses haviam se passado e Marlene continuava sem emprego. Ela havia ido a inúmeras entrevistas, conversado com várias agencias de emprego e nada. Nenhuma segunda entrevista e ela havia descoberto o por que. Katherine havia espalhado por todos os lugares sobre ela. Arrumar uma entrevista já era uma conquista. Arrumar um emprego era uma missão impossível.

Ela mal saía de casa ou do quarto, deixando seus colegas de quarto preocupados. James sempre levava o almoço e a janta para ela, Lily a obrigava a se socializar com o resto da casa e Sirius evitava o assunto “Emmeline” sempre que podia.

Mas nada. Não adiantava. Ela ainda ficava dentro de seu quarto, trabalhando em algumas roupas antigas, para ocupar o tempo.

Porém, com o tempo, ela foi voltando ao normal. Não completamente, mas agora ela saia com Lily para algum lugar, assistia jogos com Sirius e até havia conseguido um emprego de garçonete em uma lanchonete na esquina do apartamento. Não era o trabalho dos sonhos, mas pelo menos assim poderia contribuir com as despesas da casa.

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Lily estava em seu quarto escrevendo uma dos milhares matérias que haviam lhe passado. Depois que havia sido promovida, não havia tido um dia para descansar. Não que ela estivesse reclamando, é claro que não. Mas seria muito bom ter pelo menos uma tarde livre.

Terminando de escrever o último parágrafo, sentiu sua barriga roncar. Olhou para o relógio no computador e viu que era quase a hora da janta. Estranhamente, não sentiu o aroma de comida quente que sempre sentia á esse horário. “Será que James não está em casa?” pensou fazendo uma careta imaginando o que ela faria se não tivesse comida. Porém uma batida leve na porta a fez desviar seus pensamentos.

– Está aberta. – Disse olhando para a porta, que logo foi aberta e James entrou vestindo um smoking preto. Ela levantou a sobrancelha e sorriu. – Ora, não precisa se arrumar tanto para falar comigo.

Ele revirou os olhos e sorriu também.

– Bem, eu achei que o mínimo que eu deveria vestir para ver você seria isso. Afinal, esse é o máximo que eu te vi essa semana.

– Isso é por que você praticamente mudou para a casa da sua namorada. – Respondeu. Ele revirou os olhos. – Então, por que está aqui?

– Eu preciso da sua ajuda com a minha gravata. – Disse apontando para a gravata desfeita em seu pescoço.

– Eu acho que a Marlene seria a mais recomendada para isso.

– Ela está fazendo a do Sirius. Por favor.

Lily se levantou e se aproximou de James. Começou então a olhar diretamente para a gravata enquanto dava um nó nela. James percebeu como ela era pequena. Dava a impressão que estava levantando o pé para conseguir olhar direito sua gravata. Sentiu então o aroma do cabelo de Lily e sorriu. Morangos. Ele adorava morangos.

– Para onde você vai vestido desse jeito?

– Sirius e eu vamos nos encontrar com nossos pais.

Ela levantou o olhar confusa.

– Você se veste formalmente para se encontrar com os seus pais? Eles fazem parte da realeza ou...

James revirou os olhos e negou com a cabeça.

– Eles são advogados famosos. Dorea e Charlus Potter. – Respondeu. – Sempre que saímos em família vamos á um restaurante que só permitido a entrada com roupas assim. Bobo, eu sei.

Ela sorriu e terminou de arrumar sua gravata.

– E então, como estou? - Ele perguntou sorrindo.

Lily deu um passo para trás para admirá-lo. Ele parecia um astro do cinema de tão bonito que estava. Lily pensou em como ele estava atraente, corando logo em seguida. Antes que James pudesse agradecer, a campainha tocou e Sirius correu para atender a porta. Ambos o seguiram.

– Sirius, querido. – Uma mulher sorridente o cumprimentou o abraçando. – Você deveria usar roupas formais com mais frequência.

– Eu fico sexy de qualquer jeito, mãe. – Ele sorriu e abraçou o homem com uma roupa similar a dos dois. Ele, entretanto, não parecia tão animado quanto sua mulher. – Aconteceu alguma coisa, pai?

– Sua mãe quase saiu no tapa com uma prostituta. – Disse um pouco frustrado. Ele olhou para James e sorriu levemente. – Olá, James.

– Oi pai. – Eles se abraçaram e logo os olhares foram para cima da ruiva. Ao perceber, James logo a apresentou. – Mãe, pai, essa é Lily. Lily, meus pais: Dorea e Charlus.

– Prazer em conhecê-los. – Ela disse oferecendo a mão onde eles a apertaram gentilmente.

– Sirius, você esqueceu seus... – Marlene logo entrou na sala carregando um par de sapatos sociais. Parou então olhando para os novos convidados. Ela os cumprimentou e entregou o sapato para Sirius.

– Então... – James retomou a conversa com os pais. – Por que se irritou com uma prostituta?

– Aquela mulher estava gritando no celular dela com alguém e eu pedi educadamente para que ela falasse mais baixo, já que estávamos na rua e sem querer, derrubei a bebida dela em seu vestido. Tentei pedir desculpas mas ela começou a me xingar. – Disse revoltada sentando no sofá ao lado de Lily. – E então seu pai me tirou de lá.

– Não antes de ela puxar e rasgar seu vestido. – Comentou Sirius tocando no tecido rasgado. Dorea olhou surpresa.

– Eu não posso sair desse jeito! Nunca me deixarão entrar assim.

Sirius sorriu e puxou Marlene, animado.

– Marlene pode arrumar, não é? – Ele perguntou e logo respondeu em seu lugar. – Ela faz esses negócios de roupas e é fantástica nisso.

– O que? Sirius... – Marlene o encarou, mas ao olhar para Dorea, sorriu levemente. – Se a senhora concordar...

– Não me chame de senhora, Marlene. – Ralhou brincando. – Posso ter dois filhos em seus vinte anos, mas ainda sou uma jovem mulher. – Marlene sorriu. – E eu adoraria sua ajuda, querida.

– Bem, vamos até meu quarto então. – Disse. Logo, as duas se dirigiram para o quarto de Marlene. Lily olhou para os três homens que estavam na sala e sorriu educadamente.

– Eu vou voltar a trabalhar, se não se importam. Tenham um bom jantar.

Os três se despediram dela e Lily voltou para seu quarto, continuando a escrever sua matéria.

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Marlene estava feliz com o que havia feito. O vestido de Dorea estava ainda melhor que do que era antes. Inicialmente, ela usava um vestido azul escuro bem fechado e simples. Marlene o transformou em outro. Agora ele tinha algumas partes brilhantes, com um corte no fim do vestido a possibilitando de mostrar sua perna esquerda. Dorea se olhou no espelho e sorriu maravilhada.

– Marlene, meu vestido...

– Se não estiver bom, eu tenho alguns vestidos que...

Dorea a interrompeu.

– Eu adorei! – Ela sorriu docemente para a loira. – Você trabalha nisso?

– Na verdade, não mais. Eu fui demitida há três meses e minha ex chefe fez questão de não me deixar arranjar outro emprego. Agora sou garçonete.

– O que aconteceu para ser demitida?

Marlene mordeu o lábio, sem saber o que dizer. Ela poderia ter dito que a culpa é toda da namorada de James, que fora por culpa dela que ela perdera o emprego e seu carro, uma vez que era impossível pagar o preço pedido para conseguirem os pneus adequados e antigos que Lola precisava. Ela poderia ter dito tudo aquilo. Mas não disse.

– Ela achou que eu não era boa o suficiente.

Antes que Dorea pudesse dizer alguma coisa, Sirius entrou no quarto sem bater e olhou para as duas mulheres.

– Mãe, o que... – Ele então reparou no vestido e ficou sem o que falar por alguns segundos. – Você está... uau. – A matriarca sorriu e deu um beijo em sua bochecha.

– Muito obrigada, Sirius. E Marlene, o mesmo. Você é a fantástica. – Ela disse se dirigindo a porta. – Hora de ir, Sirius. – E foi para a sala.

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O restaurante que os Potters estavam era um dos melhores da cidade. Música clássica, comidas chiques, vinhos estrangeiros, velas nas mesas. Tudo do bom e do melhor.

Sirius nunca se sentiu tão desconfortável quanto estava agora. Ele já havia estado em jantares de família assim, mas era obvio que ele preferia estar com a sua roupa de ginástica ao invés dessa roupa formal. Como ele preferiria estar vendo o jogo de seu time favorito com Marlene ao invés de estar falando baixo com os pais e James.

Não que ele não gostasse de ver Dorea e Charlus. Ele adorava. Quando fora aceitando na família, fez de tudo para poder retribuir a tamanha bondade que lhe fora dada. Todo o amor que ele tinha, ele dava para os Potter.

Mas o problema eram esses encontros em restaurantes que ele detestava. Como ele gostaria de estar em outro lugar.

– Então, James, onde está a famosa Emmeline? – Perguntou Charlus tomando um gole de seu vinho.

– Ela já deve estar... Aqui está ela. Eu já volto. – Ele se levantou e foi em direção á namorada, que usava um vestido vermelho um pouco decotado e curto. – Você demorou.

– Eu ia encontrar você no seu apartamento, mas uma mulher estúpida me fez derrubar meu chá gelado em meu vestido e eu tive que trocar. – Ela depositou um selinho no moreno e sorriu confiante. - Vamos?

Ele concordou, voltando para a mesa e pigarreou.

– Mãe, pai... Essa é Emmeline Vane, minha namorada.

Ambos olharam para trás sorrindo, mas quando viram Emmeline, o sorriso desapareceu imediatamente. A mesa ficou em silêncio por alguns instantes, até que Dorea o quebrou.

– Você namora uma prostituta?!

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– Sirius vai te matar. – Marlene disse ao lado da ruiva.

– Talvez ele nem perceba.

Ela a encarou com uma sobrancelha levantada, olhando-a duvidosa.

– É, talvez Sirius Black, viciado em esportes, não vai perceber que a única televisão da casa está quebrada.

– Não está quebrada... Só não está funcionando.

– Muito melhor. – Ela murmurou olhando para a televisão no chão. – Então... O que vai fazer?

Lily ficou em silêncio por alguns minutos ainda encarando a televisão. O que deveria fazer? Ela não tinha dinheiro para comprar uma nova ou para consertar essa. Marlene estava certa. Sirius iria matá-la ao ver a televisão nesse estado. James nem tanto, já que tinha uma em seu quarto, mas Sirius faria pedacinhos dela.

E então Lily teve uma ideia.

– Marlene, eu sou um gênio. – Ela agarrou a mão da amiga e a puxou em direção ao quarto de James. Como a porta não estava tranca, entrou de uma vez e ficou de frente para a idêntica televisão na parede.

– O que você vai... – Marlene começou a falar mas ao vê-la começar a desconectar os fios da televisão, arregalhou os olhos. – Lily, o que você pensa que está fazendo?

Ela, sem parar o que fazia, respondeu simplesmente.

– Eu vou trocar as televisões. Elas são iguais e James mora praticamente na casa da namorada, então não vai perceber a diferença. – Disse terminando de desconectar o último fio. – E se ele ligar vai ver que não está funcionado e ai eu invento uma desculpa e fica tudo resolvido. Agora, vai me ajudar ou não?

Marlene sorriu ao ver Lily daquele jeito. Ela demorava um tempo para se acostumar com situações novas e ela finalmente estava sendo ela mesma em casa.

Muitas pessoas que as conheciam, achavam que Lily era tímida e inocente, enquanto Marlene era o oposto. Bem, eles não estavam errados que Marlene não era tímida ou inocente. Mas sim que Lily era. Lily definitivamente não era tímida. Ela era a pessoa mais animada e positiva do mundo. Mas também era um pouco tanto quanto fácil de estressar. E era isso que Marlene adorava ver na amiga naquele exato momento. Ela havia deixado de se esconder em algo que não era com medo das outras pessoas. Ela estava agindo como Lily Evans.

A loira então segurou a outra ponta da televisão e foi para a sala, a ajudando trocar as televisões.

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– O que?! – Perguntou James olhando para os pais. – Emmeline não é uma prostituta.

– Está vestida como uma. – Dorea disse, fazendo Sirius reprimir uma gargalhada.

– Por que você acha que ela é... – Ele parou de falar ao se lembrar da mãe reclamando mais cedo sobre ter quase entrado em uma briga com uma prostituta. Ele olhou então para Emmeline.

– Minha mãe é a mulher estúpida que você mencionou?

– Mulher estúpida? – Dorea se levantou frustrada, falando um pouco mais alto que o normal. As pessoas de outras mesas começaram a prestar a atenção neles.

– Bem... Eu... Ahn... – Emmeline não sabia o que fazer. Na verdade, ela sabia o que queria fazer, mas não sabia se deveria. Por um lado, era a mãe de James. Por outro, o vestido que ela estava usando era muito caro. Ela então, decidindo qual era a sua prioridade, olhou para a mulher á sua frente. – Eu sinto muito, senhora Potter. Muito mesmo. Eu estava tão estressada com o trabalho...

– Isso não é desculpa.

– É claro que não é. – Ela disse rapidamente. – Mas eu quero dizer o quão arrependida eu estou. E adoraria que pudéssemos começar de novo.

A matriarca hesitou um pouco, mas concordou com a cabeça, ainda séria. Os três voltaram a se sentar e a mesa ficou sob um clima tenso.

– Então Emmeline. – Charlus quebrou o silêncio, tomando um gole de seu vinho. – No que você trabalha?

– Eu sou modelo. Foi assim que eu Jamie nos conhecemos.

Sirius riu enquanto bebia sua água, fazendo Emmeline o encarar. James o chutou por debaixo da mesa. Jamie. Emmeline nunca o havia chamado de Jamie antes e estava claro que queria parecer que o filho deles estava namorando alguém que o amasse muito.

– E como ser modelo pode ser estressante? Você só posa para a câmera. – Alfinetou Dorea.

– Mãe...

–Bem, não é só posar para câmeras. Eu desfilo também.

– Ah, você anda também? Agora sim eu entendo o estresse.

– Mãe!

– Dorea, querida, eu acho melhor... – O marido tentou interferir, mas sem sucesso.

– Irmos embora? Eu concordo. – Ela pegou sua bolsa e se levantou. – Foi um prazer te conhecer, Emmeline. – Dorea lhe deu um sorriso forçado e beijou a bochecha dos filhos. – Boa noite, queridos.

E então saindo, deixando o marido e os três na mesa estáticos. Charlus olhou para James se desculpando, enquanto se levantava.

– É melhor eu ir também. Foi um prazer conhecê-la, Emmeline. Tchau meninos.

Eles se despediram e Charlus saiu do restaurante.

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– Boa noite, meninas! – Sirius disse ao entrar no apartamento meia hora depois.

Ambas estavam deitadas no sofá com um balde de pipoca entre as duas, enquanto assistiam ao um filme qualquer na televisão.

– Como foi o jantar? – Perguntou Lily pausando o filme. Sirius sentou no meio das duas, colocando o balde de pipoca em seu colo.

– Magnífico. – Respondeu sorrindo e colocando algumas pipocas em sua boca. – Sabem a prostituta que eles encontraram lá em baixo?

As duas concordaram.

– Era a Emmeline.

Marlene soltou a primeira verdadeira gargalhada desde que havia perdido o emprego. Lily e Sirius a acompanharam e logo os três estavam com lágrimas nos olhos de tanto rir.

Quando os três conseguiram parar de rir, Sirius decidiu tomar um banho e Marlene fazer um sanduiche antes de ir dormir. Lily permaneceu na sala, arrumando a bagunça que haviam feito, pegando cada pipoca que estava no chão.

Após deixar o local em ordem, a ruiva estava pronta para apagar as luzes e ir para seu quarto, quando a campainha tocou desesperadamente. Ela suspirou e foi em direção á porta, abrindo-a, sem antes ver quem era pelo olho mágico.

Um homem de cabelos castanho claro e com olhos cor de mel estava na sua frente. Ele vestia roupas sujas e rasgadas, e sangue manchava seu belo rosto. Ele estava de joelhos, olhando-a com dor e súplica.

– Ah meu Deus, você está bem? – Ela perguntou se sentando ao seu lado o olhando preocupada, mas logo respondeu a sua pergunta. – Mas é claro que não está bem. O que aconteceu? Qual é o seu nome?

Ele a olhou fracamente e com toda a sua força, sussurrou algo perto de seus ouvidos.

– Remo. Remo Lupin.

E então ele desmaiou em seu colo.


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Notas finais do capítulo

E ai, o que acharam? Finalmente Remo apareceu, não é? Não se esqueçam de comentar