Desejo e Reparação escrita por Ella Sussuarana


Capítulo 6
I - Capítulo 5: O dia seguinte aos sonhos




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Parte Um

{A poção e as primeiras visões}

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Capítulo 5: O dia seguinte aos sonhos

Harry, Rony e Hermione esperavam, com a parca paciência juvenil, a oportunidade para se jogar dentro do trem. Jogar-se seria a única palavra sincera para descrever o ato, visto que seria impossível apenas entrar como ser civilizado, por causa do grande número de jovens impacientes que não viam a hora de chegar em casa para um verão inteiro sem responsabilidades. E sem o olhar carrancudo do adorável professor Severus Snape.

Rony falava bastante sobre algo que nem Harry nem Hermione prestavam particular atenção. A lembrança do sonho persistia em seus organismos como coisa real por dentro, entidade animada, palpável e degustável. Se eles fechassem os olhos, por um breve momento, ainda poderiam ser transportados ao sonho e sentir cada labareda perfurar-lhes a epiderme.

A Harry, as labaredas eram representações da maldição que lhe mataram, da dor excruciante que desejava nunca mais ter que se lembrar de que, uma vez, a sentira. A Hermione, elas eram metáfora clichê da sensação dos dedos do seu amado em sua cintura e dos beijos dele em seu ombro e em sua bochecha.

Ambos concordavam – sem ter conhecimento de que o outro também o fazia – de que não eram grandes o suficiente para sentir tais coisas. Por causa disso, Hermione decidiu manter a boca bem fechada e as lembranças segredadas a ela mesma, enquanto Harry decidiu confessar-se aos amigos.

No momento em que embarcava e procurava uma cabine vazia, Harry encontrou os olhos azuis de Draco a encará-lo, sem a corriqueira pretensão e arrogância característica da família Malfoy. Os olhos do loiro continham uma confusão de sentimentos que levou Harry a pensar que eles compartilharam do mesmo sonho, cada um com o seu ponto de vista. Talvez, de fato, o Draco do sonho sentiu-se culpado pelo que fizera.

Contudo, Harry não acreditava que o Draco à sua frente fosse capaz de sentir lástima ou aflição. Ele era um garoto frio, maldoso e egocêntrico. Ele nunca sentiria pena de qualquer outra pessoa. Esse pensamento levou Harry a acreditar que estava vendo mais do que realmente existia, por causa da sua boba esperança de que havia bondade em todos, se você soubesse onde a procurar.

Não havia bondade em Draco Malfoy.

Algumas coisas nunca mudariam. A dicotomia entre os dois garotos era uma dessas coisas.

Hermione encontrou um compartimento vazio e os amigos a seguiram, sentaram-se e, tão logo o trem começou a se mover, Harry fez as palavras trancadas em seu âmago jorrarem todas de uma vez.

A expressão de Rony adquiriu traços de curiosidade e de excitação, quando Harry contou sobre o duelo entre bruxos na floresta, e mudou para nervosismo, quando o amigo falou que fora atingindo por um feitiço do Malfoy; transformando-se, enfim, em pura indignação.

– Quando o feitiço me atingiu – engoliu em seco –, eu realmente senti que a minha alma estava sendo arrancada do meu corpo, enquanto este era retalhado por facas cegas. Foi horrível, foi a pior coisa que sentirei na minha vida!

Rony, como era do seu feitio, xingou Malfoy com todas as palavras cruéis e desrespeitosas que conhecia e atreveu-se a usar expressões que não tinha certeza do que significava, mas que, ao serem proferidas, pareciam ser algo realmente muito feio, algo que faria a sua mãe gritar alarmada e enfiar-lhe sabão goela abaixo.

– Mas foi somente um sonho – disse Hermione, baixinho, em meio ao falatório desenfreado do ruivo.

– Pareceu tão real – murmurou Harry. – Como se eu estivesse tendo uma visão do futuro.

– Não seja ridículo, Harry! – Apesar de a sua voz conter alta carga de ironia, ela calou-se, subitamente.

Era bastante improvável que tivessem visto os seus futuros, porém não era impossível. Afinal, eles eram bruxos.

Diziam que alguns bruxos eram abençoados com o dom da Visão. Isto era raríssimo de acontecer, mas, novamente, não impossível.

Hermione nunca acreditou em tais coisas, até aquele momento, porque era inegável que o que transcorrera na noite passada não fora somente um sonho.


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Notas finais do capítulo

Eu sei que eu havia deixado uma nota dizendo que seria neste capítulo que vocês entenderiam a conexão da música com o que o Harry, o Draco e a Mione viram, mas foi erro meu. Desculpem-me. Isso só será mostrado no próximo capítulo, dessa vez é sério u.ú
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Bem, espero que tenham gostado. Deixem um comentário com críticas, elogios, o que vocês quiserem dizer, tudo é muito bem vindo ^^