Desejo e Reparação escrita por Ella Sussuarana


Capítulo 24
III - Capítulo 22: A repercussão dos nossos atos


Notas iniciais do capítulo

Muito obrigada a todos que estão acompanhando a fanfic e deixando comentários de incentivo, vocês são pessoas incríveis :*



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Parte III

{Uma valsa que resultou em uma queda}

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Capítulo 22: A repercussão dos nossos atos

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Todos em Hogwarts, animais, fantasmas, bruxos e quadros, estavam falando sobre a briga entre Draco e Blaize durante o baile e sobre o suposto castigo no qual a professora McGonagall os colocou. Alguns diziam que eles seriam obrigados a lavarem os banheiros durante um mês inteiro; outros gostavam de pensar que eles seriam usados como escravos particulares de Snape até o fim de suas estadias na escola.

Muito se especulava, mas nada se sabia sobre o que ocasionara a briga. Os sonserinos alegavam que os dois passavam bastante tempo juntos e aparentavam ter um bom relacionamento, na medida em que possível que dois sonserinos se suportassem. Alguns apostavam que a causa do incidente era uma garota, mas ninguém conseguia ver dois cavaleiros de boa reputação discutindo por causa de Pansy.

Então, quem seria?

As pessoas se entreolhavam e soltavam nomes avulsos que não possuíam nenhuma real ligação com qualquer um dos garotos. Até que alguém teve a ousadia e o sacrilégio de evocar o nome de Hermione Granger à conversa.

Gargalhadas altas e descontroladas. Um garoto de cabelo espetado curvou-se, apertando a barriga, e precisou ser contido com um feitiço feito por seu amigo para que não morresse sufocando nas suas risadas.

– Eu juro que a vi dançando com Blaise! – disse o mesmo menino do terceiro ano que sugeriu que Hermione fosse a garota pela qual estavam brigando.

– Provavelmente Draco pensou que Blaise estava possuído ou que alguém estava se fingindo passar por ele, e foi lá dar uma surra nele só para ter certeza – riu-se uma garota magra e comprida do sexto ano, também da Sonserina.

– Isso seria admitir que aquele loiro oxigenado tem alguma chance contra mim – disse uma voz por trás deles.

Os sete se viraram e deram de cara com Blaise, ou o que restara dele. O seu rosto estava inchado e dolorido, grandes círculos roxos e vermelhos dispostos de forma aleatória, sem harmonia, na pele, havia uma crosta de sangue velho debaixo do seu nariz, da mesma forma em que havia outras tantas entre as junções de seus dedos.

– Se vocês querem saber o que aconteceu, basta perguntar.

– O que aconteceu? – perguntou o garoto do segundo ano que, aparentemente, não havia sido apresentado para o bom senso, ainda.

– Eu bati nele – disse Bliase, passando por entre a roda de sonserinos. – Por causa da Hermione.

Ele dobrou no corredor, deixando seis bruxos completamente embasbacados e um sétimo sorrindo vitorioso.

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Quando a notícia de que Draco e Blaise brigaram por causa de Hermione chegou aos ouvidos de Harry e de Rony, eles cuspiram, ao mesmo tempo, o suco de amora que bebiam. Hermione precisou ousar uma manobra complicada para se desviar no líquido. Infelizmente, Gina não foi tão sortuda. A garota gritou e segurou a sua taça, arremessando o líquido nos garotos. Eles, contudo, não parecem notar que havia uma gelada camada doce sobre as suas faces paralisadas em choque.

– Repete essa história direito, Parvati! – demandou Rony, segurando seu garfo com força.

A garota repetiu pela terceira vez o que escutara ao final da aula de Poções.

– Tem certeza que escutou esse nome: H-e-r-m-i-o-n-e?

– Foi o que eu disse, não foi?! – gritou ela, já estressada com a lentidão daqueles dois idiotas!

– Isso não faz o menor sentindo – murmurou Harry. Rony balançou a cabeça concordando, ao mesmo tempo em que tentava acertar o garfo na carne em seu prato, porém, quando os dentes dele finalmente encontraram uma superfície macia, esta era a sua própria mão.

Rony largou o garfo, gritando e aninhando a mão.

Hermione revirou os olhos, mas esticou-se para cuidar do machucado dele. Afinal, aqueles dois já estariam mortos há muito tempo, se não fosse por ela.

– Mione, isso é um monte de mentira, não é? Você nunca dançaria com um sonserino! – disse Harry. Uma gota de suco de amora despencou do queixo dele, caindo sobre a sua blusa, que um dia fora branca.

– Eu dancei com Blaise. – Hermione suspirou.

– O QUÊ? – gritaram Harry e Rony.

Gina e outras garotas próximas viraram as suas cabeças, curiosas, olhando para Hermione com um sorriso de orgulho estampado em seus rostos. Todas elas julgavam que Blaise era o que chamavam de “gato pra caramba”, ser sonserino, felizmente, era apenas um de seus defeitos que não eram levados em conta no momento de catalogá-lo na lista dos “Garotos que toda estudante de Hogwarts deveria experimentar”.

– Você poderia dar mais detalhes, Hermione – sussurrou Parvati com o tom de voz malicioso nenhum pouco disfarçado.

– Não foi nada demais – disse Hermione, dando de ombros. Apesar da calmaria que apresentava, precisou esconder as mãos debaixo da mesa para que ninguém as visse tremer. – Nós nem dançamos uma música inteira, porque eu sabia que, se nos vissem, iriam se comportar como vocês.

Obviamente, referia-se aos seus dois melhores amigos, que, nesse momento, estavam se tornando perigosamente vermelhos de raiva.

– Eu pensei que você fosse mais inteligente que isso, Hermione! – falou Rony, apontando um dedo para ela. – Eu não acredito que você nos traiu!

– E o que o Malfoy tem a ver com isso? Ele se sentiu enciumado porque não teve a chance de dançar com você também? Ou você está escondendo mais alguma coisa de nós? – acusou Harry, deixando nítido que achava que ela também teria dançado e feito só Merlin sabe mais o que com o maior inimigo do trio, o odioso Malfoy.

– Não! – Hermione gritou, irritada pelos amigos pensarem que ela teria se rebaixado a tal nível. – Eu o odeio, e isso jamais irá mudar!

– Bem, da última vez que chequei, você também odiava sonserinos, e advinha só o que eu acabei de escutar? – disse Harry no tom mais irônico que conhecia.

– Ele é diferente!

– Não bastava estar saindo com apenas um dos adversários de Harry, você precisava sair com todos os três!

Nesse momento, todas as pessoas que escutavam a discussão arregalaram os olhos, jogaram a cabeça para trás e abriram a boca como se dissessem “Eu não acredito que ele acabou de dizer isso”.

– Você não tem o direito de falar isso para mim, Ronald Weasley!

Ela ergueu-se, enfurecida, e saiu correndo do Grande Salão, tentando segurar as lágrimas que ameaçavam despencar.

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Blaise estava equilibrando uma pilha de grossos livros debaixo das suas mãos, quando Hermione surgiu por trás dele, chamando-o. O nervosismo pareceu tomar de conta do garoto, porque ele virou-se apressado, esquecendo-se do peso que carregava, o que resultou na queda de uma dezena de livros ao redor dos seus pés e em cima de seus pés. Blaise deixou escapar um xingamento acompanhando de um pedido de desculpas pelo seu palavreado.

Hermione não disfarçou o seu sorriso, enquanto se abaixava para ajudá-lo a apanhar os livros.

– Você brigou com Draco – afirmou ela, analisando os machucados no rosto inchado do garoto. Acostumada a cuidar de seus amigos desastrados, agiu por impulso, retirou a varinha do bolso da saia e a segurou em frente ao rosto dele.

– Obrigado, Hermione – disse ele, abaixando a varinha dela. – Porém, não posso aceitar. A professora McGinagall nos proibiu de curar os nossos ferimentos com o uso de qualquer espécie de magia.

Ela deixou espaçar uma exclamação de surpresa.

– Ela deve ter ficado muito enfurecida com vocês – murmurou a garota.

– Enfurecida nem começa a explicar o que a mulher estava sentido! Eu pensei que seria mandado para Askaban – riu nervoso.

Hermione não o acompanhou.

– Há um boato de que vocês brigaram por minha causa. – Ela chegou ao ponto em que queria desde que conseguira se acalmar, após a briga que tivera com Harry e, sobretudo, com Rony.

– É verdade – confessou ele, antes que ela tivesse a chance de perguntar.

Outra exclamação de surpresa escapou pelos lábios da garota.

– O que aconteceu?

– Draco a desrespeitou de novo – disse Blaise, com o tom de voz encolerizado. – E eu era o único por perto para defender a sua honra.

Hermione deu um leve murro no ombro dele.

– Não preciso que você me defenda, Zabini!

– Eu irei me lembrar disso da próxima vez que alguém a chamar de sangue-ruim oferecida.

– Você não me escutou até o fim: Não preciso que você me defenda, Zabini. Mas, estou agradecida pelo que fez. Alguém precisava deixar a cara do Malfoy roxa desde que ele pisou em Hogwarts.

– Infelizmente, a professora não parece pensar dessa forma. Adultos crescem e perdem todo o bom humor da juventude – riu-se.

Dessa vez, Hermione também riu.

– O que você está estudando? – perguntou ela, levantando-se com cinco livros apoiados em seu peito, sendo mantidos no lugar por suas mãos.

– Um pouco sobre criaturas mágicas, sobre antigos mistos folclóricos e, principalmente, sobre poções. Você gostaria de estudar comigo?

A resposta queimava na ponta da sua língua, mas Hermione hesitou. Ela observou os machucados em cor de roxo espalhados pelo rosto do garoto, as regiões onde a pele fora rompida e a crosta de sangue velho surgira, as elevações anormais na extremidade esquerda do lábio e na bochecha direita; fitou as cores que ele vestia – prata e verde, as cores do inimigo.

– Eu gostaria, mas não quero lhe causar mais problemas com os sonserinos – disse Hermione, oferecendo a ele um sorriso de desculpas.

– Quantas vezes tenho que falar até que você entenda? Eu não me importo, Hermione.

– Eu me importo! Se você for machucado novamente, eu me sentirei culpada.

– Nenhum deles é forte o suficiente para me machucar de verdade – revirou os olhos. – Eu deixei Draco me bater, só para deixar a briga um pouco mais justa. Além disso, a professora, definitivamente, me mandaria para Askaban, se eu fosse encontrado em perfeita condição numa poça de sangue com o corpo semivivo dele.

– Você não está falando sério, está?

Blaise sorriu de forma sarcástica.

Ele nunca falpu tão sério em toda a sua vida

– Sente-se comigo, Hermione – pediu ele.

– A minha boa reputação já morreu, não tenho nada a perder – deu de ombros.

Ela o acompanhou a uma mesa distante das demais, num lugar escondido por altas prateleiras, perto de uma grande janela que oferecia visão para um dos pátios de Hogwarts que, nessa estação, estava inundado por neve, frio, árvores nuas, pedra sólida e um jovem que caminhava reto, sem olhar para aqueles que o chamavam, escondendo o rosto na sombra do capuz.


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Notas finais do capítulo

Espero que todos tenham gostado ^^
O próximo capítulo só saí sexta ou sábado.
Beijão!