Desejo e Reparação escrita por Ella Sussuarana


Capítulo 2
I - Capítulo 1: Sonhos Engarrafados


Notas iniciais do capítulo

Capítulo dedicado as lindas Anna e Priscila!
Espero que gostem ^^



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Parte Um

{A poção e as primeiras visões}

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Capítulo 1: Sonhos Engarrafados

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Era o segundo ano de Draco em Hogwarts, e o segundo ano consecutivo em que a Sonserina ficava em segundo lugar. Quanto carma, pensaria, se nele acreditasse. Como não sabia o que carma era, pois esse era um termo mundano, e não havia nenhuma gota de sangue mundano nem nas veias nem nas artérias do garoto, ele fez o que qualquer pessoa egoísta e narcisista aos doze anos faria – sentou-se rabugento, com os braços cruzados sobre o peito, lançando um olhar mortal na direção do trio maravilha cuja cabeça máster era o detestável prepotente Harry Potter. O garoto era de tal forma tão cheio de si, que não tivera a decência de morrer quando atacado pelo Lorde das Trevas. Algumas pessoas simplesmente não tinham bom senso. Tampouco bom gosto, visto que os melhores amigos do dito cujo garoto que sobreviveu eram um Weasley de quarta ou quinta geração pré-moldado em harmonia aos traços repudiados que assinalavam toda a família de ruivos sardentos pobres e adoradores de trouxas; e uma trouxa, logicamente não poderia faltar uma à equação do trio para que somente um ser fosse A Estrela. Não era preciso citar quem seria o idiota.

Potter. Potter. Potter. Repetiu Draco para si mesmo, mentalmente, prometendo-se que um dia o derrubaria do trono e o colocaria em seu lugar de direito – uma cova apertada, em que apenas os membros restantes dele caberiam. Nesse dia, Draco seria venerado por todos, quando os otários perceberem o favor ao mundo bruxo que o sonserino estava fazendo ao livrar-se do Potter. Se estivesse se sentindo particularmente benevolente no dia, ele também aniquilaria a praga dos Weasleys e a Granger.

Ele adoraria tentar.

Sorriu largamente, como uma cobra preste a atacar.

Mas teria que esperar.

O seu dia chegaria. O futuro era iminente.

– Eu peguei uma taça para você, Draco – disse uma garota à sua frente. Ele não a vira chegando nem se lembrava do seu rosto. Não seria de se surpreender, visto que ela não era nem bonita nem feia, tinha curtos cabelos castanhos, pele clara e olhos de uma cor que ele não saberia distinguir como castanho ou negro. Ela não se movia com delicadeza e as suas vestes eram maiores que o seu corpo seco e esguio. Não usava adornos nem maquiagem, tinha a pele limpa e a boca rachada, como se tivesse a mania de morder os lábios com frequência demasiada. Percebeu, também, que as unhas das mãos estavam sujas e quebradas, nenhum pouco apropriado para uma dama da casa da Sonserina, mesmo que não aparentasse ter mais anos que Draco. – Estava acabando, e eu pensei que você gostaria que alguém pegasse algo para você beber.

– Você deveria encontrar um feitiço para consertar as suas mãos. Elas são horrorosas – disse o garoto, arrancando sem delicadeza a taça da mão dela.

Ele não se incomodou em agradecer, porque estava acostumado com os pequenos e os grandes favores que as garotas lhe faziam. Afinal, ele era o melhor partido naquela escola cheia de pessoas ridículas; ele era loiro, bem apessoado, com feições angelicais, olhos azuis, família rica e reconhecida em todo o mundo bruxo – o que mais uma mulher gostaria? Amor? Afabilidade? Carinho? Não, lógico que não. Elas queriam presentes caros e pomposos, casas luxuosas e um homem charmoso e forte ao seu lado. Era isso o que o seu pai dizia. E ninguém estava tão certo de si mesmo quanto Lucius Malfoy.

A garota não pareceu aborrecida pelo comentário dele. Ela o assistiu, com fascínio, virar o conteúdo da taça nos lábios e soltar um suspiro de satisfação ao saborear a bebida.

– O que é isto? Nunca antes experimentei algo tão delicioso!

– Dizem que são sonhos engarrafados – disse a garota, antes de virar-se e partir.

– Onde eu posso comprar esses tais de sonhos engarrafados? Vou querer uma dúzia deles!

Quando não escutou uma resposta, ele retirou os olhos do líquido cor de âmbar e procurou a garota na mesa. Ele não a encontrou, o que era uma pena, já que ele realmente estava interessado na resposta.

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Do outro lado do Grande Salão, os membros da Grifinória rugiam como um leão autêntico. Eles ganharam a competição entre as Casas, novamente, graças a Harry, Rony e Hermione. Os três receberam diversas congratulações e tapinhas nas costas, muitos diziam que eles deveriam compartilhar o segredo da tamanha sorte que tinham para se meter em situações arriscadas e sair delas antes que perdessem uma perna ou coisa pior. “Mas alguém sempre se machuca, e quando eu digo ‘alguém’, refiro-me a mim”, falara Rony mais de uma vez, revirando os olhos, aborrecido, para longo depois ceder a uma estrondosa gargalhada. “Não é nossa culpa, se você não consegue controlar os seus impulsos idiotas, Ron”, contra-argumentava Hermione toda vez que o amigo repetia tal frase.

Agora, com as aclamações diminuindo e a fome gritante aumentando, os três amigos conhecidos por alguns como o Trio Maravilha e por outros como o Trio Fantástico, estavam sentados na região central da comprida mesa, saboreando a ceia.

Uma coisa que Rony jamais admitiria a Hermione era que a coisa da qual mais sentia falta quando partia de Hogwarts, era a comida. Em segundo lugar, os amigos. Em terceiro, a própria escola, exceto as aulas, as tarefas, um professor de cabelo escorrido sobre a testa, as provas e um número crescente de sonserinos.

Uma coisa que Hermione nunca admitiria a Rony era que a sua própria lista de coisas preferidas em Hogwarts não era muito diferente da dele.

Quanto a Harry... Bem, não havia muitas coisas que ele não compartilharia com os amigos, porque não era tão orgulhoso quanto Hermione nem tão teimoso quanto Rony. Contudo, poderia ser ambos quando quisesse ou quando fosse necessário.

Ao seu lado, alguém esmurrou o seu ombro. Harry virou-se para encarar uma garota que parecia ter a sua idade, ela tinha cabelos curtos e castanhos, pele clara e olhos escuros que refletiam a imagem do garoto nas suas íris.

– Desculpe-me – pediu ela.

– Não tem problema.

Ele a encarou por tanto tempo, que ela teria corado, se fosse qualquer outra garota minimamente interessada por Harry. Apesar de ter um sorriso tímido no rosto, ela não desviou o olhar.

– Você é uma aluna do primeiro ano? Nunca a tinha visto – admitiu ele, como se pedisse também desculpas por algo que não cometeu.

– Algo assim – deu de ombros. – Você quer experimentar algo delicioso? – Ergueu a taça à sua frente na direção do garoto. – Provavelmente, é a última. Enquanto vocês recebiam congratulações, os mais espertos roubaram-nas todas para si – sorriu em diversão devassa. – Eu sou uma das espertas – riu-se.

– O que é isso?

– São sonhos engarrafados, se você acreditar nessas bobeiras que contam às crianças.

Harry deu um gole, incerto. O líquido tinha uma coloração vibrante de âmbar e um cheiro forte de flores silvestres e frutas açucaradas. O gosto, então, era indescritível.

Harry tomou mais três goles cheios. Ao lembrar-se de que o copo não era seu, abaixou-o à mesa, envergonhado. Porém, no lugar que a garota ocupara estava uma das irmãs Parvati. Harry procurou a menina com os olhos, mas não identificou os seus traços que não passariam jamais despercebidos numa multidão. Para ele, ao menos.

Virou-se aos amigos e ofereceu-os um gole.

– Provem, é uma delícia!

Hermione deus dois goles vorazes, usando todo o seu autocontrole para oferecer o resto do conteúdo a Rony.

– Isso é tão gostoso, é realmente como um sonho – disse a morena.

Animado para provar mais uma das iguarias da cozinha do castelo, Rony tomou a taça da amiga. Estava a meio da sua boca-estômago, quando o vizinho lhe deu um empurrão. O líquido manchara a mesa e o prato do ruivo, a taça chocou-se contra o chão, gerando um barulho estridente, que chamou a atenção de poucas pessoas ao redor. A barulheira geral do Salão aplacou a queda e o murmúrio irritadiço de Rony.

– Essas coisas sempre acontecem comigo – resmungou ele, lançando um olhar gélido ao garoto ao seu lado. – Vocês sempre pegam toda a parte boa!

– Oh, o bebê Ron está irritadinho! – riu-se Hermione.

– Porque ele está com fome! – Rony cruzou os braços e fez um bico.

Os três riram alto, apertando as barrigas, tentando puxar o ar que lhes escapava.

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Da mesa da Corvinal, um par de olhos curiosos os encarava. O prato estava vazio, assim como a taça em sua mão, apesar disso, o sujeito levou-a à boca e fingiu sorver alguma bebida. Ninguém falava com ele, e, se as pessoas à sua volta fossem argumentadas sobre tal sujeito, diriam todas que nunca antes o viram.

O sujeito era uma singularidade no espaço-tempo.

Ninguém sabia para onde ele levaria nem por que existia. Contudo, ali estava ele, sorrindo de forma maliciosa com os seus traços que não distinguiam sexo nem idade.

Ele era, em um momento. No seguinte, era algo completamente diferente.

E ninguém percebeu.

Ou assim, pensava.


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Notas finais do capítulo

Oi pessoal!
Primeiramente, gostaria desde já agradecer a Anna e a Priscila, as primeiras a deixar um comentário. Muito obrigado de coração! :*
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Agora, gostaria de explicar umas coisas rapidinho: a fanfic será separada em 7 parte. Então, esses números (I, II, III...) que estiverem na frente dos capítulos indicaram a parte em que a história estar. Cada parte se passará em um ano diferente. E, bem, por enquanto é só isso mesmo.
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Deixem uma review, uma crítica, uma recomendação, o que quiser! Eu não forçarei a ninguém fazer nada que não quer, diferente de muita gente escrota que eu encontro por aqui, mas, se vocês quiserem deixar um comentariozinho, saibam que isso me fará muito feliz e me manterá motivada.
Beijão pra todo que está dando uma chance à fanfic! :*