A paz cercava Asgard.

As pessoas voltavam a sua rotina normal. Todo o reino celebrava mais uma vitória de Thor e seus amigos, os três guerreiros. Fandral, Volstag e Sif tiveram uma longa jornada por esses tempos. Uma das coisas que todos estavam comemorando foi eles combaterem os seres de Vanaheim, já que era a última batalha. A qual trouxe paz para Os Nove Reinos. Lá todos estavam mais que felizes — estavam ansiosos e curiosos para a celebração que iria acontecer à noite.

Os corvos de Odin, Hugin e Munin, tinham total visão de Asgard. Em sincronia eles voavam até o seu dono. Um deles havia pousado no braço do Pai de Todos. Odin observava atentamente para alguns guerreiros que lutavam abaixo da sacada de onde estava. Odin deixou que o corvo voasse e percebeu a presença do seu filho, Thor, que chegava logo atrás.

— Vanaheim está segura? — perguntou o mais velho.

— Assim como Nornheim e Ria. Mas teria sido mais rápido com a sua liderança — respondeu normalmente, se pondo ao lado de Odin.

— Deve me ver como alguém cujo ego precisa ser massageado sempre — ergueu a cabeça, olhando estreitamente para o filho.

— Essa não foi minha intenção — Thor virou o rosto olhando para o lado rapidamente.

— Desde a destruição de Bifrost, é a primeira vez que há paz nos Nove Reinos. Eles foram lembrados de nossa força... — balançou a cabeça assentindo — e você conquistou o respeito deles e a minha gratidão.

— Obrigado — foi a única coisa que Thor tinha em mente para responder seu pai.

— Nada errado... exceto seu coração confuso e distraído — Thor olhou incrédulo para o pai.

— Isso não é sobre Helena... — Ele foi interrompido por Odin antes de acabar.

— Pensei que fosse Jane Foster — o Pai virou-se para ele, um pouco curioso. — Nem sabe ao menos o segundo nome desta humana. Helena...

— Isso não veem ao caso pai — e, outra vez, foi interrompido por Odin.

— A vida humana é frágil, não é nada — o velho ergueu a mão na direção das pessoas que treinavam. — Estaria mais bem servido com o que está á sua frente. — Lady Sif havia acabado de derrubar mais um homem ao chão facilmente. Ela ergueu a cabeça o olhando, já que falavam dela.

— E não falo como o Pai de Todos, mas como o seu pai. — Odin saiu de onde estava, cercando seu filho com um objetivo. — Você está pronto. Chegou a hora de assumir o trono. Aceite e celebre o que conquistou — de todas as formas, Thor forçou-se a assentir com a cabeça para o seu pai, como estivesse entendido o conselho.

— Junte-se a seus guerreiros. Coma e beba, aproveite a comemoração. Pelo menos finja que está se divertindo. — Thor não tinha como negar, uma ordem e conselho do Pai de Todos; se fosse possível, tentaria ser feliz...

☽ ☾

A lua já se destacava por ser tão grande e brilhante. Iluminava toda Asgard, fazendo esse efeito melancólico cair sobre Thor. Quem diria, o deus do Trovão rendido aos seus sentimentos.

Não tinha explicação para descrever o que ele sentia. Ao seu redor as pessoas estavam no limite da felicidade, riam, bebiam; outros andavam de um lado ao outro, mas sempre com um sorriso. Ele observava Volstagg que bebia pedindo mais e mais em seguida, sendo aplaudido por sua família, amigos...

— Mais um! — pediu (gritou) ele, jogando o caneco no chão. Thor bebeu mais um gole, sorrindo. Fandral ria demais com duas mulheres que estavam acompanhando a gargalhada do guerreiro.

Thor logo repouso seu caneco na mesa. Era sempre bom estar arrodeado de pessoas confiáveis e que realmente estavam em seu coração para sempre. Isso o fazia se lembrar das pessoas que havia deixado para trás. Isso também tinha o feito se lembrar de algo matinal que sempre fazia. Virou rotina saber notícias dela. Thor sempre gostava quando Heimdall falava que ela estava feliz, que haviam acontecido coisas novas e surpresas para ela. O que o deixava ainda mais aliviado era saber que ela não estava em perigo.

Ele se levantou da mesa sorrindo paras as pessoas que notaram sua saída até levar um tapa de Fandral nas costas, chamando sua atenção. O guerreiro só queria se certificar de que o amigo estava bem. Thor sorriu em afirmação, arrastando sua capa preta com ele, para tirá-lo da curiosidade sobre Helena.

— Houve um tempo em que você celebrava por semanas — disse Sif, confiante de que pelo menos hoje ele daria sua atenção para ela. Thor sorriu, observando as pessoas comemorando. — Lembro-me de que celebrou tanto a batalha de Harokin... que quase iniciou a segunda — apoiou os braços na estrutura a sua frente. — A primeira foi tão divertida! — falou animada sorrindo para ele, que concordou com um pequeno sorriso, abaixando a cabeça. Ela observou que ele estava muito calado, definitivamente não era aquele Thor de tempos atrás. — Beba comigo. Com certeza o Pai de Todos não lhe dará outra tarefa hoje.

Thor colocou-se de frente para ela.

— Não, essa eu dei a mim mesmo — Sif sorriu meio incomodada e tocou no braço de Thor rapidamente para disfarçar.

— Não passou despercebido o seu sumiço todas as noites. Existem nove reinos. O futuro rei de Asgard deve se concentrar em mais de um. — Thor balançou a cabeça pensando em seu futuro como rei. Sorriu para ela e a respondeu:

— Agradeço pela sua espada e conselho, brava Lady Sif— Thor, que achava que um sorriso definitivamente resolveria tudo, virou de costas para Sif. Ela mirou a fogueira incomodada por ver que não tinha mais jeito de reverter o coração perturbado por causa da humana.

☽ ☾

Thor caminha em passos contados para a Ponte de Bifrost. Já era costume todas as noites caminhar por ela até o guardião de mesma. Heimdall observava as grandes constelações à sua frente, constelações que ninguém podia ver claramente. O guardião sentiu a presença de Thor, percebendo algo de errado nessa noite.

— Está atrasado— a voz grave soou notificando o erro da noite.

— Comemorações podem ser um fardo mais pesado que batalhas — Thor respondeu, calmamente indo até o guardião.

— Está fazendo um dos dois da forma incorreta — Heimdall respondeu. Thor deixou uma risada escapar enquanto chegava lá.

— Talvez— respondeu divertido— Como estão as estrelas?— perguntou algo que veio em mente rapidamente... o que ele tinha em mente não era realmente sobre isso.

— Ainda estão brilhando. Daqui dá para ver os Noves Reinos e 10 trilhões de almas— olhou para ele, assentido como uma saudação, e depois trancou a ponte.— Lembra-se do que lhe ensinei sobre Convergência?

— Lembro. O alinhamento dos mundos— Thor andava despreocupadamente.— Está se aproximando, não é?

— O universo não vê essa maravilha desde antes do inicio da minha vigília— os dois encaravam a imensa abertura que mostrava as estrelas muito próximas. — Poucos podem senti-lo. Menos ainda podem vê-lo — Heimdall encarava profundamente o céu de Asgard.— Mas embora seus efeitos sejam perigosos… — os olhos amarelados dele refletiam as estrelas se movimentando e se chocando uma com as outras—... é realmente belo.

Thor tentou fazer o que o guardião dizia, mas sem sucesso.

— Não vejo nada!— Thor exclamou.

— Ou talvez não seja essa a beleza que você busca— respondeu zombando da cara de Thor, que deixou uma risada escapar. Mas aquilo era realmente certo. A beleza que ele queria ver estava longe de suas mãos. Muito longe.

— Como ela está?— perguntou ele, lembrando-se do sorriso de Helena. Poucas coisas tinham como lembrança, mas eram de grande valor.

— É bem esperta, a sua mortal— Thor virou a cabeça para ele, que andava bem próximo ao portal.

— Ela ainda não se esqueceu do que aconteceu anteriormente. Mas está seguindo com a vida, como qualquer mortal comum. Desculpe-me se estiver o incomodando, é que o mais interessante sobre isso é que Jane Foster está estudando sobre a convergência...— Thor deixou um sorriso escapar, balançando a cabeça, espantado por saber que aquilo não o afetava mais. Só o deixou mais curioso sobre de que modo Helena estava seguindo. — Mesmo...— Heimdall deixou sua mente se esvaziar para enxergar mais coisas.Controlou-se... e então percebeu que não conseguia mais enxergar Helena.

— O que?— Thor perguntou um pouco aflito sobre todo aquele clima de suspense que havia em Heimdall.

— Não consigo vê-la — foi o que apenas o guardião disse após tanto esforço, deixando Thor verdadeiramente preocupado. Estaria ele falando de...— Helena. Não consigo vê-la.

Foi então que o desespero tomou conta de Thor. Ele começou a girar seu martelo imediatamente; Heimdall, entendendo a mensagem, abriu o portal para Midgard. Cabia agora saber por onde Helena estava e o que realmente aconteceu com ela.