Apesar De Tudo escrita por YSA


Capítulo 3
2 — Luck All Day


Notas iniciais do capítulo

Olá amores! Como vão vocês? Eu adianto que sofri um pouco essa semana kkk, nada demais *-*
Voltando ao que interessa, já viram o novo cartaz dos Vingadores 2? O que vocês acham sobre isso? https://38.media.tumblr.com/e66f252b63fda6b33bdc2d284b49c232/tumblr_n9ah4dMpaJ1rsjot3o1_500.png
Agradeço a todos aos que comentam e tals!
Boa leitura!!



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James Adams •• Dawn Traenkner Fray

Sabe o que é uma pessoa desesperada correndo sem direção? Sim, essa pessoa era Helena.

Seu corpo já estava suado de tanto correr; a camiseta colada em seu corpo já a incomodava. Que droga os motoristas tinham na mente para não ter táxis ou carros pelas estradas? Hum, talvez sanidade, pensou Helena. A cidade estava um caos. Todos os carros que estavam estacionados nas ruas estavam totalmente destroçados por aqueles seres esquisitos. Apenas um estava inteiro: Helena pode enxergar um Azera, bem no final da rua. Que filho da mãe sortudo era seu dono...

Epa. Bem, nem tanto. Um soldado de ferro acabara de pisar nele.

Helena colocou as mãos apoiadas nas pernas, respirando fundo, enquanto via a destruição por onde andava. Era assustador e ao mesmo curioso saber que aquilo era um ataque alienígena. Ela, há algumas horas atrás, não acreditava em nada disso... e então ela vê algum tipo de homem com um martelo mágico voando por aí. E também monstros de ferro que vinham de um portal assustadoramente interessante. Preciso rever meus conceitos de realidade, pensou Helena.

Ela não voltaria de jeito nenhum para a lanchonete ou para o centro da grande NY a procura da Amanda. Teria que arrumar um jeito de ir pra casa a pé. Calculando o horário e metros dali até sua casa, daria mais ou menos uma hora até chegar lá.

E lá vamos nós à essa missão suicida.

☽ ☾

Helena abre a porta do apartamento exausta. Esse dia era classificado como um dos piores dias de sua vida. Ela empurrou a porta, arrastando-se na parede até o chão enquanto tirava os sapatos.

— Não acredito que estou viva — ela murmurava consigo mesma, lembrando de todo o perrengue que passara para chegar em casa.

Quase foi morta duas vezes no trajeto. Da primeira vez, uma lagarta gigantesca de metal havia descido do portal, vindo diretamente até ela. Claro que não adiantava o monstro ser gigante — ele tinha que voar! E vir até ela! Lógico.

Ela correu até se esconder numa barraca (ou ex-barraca) de cachorro-quente, mas não adiantou de nada. O monstro destruiu cada prédio até chegar nela. Para sua sorte (e para um quase ataque cardíaco), um “monstro-do-bem-e-raivoso” veio correndo de encontro ao monstro de metal, esmagando-o inteiramente com apenas um soco.

Da segunda vez, foi apenas um dos soldados de metal. Ele tinha uma arma enorme, também de metal, que saía soltando fogo em tudo. Um de seus alvos era quem? Exatamente. Helena Fray.

Helena já ia dando adeus ao mundo, pois iria virar churrasco alienigenamente grelhado. Mas então, para sua salvação, um homem de macacão com as cores da América a salvou, colocando um escudo redondo em sua frente. Depois do salvamento, o homem se despediu dela dizendo um simples “saia da rua”.

— Que cara louco, parecia mais um... — Helena se interrompeu quando ouviu um barulho vindo da cozinha. Parecia que alguém havia batido em seu balcão de madeira...

Ótimo. Só falta um soldado de ferro ter vindo jantar na minha casa, pensou Helena.

Helena pegou um taco de beisebol que ficava sempre do lado da porta de entrada e caminhou, sorrateiramente, até a beirada da porta da cozinha. E então ela descobriu que não era nenhum soldado de ferro.

Era só Amanda discutindo com alguém no telefone.

Suspirando de alívio, Helena caminhou até ela, a abraçando de surpresa.

— Oh meu Deus, Helena! Você está viva! — Amanda se afastou, mas ainda sem soltá-la, para observar Helena de perto. Ela a olhou de cima abaixo: — E parecendo um espantalho.

— Agora não, por favor — Helena pegou um copo de água gelada e o tomou de uma vez, recebendo aquela leve dorzinha na cabeça.

Onde você estava? — Amanda tentou fazê-la sentar, mas Helena a impediu.

— Depois eu te conto — Helena colocou o copo na pia suspirando.

— Seus pais me ligaram desesperados, o James...

— Que maravilha, eles se importam comigo ainda — murmurou Helena.

— Deixa de ser boba — Amanda virou os olhos, pausando sua faladeira desesperada. — Você vai me contar como chegou viva até aqui?

Enquanto Helena ia até o quarto, Amanda a seguia, enchendo-a de perguntas. Estava óbvio que Helena não se livraria de seu interrogatório nunca; ela a seguiria por anos, se fosse preciso.

— Será que eu posso tomar um banho primeiro? — Helena fechou a porta do banheiro na cara de Amanda antes que ela falasse alguma coisa.

— Você não vai se livrar de mim — Amanda gritou do outro lado da porta. Helena pode ouvir ela se arrastando na parede até chegar ao chão. — Não saio daqui enquanto não me contar.

— Que seja.

☽ ☾

Helena só levou cinco minutos debaixo do chuveiro. Normalmente, com ela estando cansada como estava, suja como estava, levaria uns dez ou quinze minutos. Talvez até vinte. Mas ela duvidava muito que qualquer ser humano no mundo agüentaria tomar um banho com Amanda gritando do outro lado da porta.

Agora, mal saíra ela do banheiro, e já estava com Amanda ao lado, pronta para começar o interrogatório.

— Vai responder agora?

— Pode ser pelo menos em meu quarto? — Helena fez biquinho. Estava tão cansada que não agüentaria ficar de pé nem mais dois minutos. — Em minha cama quentinha? Qual é, eu mereço!

— Argh! — Amanda revirou os olhos, puxando Helena pelo punho até o andar de cima. — Garota chata!

— Sabe, eu não vejo nenhum espelho aqui.

Amanda fez questão de carregar Helena pelo braço até seu quarto. Assim que chegaram lá, Amanda jogou a menina bruscamente em sua cama, e, enquanto Helena se deitava (“Ah, como é bom deitar”), Amanda se sentou ao seu lado. Começou:

— Primeiro: onde você estava quando saímos da lanchonete? Eu olhei para o lado e não te vi mais!

— Pergunta errada — Helena disse de olhos fechados. Amanda fez uma cara de confusa. — O correto é: onde você estava depois que eu vesti minha capa de invisibilidade?

— Ridícula — Amanda murmurou. — Só diz, onde você estava?

— Bem, eu olhei para trás para ver se tinha alguém ferido, mas não tinha ninguém — Helena respondeu depois de um longo suspiro. — Depois olhei para frente de novo, e tchã-nã! Amanda Clark realiza mais um de seus truques: ela fica invisível!

— Não — Amanda se empertigou. — Eu olhei para o lado e vi um lugar seguro para a gente ficar até os monstros saírem de cima da gente, daí corri para lá. Eu pensei que você tivesse visto isso... mas, pelo jeito...

— Enigma resolvido — Helena murmurou. — Posso dormir agora?

— Claro que não! — Amanda gritou. Helena lhe lançou um olhar fulminante pelo susto que levou. — Agora é a sua vez de me dizer pra onde foi depois.

Helena bufou. Quando aquilo iria acabar?

— Para o terraço de um prédio médio.

Oi?

Helena revirou os olhos. Aquilo realmente parecia louco quando dito em voz alta. E além do mais, lembrar de estar num terraço no meio de uma guerra lembrava um certo deus que a salvara.

E isso a deixava agitada.

— É, isso mesmo — Helena abriu os olhos, fitando o teto. — Eu fui salva por um deus.

— Ahn... Helena, você... me desculpe, mas você bateu a cabeça bem forte?

— Ai, Amanda! — Helena se sentou na cama. — Claro que não... por algum acaso você viu algum dos salvadores da cidade lá fora?

— Vi só um grandalhão verde — Amanda franziu o rosto. — O que deve ser aquilo?

— Não acredito que isso é o que mais te preocupa na situação inteira...

— Ah, Helena — Amanda bateu em seu braço. — Anda, me conte que história é essa de deus.

— Hm... Bem, depois que me perdi de você, eu percebi que estava no meio de um campo de batalha. Sozinha.

Amanda fez uma careta culpada.

— Mas então eu senti alguma coisa me pegar do chão, e eu tive a sensação de estar voando... quando me dei conta, eu estava num terraço. E tinha um deus na minha frente.

— Para de fazer essa cara de maluca! — Amanda gritou outra vez e bateu com uma almofada na cara da amiga.

— Desculpa! — Helena gritou. Pelo jeito, ela havia feito cara de encantada... e nem se deu conta. — Antes que pergunte, seu nome é Thor. Ele tem um martelo super pesado que só ele consegue levantar. E é um projeto de homem egocêntrico... e é loiro, tem olhos azuis como safira... e...

— ... E você precisa se tratar — Amanda disse. Helena se virou para ela, e viu a cara que a amiga fazia: “você está maluca”. Helena riu.

E então elas sentiram todo o prédio tremer.

Amanda subiu desesperada no colo da amiga, gritando. Helena jogou Amanda na cama e se levantou, caminhando até a janela. Que raio de coisa estava acontecendo lá fora?

E então ela viu.

— Amanda... acho que você vai gostar de ver isso.

Amanda se aproximou da janela. Como estavam no décimo andar do prédio, elas tiveram uma visão privilegiada de um homem numa armadura vermelha e dourada simplesmente voar com um míssel nas costas, entrando num portal que levava para um outro mundo e largando o míssel lá dentro.

— Ah, meu Deus... — Amanda murmurou.

Um, dois, três, quatro, cinco... dez segundos lá dentro do escuro, e nada do homem de armadura sair de lá.

— Caramba, ele ainda não desceu... — Amanda murmurava, já roendo as unhas.

— Espere — disse Helena, se animando. — Olhe lá! Ele está descendo! Ele conseguiu!

As meninas começaram a comemorar dentro do quarto, assim que todos os seres de metal que estavam na Terra haviam desligado.

Aquele sim fora um dia memorável.

Mesmo que aquele dia tivesse sido um dos piores em todos os sentidos, Helena fora recompensada com um lado positivo. Bem, dois lados. Primeiro: encontrou Amanda dentro de sua própria casa; segundo: ela conhecera o Thor.

Helena sorriu boba e dançou ainda mais ao se lembrar dele. Ela deveria urgentemente encontrá-lo... mas onde?

☽ ☾

— Eu acho melhor você parar de caminhar... antes que faça uma cratera no chão — disse James, pegando as mãos de Helena e fazendo-a parar. Depois de minutos, Helena voltou a caminhar. Mas ele foi rápido, e, pela segunda vez, a sentou no sofá.

— Você deve compreender meu momento! — reclamou Helena, colocando as mãos em seu rosto. Helena nunca esteve tão ansiosa em toda sua vida.

— Qual o momento? De que você vai conseguir passar nesse teste? É claro Helena, você conseguiu.

Três dias haviam passado. Dias de puro nervosismo e trabalho. A poeira havia abaixado — todos os seres humanos sem super poderes havia voltado à sua antiga rotina monótona e entediante. Mas, apesar disso, as notícias só eram sobre “Os Vingadores salvam nossa amada NY”. As pessoas nunca iriam se esquecer deles. Nem mesmo Helena, com sua rotina atolada de trabalho, iria se esquecer daquele dia. Especialmente daquele que a salvou.

Helena balançou a cabeça e tentou parar de pensar naquilo. Toda vez que ela lembrava daquilo, ela ficava super agitada — e isso era tudo que ela não precisava naquele momento. Já bastava seu nervosismo atual. Helena mordeu os lábios, desesperada para que eu tivesse passado no teste para trabalhar em uma grande empresa de publicidade. Esse era o sonho que ela mais almejava desde que acabara a faculdade. Sua vida inteira dependia daquela vaga... e ela seria entregue agora.

A porta da diretoria foi aberta. Todos que estavam no saguão esperando olharam com expectativa para a secretária, que caminhava elegantemente até um mural para pregar uma folha com a ficha dos indicados. Helena logo percebeu que aquilo viraria um tumulto só, então correu até lá primeiro e rapidamente passou o dedo pela folha, buscando as letras de suas inicias. Helena sentiu como se o seu coração saísse pela boca e depois voltasse correndo para sua casa dentro dela.

Seu nome estava lá.

Helena virou seu corpo, andando automaticamente até sair do prédio, sendo acompanhada por James.

Ela parou de andar:

— Eu passei — suspirou, buscando ar depois. — Eu passei, eu passei, James! — Helena pulou em seu braço, mordendo seu ombro de tanta adrenalina.

— Ai! — James reclamou rindo, enquanto massageava o ombro mordido. — Não faça isso, já disse que não gosto...

— Ah, seu covarde — Helena o empurrou, tirando o celular do bolso da calça. Ele nunca havia vibrado tanto.

Eram inúmeras mensagens de Amanda. Normal.

“Bem Lena, o tarado do banheiro disse que você havia passado. Eu acredito que sim, e não vou optar pelo não... Eu desejo parabéns... EU FUI A PRIMEIRA! HÁ!”

“Mas sério agora, sua mamãe concordou em fazer uma grande festa no parque onde você gosta. Ain, era pra ser surpresa... Infelizmente você soube, e pior... Foi por mim.”

“Voltando, corra até o parque em que gosta de vir, e VENHA LOGO, porque os churros vão esfriar. Beijos de sua A.”

— Leia isso, Tarado do Banheiro — Helena empurrou o celular para ele antes de entrarem no carro.

— Só poderia ser ela, olha quantas emoticons — James murmurou alto o bastante para que Helena ouvisse. Ele tinha razão, as emoticons eram a marca registrada de Amanda.

— Eu sei que vocês se amam — Helena riu quando ele devolveu o celular e começou a dirigir.

— Sabe que meu coração tem dona...

Aquilo doeu um pouco. James adorava mandar indiretas. Desde quando Helena havia terminado o relacionamento deles, que já durava dois anos, ele ficara desse jeito. Continuavam amigos, mas era óbvio que ele ainda a queria.

Helena ignorou, mudando de assunto.

— Eu aqui fiquei pensando. Desde do dia que fui salva pelas mãos de um deus, nunca tive tanta sorte em minha vida!

James franziu a testa, com uma expressão de “maluca”. A cara exata que Amanda fazia. Mas qual é, aquilo era verdade! Thor, o deus do trovão, forneceu a ela muita energia positiva (como a sobrevivência, por exemplo). E a única forma que Helena podia retribuir era dar uma de desequilibrada quando se lembrava dele, todos os dias. Que forma idiota de se retribuir algo tão grande.

— Chegamos. — James fingiu ter ignorado, como Helena havia ignorado seu pensamento anterior.

Eles saíram do carro. O parque estava todo decorado com lâmpadas (uma vez que já estava anoitecendo) e um monte de crianças corriam sem parar. Helena avistou alguns conhecidos ali. Amanda e sua mãe vieram em sua direção.

— Precisava disso tudo? Acho que não — Helena respondeu sua própria pergunta rindo quando as duas vieram abraçá-la.

— Claro que precisava! Você merece — Dawn, a mãe de Helena, beijou sua testa. Depois abriu o espaço mostrando a quantidade de comida que repousavam na mesa gigantesca, e mostrou também alguns amigos.

— Não me faça negar — Helena apertou o braço da mãe, sorrindo. — E se eu não tivesse passado? Com que cara as pessoas me olhariam? E toda essa festa? — Helena tentou imaginar a situação ridícula que seria se ela tivesse sido reprovada. E se essa festa toda virasse uma comemoração de tristeza? Nossa. Helena nem queria pensar.

— Não vou negar, mas me deixe explicar. — Sua mãe a levou até uns dos bancos, sentando-a. — Essa festa não é só sua, é também pelo aniversário de sua prima, lembra? A Maya?

— Ah, é hoje! Nossa, me esqueci completamente — Helena bateu a mão na testa, fazendo sua mãe rir.

— Mas só que ela ainda não chegou. Ela ficou em Londres.

Helena assentiu. Aquilo não era surpresa. Em sua família, nenhum componente ligava um para o outro.

— E isso tudo, que é resto, ficou pra mim? Que ótimo! — Helena se levantou dali deixando sua mãe sozinha. Não era a primeira e nem seria a ultima vez que Helena ficaria em segundo plano. Como seu pai, por exemplo, que não foi dar-lhe os parabéns.

Helena cumprimentou algumas crianças que já havia cuidado como babá temporária (ela só queria juntar dinheiro para os afins da faculdade). O James e a Amanda estavam conversando num canto, e isso, mais uma vez, queria dizer que ela estava sozinha. Tinha tanta gente, mas nenhuma delas a conhecia direito.

Ela colocou as mãos nos bolsos e caminhou até o banco mais longe daquela festa. Como ela queria vê-lo de novo. Onde estaria esse deus? Sem dúvidas a primeira coisa que ela fez quando descansada foi procurar saber sobre ele. Pessoas dizem que ele é um mito, mas depois daquele dia, Helena achou melhor nem mexer com esse deus. Primeiro porque ela nem mesmo sabia como. Segundo porque, segundo os livros infantis, ele era um cara poderosíssimo e bem... alterado dos nervos.

Helena observou as estrelas... tão magníficas. Ela sorriu ao lembrar-se dos olhos de Thor. Azuis como uma safira. O deus parecia ter harmonia perfeita com o céu — os olhos da cor do céu azul; os cabelos como os raios de sol. Era mesmo um ser majestoso.

Enquanto sorria boba, Helena sentiu a presença de alguém ao seu lado. Virou-se para ver quem era e descobriu ser uma das poucas amigas que tinha.

— Maria — ela abriu os braços sorrindo e abraçou Helena.

— Helena, desculpe pelo pouco tempo de atenção que te dou. Esses dias o trabalho está me consumindo — Maria já ia abrindo os braços pra se explicar.

— Nem se explique, Maria. Eu sei que esse seu trabalho sempre te consumiu a vida toda.

Desde criança, Helena conhece Maria Hill. Mesmo sendo alguns anos mais velha que Helena, Maria sempre lhe deu atenção como uma boa irmã mais velha. Mas o trabalho que ela arrumou a deixava total e completamente sem tempo.

Maria riu.

— Está bem. Mas me diz. No dia do acidente por aqui, aquela guerra, sabe? Por onde você estava? — Maria perguntou, se sentando ao seu lado. Helena olhou atentamente para o rosto da amiga e notou que estava com um curativo.

— Aqui mesmo — Helena suspirou. Engraçado como o destino fazia seus pensamentos sempre fugirem para ele. — Fui salva por um desses ‘’heróis’’.

— É mesmo? — Maria arregalou a expressão, pasma. — Qual deles?

— E tinha mais? — Helena riu, espantada. Quantos daqueles teriam? Que coisa doida... super heróis em Nova York. — Se chama Thor. — Helena podia sentir o sorriso bobo se formando e o fechou imediatamente.

— Legal, mas tudo ocorreu bem?

— Tirando o fato do carro do pai da Amanda ter ficado esmagado, e de eu ter quase morrido duas vezes... bem, ficou tudo na mesma maresia de sempre, calmo demais. — Helena olhou de novo para o rosto de Maria, e a curiosidade falou mais alto. — Maria... o que houve com seu rosto? Está machucada.

Ela pareceu um pouco nervosa ao responder.

— Foi um pequeno acidente de carro... — ela engoliu. — Eu estava naquele tumulto e acelerei demais... acabei batendo. Nada grave.

Maria parecia estar mentindo; o que era estranho, porque elas nunca mentiram uma para a outra na vida. Mas Helena assentiu em compreensão. Parecia que aquele dia realmente não foi feito para os carros.

— Ainda bem que não foi tão grave.

— Bem, acho que vou ter que ir... precisam de mim — olhei para o relógio de meu pulso confuso.

— Ainda vai dar 22h00min horas da noite Maria — Helena arqueou as sobrancelhas. Não é possível que até numa noite de sexta-feira aquele trabalho a queria. — Noite de sexta-feira.

— Digamos que meu trabalho não tem hora marcada — Maria deu um sorriso contorcido. Levantou-se e puxou Helena para seu abraço.

— Parabéns pelo trabalho novo — Helena observou o rosto cansado de Maria enquanto ela falava. — Você está crescendo rápido demais.

— Obrigada, Maria. Espero que meu trabalho não me deixe assim.

— Bem que eu queria ter sua vida — Maria riu enquanto se afastava. — Até.

E depois sumiu no meio dos convidados, deixando Helena sozinha com as estrelas e lembranças.


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Notas finais do capítulo

Quanto mais comentários, eu fico bem animada! Beijos verdes



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