Apesar De Tudo escrita por YSA


Capítulo 2
1 — Gods And Monsters


Notas iniciais do capítulo

Olá amores! Quem está ansioso para mais um capítulo? Bem, lá vai o primeiro, bem especial. Achei engraçado esse capítulo, e quero saber o que vocês acham. Okay?
Quero agradecer pelos comentários, para quem favoritou e está acompanhando! Não vou ser chata mas quero a opiniões de vocês, meus leitores *-*. Beijos e boa leitura.



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Amanda Clarck •• Helena Fray

Os olhares cruzados das duas garotas pareciam tramar algo. Helena olhou por cima dos óculos escuros tentando disfarçar a gargalhada que estava preste a vir. Com um copo ela tomava uma vitamina de maracujá e leite sem parar.

— O trabalho daqui sempre é ótimo. Não é, Amanda? — ela dirigiu o olhar para a garota ao lado, que não parava de digitar algo no celular. Aborrecida por não tê-la ouvido, pegou a caneta que prendia os cabelos, puxou um guardanapo e anotou alguma frase.

’A minha consideração por você é egoísta e não permite a sua desatenção... ’’

Amanda observou o ato e riu.

— O que é isso? Algum número? – pegou ela e parecia tentar ler.

— Você só pensa em garotos ultimamente, que porcaria Amanda!

Helena repousou o copo — que estava quase pela metade — na mesa, desviando o olhar para o céu. Ele estava um pouco estranho.

— Ah, sua ogra! Você deveria se preocupar com sua aparência ou com seu cabelo. — Amanda voltou sua atenção para o celular, que não parava de vibrar.

Helena virou o corpo para trás escutando alguma gritaria. Aquilo a deixou preocupada. Levantou-se e tentou enxergar pela janela, mas tinha muitos anúncios colados, o que não facilitava ver.

— Amanda, o que você acha irmos para casa?

Amanda, ainda com a cara no celular, não deu a mínima atenção para amiga. Helena foi obrigada a puxar a mulher pela mão e levantá-la a força. Ela chamou o garçom para pagar a conta.

— Mas nós entramos agora! E você nem tomou seu lanche! — Amanda apontou para a refeição na mesa, reclamando.

— Eu o levo para casa — Helena entregou o dinheiro para o garoto com a gorjeta. — Espere aqui — ela levantou a mão, impedindo a garota de sair da lanchonete.

Helena saiu da lanchonete procurando pelo carro do pai da amiga, e de cara viu que algo realmente estava muito errado na grande Nova York.

Um certo e perigoso movimento vinha do lado contrário da rua. Várias pessoas corriam, ignorando as mesas e as próprias pessoas, empurrando tudo o que viam pela frente a fim de se salvar. Ela pensou em correr, mas hesitou por causa da Amanda, que agora corria em sua direção.

— Eu acho melhor irmos, esta acontecendo um ataque aqui. — ela levou o celular ao rosto de Helena. — Está em tudo que é site.

— É mesmo? Não diga? — Helena pegou o celular de Amanda, enfiando-o na bolsa dela — Como você é rápida! — revirou os olhos. — Eu quero sair daqui viva. Vamos de carro ou a pé?

Amanda deu de ombros.

— O carro não é meu mesmo.

— O mais incrível é que estamos lidando isso normalmente. Um ataque sobre nossas cabeças... super normal — Helena tentava ter uma agradável conversa para amenizar o nervosismo enquanto corria para o carro, puxando Amanda pelo braço.

— Eu acho...

Antes mesmo da outra menina ter a chance de falar, um enorme pedaço de prédio atingira em cheio o carro do pai da amiga, a apenas dois passos de onde as meninas estavam.

— Mas o que...

Assustadas, não sabiam o que fazer. Nenhuma das duas tinha nenhuma ideia para fugir dali — já que a próxima coisa que poderia cair não seria no carro, mas sim encima delas.

— Quando eu disser três, corra: um...

Amanda correu antes de Helena terminar alguma contagem. Helena tentou acompanhar, mas parecia que várias coisas caiam do céu e bem perto delas. Séria uma guerra do espaço? Ela olhou para trás, procurando por alguma possível vítima. Por um milagre, todos estavam bem — correndo feito loucos, mas bem. Olhou para frente outra vez... e não viu mais a amiga.

— Amanda? Ah, droga... AMANDA!

Helena gritou o nome dela desesperadamente por longos minutos, e nada da amiga aparecer. Onde a criatura se metera? Quando foi procurar na esquina mais próxima, de repente uma sombra anormal a sobrevoou. Nem teve tempo de olhar para o céu para ver o que era — seu corpo foi jogado bruscamente contra o chão... mas antes ela tinha tido a sensação de estar voando.

Helena notou (ainda em choque) que aquilo não era um pedaço de concreto como imaginara — era um humano. As mãos do desconhecido repousavam atrás de seu corpo, para que a queda não a machucasse. Mas quem... Helena abriu os olhos tirando os cabelos do rosto tentando encarar o ser que a pegava no colo.

— O que é que você está fazendo? — Helena tentou rapidamente se soltar dos braços fortes e desconhecidos.

— Por favor, senhora, é para sua segurança. — Helena ia começar a agredir tal homem, para que ele a soltasse. Mas antes de seus punhos o atingirem, seus olhos se encontraram com aqueles olhos azuis. Imediatamente, ela lembrou do céu límpido de uma tarde de primavera. Seus olhos... eram perfeitos!

Helena mal notou que estava sendo colocada de pé outra vez. Quando seus pés tocaram o chão, ela se sentiu aliviada. Levantou os olhos e avaliou o lugar.

— Onde estou? — perguntou se afastando rapidamente do homem.

Ela se viu no topo de um prédio enorme. Imediatamente o ar fugiu de seus pulmões, lhe causando vertigem. O prédio não era um dos maiores de Nova York, mas era grande o suficiente para causar um estrago em gente desesperada.

— Em um lugar seguro. — respondeu a voz grave e grossa.

Helena olhou indignada para ele, que fitava o alto.

— Como assim, “um lugar seguro?” Estou no meio do nada! Desde quando um prédio abandonado é um lugar seguro? — Helena correu até as barras de segurança que impediam uma queda de vários andares.

— Senhora, se sinta privilegiada de não ter ficado naquela confusão e estar salva. — Helena dirigiu um olhar irritado para ele... E então se arrependeu de ter sido rude. Ela ainda não tinha parado para reparar direito no homem. Ele era loiro, forte e de olhos lindos. Seu rosto estava congelado numa expressão preocupada: sua testa franzida, olhos apertados e maxilares trincados. Só agora ela reparou num martelo ridículo que ele segurava como se fosse a coisa mais sagrada do Universo. E sua roupa? Que roupa ridícula! Um tipo de armadura de couro cinza e uma capa vermelha esvoaçante. Antes de começar a rir, ela voltou sua atenção para o rosto do homem outra vez... e se encantou. De novo.

Helena se embolou para falar. Não tinha reparado que havia prendido a respiração.

— A minha... — pigarro — minha amiga ficou lá. — Ela apontava para alguma direção, ainda olhando para a boca do homem. Que rosada... Helena então reparou que estava apontando debilmente para o chão. Que idiota eu sou!, pensou. Rapidamente consertou-se: — Lá embaixo.

— Não se preocupe. — O homem olhava para a mão da mulher, que apontava para o chão. Arqueou as sobrancelhas louras. — Vou procurar por ela e deixá-la a salvo. — Ele começou a rodopiar o tal martelo, com o olhar no céu. Quando ela pensou que a cena não podia ficar mais ridícula...

Aquele martelo não parecia ter peso nenhum! Do jeito que ele o rodopiava, fazendo o martelo parecer uma mera mancha? Não devia pesar nem o equivalente a duas penas...

— Obrigada — Helena tentou sorrir para ele. Ela teve um sorriso caloroso em resposta.

— Ao seu dispor, senhora — o homem fez menção de sair, o que causou um leve desespero em Helena. Ela estendeu os dois braços na tentativa de alcançá-lo, mas ela mesma se afastara tanto...

— NÃO! — ela gritou. O homem arqueou as sobrancelhas, assustado. —... diga senhora, diga Helena. Eu me chamo Helena. Qual é o seu nome... senhor? — Ela respirou fundo depois de tal burrada. Depois aproximou-se dele sem medo. Ele era tão alto! Helena se sentiu uma criança perto dele. E, inacreditavelmente, ele ainda era mais forte de perto.

— Sou filho de Odin, pequena humana. E não me chame de senhor. Chamo-me Thor — ele sorriu, caçoando dela. Riu mais ainda quando Helena revirou os olhos e fez biquinho. Ele estendeu a mão grande. Helena fez o mesmo, na intenção de apertar a mão dele. Mas ele a surpreendeu beijando as costas de sua mão.

— Ahn... belo nome. — Ela olhava a mão, incrédula. Sorriu boba ao vê-lo analisando suas expressões.

— Tenho que ir humana. Midgard precisa de minha ajuda. — Ele começou a rodopiar novamente o martelo. O mesmo desespero anterior apoderou Helena.

— Espere! — ela gritou. Thor olhou pra ela, arqueando a sobrancelha direita. A vergonha se espalhou pelo rosto de Helena... mas a curiosidade era maior. — Será que eu posso...?

Thor ficou confuso ao ver Helena apontando para o martelo. Ele, então, entendeu. Mas ainda assim não acreditou no que ouvia.

— Ahn... à vontade. Mas eu acho melhor não.

— Não seja bobo — Helena murmurou, caminhando mais dois passos até Thor. Ela encostou no martelo e nos dedos do homem ao mesmo tempo. Imediatamente um leve choque passou de seus dedos até seu corpo inteiro. Que sensação... maravilhosa. Ela olhou para Thor, que ainda não havia largado o martelo. Arqueou as sobrancelhas.

— Ahn...

E então ele soltou.

Foi uma coisa inacreditável: no mesmo segundo em que Thor soltou o Martelo, Helena nem teve a chance de fazer força — o Martelo foi parar no chão, como se o concreto fosse um ímã. No momento em que o martelo se chocou com o chão, uma enorme rachadura se formou ao redor do objeto. Helena tentou levantá-lo... inutilmente. Aquilo pesava toneladas!

— Mas o que...?

— Só eu consigo levantá-lo — Thor explicou. Não parecia bem uma explicação: ele estava mais é se gabando de sua incrível força mesmo. — O dever me chama, humana.

— Ah! É mesmo... — Helena estava tão entretida no martelo (e no dono dele) que se esquecera que Nova York estava sendo atacada. — Bem... saia vivo disso... senhor.

Helena riu nervosa, de repente ganhando uma preocupação estranha, um instinto de proteção para com aquele homem. Também se lembrou da amiga dando a louca no meio da multidão.

— Quem sabe um dia nos esbarramos de novo, pequena? — Thor sorriu.

Ela assentiu animada.

— Mas da próxima vez não vai ser para me salvar... eu... espero. — Helena disse enquanto estremecia involuntariamente. Ele a olhou de cima abaixo; depois, dirigiu o olhar para abaixo de seus olhos e o olhar caminhou até a boca dela.

E esse foi o ultimo olhar, até que ele rodopiou o martelo pesadão, partindo com a sua capa voando contra o vento.

Helena suspirou alto e riu boba enquanto o observava subir aos céus. Que dia!, ela pensou. Ela caminhou até a beira do prédio, encostando a testa na barra de segurança. Deu-se conta (finalmente) que agora a situação realmente não era das melhores. Onde estava, o que estava acontecendo com Nova York, a amiga perdida lá embaixo...

E sua nova missão: procurar saber quem era ele.


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Notas finais do capítulo

:3