Apesar De Tudo escrita por YSA


Capítulo 17
16 — Decisions for the future.




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― Onde você estava? ― Fui abordada por Jane que estava praticamente descabelada e muito assustada.

― No meio daquela confusão. ― Apontei para a janela. ― Eu não acredito que tudo isso aconteceu. ― Sentei na pequena cama e segurei meu rosto.

― Conte pelo menos o que aconteceu! ― Disse Jane aflita sentando ao meu lado.

― Eu estava assustada e Frigga determinada. Foi um passe de mágicas, apareceram coisas estranhas, se posso dizer pessoas e começaram a quebrar as coisas do palácio...

Contei tudo o que eu sabia até o fato sobre mim que estava a suplicando por ajuda de Thor. Ela também havia relatado que foi uma mulher, ou melhor, uma guerreira, que levou ela e Sigina para os aposentos. Jane apenas ouviu e sentiu os tremores das explosões. Mas não se atreveu em olhar pela sacada do quarto.

― Sigina vem daqui a pouco. Ela estava a organizar tudo, junto com as outras. ― Jane apertou o meu ombro. Assenti cansada e fomos pegas de surpresa ao ouvir batidas na porta. Com um comunicado nada agradável, o enterro de Frigga, rainha de Asgard, seria à noite. E todos deviam estar lá, por ordem de Odin. Minha tarde vou resumida em troca de roupas, e choros silenciosos.

...

Andei silenciosamente pelas pessoas, eu não sabia se era por ser acompanhante de Thor, como também Jane, ganhou um lugar privilegiado. Também não sabia se era um rio ou um mar. Mas o céu estava repleto de estrelas que se tornaram mais visíveis. Thor estava logo à frente e Jane estava ao seu lado. Sigina topou em minhas costas e com um leve empurrãozinho, fez com que eu ficasse ao lado de Thor. Ele estava trancado em seu mundo. Com os olhares fixos na mãe que estava a navegar divinamente pelas águas de Asgard. Todos estavam vendo, não só para prestigiar a partida dela, e sim como a de todos os guardas que foram guerreiros e lutaram a cada segundo com o intuito de manter a salvo Asgard.

Vi prepararem uma flecha com fogo e logo foi lançada até a embarcação de Frigga. Assim se fez para todas as outras embarcações com os guerreiros. Meu corpo todo se arrepiou e um aperto no coração foi sentido, como se eu estivesse sentindo a dor de Thor.

Era extremamente incrível ver Odin lançar sua lança contra o chão e fazer as embarcações com os falecidos flutuarem no invisível do início da queda para o fundo das correntezas. E o que um dia já foi o corpo se transformar em pequenos pontinhos brilhantes e irem até o céu iluminando um novo lugar, transformando-se em estrelas. As pessoas soltavam pequenas e brilhantes formas esféricas no ar que flutuavam. Eu não agüentava guardar o que estava trancado em mim, lágrimas caíram sob o meu rosto, ver lágrimas escorrerem no rosto de Thor por causa da mãe foi algo que tocou no fundo do meu coração. E claro que eu pensei em minha mãe, tão misteriosa e imprevisível. Eu não saberia como reagiria quando ela fosse partir.

Narrador POV’

Todos sentiram a perda de vários entes queridos, e muito mais ao saber que a adorável rainha de Asgard iria para Valhalla. Onde todos os escolhidos por Odin reinariam em paz e alegria.

Para Loki, foi difícil de digerir aquela noticia. A única pessoa que ele mantia os mesmos sentimentos puros e confiava havia morrido. Do seu jeito, descontou a raiva nos objetos que ela própria levou.

Helena POV’

Eu não sabia para onde ia. Não era como antes. Muitos estavam fazendo algo muito importante para não ser parados, sem falar do medo que todos sentiam. Topei em meus cabelos que tinham seu aspecto normal, e segurei o vestido simples que trajava e segurei firmemente a pequena capa que cobria os meus ombros como forma de consolo. A enorme árvore a minha frente. Ela não era qualquer árvore. No centro daquele espaço enorme, que não estava destruído, ela era o destaque. Aproximei minha mão e topei em um dos seus troncos e do nada surgiu uma luz azul. Como uma projeção de todo o palácio apareceu deixando-me surpresa. Uma pedra, que fazia parte da projeção caiu sobre minhas mãos. Sorri maravilhada e a coloquei na outra mão. Era surpreendente a tecnologia que Asgard possuía.

Narrador POV’

Helena estava muito ocupada em mexer na projeção que estava a sua frente, os feixes de luzes ficaram em torno do seu corpo. Thor não parava de observar tamanha beleza. Ela parecia estar calma, o que o deixou mais aliviado. As coisas que ultimamente estavam acontecendo em torno dela o deixavam tenso. Ele estava de mãos atadas, sem nada para fazer.  Thor deu mais uns passos e atraiu com sua presença a atenção da mulher.

― Você está bem? ― Perguntou ele para a mulher que mantia a cabeça baixa e logo suspirou.

― Eu que pergunto. ― Falou Helena se aproximando dele. ― Eu sinto muito.

Um ato que foi pego desprevenido por Thor. Um abraço da pequena mulher, que o apertou com os frágeis braços.

― Tudo irá ficar bem Helena. ― Thor topou nos cabelos de Helena e acariciou levemente. ― O destino está me surpreendeu outra vez. ― Sorriu amargurado sentindo ainda fortemente a dor de ter perdido a mãe.

― Eu sei que você consegue. Você é o Thor. ― Helena passou as mãos no rosto limpando as pequenas lágrimas que caíram em seu rosto. ― Apesar de tudo, eu vejo que tudo tem uma razão de continuarmos em frente.

― A minha razão é você. ― Thor disse em um sussurro. Helena havia se arrepiado, ainda mantendo a cabeça abaixada e olhando para as suas mãos, sentiu o toque de Thor em seu rosto. ― Quando você voltar para sua vida normal, o que ira fazer?

Aquela era uma pergunta que não iria calar Helena, se sentia angustiada e ansiosa para ficar bem, mas com tantos problemas e a prova que os inimigos que estavam enfrentando não eram nada fracos a deixaram com pensamentos pessimistas outra vez.

― Eu nem sei se vou voltar. ― Murmurou melancólica. ― São tantas coisas que estão dando errado.

Fechou os olhos e riu para si mesma.

― Não fale assim Helena, você prometeu acreditar em mim. ― Thor apertou os braços da mulher a fazendo fechar os olhos e morder os lábios devido à força exercida no aperto, tinha doído.

― Eu prometi e acredito. Mas olhe em sua volta. ― Colocou uma mão no rosto de Thor. ― Sua mãe...

Ela não conseguiu falar mais devido à expressão de Thor.

― Eu não reconheço mais a garota que salvei em Nova York. ― Ele disse colocando as mãos no rosto de Helena.

― As pessoas mudam, e você não estava lá. ― Deu de ombros se afastando.

― Helena! ― Thor praticamente tinha gritado. ― Eu não quero ser rude, mas você está sendo precipitada demais.

― Tudo bem, me desculpe. ― Colocou as mãos no rosto e encostou-se à parede próxima. Suspirou sentindo as lágrimas escorrerem pelo rosto. ― Foi minha culpa. ― Topou no peito. ― Se eu não fosse idiota o suficiente de entrar na fábrica...

― Não teria me encontrado. ― Thor abraçou o corpo da mulher levantando-a do chão. ― Olhe para mim, humana.

― Não. ― Riu em meio das lágrimas.

― Eu me lembro da primeira vez que nos vimos. ― Helena sentiu a voz de Thor perto do seu ouvido. ― Você lembra?

― Claro que eu lembro. ― Riu balançando os pés constatando que não estava no chão.

― Eu havia dito em uma possibilidade de nos vermos novamente. No meio daquela confusão. ― A garota sentiu os beijos do deus no seu rosto. ― Você estava muito curiosa e aflita, foi até que agradável naquele momento de guerra.

Thor beijou suavemente o queixo de Helena, e receoso com a reação da garota, sentiu um leve aperto no seu ombro.

― Eu estava estupidamente surpreendida. ― Fechou os olhos suspirando com os beijos de Thor no pescoço.

― Eu nunca vou esquecer esse dia. ― Disse em meio aos beijos no pescoço de Helena.

― Eu também não, um dia que quase morri três vezes. ― A piadinha de Helena fez com que Thor parasse com os beijos e a encarar seriamente.

― Não foi apenas uma vez? Comigo? ― Helena sorriu envergonhada e revirou os olhos, bastava ter sido salva por ele que tinha se metido em mais duas confusões.

― Bem... ― Thor a viu revirar os olhos e suspirar. ― Duas coisas estranhas me salvaram. ― Thor murmurou que continuasse. Helena olhou para os lados e percebeu que estava tudo quieto como tinha visto pela primeira vez. E apenas tinha ela e Thor que praticamente estavam escondidos. ― Foi uma espécie de homem ou sei lá o que era. Tinha uma cor verde e salvou-me de uma lagarta voadora.

Thor sorriu ao lembrar-se de Bruce Banner.

― E a outra foi um homem com uma fantasia ridícula. Com um escudo. ― Ela topou nas mechas loiras de Thor, e desejou cabelos como aquele.

― Bruce Banner e Steve Rogers. ― Thor se lembrou dos companheiros da batalha. ― Irei lembrar-me de agradecer a eles.

Helena piscou vagarosamente com aquele comentário. Então ele voltaria para a Terra. O coração começou a disparar rapidamente e se sentiu estúpida ao ver que Thor a olhava de um jeito diferente. Sua tristeza parecia ter ido embora, e de resto ficava um olhar curioso.

― Thor, a primeira coisa que eu irei quando chegar a Terra. ― Tossiu levemente e olhou para os olhos significantes de Thor. ― Irei falar com meu pai, sem dúvidas. Depois, talvez, com minha mãe.

― Já está decidindo seu futuro? ― Sorriu ele se sentindo vitorioso por deixá-la aparentemente feliz.

― Sim. ― Sorriu aliviada ao vê-lo sorrir. ― E cancelarei tudo que comprometa meu futuro. ― Helena pegou no rosto de Thor aproximando. ― Eu...

― Você... ― Thor respondeu esperando mais um movimento da garota.

― Irei... ― E apertou mais as mãos no maxilar de Thor. E sentiu a barba fazer cócegas.

― Sim querida? ― E com um impulso, beijou Thor. Nunca havia beijado assim, ambos. A necessidade de sentir que estavam juntos, um com outro, sentindo a mesma coisa era indescritível. Helena ajeitou o braço e apertou a nuca de Thor para aprofundar o beijo. A parede parecia ser invisível para os dois, Helena se sentia espremida contra ela. As mãos de Thor seguraram a cintura feminina e apertou. Helena não deixou de corresponder o ato com um suspiro. Ela fazia questão de puxar levemente os cabelos cumpridos e loiros de Thor. E assim ele fez também. Thor abriu os olhos e beijou avidamente mais ainda, mas aquilo devia acabar, estava indo longe demais. Hora errada, lugar errado.

Distanciou-se da garota que ainda tinha os olhos fechados, uma respiração ofegante e um rosto vermelho.

― Eu fiz algo de errado? ― Perguntou ela assustada, e logo topou a mão nos lábios, estavam inchados e provavelmente vermelhos.

― Não. ― Thor olhou em direção da porta e contou mentalmente pela presença de alguém.

― Então... ― Helena não iria perguntar por que havia parado, apenas ficou estática na parede. Piscou os olhos tentando quebrar aquele momento calmo e voltar à realidade dolorosa.

 ― Me desculpe se fui longe demais. ― Olhou para ela que estava arrumando os cabelos.

― Não. Não tem com que se preocupar. ― Helena riu mentalmente e foi até ele. ― Você por um momento esqueceu-se de tudo, assim como eu.

― Me perdoe se... ― Antes mesmo que Thor terminasse de falar, um guarda que parecia ser superior entrou na sala com vários outros atrás.

― Helena Fray, precisa vir conosco. ― Disse o guarda deixando-a surpresa. Thor colocou uma das mãos nos ombros de Helena e a guiou para trás.

― O que querem com ela? ― Perguntou autoritário e com uma voz mais rouca que o habitual.

― Ordens de Odin. ― O primeiro se reverencio e em seguida os outros.

― Vocês não podem dizer para onde a iram levar? ― Thor perguntou ficando na frente de Helena. Ele tinha receio que a levassem para as prisões. Lugar onde o seu pai a queria, ainda com raiva e movido pela perda de Frigga culpou Helena, mas logo reconheceu que estava errado.

― Ordens de Odin, por favor, Thor. ― Pediu um deles com receio do tom de voz de Thor.

― Thor. ― Helena o chamou. ― Me deixe ir.

Ela tentou passar por ele, mas foi barrada.

― Ela não vai a lugar nenhum sem o meu conhecimento. ― Thor segurou as mãos frágeis de Helena. Ela o olhou e sorriu.

― Um minuto, por favor? ― Pediu ela para os guardas que assistiram com receio.

― Você irá ficar comigo. ― Disse ele mantendo um olhar autoritário.

― Ah! Vamos lá Thor! ― Riu Helena topando no seu ombro. ― Eles irão levar para um aposento. Irei descansar. ― Sorriu e o abraçou. Depois se distanciou.

― Helena... ― Ele tentou pegar na sua mão, mas foi sem sucesso.

― Fique calmo. Você me disse que se segurava. ― Piscou com um dos olhos com um sorriso travesso nos lábios. Thor ficou confuso com aquilo que ela havia dito e a observou sendo acompanhada pelos guardas. Bufou mais uma vez e foi a procura de respostas.

...

Helena olhava atentamente suas mãos. Havia muitas coisas erradas na vida, mas nunca ficou tão confusa como agora. Sempre que fazia, se arrependia na maioria das vezes, mas não como aquela. Sentia-se fraca, indefesa e sem qualquer tipo de chance de se salvar. Suspirou várias vezes e olhou ao redor. Não estava no quarto a qual tinha passado a noite, e sim em outro onde ficava bem afastado. Helena preferia ficar nas prisões, assim se conformaria com aquele total afastamento e castigo.

Levantou-se de uma das cadeiras ao seu redor e foi até a sacada. Havia muitas flores, rosas e pequenas. Topou em uma delas pronta para tirar uma pequena flor e foi atingida por algo pontiagudo.

Uma pequena gota de sangue pingou na pétala a deixando surpresa, tão bela e perigosa. Sorriu em meio dos pensamentos e notou algo se vermelho ampliar da pequena gota de sangue. Uma enorme macha vermelha que parecia ganhar vida se ampliou no campo de visão. Ela tinha certeza que estava alucinando, mas por causa da coisa que estava dentro de si. Ela viu, e se arrependeu. Uma visão a deixou com total medo, Asgard era tomada por escuridão. Notou vozes desesperadas e logo sua visão ficou totalmente escura.


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