Apesar De Tudo escrita por YSA


Capítulo 15
14 — The goodness of Frigga




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Os dedos da garota tocaram no vestido o levantando para descer as escadas. Helena não era muito acostumada com a altura que o vestido tocava. Para cair e fazer um estrago era fácil para ela.

Espero não me perder. Pensou observando algumas crianças. Pareciam entediadas com as mãos no queixo. Helena desviou os olhos, aquele lugar realmente era muito bonito. Cheios de árvores típicas com flores, muitas escadas. Ela mordeu os lábios se dirigindo aos garotinhos que a olharam curiosas.

― Oi. ― Helena abaixou-se perto deles para pegar uma espécie de bola dourada, e muito pesada.

― Oi. ― repetiram ao mesmo tempo. Um garotinho de cabelos loiros olhou para o que estava na mão dela.

― Isso é seu? ― Helena perguntou tentando chamar a atenção deles.

― Sim. Mas ele não quer mais abrir. ― a jovem pegou o objeto estranho e apertou contra as mãos procurando por um botão.

― Como abre? ― ela perguntou quando o loirinho se aproximou em pegou das mãos dela a bola circula jogando para cima.

― Tenta. ― ele colocou de volta nas mãos de Helena que sorriu e se levantou se afastando um pouco.

― Eu vou tentar. ― ela preparou para jogar. ― Tapem os olhos. – e Helena fechou os olhos e jogou para cima. Abriu um dos olhos percebendo que a bola não tinha voltado, procurou pelo chão e não tinha nada.

Helena sentiu seu vestido ser puxado pelo garotinho apontando para cima. Helena colocou a mão no lado esquerdo do peito onde sentiu seu coração bater aceleradamente. A bola que estava em sua mão tinha sido aberta e tinha uma pequena bola dourada e tiras metálicas que se contorciam ao redor dela com pequenos pedaços do que foi a crosta daquilo.

― Uau. ― ela ria sem parar com o garotinho que percebeu que ela nunca vira isso. ― Isso é muito interessante. Nunca vi um desses onde eu moro.

― Onde a senhora mora? ― Helena se abaixou topando na franja do garotinho.

― Em um lugar bem distante, lá é legal. Mas eu gostei daqui. ― ele sorriu e correu de volta ao lado do outro. Ela já estava sentindo uma dor na cabeça por ficar olhando tanto para cima. Virou a cabeça para relaxar e percebeu uma pessoa a observando, virou duas vezes e notou que Thor a olhava com um sorriso. Helena deu um pequeno sorriso e acenou. Thor reparou que ela estava bem vestida. Não que as roupas que ela é acostumada a vestir a deixavam feia, e sim, aquele vestido azul a deixou muito atraente. A pele dela em contraste com o sol e o sorriso dela era uma das coisas mais bonitas que ele já tinha avistado. Ele andou até ela e percebeu que estava quieta demais.

― Isso é extraordinário. ― apontou para cima ainda não acreditando. Helena preferiu ficar quieta e não tocar em nenhum assunto sobre a última conversa que tiveram antes que saísse algo de errado e ficassem sem falar de novo. Mesmo querendo tirar algumas satisfações por ele aceitar bem sobre o seu relacionamento na terra, deixaria com que ele começasse a falar.

A bola que estava aberta caiu justo nas mãos de Helena, já fechada ela entregou para o garotinho.

― Obrigada. ― colocou nas mãos dele que sorriu. Helena acenou e percebeu que Thor estava próximo de si, sentia aquele calor que o corpo dele irradiava. Virou-se para ele que riu ao ver o garoto surpreso.

― Vamos? ― ele mencionou que deveria seguir em frente.

― Espera. ― ela falou fazendo o parar e riu pelo jeito que ele sorria.

― Bom, eu devo agradecer pelo bom recebimento que estou ganhando aqui, pelas roupas, jóias que acho que eu nem mereço. E daquela garota Sigina. Se não fosse ela não saberia fazer nada aqui. ― ele riu, topando com uma mão o braço de Helena e deslizou para a mão.

― Você merece de tudo mais um pouco Helena. ― ele beijou a mão delicadamente.

― Thor. ― riu e ele logo começou a andar.

― Vou lhe mostrar cada ponto importante do reino de Asgard. ― eles entraram em um grande lugar aberto com várias árvores que se assemelhavam a flor de cereja. Helena não sabia ao certo, mas continuo atenta a Thor que contava algumas histórias sobre aqueles lugares. De como foi sua infância ali, dos dias de comemoração. Até uma piadinha Helena tirou o fazendo gargalhar.

― Bem já que tudo está bem, podemos continuar aquela conversa? ― Helena encarava as mãos um pouco nervosa. Sua promessa antes do passeio foi quebrada por sua ansiedade que não parava de gritar.

― Se estiver se sentindo bem, claro. ― respondeu andando devagar perto dos canteiros de flores.

― Eu que devo perguntar se esta se sentindo bem, já que você saiu sem dizer o porquê. Apressado demais... ― Helena pode ver a testa dele enrugada e o maxilar trincado. Era sempre assim quando ele ficava nervoso.

― Me perdoe. Eu deveria ter ficado e ter lhe escutado. ― segurou as mãos de Helena. Ela apertou uma delas, e sorriu o olhando.

― O que você quer saber? ― ele balançou a cabeça a puxando para voltar a andar.

― Eu acredito em você, confio. ― respirou fundo, e segurou a cintura dela a surpreendendo. ― Vamos resolver isso quando tirarmos o Éter de seu corpo. Quando estiver bem, e com sua vida normal de volta.

― Thor, por favor. Não vai haver depois. Por que eu pensei ontem e decidi o que devo fazer. ― Helena pode perceber o forte aperto em sua cintura. ― Eu percebi que o casamento só ia me levar para dentro de um poço. Ele só é um amigo, basicamente. Sempre me ajudou. Me fez esquecer-se de tudo e pensar em uma vida diferente. Então devo dizer que estou sem ninguém. ― riu olhando para o dedo, já que antes de sair do restaurante tinha colocado a aliança na bolsa. ― Vou deixar o tempo passar e ver o que ele quer dizer.

― Se é isso que quer não vou forçá-la a nada. Só quero que me acompanhe para vermos um dos pontos mais altos de Asgard. ― ele continuou andando e Helena percebeu que ele estava normal. Ela tinha certeza que tinha falado que estava só. E ele simples assim deixou? Não se intervindo ou falando alguma coisa? Olhou para o chão frustrada por se expor demais. Torcia para tudo aquilo passar logo. Olhou para o céu tão diferente, mas era familiar ao seu que ficava na Terra.

...

Helena percebia vários tipos de olhares quando eles entravam em um novo corredor. Thor estava sorrindo enquanto contava algumas coisas resumidamente sobre tudo. Ela assentia, a cada coisa, mas seus pensamentos estavam na terra. De como explicaria a todos o que estava acontecendo. Ainda mais com Charlie. Seria tão fácil assim como foi com Thor?

...

― Os mundos estão quase se aliando. ― uma voz grave tirou todo o silencio que reinava, Malekith olhou bem para o núcleo da nave e com uma mão puxou uma adaga, andando vagarosamente até o centro de Elfos Negros.

― Você será o ultimo dos Kursed. ― um globo na frente de Malekith foi revelado mostrando o alinhamento com os demais planetas. O qual ele observava séria a Terra.

― Deixe que minha vida seja sacrificada. Não é nada menos do que nosso povo fez, ou o que você fez. ― ambos os seres caminharam uma para o outro. Algrim ficou frente a frente com Malekith. Logo foi atingindo por uma adaga perfurando abaixo de suas costelas. Ele se retraiu, mas manteve-se forte. Malekith encostou sua testa com Algrim em sinal de respeito.

― Você se transformará em trevas, condenado a existência até que ela o consuma. ― um elfo entregou para Malekith uma arma das trevas. Ele aproximou do corte e colocou-adentro da ferida. ― Até lá, o poder de nossos inimigos não conseguirá detê-lo.

― Dizimarei suas defesas e garantirei seu retorno a um universo novo. – tremulou respondeu com a vontade de um triunfo para toda a sua faça. Malekith distanciou um pouco para que um dos elfos apresentasse uma mascara para o disfarce de Algrim.

...

E lá estava Heimdall abrindo o portal outra vez. Nunca virá tantos prisioneiros chegarem a Asgard em um dia só. Ao ver que ninguém mais faltava chegar, fechou o portal observando os prisioneiros e as vozes dos tagarelas, se referia aos três guerreiros.

― Agir como babá desses criminosos está abaixo de nós. ― Volstagg disse em um tom de ironia ao perceber que Frandall batia em suas costas rindo.

― Se eles estivessem abaixo de você, amigo redondo, estariam mortos. ― confessou com uma gargalhada.

Heimdall estava no topo, atento aos prisioneiros que passava a sua frente. Ele percebeu algo estranho, não o normal que os prisioneiros transpareciam , balançou a cabeça negativamente, estaria forçando demais sua mente. Afastou o pressentimento e voltou vigiar Asgard.

...

Só se ouvia passos ritmados dos prisioneiros em direção as prisões. Vários tipos de criminosos se encaminhavam para a cela. Sim, eles eram perigosos, mas nada comparado ao único prisioneiro solitário bem vestido que tinha uma sela privilegiada de conforto.

― Fiquem em fila! Andem! ― gritou um dos guardas aborrecidos pelos criminosos que tentavam fazer alguma graçinha.

― Odin continua me trazendo novos amigos. Quanta consideração. ― disse uma pessoa com uma voz repleta de sarcasmo que encarava atrás da tela de proteção.

― Os livros que eu mandei, não são do seu interesse? ― a bela voz cordial atravessou aquela sela trazendo harmonia.

― E como devo passar a eternidade? Lendo? ― perguntou sugestivo com as mãos para trás olhando a sua suposta mãe.

― Fiz tudo que podia para deixá-lo confortável, Loki. ― respondeu Frigga calmamente para o homem tomado de frieza, a sua frente estava ele procurando alguma chance de sair daquela prisão. Sem sucesso, já que ela só levava livros e perguntava como estava. E algumas noticias nada importantes que fariam a rotina dele mudar.

― É mesmo? ― colocou as duas mãos na mesinha ― Odin também está preocupado? E Thor? ― Frigga balançou os ombros curiosa pela pergunta do filho. ― Deve ser inconveniente ter os dois perguntando por mim dia à noite. ― Disse com uma falsa culpa e dor.

― Sabe muito bem que suas ações o puseram aqui. ― Falou em um tom severo para Loki, que entortou a cabeça entediado.

― Minhas ações? ― levantou as mãos rindo. ― Só estava esclarecendo a mentira que me contaram a vida toda que eu nasci para ser rei. ― Desviou o olhar da mulher e começou a andar em círculos pela sela.

― Rei? Um verdadeiro rei admite seus erros. E as vidas que tirou na terra? ― Frigga levantou o tom da conversa pronta para dar uma bronca.

― São poucas, comparadas ás que o próprio Odin tirou. ― levantou os braços, como uma reverencia ao falar o nome do homem que um dia chamou de pai.

― Seu pai... ― Frigga começou a falar quando foi interrompida por um Loki descontrolado.

― Ele não é meu pai! ― gritou descontrolado percebendo da burrada ao gritar em frente da mulher frágil que só respirava com um olhar desolado.

― Então, eu não sou sua mãe? ― os olhos lagrimejados da mulher realçavam os olhos claros que tanto sofria ao ver Loki preso na sela. Por tudo que ele fez, ele sempre seria o seu filho.

― Não é.

Frigga deixou um riso escapar se aproximando do deus da trapaça.

― Você sempre foi tão perspicaz sobre todos menos sobre si mesmo.

Sorriu ao ver Loki se aproximar e com uma tentativa de segurar as mãos da mulher. Tinha sido tarde demais, já que a ilusão que ela sempre fazia para se encontrar com ele se desmanchava. O que lhe restava foi um olhar de dor de Frigga, sua mãe. Loki fechou os olhos respirando fundo voltando a seu semblante sério e despreocupado com tudo aquilo que acontecia a seu redor.


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