Hope for Us escrita por Lady Anne


Capítulo 23
Capítulo 21: Sentir


Notas iniciais do capítulo

MEU DEUS! Espera, isso é um capítulo novo de Hope for Us? Ela voltou mesmo?
É ISSO AI! Okay, estarei recebendo as pedradas e as agressões por MP e correio, porque eu mereço. Anne está DES-MA-IA-DA.
38 dias, vocês pensaram que eu as abandonaria, não foi? Tenho certeza que a maioria se não todas me abandonaram, mas eu não desistiria dessa história, muito menos depois de ver os novos episódios de The Walking Dead!
Mil perdões, minhas crianças, janeiro foi um mês louco na minha vida, to vendo que 2015 será um ano louco, mas não abandonarei essa fanfic, tenho um carinho imenso por essa história e por vocês!
Obrigada a todos que me apoiam, ao Caio, ao Lucas (obrigada querido, por não botar fogo no meu quintal, tia Anna agradece ♥), as meninas do grupo Dramas de Leitora, gente, vocês são demais! Obrigada aos novos reviews, novas leitoras, as velhas leitoras, aos fantasmas, obrigada de coração gente, e eu vou responder cada review lindo de vocês, não se preocupem!
Desculpem por sumir, aconteceu muita coisa ai, bloqueios e etc, mas minhas ideias para Hope continuaram fluindo, e estão todas anotadas, muita coisa boa pra vocês...
Minhas queridas, curtam esse capitulo ainda tranquilo, porque próximo capítulo vai pegar fogo *lê Carol*, vocês ficarão abaladíssimas!
Não me assassinem por não ter rolado um ultimo beijo do shipper. Mas calma, vai ter muito drama ainda, até esse beijo.
Bom moçada, é isso, ta tudo bem com vocês? Como estão curtindo esse feriado?
Desculpem de novo, obrigada novamente, e eu amo vocês, sempre!
Beijos, tudo de melhor e Chandler sempre! (Chandler que por sinal esta muitíssimo bem nesta temporada...) ♥



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– Eu sinto muito, Beth.

Estava sentada ao lado dela na cama, esperando ver lagrimas ou algum tipo de tristeza, mas os olhos dela eram frios, e seu rosto era neutro. Tinha seu diário no colo, ultimamente eu sempre a via carregando-o, parecia ter muito que escrever o tempo todo.

– Eu também sinto. – ela respondeu com indiferença – Mas nós estamos sentindo há muito tempo, não é?

Desviei os olhos dela para o chão e concordei quase imperceptivelmente com a cabeça, porque era uma grande e dolorosa verdade. Fiquei alguns segundos em silencio encarando meus tênis, então eu me dei conta do que ela queria dizer com aquilo.

– Então acha que não devemos mais sentir? – arqueei uma sobrancelha com incredulidade.

Ela se levantou e depositou o diário sobre a cômoda, ficando de costas para mim enquanto encarava o caderno.

– Talvez. – deu de ombros – Acho que sentir acaba sempre piorando as coisas.

Eu abri e fechei minha boca várias vezes enquanto procurava as palavras certas para dizer o quão frio e estranho era ouvir aquilo logo dela, que sempre me pareceu extremamente sentimental.

– Quer dizer, acho que isso torna as coisas mais fáceis. – Beth se virou e sorriu.

Então eu encontrei exatamente o que queria dizer.

– Não tem que ser fácil, Beth. – ela me olhou com confusão – Não da para se acostumar com a morte das pessoas que amamos.

Encarei-a fixamente, ela se mantinha em silencio olhando para o chão. Eu jamais havia me perguntado de que forma a realidade atingia Beth, eu sabia que Carl tentava ser durão o tempo todo e encarava o mundo como um balde de lixo, e Rick se concentrava em ser o líder e tentava ser o mais sensato sempre, esquecendo de si mesmo.

Mas Beth não deixava transparecer, talvez porque estivesse tudo guardado naquele caderno com que andava, e nas cicatrizes que eu havia notado em seus pulsos muito tempo antes.

– A morte dessas pessoas precisa ser sentida porque você as ama, elas merecem algum luto em minha opinião. – desviei os olhos dela, esperando que dissesse algo.

– Tem razão, elas merecem. – Beth disse quase num sussurro – Mas eu já estou cansada de chorar, Hope. De sentir.

“Estou cansada de chorar” – eu mesma havia dito aquela frase não muito tempo atrás, e eu podia entendê-la. Mas Beth ainda tinha muita gente, quando eu disse estas palavras não havia aos menos alguém para ouvi-las.

Estendi uma mão a ela, que não hesitou em pega-la.

– Eu decidi chorar pelo o que vale a pena, e foi uma ótima escolha. – me lembrei daquela tarde, em que eu havia chorado ao lado de Noah, e como eu precisava daquilo – E sentir é algo necessário para continuar são nesse mundo.

Ela me olhou com curiosidade, então expliquei.

– Sentir é o que nos diferencia dos errantes, é o que mantém o que nós somos. – virei à mão dela na minha, deixando as cicatrizes visíveis – E o que talvez nos torna mais fortes.

Ela puxou a mão delicadamente, e passou o dedão sobre as marcas finas nos pulsos.

– Eu era tão estúpida e fraca quando fiz... Isso. – ela puxou a manga da blusa para cobrir – Não quero mais ser aquela garota.

Ela se aproximou e sentou ao meu lado na cama, seus olhos tinham uma estranha expectativa, como se me perguntassem “e então, qual a receita de ser forte?”. Eu rezava para que ela não fizesse essa pergunta, porque eu mal sabia responder de que modo havia sobrevivido até ali, não é como se eu tivesse adquirido a habilidade “Ninja do Apocalipse”.

– Beth, se tornar forte não é algo que você aprende a ser. – ela balançou a cabeça, assentindo, parecia determinada – Você com certeza sabe a história das pessoas do grupo – tirando o Daryl, porque ninguém sabe a história desse comedor de esquilos – , sabe que todos passaram por situações bem difíceis até aqui, na verdade não ha alguém vivo que não tenha passado, não é mesmo? É disso que estou falando, são as situações que vão fortalecer você, que vão te ensinar. As perdas. – engolimos em seco.

– Bem... Talvez eu já devesse ter aprendido. – ela colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha – Sabe, é bem admirável o modo como você vê as coisas, e se como disse são as situações que mudam as pessoas, imagino que passou por mais do que conta.

– É, talvez, mas foi antes disso. – dei de ombros querendo fugir do assunto família.

– Entendo. – ela disse desconfortável, provavelmente por perceber que eu não queria entrar no assunto – Mas você se saiu bem, continua sendo Hope, a garota do beisebol.

Nós automaticamente direcionamos o olhar para minha blusa de mangas do Texas Rangers e começamos a rir. Se alguém estivesse me procurando só precisaria perguntar pela torcedora.

– Se eu não fosse mais Hope, teria atirado em Carl no dia em que nos conhecemos, tentaria pegar a mochila dele e falharia, porque Rick atiraria em mim, e com razão. – sim, eu podia ter atirado em Carl Grimes, e morrido sem saber o quão babaca ele era – Mas eu cometi um erro que poderia ter me matado, mas me salvou. Ele podia ser tão ruim quanto todos os outros, mas eu soltei minha arma porque sou a garota que deposita confiança em um par de olhos azuis faiscantes e num chapéu de cowboy sem estrela.

Ela me dirigiu um sorriso compreensivo, então foi sua vez de pegar minha mão. Eu nunca tivera uma melhor amiga – tirando Will, e Carl, e o quanto considero Caroline Brown –, então ter Beth ao meu lado era como ter uma melhor amiga finalmente.

– Sabe, você deve cuidar dele, do Cowboy. – ela apertou minha mão com carinho – Se eu posso te dar algum conselho, é esse. Não deixe que ele escape.

Eu apenas sorri e apertei a mão dela de volta, não sabia o que dizer, só sabia que aquelas palavras eram doces, porém desnecessárias, porque uma das únicas certezas que eu tinha na vida era que não sairia do lado daquele babaca tão cedo, não importa o tipo de relação que nós tivéssemos.

– Não se preocupe, eu ainda estou devendo a ele e ao Rick, nenhum dos dois vai se livrar de mim até que eu pague. – me levantei da cama, soltando a mão dela.

– Tenho certeza que a ultima coisa que Carl quer é se livrar de você. – ela também se levantou, parando na minha frente.

Antes que eu pudesse enrubescer pelo comentário sobre Carl, fui surpreendida por um abraço de Beth, aparentemente eu precisava de um, ou ela precisava tanto que dispensou qualquer aviso prévio, o que de maneira alguma me ofendeu, então eu rapidamente correspondi o abraço.

Abraçá-la era como abraçar uma boneca um pouco maior que o normal, porque eu não era alta, mas mesmo assim ela conseguia ser menor.

Obrigada, Hope. – ela me apertou em seu abraço uma ultima vez, então me soltou e sorriu amigavelmente – Boa noite, vá ler um pouco de Homem-Aranha com o seu Cowboy.

Mostrei a língua a ela involuntariamente pelo comentário.

– Não por isso, e ele não é meu. – respondi rindo – Boa noite.

Deixei a cela com um sorriso no rosto, porque parecia ter a ajudado, a baboseira havia funcionado de novo. E, além disso, aparentemente eu possuía Carl.

Enquanto líamos junto na minha cela as novas revistas em quadrinhos que Michonne havia trazido, eu contava sobre a conversa com Beth e minha narrativa recebia um comentário ou outro dele de vez enquanto, parecia desinteressado e mais quieto que o normal.

Eu não sabia se era pela morte de Zack ou pela descoberta de que sua melhor amiga tinha um irmão mais novo irritante, mas achava que era a segunda opção e que ele estava emburrado comigo, mesmo sem ter demonstrado mais cedo.

Estávamos no beliche de cima sentados cada um de um lado da cama, e eu podia perceber que Carl não estava concentrado na leitura. A revista estava em seu colo, mas ele olhava para todos os lados dela como se lesse vários quadrinhos separados, e roia as unhas da mão esquerda rapidamente, o que não era uma mania dele.

– Cowboy... – chamei sua atenção e ele murmurou em resposta, sem olhar para mim – Esta... Bravo comigo?

– O que? Por quê? – ele largou a mão e me olhou com as sobrancelhas arqueadas – Não, não estou.

Estranhei a velocidade com a qual ele falou, normalmente era calmo se não estivéssemos discutindo ou jogando alguma coisa.

– Se for sobre o Noah... – ele me interrompeu antes que eu terminasse.

– Não, não se preocupe, não tem haver com o Noah... – o vi hesitar ao meio da frase, então terminá-la em um sussurro, falando mais para si do que para mim – Na verdade, tem sim.

– Tem? – arqueei uma sobrancelha.

Ele me encarou apreensivamente por alguns segundos, então jogou sua revista em quadrinho na cômoda embaixo de nós e se aproximou de mim de forma brusca, tão próximo que achei que fosse me beijar, mas parou a alguns centímetros me olhando fixamente.

– Você não sabe nada sobre o que as crianças fazem na biblioteca, sabe? – franzi a testa sem saber onde ele queria chegar.

– Elas... Lêem? – sugeri, porque era obvio.

Carl revirou os olhos, então olhou para a entrada da cela com desconfiança e de novo para mim, estava escondendo algo e era muito visível – parecia Daryl tentando encobrir Noah na torre.

– Tem que prometer que não vai contar pra ninguém. – disse gravemente – Nem para o meu pai.

Estava preocupada por ser um segredo tão grave que não poderia ser contado ao Rick, e ainda mais porque aparentemente é algo que Noah devia ter me contado, mas mesmo assim levantei minha mão direita num juramento silencioso que Carl compreendeu, assim tomando fôlego para soltar seu segredo em uma frase.

– Carol esta ensinando as crianças a usar armas na biblioteca. – arqueei as duas sobrancelhas com surpresa – Sem a permissão dos pais delas.

Fiquei alguns segundos apenas encarando a parede atrás de Carl, pensando se isso era tão grave quanto parecia, e imaginando um bando de crianças usando laminas finas como em um anime de ninjas.

– Do jeito que você falou achei que as crianças estavam domesticando errantes na biblioteca. – falei aliviada.

– E isso é muito melhor? – ele exclamou em voz baixa.

Respirei fundo antes de começar a ir contra um principio de Carl Grimes, porque isso poderia gerar uma briga se meus argumentos não fossem bons o suficiente.

– Honestamente? – perguntei e ele balançou a cabeça me encorajando a continuar – Acho que ela não esta errada em fazer isso.

Ele me encarou com indignação, e eu esperei pelo argumento dele.

– São crianças, Hope! Você mesma me disse que não queria que elas passassem pelo o que nós já passamos. – concordei para que ele se acalmasse.

– Sim, são só crianças e não deveriam ter que aprender nada disso, mas lá fora elas são as presas, Carl. – falei tentando soar amigavelmente – Como eu, você, Rick, todo mundo. Se eu não soubesse atirar, usar uma faca ou um taco tão bem, provavelmente já estaria definhando.

Ele abriu a boca para rebater, mas percebeu que não havia o que dizer contra mim, afinal era tudo verdade, se você quisesse sobreviver tinha que saber usar qualquer coisa a seu favor, até um garfo de churrasco.

– Eu mesma ensinaria Noah a se defender, e tenho certeza que ele aprenderia com maestria. – dei de ombros – Precisam aprender Carl, isso pode salvar suas vidas, e elas sabem disso.

– Mas sem a permissão dos pais delas? – respirei fundo e segurei os ombros dele como se fosse chacoalhá-los.

– Quando você era menor, e quis aprender a usar uma arma... – comecei cuidadosamente – A sua mãe queria te impedir, não é?

Ele hesitou, mas fez que sim com a cabeça, nunca havia gostado que eu tocasse no assunto Lori, nem quando se tratava da infância dele.

– Mas você aprendeu mesmo assim, não foi? – ele balançou a cabeça – Então pense comigo. Se algum dia você estiver sozinho em perigo, mas tiver uma arma ou uma faca, vai saber o que fazer e como se defender.

Nunca tinha visto Carl atirar, mas achava que ele tinha alguma habilidade, afinal Rick o deixara ter uma arma antes. Ele balançou a cabeça assentindo.

– É sobre isto que estou falando, não se pode confiar mais na sorte. Não existe sorte, você simplesmente precisa saber como agir quando tiver que agir.

Escorreguei minhas mãos para os braços dele até segurar suas mãos, para tirar o clima de “sermão” do ar.

Então ele abaixou os olhos e começou a brincar com meus dedos.

– É, tem razão. – ele assentiu – Então eu não devo contar pro meu pai?

Encarei nossas mãos juntas enquanto pensava na resposta mais sensata.

– Talvez deva. – ele me lançou um olhar apreensivo – Acho que ele vai entender se você explicar o seu ponto de vista, e o da Carol.

Dei de ombros enquanto observava Carl juntar as mãos como Noah fazia, só que segurando a minha no meio. Gostava de olhá-lo quando estava pensativo, ou preocupado, porque seu rosto não parecia mais tão jovem, e seus olhos ficavam escuros como o céu noturno.

– E se você contasse comigo? – levantei uma sobrancelha – E dissesse pra ele o que acabou de me dizer?

Ele apertou minha mão e me encarou de forma adorável, como fazia sempre que queria alguma coisa, exatamente como Noah fazia antigamente. Esses dois tinham que ter uma ligação.

– Mas... – comecei, então ele se aproximou mais de mim, fazendo seus olhos parecerem maiores, quase podia ouvir um “por favor” – Okay, eu vou, pode parar com isso.

Carl riu e se afastou um pouco, feliz por ter conseguido o que queria sem muito esforço. Revirei os olhos, mas não pude evitar rir também por ser tão fraca quando se tratava daqueles olhos. Estava pronta para perguntar quando iríamos falar com Rick, mas ele me interrompeu.

– E sobre o Noah... – o sorriso sumiu de seus lábios, fazendo com que eu me tencionasse ligeiramente – Eu não fiquei bravo, só...

Esperei alguns segundos em que ele pensou olhando para minhas unhas, então eu mesma chutei a resposta.

– Triste? Surpreso? Enciumado? – Carl revirou os olhos.

– Eu não estava com ciúmes! – ele exclamou com irritação, me fazendo rir discretamente – Eu só fiquei um pouco chateado.

Franzi a testa surpresa por ele admitir assim o que provavelmente só demonstraria normalmente, mas até então estava lidando bem e não havíamos nem discutido no pátio da prisão algumas horas antes.

– Quer dizer, eu achei que você me contaria algo assim. – ele deu de ombros – E me explicaria porque você e Noah ficavam andando por ai juntos, afinal... Somos melhores amigos.

Ele evitou meus olhos enquanto pode, o que chegaria a ser engraçado se ele não estivesse chateado.

– Não contei por causa do Noah, ninguém sabia. – ele levantou uma sobrancelha – Eu ia te contar hoje, se nada disso tivesse acontecido e Patrícia não tivesse contado primeiro.

– E o meu pai? – mordi o lábio instintivamente – De manha ele disse que... Eu não tinha motivo pra ter ciúmes do Noah, mas eu não estava com ciúmes de qualquer forma.

– Eu contei ontem, pra sua informação. – falei convencidamente – E você não tem motivos pra ter ciúmes mesmo, você é meu melhor amigo, Noah é meu irmão.

– Ele é irritante. – dei um peteleco na testa dele.

– Esta assumindo que tem ciúmes.

– Estou citando um fato sobre o seu adorável irmão. – ele disse esfregando a testa.

– Porque não assume? – peguei a revista em quadrinhos e desci da cama – Não perderia nada.

Coloquei a revista encima da cômoda, desliguei a lamparina que iluminava o quarto e me deitei na cama de baixo, ainda esperando a resposta de Carl – não sabia se ele dormiria na minha cela hoje, mas ele sabia que eu não me importava.

– Mas também não ganharia nada. – finalmente disse com um tom inconformado.

Ri fracamente do pensamento orgulhoso dele, observando a cama de cima se mover enquanto ele se aconchegava.

– Talvez ganhasse. – falei hesitante, me perguntando se minha idéia de ganho daria certo.

– O que? – ele perguntou, então apareceu de cabeça para baixo no beliche como na primeira vez que nos beijamos.

– Se assumir... – me sentei na cama ficando de frente para ele, mas me abaixando um pouco para olhar em seus olhos – Um beijo.

Encarei-o com um sorriso discreto nos lábios, enquanto ele estava imóvel, apenas piscando um pouco atordoado – não sabia se era pela pergunta ou porque o sangue estava indo todo para a cabeça.

– Não vai conseguir tão fácil assim. – Carl disse com um riso debochado de repente, então desceu da cama em um pulo rápido – Mas vou ir pra minha cela, antes que você me convença.

Ele se dirigiu para fora, e eu levantei da cama para segui-lo.

– Não sei quem é mais teimoso aqui. – comentei fazendo Carl rir baixo para não acordar ninguém.

– Sou eu, claro. – então ele se aproximou e estava prestes a roubar um beijo de boa noite, mas virei o rosto fazendo com que ele beijasse minha bochecha.

– Não vai conseguir tão fácil assim. – falei convencidamente.

Ele riu e levantou as mãos, como se dissesse “okay, tudo bem, isso terá volta.”

– Boa noite, Texas. – disse com magoa na voz – Ah, e a Patrícia não veio falar comigo, na verdade ela disse ao Patrick e ai ele me disse.

– Ah, claro, ela é a Gwen Stacy dele. – revirei os olhos.

– Prefiro a Mary Jane. – ele piscou marotamente.

– Eu também, e você não vai ganhar um beijo por piscada. – ele fez um bico, que por sorte não me comoveu – Boa noite, Cowboy. – acenei e observei-o se conformar e entrar na cela ao lado.

Voltei para minha cama e não demorei a pegar no sono, pensando nas duas pessoas mais geniosas da Terra atualmente que eu tinha o prazer de ter em minha vida. Mal sabia eu que o luxo do pensamento leve e dos sonhos bons tinha tempo contado. Na verdade, duraram apenas aquela noite.


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Notas finais do capítulo

E a vontade de escrever um yuri Hope/Beth, como fica?