Hope for Us escrita por Lady Anne


Capítulo 19
Capítulo 18: Tombo


Notas iniciais do capítulo

HEY CLÃ!
Voltei, um capítulo amorzinho ai para vocêix, trazendo um evoluçãozinha do shipper, do nosso Cowboy, e uma decisão que vocês provavelmente vão captar!
E uma treta ai, que vocês provavelmente sabem do que se trata, é só pra abrir o leque de tretas que vem por ai...
Próximo capítulo tem ai outra evolução de uma relação que eu curto bastante, não, não é amorosa... E ai eu já vou estar preparando o especial de Natal, e depois, provavelmente capítulo 20, já estaremos no momento "fudeu tudo o que tem direito".
Agradecimento super especial ao fofo do Péricles, que me mandou uma lindíssima recomendação com a qual fiquei encantada, muito muito obrigada seu dyvo!
Agradecer a todas que comentaram, a todas que me perdoaram pela demora, a todas que vem apoiando e tagarelando comigo no facebook, aos fantasmas, resumindo, todas vocês, sério, eu vejo que favorita e quem acompanha, eu adoraria que vocês dissessem um "Oi" também, mas tê-los me acompanhando já é maravilhoso, obrigada!
Alguém já viu o ep 8 de TWD? Bem, eu já vi spoilers, estou morta.feat.enterrada e putissima T-T
Eu escutei Be Good da Emily Kinney para escrever esse capítulo, se vocês quiserem ouvir, está ai! Tem uma relação com o shipper, deixo o trecho nas notas finais...
Espero que vocês gostem do capítulo! Boa leitura!
Beijos, tudo de melhor e Chandler sempre!
Anne. ♥



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– Se um errante não nos matar – peguei outro pedaço de chocolate que Carl me estendia –, a diabete tipo dois vai.

Carl riu e colocou seu ultimo pedaço de chocolate na boca, mastigando lentamente depois, provavelmente não querendo que aquele raro momento infantil acabasse.

– Prefiro à diabete. – Michonne disse fazendo que nós dois concordássemos silenciosamente.

Tínhamos acabado de jantar seja lá o que Daryl caçou, e resolvemos sentar na pequena quadra de basquete de frente do bloco C para olhar as estrelas e devorar um chocolate – segundo Carl, o melhor chocolate inventado pelo homem (ou pelo menos o melhor chocolate da Georgia) – que Michonne havia conseguido levar no bolso depois da busca falha de suprimentos na loja de conveniências.

– Se mantenha afastado de janelas por algum tempo Cowboy. – falei, fazendo-o revirar os olhos – Pelo menos enquanto eu não estiver por perto.

– Pode deixar. – ele respondeu sarcasticamente – Mesmo que essa saída tenha me rendido algum sangue, conseguimos pegar tudo o que Judith precisava e outras coisas úteis.

– E essas besteiras. – levantei a revista do Homem-Aranha que Carl havia me dado antes de sairmos do bloco, o que o fez sorrir – Mas de qualquer forma, foi perigoso e poderia ter sido bem pior, se livrou dessa por alguns centímetros.

Ele afirmou balançando a cabeça, enquanto eu e Michonne o encarávamos seriamente, com preocupação. Levei a mão ao lado direito de seu rosto, tocando os cortes com delicadeza e fazendo-o se tencionar ligeiramente.

– Hope tem razão, era para aquele tiro ter te acertado. – Michonne disse severamente – Quem quer que fosse não queria nos matar, só assustar.

– Talvez fossem pessoas boas, – levantei uma sobrancelha para Carl – ou pessoas não tão ruins, que quisessem nos afastar e tomar a loja.

– Pessoas boas existem, mas com certeza não são as que atiram em adolescentes para tomar uma loja de conveniência. – falei – E seja lá quem atirou, tinha munição o suficiente para se dar o luxo de atirar no chão.

– Foi nisso que pensei, se quisessem só nos afastar teriam chamado nossa atenção, nos assustado de alguma forma, jogado uma droga de granada, qualquer coisa. – Michonne disse encarando o chão.

– E seria burrice se quisessem só a loja, afinal iriam aparecer muitos errantes depois de tantos tiros e do barulho das vidraças. – eles concordaram silenciosamente.

– Parece um tipo de aviso, não é? – Rick apareceu atrás de nós, com Judith nos braços e uma expressão séria no rosto.

– Aviso? Sobre o que, vocês por acaso pisaram na grama de alguém? – Rick sorriu fracamente com minha fala, mas retomou a seriedade.

– Na verdade, talvez tenhamos. – franzi a testa sem entender – Ainda não tínhamos ido para aquele lado da cidade, estamos confiantes demais em pensar que somos um tipo de donos dessa área.

– Mas são donos da prisão, não podem tirá-la de vocês. – falei firmemente.

– Exato, devem existir outros lugares tomados e com seus donos, temos que respeitar isso para sermos respeitados. – ficamos em silencio pesando as palavras de Rick, só pude pensar “é justo.”

Carl entendeu os braços para pegar Judy, que correspondeu sorridente o irmão agarrando sua camisa assim que chegou perto o suficiente, então Rick se sentou ao meu lado e ofereci meu ultimo pedaço de chocolate, que ele aceitou rindo.

Uma pergunta surgiu em minha mente, e fiquei apreensiva em fazê-la, mas arisquei e soltei-a em voz baixa para que só Rick ouvisse.

– E se houverem outros lugares como Woodbury? – ele me olhou surpreso, e demorou alguns segundos para responder, o que me levou a continuar – Não é pessimismo, é só que eu não duvido de mais nada a essa altura do campeonato.

– E você esta certa em não duvidar. – ele disse balançando a cabeça – Acho que um lugar como Woodbury nós não encontraremos de novo, mas pessoas como o Governador ainda existem por ai. Afinal de contas, o mundo muda, os homens não.

Quase vomitei arco-íris ao ouvir minhas palavras citadas por Rick, que depois de muito tempo ainda se lembrava do que eu disse na primeira vez que nos vimos.

– É por isso que você continua sendo o melhor xerife que eu já conheci. – ele me olhou admirado e sorriu – E o melhor fazendeiro também.

– E você a melhor fã de beisebol que já vi. – não pude evitar rir e olhar para minha camiseta dos Kansas City Royals – E uma garota incrível para conseguir derrubar Carl desse jeito.

Senti meu rosto corar violentamente, então abaixei a cabeça e olhei para meus pés, o que fez Rick rir. Ele sabia que eu não me envergonhava rápido, mas ainda não tinha testado isso perto dele, o que é diferente.

– O que foi? – Carl perguntou com uma sobrancelha levantada, olhando para nós dois.

– Nada. – falei rapidamente, depois cochichei para Rick– Eu sei que sou demais e todo mundo tem uma queda por mim e essas coisas... – ele ria abafadamente com minha falsa arrogância – E talvez o que o Cowboy tenha seja um tombo, mas eu não o derrubo.

– Você é uma garota esperta Hope, tenho certeza que já notou o efeito que tem sobre ele, como todos nós já notamos. – não disse mais nada a ele, apenas olhei para Carl que estava brincando com o Judy, mas logo olhou para mim também e sorriu, o que definitivamente me derrubou – Se pudesse ver de outro ângulo como ele sorri quando esta com você, certamente concordaria comigo.

Ele sorria de um jeito diferente para mim, suas bochechas coravam um pouco, e os olhos dele sorriam também – para Carl Grimes isso é possível – o que me fazia corresponde-lo no mesmo segundo, ou simplesmente admira-lo. Eu era esperta para notar algo em Carl quando estávamos juntos, mas o que eu deveria fazer?

“Hey, você não esta apaixonado por mim ou algo do tipo, está Cowboy?”

– Vamos esperar que ele tenha notado também. – Rick disse, então sorriu amigavelmente e se levantou – Acho que é hora de alguém ir para cama.

Judy esta bocejando e se aconchegando nos braços de Carl, se enrolando na camisa dele como se fosse uma manta enquanto ele tentava fazê-la soltar. Rick conseguiu pega-la de volta, então foi sua camisa que começou a ser puxada pelas pequenas mãozinhas de Judy.

– Não fiquem aqui por muito mais tempo, esta esfriando. – disse e nós assentimos, então ele deu um leve peteleco no chapéu de Carl e se dirigiu para o bloco.

Um sorriso misterioso surgiu lentamente no rosto de Michonne, então ela trocou um olhar entre mim e Carl e compreendi o que ela estava pensando.

– Vou entrar também, deixar vocês namorarem. – eu e Carl levantamos as sobrancelhas, e posso dizer que se estivéssemos mais próximos provavelmente entraríamos em combustão – Boa noite.

– Noite. – nós dois murmuramos constrangidos.

Quando ela saiu, Carl se sentou ao meu lado no chão e abaixou a cabeça, enquanto eu olhava para frente ainda sentindo meu rosto quente. Ficamos alguns segundos excruciantes assim, até que meu olhar encontrou com o dele sem querer, e eu sinceramente não sei dizer por que, mas nós dois começamos a gargalhar. Sim, simplesmente começamos gargalhar.

Acho que estávamos tão desacostumados em ficar no tipo de silencio constrangedor que acabou sendo cômico, e tirando toda a tensão do momento e de nossos ombros.

– Qual o nosso problema? – ele perguntou tirando o chapéu e depositando ao seu lado no chão.

– Não faço idéia. – falei enquanto secava as pequenas lagrimas que se formaram em meus olhos de tanto rir – Quer ler Homem-Aranha?

– Claro. – ele se aproximou mais de mim até nossos braços se tocarem, e me senti arrepiar, mas disfarcei qualquer tensão para que não voltássemos ao momento “silencio constrangedor”.

Abri a revista sobre meu colo e começamos a ler juntos, basicamente na mesma velocidade, mas nenhum dos dois parecia realmente interessado. Principalmente Carl, porque depois de algumas paginas ele perguntou, tentando soar casual (o que aliás não funcionou):

– O que você e meu pai estavam cochichando antes? – não consegui evitar um pequeno sorriso, o que o instigou – Vocês estavam olhando pra mim de um jeito estranho.

– Estávamos falando sobre o tombo que você tem por mim. – ele levantou uma sobrancelha, sem entender.

– Um tombo por você? – assenti, me divertindo com a ignorância dele.

– Zack tem um tombo por Beth. – falei, me lembrando da novidade – Eles estão namorando!

Ela havia me contado antes do jantar, e eu tive que ceder e dar alguns gritinhos de felicidade junto com ela, afinal eu shippava esse casal desde que havia chegado à prisão.

– Oh, eu vi! Quando fui procurar Patrick na biblioteca hoje, os vi se beijando, quase estraguei tudo! – Carl cochichou de volta, me fazendo gargalhar – Sorte deles que saí antes de me verem.

– Ia dar uma de Michonne! – começamos rindo, mas então nos lembramos de quem foi o beijo que Michonne interrompeu e um ligeiro constrangimento tomou conta de novo, mas não deixei que estragasse o momento – Mas que bom que deu certo, estava na hora.

– Estava mesmo, Zack estava de olho nela desde que chegou. – sorri me lembrando de Beth tagarelando sobre ele, e soltei algumas palavras que não percebi na hora, mas o afetaram.

– Ele fez certo em dizer logo, porque apesar de termos estabilidade aqui, a vida ainda é incerta. Esta tudo bem hoje, mas não sabemos sobre amanha. – enquanto falava estava folheando a revista, sentindo o olhar de Carl sobre mim – Quando você escolhe amar num mundo como esse esta automaticamente se arriscando, como você mesmo sabe, afinal me disse que não quer se apaixonar para poupar um possível sofrimento futuro.

Então voltei meu olhar para ele, que estava me encarando provavelmente desde que comecei minha baboseira romântica, e para minha surpresa estávamos muito mais próximos do que o simples tocar de braços me fazia acreditar.

– Eu acho que ainda existem pessoas por quem vale à pena arriscar. Por quem vale a pena viver. – sorri para tirar a seriedade do ar, mas ele estava concentrado em minhas palavras então pareceu esperar que eu continuasse – Zack agora quer viver pela Beth.

Carl desviou os olhos de mim e sorriu quando terminei minha fala, mas ainda não era seu sorriso normal – ou o sorriso que ele dava somente a mim – então me mantive em silencio esperando que dissesse o que estava errado. Ele parecia pensativo, balançando a cabeça como se estivesse numa discussão consigo mesmo em sua mente, até que ele suspirou e começou a falar:

– Tem razão, existem pessoas por quem vale a pena viver, e arriscar. – ficamos em silencio, até ele retomar – Mas acho que ainda não é hora de arriscar, por que quero acreditar que ainda há tempo, que vou poder escolher o momento certo de viver por... Alguém.

Seus olhos estavam fixos em mim enquanto ele falava, e mesmo que fossem poucas palavras pude captar o que queria dizer. Quando ele hesitou em dizer alguém, eu soube que Rick estava certo. Não é um tombo.

– Entendo. – falei, com um sorriso amigável – Acreditar é uma boa idéia.

– Interessante isso vir de mim, a esperança aqui é você. – automaticamente mostrei a língua para ele, pelo uso de mais um trocadilho com meu nome – Okay, desculpe.

– Mas você tem razão, tem muito tempo, afinal a esperança é a ultima que morre. – foi a vez de Carl mostrar a língua, me fazendo rir.

Era obvio que atrás de nosso sarcasmo, nós sabíamos do que estávamos falando, mas talvez ainda não fosse hora de ser diretos, porque como Carl disse, há tempo para escolher.

– Então, voltando ao tombo, o que quer dizer? – ele perguntou.

– As pessoas costumam ter uma “queda”. – dei de ombros – Mas eu sou tão incrível que você tem um tombo, entende?

Ele revirou os olhos e me deu um leve empurrão, brincando. Mesmo que estivéssemos falando sobre gostar eu não queria tornar o clima pesado, porque normalmente eu poderia falar qualquer coisa com Carl do modo mais divertido e sarcástico possível, então estava deixando que aquele assunto fluísse tão leve como se estivéssemos falando de feijão.

– Admita, você adora quando eu canto Pokemon! – comecei a cantar a abertura e ele prontamente tapou os ouvidos e se curvou para o lado contrario ao meu, me fazendo puxá-lo para perto de mim – Eu aceito sua babaquice.

– Mas não é por isso que vou aceitar suas nerdices fora do controle. – fiz minha melhor cara de indignação e ele riu.

– Diz o garoto que lê Homem-Aranha comigo. – fingi estar brava e virei o rosto enfaticamente, surpreendendo-o.

Por alguns segundos ele não disse nada, e eu me mantive olhando para o lado oposto, até ele começar a me cutucar, e eu acabei virando.

– O que? – murmurei, mas antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa ele foi mais rápido e me deu um selinho, o que me deixou sem reação.

– Não ia conseguir ficar sem meus lindos olhos azuis por muito tempo. – ele disse, me fazendo desistir de brigar.

– Babaca. – senti meu rosto corar um pouco e abaixei a cabeça para a revista, com um sorriso bobo ameaçando surgir.

Fora a primeira vez que Carl me beijara, e não o contrario, então eu realmente senti vontade de correr até a cela de Beth e dar mais alguns gritinhos adolescentes.

Mas antes que eu pudesse admitir que não conseguisse mesmo ficar muito tempo sem encarar aqueles olhos absurdamente azuis e nada modestos, alguma coisa chamou a atenção de Carl nas grades e me fez olhar na mesma direção.

Uma luz de lanterna piscando, como na primeira noite em que saí para olhar as estrelas.

– Mas que merda...? – nos levantamos juntos e Carl pegou minha mão me puxando em direção ao portão, que ele abriu com um ruído – Agora entendi porque essas coisas estão agitadas, tem alguém lá.

A luz parou de piscar assim que movemos o portão, e Carl continuava a me puxar para descer a rampa.

– Carl, pare. – puxei-o para trás, e ele me encarou sem entender – Quem quer que seja não pode estar lá há essa hora!

– O que quer dizer? – ele perguntou, franzindo a testa.

– Quero dizer que se não esta aqui dentro, é porque esta lá fora! – surgiu uma expressão de apreensão no rosto dele - E se você não notou, nós não temos nem uma faca a mão, como quer enfrentar qualquer coisa que seja assim, no escuro ainda?

Ele balançou a cabeça concordando silenciosamente, olhou novamente para trás na direção da grade e pegou minha mão para voltar até o bloco. Quando digo que esse garoto corre atrás de encrenca, não é brincadeira.

Antes que chegássemos ao portão, Rick veio correndo de dentro do bloco com uma expressão de pura preocupação.

– Porque o portão foi aberto? – troquei um rápido olhar com Carl antes que nos encontrássemos com Rick, mas ele parecia tão perdido quanto eu.

– Pensamos ter visto uma luz piscando na grade, bem ali. – Carl apontou para o lugar aonde vimos a lanterna piscar – Isso explica porque eles estão agitados assim.

– Luz? – afirmamos com a cabeça – O que diabos alguém estaria fazendo lá uma hora dessas?

– Exatamente Rick, não achamos que esteja do lado de dentro. – ele me lançou um olhar um tanto incrédulo.

– Vou dar uma olhada, é melhor vocês entrarem. – assentimos e deixamos ele passar para abrir o portão.

– Cuidado. – eu e Carl dissemos juntos, o fazendo dar um riso fraco, provavelmente pensando “eu sempre tomo”.

Entramos no bloco antes de ver Rick descer a rampa, porque se não entrássemos ele provavelmente ficaria bravo e não queríamos estressá-lo mais do que já estava.

Fomos em silencio até a minha cela, onde joguei a revista em quadrinhos em cima da cama e me voltei para Carl que estava encostado na porta.

– O que acha que era, lá fora na grade? – perguntei.

– Não faço idéia, espero que tenha sido o Glenn indo se encontrar com a Maggie na torre. – rimos fracamente lembrando o quanto Glenn era atrapalhado quando se tratava de Maggie a ponto de esquecer-se de fechar o cinto, nos agraciando com uma visão desagradável logo pela manha.

– É, espero que não seja nada demais, até cogitei em não contar para Rick, afinal você viu a cara de preocupação dele. – Carl assentiu pensativo.

– Bem, as coisas estavam tranqüilas demais para um apocalipse, não acha? – tive que concordar balançando a cabeça, porque ele estava certo – Estamos vivendo o castigo, o que tivemos foi uma trégua.

– Não é o castigo, são só as conseqüências de uma humanidade de merda. – me aproximei dele o suficiente para pegar um botão da camisa que estava prestes a cair da costura, provavelmente puxado por Judith – Agora entendi porque sempre falta algum botão nas camisas do Rick.

Ele riu, mas no segundo seguinte pareceu se lembrar de algo.

– Sabe, acho que eu tenho um tombo por toda essa sua filosofia apocalíptica e a sua cantoria desafinada de Pokemon. – eu sorri admirada por ele estar admitindo aquilo em voz alta.

– Todo mundo tem. – dei de ombros – E não importa o que você diga, sei que sempre quis um Pokémon. – ele sorriu, se divertindo com minha defesa sempre pronta quando o assunto é anime.

– E você sempre quis um amigo tão babaca quanto eu. – tive que me segurar para não gargalhar, Carl Grimes admitindo sua babaquice em voz alta, era demais para mim.

Antes que eu pudesse responder, Carl se aproximou mais (já tinha me aproximado bastante para pegar o botão), de modo que nossos narizes estavam se tocando e eu podia sentir o hálito quente dele.

– Cowboy? – ele murmurou um “hm?” em resposta – Amigos se beijam?

– Não sou seu amigo agora. – tinha um tom brincalhão na voz dele e um sorriso sacana brincava em seus lábios.

Ele tirou seu chapéu e escondeu o lado esquerdo de nossos rostos, onde a fraca luz da lua que vinha das grandes janelas do bloco ainda conseguia alcançar.

– Eu sou o Homem-Aranha. – cochichou, então beijou meus lábios levemente e terminou a fala: - Seu herói.

Ele segurou minha cintura com a mão livre para me “alçar” até ele, de modo que eu não precisasse ficar na ponta dos pés, e eu mantinha minhas mãos no pescoço dele, segurando a gola de sua camisa azul.

Compreendi que eu e Carl não éramos amantes ou namorados, mas éramos mais que amigos. Tínhamos um laço apocalíptico como eu havia pensado, porque afinal, o mundo precisou ruir para que nos encontrássemos, nenhum nome seria mais justo. E é claro, éramos unidos por um sarcasmo sobrenatural.


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Notas finais do capítulo

"It's unclear now what we intend
We're alone in our own world
And you don't wanna be my boyfriend
And I don't wanna be your girl"
Be Good - Emily Kinney ♥
Esse gif é super o capítulo de hoje, gente:
http://fc02.deviantart.net/fs71/f/2012/245/3/4/special_kiss_gif_by_rdy2rokgurl-d5ddqx1.gif



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