Hope for Us escrita por Lady Anne


Capítulo 18
Capítulo 17: Panaca


Notas iniciais do capítulo

VOLTEI CRIANÇADA! Eu sei, eu sei!
"Porra Anne, qual é a sua? Você vem aqui, diz palavras bonitas, fica tudo bem então você some? Você é uma ninja de honra ou não? Sua palhaça, to de mau, corta aqui!"
Desculpem, sério, meus planos tiveram que ser alterados, esse feriadão ai não deixou eu escrever pois fui para a praia pela primeira vez, e lá fui reclamada filha de papis Poseidon, é oficial, irmãos, apareçam!
Gente, eu coloquei imagem no primeiro capítulo, quem quiser voltar lá pra ver, pode ir!
Quero pedir desculpas por toda essa demora, sério, era pra mim ter postado a quatro dias antes, mas não deu...
MAS AGORA ESTOU DE VOLTA CLÃ! FINAL DE ANO TA AÍ, VAI TER ESPECIAL DE NATAL! VOCÊS QUEREM BRINCAR NA NEVE?
Próximo capítulo vai ser bem amorzinho, bem fofura, bem brigadeiro colorido para vocês, overdose de amor, crise de diabetes, afinal, ta dando aquela saudades do shipper, e temos que avançar ai nessa relação, não é clã? ♥
Dizer obrigada a todas vocês, estou com saudades, obrigada a minha perfeita Tia Stephanie que esta sempre ai para me apoiar e comentar ♥ Obrigada a FODONA da LaraGamaSimoes que me mandou uma linda recomendação, eu amei, estou super feliz ♥ Dizer oi a Darah, a Sarah, e todas ♥ BEM VINDAS LEITORAS NOVAS, E BEM VINDO MEU NOVO LEITOR DYVO Paul W, PRIMEIRO LEITOR HOMEM AQUI NOS REVIEWS ME AGRACIANDO, ESTOU CRY! ♥
Obrigada por cada comentário, vocês são demais!
Tão acompanhando quinta temporada de TWD?
PARABÉNS PARA MINHA LOIRA LARI CARVALHO, 16, SUA VELHA! ♥
Eu provavelmente tinha mais coisas a dizer, mas não lembro, então ficamos por aqui!
Eu amo vocês, espero todas, ou as que não estiverem querendo me matar ♥ Quem quiser matar pode comentar também viu?
Beijos, tudo de melhor e Chan-chan sempre!
Anne. ♥
OBRIGADA A TIA STEPHANIE DE NOVO PELA FANART PERFEITA, MARAVILHOSA QUE ELA FEZ PARA HOPE ♥ ZÓIA AI GENTE!
http://i.imgur.com/4ArQQHa.png
Chorei ;_;



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– Como pode esconder isso de mim? – Noah exclamou com falsa indignação, balançando uma foto na frente dos meus olhos.

Eu estava mostrando a ele as fotos que havia guardado comigo, muitas dessas da infância dele já que a pobre criança era um alvo adorável para meus flashes. Aliás, tudo o que era fofo virava meu alvo.

– Eu não consegui me livrar dela, é simplesmente cômica! – peguei a foto das mãos dele e dei uma boa olhada, começando a gargalhar como sempre acontecia ao vê-la.

Era uma foto de quando Noah tinha quatro anos, era a primeira vez que ia ao circo e estava no colo de um palhaço completamente inofensivo, mas que meu irmão julgou assustador (opinião que não parece ter mudado) e estava chorando desesperadamente, e logo depois que a foto foi batida ele vomitou no palhaço, o que causou antipatia recíproca.

– Eu não me lembro de ter vomitado nele! – ele disse tentando pegar a foto de volta.

– Mas eu lembro, foi trágico, era só um pobre palhaço... – eu estava me arrastando para Noah não alcançar minha mão direita – Apenas fazendo o trabalho dele.

– Errantes são mais simpáticos do que aquelas coisas! – ele pegou a foto e se afastou de mim – Vou jogar isso pela janela.

– Não vai, não, eu sempre tiro ela da bolsa quando quero rir um pouco. – ele cerrou os olhos e me olhou mais indignado ainda, o que me deu chance para pegar a foto – Não se preocupe, vou tomar cuidado para que ninguém saiba que Noah Miller tem medo de palhaços.

Ele tampou minha boca com a mão rapidamente e colocou um dedo sobre os próprios lábios em sinal de silencio.

– Não em voz alta. – revirei os olhos – E eu nunca disse que tinha medo.

– Pavor? – murmurei, fazendo-o levantar uma sobrancelha. Porque diabos ele se parece tanto com o Carl?

– Antipatia. – ele tirou a mão da minha boca, pegou a foto comprometedora e juntou com o resto delas.

– Claro, porque quando eu não gosto de alguém eu vomito na pessoa. – fiz uma cara de nojo para ele. Cara, provocá-lo continua sendo tão bom quanto antes.

– Foi um acidente, acontece! – murmurei um “aram” e continuei rindo discretamente, observando-o passar as fotos.

Depois da conversa na torre de vigia, eu e Noah declaramos oficialmente que esse seria nosso esconderijo, e sempre que precisássemos conversar ou pensar íamos para lá. Fiquei me perguntando por que não tinha pensado nisso antes, talvez porque faltasse ele.

Noah se deteve em uma foto que eu mesma tinha esquecido que possuía, era uma das mais “recentes”, eu e Will num treino de beisebol. Eu estava usando o boné dele e uma camisa do Atlanta Braves, e ele o uniforme do time, segurando um bastão com a mão direita e me abraçando com a esquerda enquanto beijava minha bochecha.

Senti uma estranha nostalgia ao ver a foto do meu melhor amigo depois de várias semanas, e também um conforto por ter alguém que o conheceu ao meu lado. Will sempre me causou um sorriso bobo no rosto, mas não aquele tipo de sorriso que a palavra bobo te faz imaginar, porque ele era realmente meu melhor amigo, meu irmão, e olhando aquela foto esse sorriso reapareceu.

– Quando vocês foram embora... – Noah começou, tentando dizer isso de forma não culposa – Você viu Will?

Balancei a cabeça relembrando como deixei família, melhor amigo e casa no mesmo dia, sem despedidas, o que duvido que Will teria feito.

– Não, não vi. – Noah me estendeu a foto e eu a peguei – Mais um motivo pelo qual não vou me perdoar. – ele me lançou um olhar triste, mas compreensivo – Sinto saudades dele.

– Eu também. – Will também conhecia Noah desde bebê, os dois se gostavam bastante – Posso perguntar uma coisa?

Ele me encarou de uma forma muito estranha, uma expressão que o tomava quando estava extremamente curioso.

– Tudo bem. – me preparei psicologicamente para uma pergunta difícil, porque as de Noah sempre eram.

– Você e Will namoravam? – levantei as duas sobrancelhas, meio em choque pela pergunta tão direta. Okay, todo o mundo pensava que nós namorávamos, mas até o Noah?

– Não, nunca, ele era meu melhor amigo! – exclamei ligeiramente (ou muito) sem graça.

– Mas ele gostava de você. – ele disse franzindo a testa.

– Como amigo. – falei pausadamente, fazendo Noah exibir uma carranca como sempre fazia quando falávamos de modo infantil com ele.

Ele depositou o bolo de fotos no chão e se sentou de frente para mim.

– Não desse jeito. – sentei de frente para ele também, apreensiva pelo modo como ele falava.

– Pode me explicar o que quer dizer com “Não desse jeito”? – senti minhas bochechas corando.

Noah ficou sem graça, juntou as mãos como quem estava refletindo profundamente – essa criança me assusta às vezes – e ficou assim por alguns segundos em que eu esperei pacientemente, até que por fim ele disse:

– Ele estava apaixonado por você. – eu provavelmente fiz a maior pokerface da face da terra naquele momento – Se ele não era seu namorado, ele queria ser.

Não sabia direito como reagir àquelas palavras, nem como olhar para Noah.

– O que você sabe sobre gostar? – falei acusadoramente.

– Uma vez eu gostei de uma menina na pré-escola, mas não deu certo porque ela não gostava do Wolverine. – ele disse casualmente e deu de ombros – Gostar nem sempre é fácil.

– Nossa, temos um profissional no assunto aqui. – ele revirou os olhos – Nós éramos só amigos, ele me diria se estivesse apaixonado ou algo assim.

Cruzei meus braços e voltei a olhar para janela, tentando por fim no assunto.

– Igual o panaca do Carl? – agora eu estava realmente corada.

Pigarreei e me ajeitei no chão, desconfortável com a pergunta. Quer dizer, quem esse garotinho vários centímetros menor que eu acha que é para perguntar essas coisas?

– Que tipo de pessoa usa o adjetivo panaca hoje em dia? – falei improvisando uma fuga, que só pela expressão no rosto de Noah deu para perceber que não deu certo.

– Eu uso, e não tente mudar de assunto, o jardineiro gosta de você. – perdi a tensão do momento e comecei a rir.

Jardineiro? Eu chamo de fazendeiro. – ainda não havia entendido porque Noah não gostava de Carl, mas cada um tinha um apelido pior.

– Tanto faz! O fato é que ele gosta de você. – ele disse dando ênfase no “você”.

– E como chegou a essa conclusão? – Noah me olhou como se eu tivesse um atraso mental ou algo do tipo.

– Bom... Eu não sou cego. – ele deu de ombros e voltou a se sentar ao meu lado – Está obvio, do que mais você precisa? Um cartaz?

Rolei os olhos e empurrei-o levemente, tentando superar o fato que meu irmão de oito anos entende melhor de sentimentos do que eu, e que borboletas estão voando dentro do meu melhor amigo por minha causa.

– Eu pensei que vocês namoravam também, ele é um babaca perto de você. – exclamei um “Noah!”, mas não pude evitar uma risadinha – Eu sou sincero.

– Até demais, e desde os quatro anos só vem piorando. – ele sorriu discretamente provavelmente sentindo alguma nostalgia, lembrando-se do pequeno sabe-tudo que era – Porque não gosta do jardineiro?

– Tenho meus motivos para não ir com a cara dele. – ciúmes ocupando o topo da lista, provavelmente – Mas você ainda não contou como ele achou você.

Não pude evitar um sorriso me lembrando da primeira vez que nos vimos, o quanto ele estava bonito – e como foi um panaca depois – e como eu estava assustada, sem rumo e sem esperança de continuar viva por muito mais tempo.

– Entrei numa casa para procurar suprimentos e pisei em cacos de vidro. – Noah levou a mão ao rosto como se eu tivesse dito um absurdo – Eu sei, burrice numero um do guia de sobrevivência.

– Que vergonha. – o empurrei de leve para o lado.

– Se não fossem esses cacos Carl provavelmente não teria me ouvido e eu teria visto ele, me escondido e ainda estaria lá fora agora. – jazendo em algum gramado bonito e macio com uma linda bala na cabeça – E eu já estava num estado de espírito horrível, me lixando para regras de sobrevivência ou riscos.

Noah ficou em silencio por alguns segundos com as mãos juntas novamente, depois me olhou compreensivamente e disse:

– Sinto muito ter te acusado e ter sido ignorante com você antes, acho que ficar sozinha neste mundo pode ser pior do que o que eu já passei. – pousei minha mão sobre a cabeça dele num gesto carinhoso significando que estava tudo bem, mas os olhos deles se arregalaram com surpresa.

Eu sempre fazia isso quando ele era menor, e mesmo agora depois de anos é automático fazê-lo quando Noah parece triste ou cabisbaixo, mas para ele parece ser algo novo depois de tanto tempo.

– Todos passamos por coisas muito ruins, não tem pior, ou melhor. – ele sorriu e relaxou ao meu toque – Estou grata por ter passado por tudo isso se foi para conhecer Rick, Carl, chegar até aqui e te encontrar. Mas se eu pudesse mudar alguma coisa, papai ainda estaria comigo. – ele me lançou um olhar compreensivo – E mamãe, e Harry.

Peguei do chão uma foto onde estavam Noah, mamãe e Harry e entendi para ele, fazendo seus olhos brilharem.

– Pode ficar com ela, uma garantia que nunca vai esquecê-los. – ele aceitou a foto sorrindo, mas podia ver as lagrimas nos olhos dele, que ele logo tentou afastar passando as mãos discretamente.

– Sabe, o Daryl me lembra o papai. – ri me lembrando do jeito durão de Harry, que realmente tinha semelhanças com Daryl – E o Rick me lembra o Seth.

Concordei silenciosamente, porque sempre que o olhava me lembrava de papai, principalmente quando Rick sorria, ele me fazia acreditar que estaria tudo bem enquanto ele estivesse ali.

– Gostei dele no momento em que o vi. – então entendi de onde vieram aqueles olhos azuis.

– E do Carl? – hesitei antes de responder “primeiro o achei lindo.”

– No começo ele foi um babaca, mas acabamos nos entendo. – Noah exclamou um “ará” como se tivesse descoberto algo.

– Eu disse! Talvez vocês tenham se entendido porque ele gosta de você, mas comigo a fase da babaquice é permanente. – revirei os olhos, sem acreditar no quanto aquele garoto podia ser genioso – Mas então... Você gosta dele?

Desviei o olhar para a janela de novo e me mantive em silencio, refletindo sobre a pergunta dele enquanto seus grandes olhos verdes me encaravam esperando a resposta.

– Eu... – comecei a dizer, mas fui interrompida por Patrícia, que abriu a portinhola de ferro do chão e assustou a mim e Noah.

Ah... – ela olhou para mim como se não esperasse me ver ali, ficou sem graça, mas rapidamente desviou o olhar para Noah como se eu não estivesse mais lá. – Mamãe esta te procurando.

– Como sabia que eu estava aqui? – ele disse acusadoramente, já formando sua carranca de novo.

– Daryl me disse. – ela falou rapidamente e sumiu da minha vista, descendo as escadas da torre.

Noah levantou um punho de forma cômica, como se tivesse sido injuriado e estivesse pronto a se vingar.

– Aquele caipira comedor de esquilinhos! – ele começou a descer as escadas, antes de sumir se virou para mim – Não liga pra loira, ela tem ciúmes.

Levantei uma sobrancelha sem entender do que exatamente ela teria ciúmes.

– Todo mundo ama o Noah. – ele deu de ombros e suspirou como se estivesse muito cansado de todo esse amor, então desapareceu e fechou a portinhola, me deixando sozinha na torre.

Havia algumas coisas me atormentando depois de toda essa conversa sobre gostar:

Primeiro, se William era realmente apaixonado por mim, e segundo, porque ele nunca me disse? Medo de eu não corresponder, ou simplesmente por não querer acabar com a amizade de anos? Ou então, estava no “processo” de me conquistar, o que obviamente não daria certo nem se ele se esforçasse mais, afinal, é meu melhor amigo, me viu nascer e crescer e me ensinou a ser tudo que tenho de nerd, não conseguiria beijá-lo e simplesmente dizer “não se acostume” depois. Nem seria capaz de beijá-lo.

E terceiro: Pensando hipoteticamente, acabei me entristecendo com o fato de que ele poderia gostar de mim e perdido qualquer chance de contar. Não sei como eu reagiria no momento, quando o meu mini ataque cardíaco se suavizasse eu provavelmente diria “não”, mas mesmo assim acho que ele se sentiria melhor dizendo, e eu melhor sabendo por ele mesmo, e não por meu irmão de quatro anos naquela época.

Mas no meio dessa tristeza eu me lembrei do outro ponto da conversa, e não pude evitar olhar para o céu e lembrar os olhos dele.

Carl consegue ser muito misterioso quando quer, mas depois de eu ter me machucado na busca de suprimentos ele estava um pouco diferente, eu poderia dizer que estava menos Cowboy, e mais o Carl de verdade, um garoto que apesar de traumatizado, solitário e babaca por dentro, costuma sorrir na maioria do tempo que passa comigo. Mas a questão é, ele que jurou nunca se apaixonar para poupar dor, esta desistindo por mim? Logo a garota estranha que canta a abertura de Pokemon enquanto limpa restos de errante do tênis?

E eu, estou por ele, o maior panacão apocalíptico da terra? O fato é que sinto alguma coisa, alguma coisa diferente, e não simplesmente há algumas semanas, mas desde que me deparei com seus olhos azuis naquela casa, depois de falhar miseravelmente com o guia de sobrevivência.


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Notas finais do capítulo

POKEMON, TEMOS QUE PEGAR!