Hope for Us escrita por Lady Anne


Capítulo 15
Capítulo 15: Divida


Notas iniciais do capítulo

OI GENTY! Okay, só peço que não pirem, tentem não falecer!
Quero agradecer muito a CrazyGirl que me enviou uma recomendação lindíssima, eu amei demais, obrigada sua LIENDA! *abracinho* Dar boas vindas às novas e gatas leitoras, sério, só dá benção na minha vida T^T Vocês são demais, obrigada por cada comentário e todo amor, vocês são minha inspiração! Esse capítulo é para vocês ficarem ai shippando e me amando U.U Amo vocês, obrigada dnv, obgobgobgobg, sério! Obg ao Caio, por todo o apoio, obg a Joyce minha best que nem lê porque não vê TWD, mas é demais e merece estar nas minhas notas AHUAHAUAHU Gente, o que dizer do primeiro ep de TWD? Carl gataum, Carol pisando nazinimiga, Judy mais cute que nunca, Dayl lacrando, Michonne, todo mundo, apenas uma coisa: PERFEITO!
Parabéns atrasado para minha linda Lally ♥ E divulgando a fanfic da Lana Walker, http://fanfiction.com.br/historia/553292/This_Heart_Is_Still_Beating/ pq ela é um amor ♥
ACHO QUE É ISSO! Boa volta as aulas para todas!
Espero que gostem, quero vê-las nos reviews!
Beijos, tudo de melhor e Chandler sempre!
Anne.
AH, E EU VOU RESPONDER TODOS OS NOVOS REVIEWS VIU GENTE, É QUE NÃO TIVE TEMPO HJ, FIQUEM TRANQUILAS!
Musica do Shipper CarPe: http://www.vagalume.com.br/lifehouse/you-and-metraducao.html



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– Ela foi mordida por um errante? – ouvi Patrick perguntar para Carl.

– Acho que sim. – senti alguém puxando uma mecha do meu cabelo – Onde esta toda a sua energia, Miller?

Eu estava no Bloco tomando café com os dois – quer dizer, eu estava dormindo na mesa com a cabeça enterrada entre nos braços – enquanto eles conversavam.

– Minha energia e sentimentos ficaram encima da cama. – levantei a cabeça e fiz uma cara de “você não deveria ter me acordado” para Carl – Eu terminei de ler o diário.

Carl me olhou com uma expressão assustada, já Patrick não sabia do que eu estava falando.

– Em uma noite? – balancei a cabeça – Agora sei por que você parece um panda.

Espetei-o com o garfo de plástico, o fazendo pular no acento – Ai!

– Eu não acredito que acabou. – continuei falando calmamente enquanto Carl esfregava o braço que tinha ganhado quatro pontinhos fundos na pele – Alguém como ela não merecia isso.

– Do que estão falando? – Patrick perguntou mastigando.

– Caroline Brown. – comecei a comer também, Carl tinha gentilmente (ou não) pegado o café da manha para mim, porque eu estava em coma em cima da mesa – Achei o diário dela no dia em que ganhei os pontos na cabeça, estou lendo desde então.

– Agora sei por que tive que ir te acordar, é sempre você que me acorda batucando na minha cabeça ou me mordendo. – Carl disse roubando um bacon do meu prato.

– É verdade, preciso arrumar outros modos irritantes de fazer isso. – falei enquanto lutava para pegar meu bacon do garfo dele.

– Vocês parecem um casal. – Patrick disse, fazendo Carl desistir do bacon e deixá-lo cair.

– Carl Grimes, você deixou meu bacon cair no chão, eu vou te matar. – olhei para o rosto dele que estava vermelho, e ele estava cravando o garfo na mão de Patrick.

– Isso dói! – ele tirou a mão rápido antes que o garfo atravessasse – Da pra vocês dois pararem de usar o garfo como arma?

Carl ficou sem graça e abaixou os olhos para o prato, então perguntou, provavelmente para tirar o clima tenso que a frase de Patrick havia deixado.

– Então, qual foi a ultima coisa que Caroline escreveu? – me lembrei de quanto eu havia chorado nas ultimas paginas, e tive uma idéia.

– Eu leio pra você depois. – queria que ele fosse até minha cela de novo para enfim conversarmos direito, ele olhou pra mim e pareceu disfarçar um sorriso – Sua revista do Homem-Aranha ficou no beliche.

Patrick ficou imóvel e cerrou os olhos, me encarando e depois encarando Carl, que rapidamente teve o rosto tomado por mais rubor.

– Se continuar me encarando essa faca vai parar no seu olho. – Carl disse mostrando a faca de plástico.

– Sem ameaças com talheres de plástico, crianças... – Rick disse, descendo as escadas – Carl, nós vamos a um mercado não muito longe daqui que Daryl descobriu alguns dias atrás, quer ir junto?

Todos nós olhamos para ele com uma cara de espanto, Rick convidando Carl para algo perigoso? Isso não esta certo.

– Foi Michonne quem me convenceu. – ele explicou, então vi Carl abrir um dos sorrisos mais lindos que ele tinha. Na verdade, quais dos sorrisos dele não são lindos?

– Michonne chegou? – ele se levantou apressado, como uma criança feliz – Claro que quero ir.

– Pegue uma mochila, rápido. – Rick disse se divertindo com a animação do filho, então olhou pra mim – Desculpe garotinha, dessa vez você não vai.

– Tudo bem. – Carl pareceu ficar um pouco decepcionado, mas eu não protestei.

Mais uma coisa que eu não faria por causa de sete insignificantes pontos na cabeça, mas não precisava dar trabalho para Rick insistindo. Carl saiu andando até a cela e eu e Patrick continuamos a comer.

Patrick estava muito estranho desde o dia anterior, me lançando olhares furtivos e frases que supostamente deveriam ser indiretas. Mas Carl não teria contado sobre aquilo, ou teria?

– Carl queria que você fosse. – ele disse de repente, balancei a cabeça afirmando – Vocês se dão bem juntos.

Encarei-o tentando decifrar o que exatamente ele queria com aquela conversa.

– Normalmente, quando não estamos brigando, sim. – estava comendo rapidamente para não ter que prolongar o assunto.

– Provavelmente porque tem coisas em comum, como os dois gostam de quadrinhos. – já podia ver onde a conversa chegaria. Patrick sabia, sim. – Tipo Homem-Aranha.

Assenti dando de ombros, terminei de comer o ultimo pedaço de bacon recebendo um olhar inquisidor dele, então me levantei.

– Devia tentar alguma coisa com a Patrícia, sabe. – ele arregalou os olhos – Ela é bem parecida com a Gwen Stacy.

Pisquei e saí andando até as celas antes que Patrick jogasse o garfo em mim. Parei na frente da cela de Carl, que estava tirando tudo do lugar desesperadamente para achar a mochila vazia.

– Cowboy? – ele não me olhou, apenas murmurou algo como “não tenho tempo” – Embaixo do colchão.

Ele levantou o colchão e puxou a mochila de lá, depois veio até mim sorrindo e deu um beijo estalado na minha bochecha. Esse é o efeito Michonne.

Era incrível o poder dela sobre Carl, ele ficava automaticamente feliz se ela estivesse lá, feliz e muito mais amável.

– Obrigado. – ele parecia tão empolgado que eu quase o mordi.

Carl jogou a mochila nas costas e voltou para pegar o chapéu, depois andou até mim com o mesmo sorriso de antes que parecia se recusar a sumir de seu rosto.

– Dessa vez vai estar sozinho. – falei dando um empurrãozinho nele – Vou rezar para que consiga sem mim.

– Pode ter certeza que vou. – ele disse com um sorriso de deboche – Não preciso que me ensine a abrir portas.

Lembrei-me da ultima vez que saímos, quando encontrei o diário e ganhei lindos pontos na cabeça por conta de um errante brincando de esconde-esconde.

– Não vou estar lá para te salvar, tome cuidado. – falei convencidamente.

– O que, me salvar de latas de feijão assassinas e cogumelos possuídos? Acho que posso sobreviver a isso, obrigado.

– Eu não posso sobreviver a mais nenhuma lata de feijão, sério. – ele gargalhou da minha cara de desgosto.

– Vou trazer alguns para você quando eu terminar de matá-los. – mostrei a língua pra ele – Não se preocupe comigo.

– Também não precisa que eu te ensine a fazer um Home Run com a cabeça de um errante, não é? – Carl revirou os olhos.

– Vai se gabar disso o resto da vida, não é? – vi Rick vindo em nossa direção com a mochila nas costas e me aproximei de Carl.

– Com toda certeza, você ainda vai ouvir essa história várias vezes.

Rick passou por nós dois e bateu no ombro de Carl, dizendo “se despeçam logo” com um sorriso estranhamente sacana. Isso é perseguição.

– Você tem que ir. – fiquei na ponta dos pés e levantei o chapéu dele um pouco – Tente se virar sem mim.

Estava tentando me equilibrar nas pontas dos pés então segurei na camisa dele para nos manter na mesma altura, isso o fez rir um pouco olhando para baixo, mas logo ficou sério quando encontrou meus olhos perto demais.

– Pode deixar. – ele disse baixinho, então me aproximei um pouco mais como se fosse beijá-lo, o que ele achou que eu faria então também se aproximou, mas eu beijei seu nariz.

– Volte inteiro, Grimes. – falei sem conseguir segurar uma risada, ele parecia um pouco confuso, talvez decepcionado.

Então me afastei e ele balançou a cabeça, como para recuperar os sentidos, mas não conseguiu evitar a vermelhidão que tinha tomado conta de seu rosto novamente. Carl Tomato.

– Vai antes que o Rick apareça de novo. – ele assentiu ainda sem graça e começou a andar em direção a saída – Boa sorte, Cowboy.

Entrei na minha cela a fim de pegar os compridos para dor de cabeça e devolve-los á Hershel, afinal fazia parte do kit de primeiros socorros, mas Carl me chamou de volta e disse uma frase que de primeira não compreendi:

– Você tem uma divida comigo. – fiz uma cara de desentendida, então ele sorriu.

Não qualquer sorriso, esse era o sorriso, então eu entendi e sorri, e corei também. Hope Tomato.

Narração por Carl Grimes

Quando estacionamos na frente do mercado que era na verdade uma loja de conveniências, eu e Michonne ficamos perto do carro esperando enquanto meu pai e Daryl checavam se tudo estava tão solitário quanto parecia estar.

– Ei. – Michonne me cutucou – Esta tão quieto hoje.

Fiz uma cara de desentendido, mas sabia que era verdade porque quando estava com Michonne era sempre mais falante que o normal – meio tagarela – sempre tinha assunto, nem que fossem algumas piadas, mas hoje eu ficara a maior parte do tempo calado e pensativo. Mas eu não estava triste, era bem o contrario.

– Esta tudo bem? – ela perguntou com preocupação – Rick me disse que você estava feliz igual criança no natal.

– E estou, não se preocupe. – sorri pra ela e não era nenhum sorriso forçado.

– Sei... – ela me encarou com um olhar desconfiado – Aconteceu alguma coisa.

– Bobagem. – dei de ombros e desconversei, era difícil encontrar uma rota de fuga falando com Michonne.

– Não foi alguma coisa ruim, sei quando é. – não podia deixar de concordar que definitivamente não fora algo ruim.

– Você não desiste, não é? – ela balançou a cabeça como quem diz “jamais”.

– Não devia tentar mentir para alguém com uma espada de samurai. – revirei os olhos – Como vão as coisas com a Hope?

Levantei uma sobrancelha para tentar fingir que ela não tinha tocado no ponto certo, e que Hope não preenchia meus pensamentos nem a divida que ela tem comigo.

– Como assim “coisas com a Hope”? – ela fez uma expressão de indignação.

– Eu não nasci ontem. – eu não poderia manter minha pose de “não faço idéia do que você esta dizendo” por muito tempo – Sou muito perceptiva e detalhista, você sabe disso.

– Claro que sei, até parece minha mãe às vezes. – Michonne ficou séria de repente, mas logo um sorriso tomou o rosto dela, um sorriso diferente dos que eu já tinha visto – O que foi?

– Nada. – por mais que gostasse de Michonne ela era muito misteriosa, difícil de decifrar, e de enganar também – Mas não fuja do assunto, você mesmo não consegue esconder isso.

– Isso o que? – ela se aproximou de mim como se fosse contar um segredo.

– O jeito como você fala da Hope mudou bastante desde a ultima vez que conversamos. – balancei a cabeça tentando negar.

– Que jeito? Nada mudou.

– Não faz idéia do sorriso bobo de apaixonado que esta no seu rosto. – apaixonado?

Não consegui responder a ela, só olhar para o outro lado e disfarçar. Se apaixonar parecia algo bem problemático no apocalipse e minha primeira experiência não fora exatamente um sucesso, então eu esperava não estar apaixonado. Nem sorrindo como um bobo.

– Não posso me apaixonar, Michonne. – ela franziu a testa sem compreender – Tudo o que eu amo demais parece estar destinado a morrer mais cedo do que eu esperava.

Ela me deu um daqueles olhares ternos que parecem enxergar nossa alma, um olhar do qual eu não poderia me esconder, então pareceu refletir sobre o que eu disse e por fim falou:

– Quer um conselho, querido? – eu ia dizer que não precisava de um conselho, mas na verdade precisava, então assenti – Diga a ela. Ela não vai morrer porque você a ama, ao contrário, ela vai viver porque você a ama. – não pude evitar sorrir com as palavras dela, e esperei que ela continuasse – Eu sei que Hope conquista as pessoas fácil, vi como você ficou encantado quando se conheceram, como ela te fez rir. Não é difícil amá-la.

Só pude concordar com tudo o que havia dito, menos com o “diga a ela”, porque eu não acho que conseguiria fazer isso. Pelo menos não tão cedo. E é fato que Hope conquista as pessoas, não importa se é o apocalipse, ela faz parecer que vai ficar tudo bem.

Vimos Daryl acenar para que nos aproximássemos porque estava tudo aparentemente limpo. Meu pai abriu a porta o mais silenciosamente possível e entramos cautelosamente, por precaução. A loja estava intacta, rondamos todas as prateleiras para ter certeza que não haveria surpresas, tudo o que precisávamos estava ali e em bom numero.

– Peguem o que for útil, rápido. – meu pai disse, já colocando algumas fraldas dentro da mochila.

Fui pegando um pouco de tudo que precisávamos e algumas besteiras que Judy provavelmente gostaria, afinal ela amou o panda e as coisas de bebê que levamos da ultima vez e imanava que estava farta de papinhas de legumes. Até chegar ao balcão aonde tinham balas, doces, chocolates, CD’s e revistas, peguei o que estava dentro da validade e duas revistas do homem-aranha já que não tinha nada novo.

– Sei bem quem vai ficar feliz com elas. – meu pai disse e piscou, então veio para o meu lado enquanto colocava algumas escovas de dente na bolsa – Então, como vão as coisas com a Hope?

Tive que parar de enfiar mentos na bolsa só pra pensar: “Cara, esta tão óbvio assim?”

– Como assim “coisas com a Hope”? – ele fez a mesma expressão sacana de quando passou por nós dois no bloco de celas.

– Eu não nasci ontem, filho. – sério, eu vou ter uma conversa dessa quantas vezes hoje? – Vejo como você olha para ela, e como ela olha para você.

– Michonne disse a mesma coisa. – balancei a cabeça, indignado.

– Claro, só um cego não perceberia o que tem entre vocês dois. – não pude evitar sorrir – Acho que tem alguém apaixonado.

O pior é que eu também achava. Mas, obviamente, não admitiria isso em voz alta.

– E você não esta errado, afinal, quem não se apaixonaria por ela. – lembrei do primeiro dia dela na prisão, quando ele me assustou no meio do corredor quando meu rosto estava incendiando depois do beijo na bochecha.

– O Noah parece ter se encantado com ela. – comentei me lembrando do olhar que ele havia lançado no dia anterior.

– Ah, o garoto, na verdade ele me lembra bastante você. – revirei os olhos disfarçadamente – Ele é bem esperto para idade dele.

– E um pouco convencido. – comentei brincando.

– Por isso é tão parecido com você. – fiz uma careta pra ele, mas tive que rir – Você sabe que é verdade.

– Ta, pode ser. - pulei para o lado de dentro do balcão para pegar os medicamentos que estavam numa prateleira grudada na parede.

Estava distraído colocando tudo na mochila quando eu ouvi um tiro, e a janela ao meu lado explodiu antes que eu pudesse me proteger.

Só pude fechar os olhos, senti a dor dos cacos de vidro cortando meu rosto e me abaixei, mas não senti nada parecido com um tiro, então estava tudo bem.

– Carl! – ouvi meu pai gritar, então comecei a me afastar da janela ainda abaixado, pulei o balcão o mais rápido que pude e voltei a me abaixar e ir de encontro a ele – Tudo bem filho?

– Não pegou em mim. – o alivio tomou o rosto dele como o de Michonne que rapidamente se colocou do meu lado, então fui puxado pelos dois para fora da loja.

– Quem fez isso? – Daryl perguntou quando chegamos na porta.

– Não sei, mas se não me acertou é porque só quer nos afastar. – antes que eu pudesse terminar minha fala ouvimos mais tiros e todas as vidraças se quebraram – Vamos logo!

Corremos para o carro vendo os tiros acertarem o chão, como se significassem “andem logo, seus molengas”.

Entramos no carro e saímos a toda velocidade, mas não ouvimos mais tiros, o que foi bem estranho. Quem quer que fosse tinha bastante munição para gastar com nós e não nos matar.

– Meu Deus, Carl. – Michonne disse então me olhei no retrovisor e o lado direito do meu rosto estava ensangüentado.

Narração por Hope Miller

– Eu disse que você não ia conseguir sem mim. – falei vendo Hershel colocar pequenos curativos nos ferimentos de Carl.

Quando o vi saindo do carro logo pensei “Oh, não”, dessa vez era ele que estava sangrando. Rick mais preocupado que nunca (como eu) o levou para Hershel rapidamente, e Hershel o levou para a enfermaria da prisão e removeu os cacos de modo menos sofrido possível, mas era visível que Carl estava com dor, e eu estava tentando distraí-lo o tempo todo em pé ao lado dele, que estava sentado em uma pequena maca hospitalar.

– Não mudaria nada se você estivesse lá. – ele disse arfando depois de Hershel colocar o ultimo curativo – E poderia ter se machucado de novo.

– Ele tem razão. – Rick concordou, estava o tempo todo tentando ajudar como podia – Foi muito perigoso, tivemos sorte que foram só alguns cacos de vidro.

– Nem me fale. – Carl pegou um pano molhado e começou a limpar o resto de sangue do rosto.

– Quero ouvir essa história direito, Rick. – Hershel disse enquanto jogava os cacos de vidro fora, depois se virou para Rick e disfarçadamente fez um sinal para a porta – Vamos, Hope pode cuidar do resto.

– Certo... – Rick disse, então bateu de leve no ombro do filho e sorriu para mim, logo depois sendo arrastado para fora por Hershel.

– Qual o problema deles? – Carl disse balançando a cabeça.

– Não faço idéia. – respondi rindo.

Parei na frente dele e peguei o pano de sua mão delicadamente para ajudá-lo, antes que sujasse os curativos e se machucasse mais.

– Não sabe se manter longe de problemas sem mim, não é? – falei enquanto limpava onde não havia ferimentos, e ele me encarava com seus grandes olhos azuis e sorria um pouco com meu tom de voz autoritário.

– Na verdade você já é um problema. – olhei-o indignada, mas feliz porque ele estava rindo – É a verdade.

– Mas você tem que admitir, - limpei os lábios dele e o queixo que também ganhará um pequeno curativo – gosta de problemas.

– Um pouco. – ele sorriu e depois contraiu o rosto pela dor – Ai, rir dói também.

– Sinto muito. – passei o dedo por um dos curativos como se estivesse fazendo carinho – Fiquei preocupada.

– Não precisa, eu estou bem. – ele pegou minha mão e a segurou rente ao peito dele, como se precisasse me certificar que seu coração estava batendo – Hope?

– Sim? – ele estava olhando fixamente para mim, como se quisesse enxergar mais do que conseguia, então deixei o pano de lado (ainda sobravam algumas manchas de sangue na orelha direita dele) e o encarei também.

– Quando você disse “volte inteiro, Grimes”, você só queria dizer pernas, braços e coisas assim ou alguns arranhões também contam como não estar inteiro? – não pude evitar sorrir, imaginando onde ele queria chegar com aquela pergunta.

– Acho que alguns arranhões não contam. – ele sorriu também, um sorriso diferente – Por quê? Eu te fiz alguma promessa?

Ele pareceu pensar um pouco, o sorriso ainda brincava nos lábios dele e os olhos azuis estavam vivos como costumavam ficar quando Carl ficava feliz.

– Não exatamente uma promessa... É tipo uma divida. – fingi me lembrar de algo, exclamando um “ahhhh” demorado.

– Você tem uma memória boa. – me aproximei dele e segurei a gola de sua camisa, puxando-o para mais perto. Como se eu fosse me esquecer disso.

Então beijei o nariz dele de novo, e ele fechou os olhos e suspirou como se estivesse segurando a respiração por muito tempo, vi seus ombros relaxarem como se estivessem tensos.

– Eu sempre pago minhas dividas, Cowboy. – então o beijei.

Não como da primeira vez, mas certamente não como Mary Jane. Descobri que Caroline estava certa, era melhor que sorvete de chocomenta.


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