EMMA

Ela havia batido na porta três vezes, havia chamado e nada. Portanto não hesitou em abrir e entrar na mansão Mills. Não estava se importando com o que Regina diria, ela não estava lá com paciência para ficar esperando a prefeita resolver dar as caras. A casa estava silenciosa, não havia ninguém na sala e muito menos na cozinha. Pensou em ir até os quartos verificar, mas um barulho no escritório chamou sua atenção. Andou até o local e encontrou a porta entreaberta. Entrou devagar sem fazer barulho e encontrou Regina segurando um copo de Becker. Havia alguns livros abertos em cima da mesa e outros vidrinhos espalhados.

— O que você esta fazendo? – Emma questionou entrando de vez e “anunciando” sua presença. Regina a olhou assustada e surpresa.

— Como entrou aqui? – Perguntou a rainha ignorando a pergunta.

— Eu fiz uma pergunta primeiro.

— A casa é minha.

— Eu bati na porta três vezes e você não atendeu. Chamei e nada. Portanto abri a porta e entrei. Agora o que você esta fazendo?

Regina suspirou.

— Procurando uma porção.

— Isso é obvio. Que porção?

— Uma para facilitar minha vida e fazer com que você suma do mundo. – Ela respondeu sarcasticamente.

— Sério? Esta obtendo sucesso? – Emma perguntou revirando os olhos. Regina suspirou.

— Infelizmente não, Miss Swan. – Ela suspirando tristemente e Emma levantou uma sobrancelha. Regina resolveu explicar o que estava realmente procurando. — Já que irei ficar grávida, pretendo achar algo que mantém meu corpo em perfeito estado após a gravidez. Pois se eu ficar com alguma celulite, alguma gordura, pneuzinho ou qualquer coisa do tipo eu sou capaz de fazer David Nolan ficar sem a possibilidade de fazer sexo pelo resto da vida dele.

Emma pensou em rir.

E ela riu.

Não deveria, mas riu. Primeiro porque não imaginava que Regina estava tão preocupada com o corpo a ponto de procurar porções para evitar estragos. Segundo porque ela realmente se alegrou com essa possibilidade, afinal Regina tinha um corpo divino e ela não queria que a gravidez desse o desprazer da loira não poder mais apreciar aquilo. Terceiro, imaginava que Snow não ficaria contente se a rainha cumprisse aquela ameaça. E quarto: o que ela havia pensando sobre o corpo de Regina? Cruzes, aquilo não deveria estar em sua mente.

— Talvez você devesse pedir ajuda a Rumple. – Sugeriu Emma tentando afastar seus pensamentos impuros com a mãe de seu filho.

— Claro, porque faz totalmente tipo de Rumpelstiltskin decorar porções para corpo pós-gravidez. – Respondeu novamente em tom sarcástico, Regina. — Depois eu vejo isso, estamos atrasadas.

— Sério? Nem havia reparado. – Emma respondeu no mesmo tom e foi ignorada. Regina pegou a bolsa e fechou a janela, saiu do escritório com a xerife atrás dela e por fim foi até a porta deixando a loira sair da casa primeiro.

— Como foi a sua manhã de compras? – Questionou Regina assim que entraram no carro. Emma obviamente havia ido com o carro de xerife, não estava disposta a ouvir a rainha reclamar o tempo todo de seu fusca.

— Tudo menos tranqüila. Killian tem um gosto próximo do horrível. – Ela criticou. — Felizmente consegui o convencer a comprar roupas mais dignas.

— Eu tenho medo do que você define roupas dignas. – Regina comentou a interrompendo. Emma revirou os olhos.

— Continuando, Jones tem uma incrível mania de cantar todas as vendedoras bonitas. – Regina riu baixinho. — E eu realmente não me importaria se ele tivesse cantando só as vendedoras, pois ele resolveu dar em cima de uma cliente e ela estava acompanhada de seu namorado. Bem... Para evitar uma confusão tive que voltar a ser xerife no momento, mas fomos expulsos da loja.

— Bem percebo que sua manhã foi muito interessante, Miss Swan. Ser expulsa de uma loja? Isso é incrível. – Ela deu risada zombando.

— E como foi a sua manhã, Madame Mayor? Ficou procurando uma porção para o corpo o até agora? Ou teve tempo de afiar a língua?

Regina a fuzilou.

— Na verdade eu recebi uma visita muito interessante. – Ao ver o olhar curioso no rosto da loira, ela continuou. — Robin.

Emma ficou rígida. O que Robin estava fazendo na casa de Regina? Marian havia o proibido de chegar perto da prefeita e ameaça fora no mínimo perigosa o suficiente para ele se afastar, é claro, caso se importasse com a rainha.

— E o que ele queria? – Ela questionou mordendo a língua.

— Conversar, mas acho que não devo satisfação sobre isso Miss Swan. Até porque chegamos.

E de fato elas haviam chegado ao estábulo. Emma fez uma nota mental de conversar com Robin mais tarde. Mas agora pretendia se concentrar nos monstros a sua frente.

Quer dizer, não que cavalos fossem monstros. Ela realmente não os considerava assim, eles eram muito belos, mas a loira não conseguia gostar deles e talvez, apenas talvez, tivesse um pouco de medo. Mas é claro que não daria o braço a torcer e não diria a Regina. Quando desceu do carro percebeu que não havia reparado que a morena estava vestida com uma calça jeans escuras e uma blusa branca. Além de uma bota preta. E Deus, a calça havia marcado perfeitamente a bunda dela.

— Você deveria usar mais calça, sabe? – Comentou Emma com um pensamento malicioso em sua mente. Regina levantou uma sobrancelha.

— Nem pensar. Estou usando isso para andar de cavalo, não pretendo usar essa calça novamente por um bom tempo.

Ambas entraram no estábulo e Regina já foi logo escolhendo um garanhão preto. Começou a colocar a sela no animal enquanto Emma passeava pelo local. Havia varias opções, mas nenhuma lhe agradou. Quando tentou chegar perto de um ele simplesmente quase a matou (drama).

— Vai ficar andando? – Perguntou Regina com o cavalo já pronto.

— Nenhum cavalo gosta de mim. – Disse Emma com birra.

— Você esta com medo deles e esta assustando eles. – Respondeu à morena. – Não é assim que funciona, você não pode assustá-los dessa forma.

— Eu não estou os assustando.

— Sim você esta. Venha suba do meu.

— Não!

— Miss Swan, estou tendo um dia muito agradável para você estragar. Então por favor, deixe de ser uma garotinha medrosa e suba no meu cavalo.

Emma mordeu a língua para não xingá-la. Subiu no cavalo meia desajeitada, assim que estava muito bem segura em cima dele, Regina começou a puxá-lo até o campo. Quando o cavalo percebeu onde estava indo, ele relinchou. Emma rapidamente agarrou o cavalo ficando praticamente deitada em cima dele. Ela escutou Regina rir, mas ignorou.

— Swan, por favor, você não vai cair desse cavalo. Vamos se ajeite. – Ela disse.

— Não! Vamos voltar Regina, vamos fazer ioga. É menos perigoso.

— Andar de cavalo não é perigoso.

— Sim é e você esta grávida, não pode fazer isso. E se você cair? Poderia perder o bebe sabe?

— Swan...

— Ou então poderia quebrar algum músculo.

— Swan...

— Sem contar na incrível possibilidade desse cavalo sair correndo por todo esse campo verde.

— SWAN! Chega. – Regina perdeu a paciência. — É apenas um cavalo. Ele não vai me derrubar ou você, não irei perder o bebe se eu cair também e não, ele não vai sair por ai com você em cima e caso isso aconteça, relaxe, eu te salvo.

— Certo. – Emma tentou se acalmar.

— Se ajeite.

Ela assentiu, ficou novamente sentada no cavalo com a mão na corda na sela, endireitou as costas enquanto olhava para Regina um tanto menos assustada.

— Vamos fazer um seguinte, eu usei magia e criei uma proteção em volta do cavalo, ele não vai sair correndo e você não ira cair nem se quiser. Então vai andar com ele até o meio do campo e voltar.

— Mas...

— Agora Emma.

Regina deu um tapa no traseiro do cavalo e ele começou a andar. Emma respirou fundo e contou até dez. Não podia dar errado aquilo, Regina havia usado magia para garantir sua proteção. Estava tudo em perfeito estado. Ela segurou a corda com mais força e fez com que o cavalo fosse mais rápido. Conforme a velocidade aumentava, ela sorria mais. Aquilo era incrível, era uma sensação de liberdade que Emma nunca havia sentindo antes, ela podia entender agora o porque de Regina amar tanto aquilo. Ela havia acabado de se apaixonar. Em vez de correr até o meio do campo ela correu até o fim, quando voltou Regina sorriu.

— Realmente, andar de cavalo é horrível. – A morena disse enquanto a loira descia do animal.

— Você esta brincando? É a melhor sensação que eu já tive em minha vida. É perfeito. – A loira sorriu se aproximando de Regina e arrancando um pequeno sorriso da prefeita. — Obrigado Regina.

— Pelo que?

— Por ter tirado meu medo, por ter tido paciência comigo e por ter me apresentado isso. – O sorriso da loira era tão grande que a morena mal podia controlar o próprio.

— De nada, Miss Swan. Agora vai pegar outro cavalo, porque esse é meu e eu quero aproveitar ele.

A loira revirou os olhos, mas obedeceu. Enquanto sai correndo de volta ao estábulo Regina observava a cena com prazer. Mal sabia Emma que ela não havia usado magia nenhuma, mas também não precisava saber.