A Inútil Capacidade de Ser Normal [Degustação] escrita por Fabrício Fonseca


Capítulo 7
Seis – O APELIDO DO MEU MELHOR AMIGO




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Nós tínhamos acabado de entrar no Sexto Ano. O sexto ano é aquela série em que todo mundo fica louco para entrar em um grupinho de amigos e fazer parte de algo que seja o mais parecido possível com aqueles filmes americanos para adolescentes – exceto eu é claro que nunca fui normal.

O fato é que Pit se juntou com aquele típico grupinho de garotos atentados que se sentam no fundo da sala.

No segundo bimestre nossa professora de português dividiu a sala em duas equipes, uma de meninas, e outra de meninos; e o trabalho era bem simples: as meninas teriam que procurar e entrevistar pessoas que haviam se mudado há pouco tempo para nossa cidade e nós, os meninos, teríamos que entrevistar as pessoas que moravam ali desde criança, ou desde sempre.

No dia seguinte todos os meninos saíram durante à tarde para procurar por alguém que fosse realmente velho e que morasse há muito tempo aqui. Mas na verdade a maioria dos garotos só ficava brincando e fazendo pirraça uns com os outros – por isso eu sempre preferia fazer trabalhos com as meninas naquela época, elas eram mais dedicadas e mais preocupadas com as notas do quê os garotos.

Então nós chegamos à casa de um Senhor realmente velho que tinha um Pit-Bull do seu lado; e ele super gentil aceitou responder minhas perguntas – fui o único que se preocupou realmente com o trabalho, é claro.

Os outros garotos ficaram brincando e se desafiando sobre quem tinha coragem de chegar perto do cachorro, e é claro que o Alexandre estava no meio deles. Pit foi chegando devagar e quando ele ia tocar no cachorro o Pit-Bull começou a latir e correu atrás dele e só parou quando meu futuro melhor amigo subiu em uma árvore que havia perto da casa do homem velho.

Então todo mundo começou a chamá-lo de Alexandre Pit-Bull, um mês depois só o chamavam de Pit-Bull. E no final do ano ele era apenas Pit, e ficou até hoje.

E eu simplesmente amo essa história.


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