Ao nascer de uma nova Esperança escrita por Rafú


Capítulo 40
Capítulo 40 - Bônus


Notas iniciais do capítulo

OIZINHO!!! Gente, este é realmente o último capítulo da nossa fic! Deus! Como vou sentir falta de postar! Como vou sentir falta dos seus comentários. Como vou sentir falta de vocês. Bem, vou deixar meu chororó pro final. Aproveitem o bônus: POV Alice pra vocês, recompensa por terem tido a paciência de ler minha história. Quem não recomendou e quiser... Sintam-se livres, ou não. A decisão é de vocês. Quem nunca comentou sinta-se livre também. Fantasminhas, está na hora de ressurgir dos mortos. Bom capítulo, meus amores. Espero que tenha ficado a altura. Bijus e até as notas finais.



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POV Alice

– Alice, estou dizendo que isto não é uma boa ideia. – fala meu pai pela milésima vez.

– Ah, pai! Por favor, me dê um milímetro de liberdade. Já tenho 16 anos. Eu só vou sair com um cara. Eu volto pra casa às dez horas. – suplico também pela milésima vez.

Por que ele enche tanto o meu saco? É só um encontro. Um encontro com o desejado e lindo Tommy Steiner. Ai, como sonhei com este dia! Foi difícil fazer ele me convidar pra sair, mas ainda bem que Joe é amigo dele, facilitou as coisas pra mim.

– Volta às nove e meia. – exige papai.

– O que? Por quê? Dez, pai. Por favorzinho. O que custa dar meia horinha a mais? – imploro.

– Muita coisa pode acontecer em “meia horinha a mais”. – fala ele.

– Deixa ela, Peeta. – estava demorando pra minha mãe se intrometer. Graças a Deus ela chegou. – É adolescente. Esta fase passa.

– Esta fase já passou e ela vai voltar nove e meia. – diz papai. – Alice, se você não estiver aqui às nove e meia eu vou atrás de você como fiz da última vez. Você se lembra, não é?

Sim, infelizmente me lembro. Foi em uma festa na casa da Melanie. Só porque atrasei uma horinha e meia. Por favor, né! O que é uma hora e meia? Meu pai entrou na casa e me puxou pelo braço enquanto me xingava. Precisei aguentar uma semana de cochichos e risadinhas na escola. Culpa da Melanie que ficou falando toda vez que eu dizia que ia embora: “Fica mais uns minutinhos, seu pai vai entender, é meu aniversário”. Entender o caramba, devia ter escutado o Joe e ter ido pra casa quando ele foi.

– Sim, eu lembro. – falei abaixando a cabeça.

– Alice vai sair? – aparece Ray.

– Sim, é por isso que estou arrumada. – digo.

– Está pintada também. – ri ele e meu pai o acompanha.

– Isto é maquiagem, não é tinta, idiota. – retruco.

– Ok, chega disso. Por que não fica em casa que nem o Ray? Olha como ele é feliz sem os encontros.

– Ray tem 11 anos, pai. É uma criança que se preocupa em levantar cedo em um sábado para não perder os desenhos animados na televisão.

– É, pelo menos não fico me arrastando atrás de um carinha aí. – retruca Ray.

– Ora, quer dizer que não contou pro papai e pra mamãe sobre a Dora? – falo sorrindo.

Ray me fuzila com os olhos e cora imediatamente.

– Quem é essa Dora? – pergunta minha mãe.

– Ninguém, mãe. Só uma garota muito bonita que Ray fica babando todos os dias durante o intervalo.

– O seu namoradinho não está esperando, não? – diz Ray irritado e sai da cozinha.

Ele se foi e a atenção de papai voltou pra mim, infelizmente.

– Por que vai sair com este tal de Tommy? Tem tanto cara melhor por aí. – indaga ele.

– Ah, pai! Mas ele... Espera! Como você sabe que eu vou sair com o Tommy? Eu não me lembro de ter falado pra você o nome dele. Não falei nem pra mãe.

– Eu vou sair, pois nem quero ver onde isto vai dar. – minha mãe diz saindo da cozinha. – Bom encontro.

Sorrio pra minha mãe e fico séria quando olho pro meu pai.

– Bem... Hã... Então... – gagueja ele. – Eu tenho meus informantes.

– Joe te contou, não é?

– Não! Não foi ele! Foi o... Hã... O... É, foi o Joe! – diz ele baixando a cabeça em derrota.

– Eu sabia. – falo pegando a minha bolsa de cima da mesa e saindo de casa.

Papai grita da varanda:

– NOVE E MEIA, ALICE! OU VOCÊ SABE O QUE A ESPERA!

– TÁ BOM! – eu grito de volta.

Caminho até a casa do Tio Hay e vejo Joe sentado na escada da varanda, lendo um livro. Arranco o livro de suas mãos, ele me olha e sorri.

– Boa tarde. – diz ele.

– COMO PODE CONTAR PRO MEU PAI QUE EU VOU SAIR COM O TOMMY? – grito exasperada, atirando o livro no chão.

– Mas eu pensei que você mesma iria contar quem era ele. – responde ele tranquilamente.

– COMO EU IRIA CONTAR? EU FALEI PRA VOCÊ QUE NÃO IA DIZER PRA ELE QUE ERA O TOMMY!!!

– Dá pra parar de gritar? – diz ele se irritando.

– Eu confiei em você, seu idiota. – sento ao seu lado.

– A idiota aqui é você, que quer sair com o Grandiosíssimo Tommy Steiner. Você sabe que ele é um imprestável. Um inútil. Alice, ele não merece você! Como pode não enxergar isto? Ele sai com pelos menos três garotas por semana. Você só é uma das três garotas desta semana. Ele não ama você e você só está se iludindo com esta fantasia infantil de que ele é o seu príncipe encantado. Ele é um bosta!

– Como pode dizer isto? Ele não é seu amigo, afinal?

– É por ser meu amigo, que sei destas coisas e tenho razão no que digo.

Odeio quando Joe age igual ao meu pai. Eu já tenho um pai, não preciso de mais um para me dar sermões.

– Eu acho que isto é ciúmes, seu ciumento. – tento fugir de sua argumentação.

– Não tenta mudar o foco do assunto.

– Você disse que não contaria pro meu pai.

– Que diferença faz? Você vai sair com o Tommy de qualquer forma! Só estou dizendo que você vai se arrepender disto.

– Eu nunca vou me arrepender de sair com o Tommy! – exclamo.

Joe se estica e puxa o livro que eu atirei.

– Isto é o que veremos. – ele abre o livro e começa a lê-lo.

O cachorro de Joe sai de dentro de casa e pula em mim, me lambendo.

– Ei, calma garoto! – digo rindo.

– Você seria mais feliz saindo com o Thor. – afirma Joe.

– Loki é um cachorro, ninguém sairia com um cachorro!

– Eu sairia se estivesse no seu lugar. E o nome dele é Thor, não é Loki.

– Mas age como o Loki, não é seu monstrengo? – falo acariciando o cachorro. – Você acha que eu não sei que foi você que mastigou meu tênis semana passada?

– Eu te dou outro. – diz Joe sem tirar os olhos do livro.

– Não precisa. Já comprei outro mesmo. – um breve silêncio se faz e resolvo perguntar. – Por que você é tão contrário com o fato de eu sair com o Tommy?

– Porque eu sei que ele vai magoar você. – diz ele, desviando os olhos do livro para mim.

Me prendo alguns segundos no olhar que Joe me lança. Ele está realmente preocupado comigo. Ele não está falando aquilo só pra eu não sair com o Tommy, ela está se importando mesmo com o que vou sentir.

– Vai ficar tudo bem. – sussurro.

– Alice, eu... – Joe é interrompido.

– Ah, gata! Você está aqui. Pensei que estaria em casa. – diz Tommy.

– Tommy, oi. Estava esperando você. – falo tentando fazer com que Thor saia de cima de mim. Ele é um labrador pesado. – Sai Thor.

Joe se levanta e assovia para Thor.

– Thor, passa! – o cachorro o obedece, ele sai de cima de mim e caminha ao redor de Tommy o cheirando e começa a rosnar.

– Ele vai me morder? – pergunta Tommy com medo do cão.

– Isto é o que veremos. – fala Joe sorrindo.

Eu me levanto.

– Não vai não. É que você é estranho pra ele. – respondo.

– Ok. Vamos, gata? – chama Tommy.

– Vamos, tchau Joe.

– Tchau Alice. Falou, cara. Até mais.

– Até, Joe.

Joe assovia para Thor novamente.

– Vamos, Thor. Entra.

A porta se fecha e Tommy e eu começamos a nos dirigir para o portão da Vila dos Vitoriosos.

– Pensei que aquele bicho iria me morder? – fala Tommy assim que atravessamos o portão.

– Ele não iria. Lo... Quer dizer, Thor é um bom menino. Late mas não morde. – afirmo.

– Odeio cães.

– Por quê?!

– São animais nojentos. Eles babam, e tem pulgas, carrapatos e doenças. Eca! Só servem pra gastar dinheiro. Não nos dão nada.

– Eles nos dão amor.

– Não dão não. São animais. São animais estúpidos. Eles não sentem nada por nós.

– Pois acho que eles nos dão amor sim. – falo irritada.

Eu amo animais. E odeio quando falam mal deles. Odiei minha mãe quando ela disse que matava animais para se alimentar. Como ela tinha coragem?! Tá, eu sei que ela, a tia Prim e a vó estavam quase morrendo de fome, mas não precisava caçar todos os dias, né? Tem frutas na floresta também.

Cruzei os braços.

– Ei, gata! – chama Tommy. – Não fica chateada. Não falei por mal. – continuo a ignora-lo. Ele me puxa pela cintura com um braço. – Ei... Desculpa.

– Tudo bem. – não ia por tudo fora, por causa de uma opinião dele. Esperei muito este dia chegar pra estraga-lo com minhas birras. – Pra onde estamos indo?

– Pra minha casa.

– Ah, vou conhecer seus pais? – pergunto animada.

– Não, não. Eles não estão. Saíram pra jantar. A casa será só nossa.

– E o que vamos fazer lá?

– Primeiro vamos jantar.

– Oh, você cozinha? – pergunto admirada.

– Sim, e você?

– Sim, eu a-do-ro cozinhar.

– Estou vendo. Vai me ajudar no jantar então?

– Claro. E depois do jantar? O que faremos?

– Depois do jantar vamos ver o que faremos. – diz ele sussurrando no meu ouvido.

Em pouco tempo chegamos a casa. Ela é menor que a minha e tem dois andares. Mas é muito aconchegante.

– Adorei sua casa. – falo enquanto tiro meu casaco.

– Obrigado. Vamos pra cozinha?

– Vamos.

Preparamos o jantar. Fizemos algo bem simples e rápido para não ocupar muito tempo. Sentei e Tommy já ia sentar quando volta a se colocar de pé.

– Já estava esquecendo de algo. – ele sai e volta com uma garrafa de vidro.

– O que é isso? – pergunto.

– Champanhe. – ele responde pegando duas taças.

– Champanhe?

– O que? Não vai me dizer que nunca bebeu nada com álcool.

– O que? – “eu nunca bebi álcool” – Da onde você tirou isso? – “eu nunca bebi álcool” – É claro que já tomei bebidas alcoólicas. – “eu nunca bebi álcool”.

– Então? Vai querer? – diz ele me alcançando a taça com o líquido borbulhante dentro.

Eu pego.

– Claro. É claro que eu quero. – “meu pai vai me matar se descobrir que bebi álcool.”

Tommy senta enquanto eu provo um gole do champanhe. Não era nada mal. Mas vai ficar bem mal se meu pai descobrir. Ele come a comida.

– Hmmm, você tem talento. – diz ele.

– Obrigada. Meu pai me ensinou tudo.

– Bem, ele tem um padaria, então...

– É.

– Deve ser o orgulho dele.

– Ah, eu não gosto de me gabar, mas... É, eu sou o orgulho dele. – “mas vou deixar de ser se ele descobrir que bebi champanhe.”

Tommy ri do meu comentário. Quando terminamos de comer eu começo a lavar a louça.

– Não precisa lavar, Alice. Deixa isto aí. – diz Tommy.

– Oh, não. Você me trouxe pra jantar então o mínimo que posso fazer é lavar a louça. – o contradigo.

Ele, porém, me abraça por trás. Eu congelo e o prato que estava em minhas mãos, escorrega e cai dentro da pia novamente.

– Mas você fez uma grande parte do jantar. – diz ele no meu ouvido.

– Cozinhar é um prazer pra mim. – falo quase sem ar.

Ele me vira e me beija com suavidade.

Eu não acredito nisso. Estou sonhando? Espero que não. Estou beijando Tommy Steiner. Estou beijando Tommy Steiner na casa dele. Não! Melhor: estou beijando Tommy Steiner na cozinha dele. Ohhh, Deus! Isto é tão bom! O único beijo que dei na vida foi ano passado no jogo da garrafa na casa da Melanie. Foi sem graça, beijei um cara que nem conhecia. Mas este cara eu conheço. Este cara toda a escola conhece. E eu estou aqui: beijando ele neste exato momento. E posso dizer que este beijo é bem melhor do que o do jogo da garrafa.

Não noto que Tommy começou a me puxar enquanto me beijava, só sinto quando sou jogada na cama. Oh, Deus! Isto vai acontecer? Isto vai realmente acontecer? Ai meu Deus. Eu nunca fiz isto na vida.

Tommy sobe em cima de mim e beija meu pescoço, enquanto seus dedos tentam desabotoar a minha blusa. Ele para um segundo e me olha.

– Então estamos de acordo? – pergunta ele.

– Como assim? – pergunto sem entender.

– Estou louco pra chegar na escola segunda-feira e contar pra todos que saí com Alice Mellark! – ri ele.

– Hã?

– E você, em troca, poderá dizer as suas amigas que saiu com o lindo Tommy Steiner. – Tommy complementa.

– O que? – eu empurro ele com força e ele cai no chão.

– Ai, gata! O que é isso?

– Você quis sair comigo por status? – pergunto sentando na cama.

– Claro. Você também, não é?

– O que?! Não! – eu levanto da cama totalmente desnorteada. – Você não sente atração por mim?

Tommy levanta do chão antes de responder:

– Bem, você é bem gostosa... – diz ele olhando para o meu corpo.

Só então noto que ele havia conseguido desabotoar a minha blusa. Abotoei ela o mais rápido que pude.

– Não este tipo de atração, Tommy. Não a atração física. Eu quero saber se você me ama.

– Amor? Se eu sinto amor por você?

– É.

– Não. – diz ele como se me amar fosse um fato impossível.

– Oh, Deus! Você estava me arrastando pra cama só pra dizer que saiu comigo?

– Sim, eu já disse isso pra você.

– Isto tudo que íamos ter, era pra você chegar segunda-feira na escola e dizer que comeu a filha da Katniss e do Peeta Mellark? Era pra dizer que conseguiu ter a filha do Tordo em suas mãos? É isso?

– Claro. Espera... Você disse, íamos ter?

– Sim, íamos. Agora, adeus, seu idiota. – falo, segurando as lágrimas e correndo escada abaixo.

Desço correndo, visto meu casaco e não perco tempo fechando os botões. Pego minha bolsa e volto pra casa correndo.

– ALICE, ESPERA! – ouço a voz de Tommy correndo atrás de mim.

– ME DEIXA EM PAZ! –grito sem me virar e deixando as lágrimas escaparem.

Quando atravesso o portão da Vila dos Vitoriosos, estou exausta. Tommy me alcançou e me puxou pelo braço.

– Ei, gata! Calma aí. – diz ele.

– ME SOLTA, SEU BABACA! E PARA DE ME CHAMAR DE GATA! – grito tentando puxar meu braço de sua mão.

– Alice, se acalme. – diz ele.

– NÃO! ME SOLTA! – falo puxando meu braço com mais violência.

– ALICE! – ouço a voz de Joe. Ele se aproxima e tenta tirar a mão de Tommy do meu braço. – Solta ela, Tommy. Está machucando o braço dela.

– Eu não fiz tudo isso pra nada. – diz Tommy entredentes.

– Solta ela, seu babaca. Ela não é o tipo de garota que você costuma sair. Solta logo!

– Eu não vou soltá-la.

– Vai sim. – diz Joe antes de acertar uma joelhada no estômago de Tommy. Ele me solta e eu caio no chão. Joe me puxa, me colocando de pé. – Tudo bem? – apenas aceno com a cabeça confirmando. – Você está chorando? – Joe se vira para Tommy que está se levantando do chão – O que você fez pra ela, idiota? Por que ela está chorando?

– O que eu fiz? Ela que é maluca. Essa galinha! – acusa-me Tommy.

– Então ela é a galinha? Que estranho, porque não é ela que sai com um monte de garotas diferentes toda a semana. – me protege Joe.

Joe sempre foi assim. Ele é calmo. Mas basta mexer com um de seus amigos que ele vira um bicho de dois metros.

– E daí? Pelo menos não sou uma doida que acredita no amor. – diz Tommy.

– Ora, seu canalha... – Joe se avança em Tommy o derrubando com vários socos. Ele senta em cima dele e continua a soca-lo. Não vejo mais o rosto de Tommy, só sangue.

– Para, Joe! Você vai matar ele. – falo enquanto tento puxar Joe. Mas ele não dá importância para o que eu digo. Quando ele levanta o punho mais uma vez eu seguro seu braço – Chega! – imploro.

Ele me olha e logo após olha para Tommy que não sei como não desmaiou. Joe se levanta.

– Ele machucou você? Ele te forçou a fazer alguma coisa? Qualquer coisa? – pergunta Joe.

– Não. – respondo.

Tommy se levanta após alguns segundos e começa a cambalear.

– Vai ter volta. – diz ele apontando o dedo para Joe. – Vai ter volta Joe Trinket.

E logo após gira nos calcanhares e começa a caminhar em direção ao portão da Vila.

– É Joe Abernathy. – sussurra Joe como se Tommy pudesse escutá-lo. – Herdei o sobrenome do meu pai, imbecil. - logo após ele começa a me empurrar em direção a minha casa. – Vamos.

Entro em casa e meu pai estava no sofá. Sabia que ele estaria acordado. Ele nunca dorme antes que eu chegue. Ray estava ao seu lado, distraído com um filme da televisão.

– O que é isso? Você estava chorando? – pergunta ele levantando-se imediatamente do sofá e levantando meu rosto pelo queixo.

Então lembrei que estava usando maquiagem, havia esquecido, já que não costumo usar com muita frequência. Eu abracei meu pai, o abraço dele é caloroso. Me sinto segura e tenho a sensação de que nada, absolutamente nada, vai me atingir enquanto ele estiver me abraçando.

– Desculpa. – digo desnecessariamente e começo a chorar novamente.

Nunca me senti tão usada em toda a minha vida. Ele iria fazer tudo àquilo só para aumentar sua popularidade na escola. Quero ver o que Tommy vai responder quando chegar na escola segunda-feira cheio de marcas roxas no rosto.

– Shhh, tudo bem, Sunshine. Tudo bem. – sussurra papai. – O que é isso? É sangue?

Solto meu pai e noto que as mãos de Joe estão cheias do sangue de Tommy.

– Bem... É que... Você sabe, tio.... Precisei dar uma lição no idiota do Tommy. – responde Joe.

– Ahh... Ótimo trabalho. Por que não lava as mãos na pia da cozinha, antes que a Kat chegue e começa a dar seus sermões sobre violência?

– Ok. – diz Joe antes de se dirigir a cozinha.

– Você não deveria ser contra a violência? – pergunto com algumas lágrimas escorrendo ainda pelos meus olhos.

– Não quando mexem com a minha garotinha. – sorri papai limpando minhas lágrimas e sujando os dedos com maquiagem.

– Eu disse que Tommy era um idiota. – diz Joe quando volta da cozinha.

– Acredite: eu insisti pra ela ficar em casa, mas ela não quis. – fala papai.

– Quem sabe assim você não aprende a me ouvir, Senhorita Alice Teimosa Mellark? – fala Joe.

– Não adianta, Joe. – suspira papai – Ela é igualzinha à mãe.

– Quem é igual à mãe? – diz mamãe descendo as escadas.

– Alice. Alice é igual a você. – responde papai.

Eu me viro e mamãe leva um choque.

– O que é isso? Olha pro seu rosto. O que ele fez com você? – diz ela correndo ao meu encontro.

– Nada. Só queria me usar pra conseguir popularidade na escola. Sabe como é! – respondo.

– O mesmo de sempre. – afirma Joe. – “Oh-oh-oh-oh, saí com a filha da Garota em Chamas. Você sabe quem é? O Tordo que liderou a grande Revolução que teve há anos atrás.”

– Mas que idiota. – afirma mamãe e eu concordei com a cabeça.

– Então vou embora, me avise se tiver outro imbecil tentando te usar que eu encho a cara dele de sopapo igual fiz com Tommy. – diz Joe pra mim.

– Ok. – respondo.

– Espera! Você bateu nele? – pergunta mamãe.

Joe gagueja.

– Hã... Então... Olha a hora. Tenho que ir. Tchau. – Joe sai correndo de casa.

– Melhor você ir tomar um banho e tirar esta maquiagem do rosto. – diz papai.

– Tá. – respondo e subo as escadas indo para o banheiro.

Tomo um banho e deito na cama abraçando um urso grande que ganhei de Louis no meu último aniversário. Lembrei de tudo que passei naquela noite e comecei a chorar mais uma vez. Esperei tanto pra sair com o Tommy e no final, acontece isto. Papai bate na porta.

– Você está bem? – grita ele. Não há necessidade de gritar. Dá para ouvir muito bem a voz dele de dentro do meu quarto sem que ele precise gritar.

– Sim, vá embora! – grito de volta com a voz embargada pelo choro.

– Não está não. – diz ele tentando abrir a porta, mas eu tinha trancado ela. – Alice, abra esta porta!

– Não! – eu falo apertando mais o urso.

– Alice, eu vou buscar a chave extra no escritório. – diz papai.

– Eu sei que você não tem uma chave extra no escritório! – berro.

– O que? Como você sabe?

– Mamãe me contou.

– Que está acontecendo aí? – ouço a voz da mamãe.

– Você contou pra Alice que a chave extra não existe? – pergunta papai.

– Ah, contei. – responde mamãe.

– Por quê?

– Porque ela me perguntou, oras. – mamãe bate na porta. – Abre a porta, querida!

– Não! – eu respondo.

– Eu trouxe uma barra de chocolate. – diz ela, colocando metade da barra para dentro do quarto por baixo da porta.

Me levantei e quando me abaixei para pegar o chocolate, mamãe o puxou de volta.

– Ei! – falo.

– Primeiro abra a porta, depois vamos conversar enquanto comemos a barra. – diz ela.

– Só você?

Mamãe leva cerca de um minuto pra responder.

– Sim, só eu.

Ouço papai resmungar baixinho e isso me faz rir um pouco, ele odeia ser deixado de lado. Abro a porta e puxo mamãe para dentro.

– Boa noite, durma bem. – digo para o meu pai antes de fechar a porta novamente.

Quando me viro, mamãe já está sentada na cama desembrulhando a barra de chocolate. Ela pega um pedaço e me alcança a barra quando sento ao seu lado.

– Obrigada. – respondo.

– Então... Me diz o que aquele idiota fez pra você.

Contei toda a história pra mamãe. E fiz prometer que não iria contar para o papai pois ele costuma ter seus acessos neuróticos super protetores. E se souber que eu bebi álcool ele me mataria, se bem que não contei a parte do champanhe pra minha mãe. Minha mãe ouviu tudo atentamente.

– E foi isso. – finalizei.

– Mas que cretino! Ele já não é popular na sua escola?

– É sim.

– Pra que ele quer mais popularidade?

– Ganância, mãe... Ganância. – falei igual a uma velha sábia de noventa anos.

– Sinto muito, querida. E espero que isto te ensine a não cair de joelhos por qualquer rostinho bonito por aí.

– É, acho que agora aprendi. – concordo.

– Tudo bem. Posso ir então? Ou quer me falar mais alguma coisa?

– Acho que não. – “eu bebi álcool hoje, e se papai souber vai me matar.” – Nadica de nada.

– Ok. Boa noite. – diz ela me beijando a bochecha.

– Boa noite.

Assim que ela sai, pego o livro que preciso ler para a prova de literatura. Invejo Joe por conseguir ler os livros da escola em até dois dias. Enquanto eu levo umas três semanas pra terminar. A culpa não é minha. Por que a escola tem que dar tantos livros chatos? Leio umas dez páginas e resolvo dormir.

Acordo tarde. O normal quando é sábado. Desço as escadas ainda de pijama e toda escabelada. Todos já estão à mesa, tomando café.

– Bom dia. – diz minha mãe, passando as panquecas pro Ray.

– Bom dia, meu anjo. – fala papai que estava sentado e lia o jornal tomando uma xícara de café preto.

– Bom dia, mana. – murmura Ray antes de começar a devorar as panquecas.

– Bom dia, gente. – digo sentando a mesa. Mas então lembro que preciso pegar uma xícara e fazer meu café-com-leite. Me levanto novamente.

Em certo momento alguém bate na porta.

– QUEM É? – grita mamãe sem se levantar.

– O JOE. – ouço a voz do Joe na rua.

– ENTRA! – berra papai.

Joe entra segurando uma bola e acompanhado de Louis.

– Oi, pessoal. – fala Joe.

Nós dissemos “oi” para Joe e Louis.

– Alice, Ray, que tal bater uma bola? – diz Louis enquanto Joe quica a bola no chão.

– Demorou. – digo e Ray e eu corremos escada acima pra trocar de roupa. Pego meus tênis sem cadarço. E vou enfiando nos pés enquanto vou em direção à porta.

Jogamos na frente da casa do Tio Hay. Papai e mamãe sentaram no chafariz para poderem nos ver jogar. Nossa torcida de duas pessoas.

– VAI LÁ, FILHA! – gritava papai enquanto minha mãe ria do escândalo dele.

Uma hora, Louis dá um chute com tudo na bola e ela acerta minhas pernas, logo abaixo do joelho. Doeu um pouco, mas não muito.

– Ei! Vai com calma, cara! – avisa Joe. – Ela é uma garota!

Agora me ofendi.

– Então só porque sou uma garota vocês não podem “pegar pesado”? – pergunto enquanto caminho em direção ao Joe e Ray ri disfarçadamente.

– Bem... Você sabe, Lice... Meninos jogam melhor que meninas. – responde o garoto de cabelos loiros.

– Beleza. – falo pegando a bola de sua mão. – Agora é a minha vez de ficar com a bola. Coloco a bola no que seria o centro do nosso campo imaginário. Coloco o pé por cima dela. – QUERO VER AGORA! – grito bem alto pra que eles ouvissem – VOCÊS TRÊS, CONTRA EU SOZINHA!

Eles riem, debochando.

– TUDO BEM! SE É O QUE VOCÊ QUER! – grita Joe de volta. – TRÊS MENINOS CONTRA UMA MENINA!

– ESSA EU QUERO VER DE PERTO. – grita papai correndo para mais perto do jogo.

Tiro o pé de cima da bola e sorrio para cada um dos três pares de olhos que me observam. Aponto para Joe.

– Você! Vem buscar! – digo apontando logo em seguida para a bola.

– Eu? – indaga ele rindo.

– Você mesmo! Ou está com medo?

Sei como ele fica zangado quando perguntam isto pra ele, então fiz de propósito. Seu sorriso sumiu e ele começou a caminhar na minha direção, logo após apertou o passo e começou a correr. No momento exato em que ele iria chutar a bola, desviei-a. Indo para o lado e deixando ele para trás. Olho para frente enquanto corro e vejo Ray. Este vai ser fácil. Louis está na goleira. Com facilidade driblo Ray e chego perto de Louis, olho rapidamente para trás e vejo Joe quase me alcançando. Olho para Louis o desafiando com o olhar. Ele sorri em resposta. Fingi que ia chutar para o lado esquerdo do gol, mas rapidamente mudo de direção quando Louis protege aquela área e chuto para a direita. Marcando um gol. Logo ouço a voz do papai gritando novamente:

– É ISSO AÍ, É A MINHA MENINA!!!

Eu corro até ele e pulo o abraçando. Ele me ergue dando uma volta no ar.

Ele me solta quando ouve a voz de Tia Effie na varanda.

– JOE! – grita ela.

Joe segurou a bola embaixo do braço antes de se virar para a Tia Effie.

– Que, mãe? – pergunta ele.

– Vá na estação de trem buscar algumas coisas que encomendei na Capital. – ordena ela.

Joe bufa pra cima, fazendo esvoaçar a franja que cobre sua testa.

– Ok, mãe. Estou indo. – ele se vira para Louis, jogando a bola para o garoto. – Pega Louis. Que ir na estação comigo?

– Não. Tô muito afim não. – responde ele, se virando e indo em direção à casa de Gale.

– Ray? – pergunta Joe.

Ray corre até papai.

– Pai, o que vai ter para o almoço? Desculpa, cara. Tô cansado.

– Alice? – diz ele se virando pra mim.

– Nossa! Que gratificante ser a última opção, hein! Posso ir, pai?

– Vai. – diz ele se virando e indo pra casa, abraçado em Ray.

– Sabe como é, Lice! Os manos primeiro! – afirma ele.

– E as minas por último. É, eu conheço bem o seu leminha idiota. – murmuro.

– Mas você é uma mana, não uma mina. – diz ele e logo dá um cascudo na minha cabeça enquanto nos direcionamos para o portão da Vila. – Mana caçula chatinha.

– Para, idiota. Isto dói, sabia? – falo o empurrando. Ele se afasta rindo. Um silêncio permanece por algum tempo, até eu dizer- Obrigada, Joe. Por me defender ontem.

– Não há de que. Estava muito afim mesmo de dar uns socos no Tommy. Você só facilitou as coisas pra mim. – sorri ele.

– Eu devia ter te ouvido.

– Claro que sim.

– Por que você faz isso? Por que você sempre tenta me mostrar à realidade?

– Bem... Alguém tem que cuidar de você, já que você mesma não se cuida. – ri ele.

– Idiota. – eu dou um tapa em seu braço.

– Ai, e você sempre reage desta forma.

– É, acho que vai demorar pra mim encontrar o cara da minha vida. O meu príncipe encantado.

– Você e sua histórias de contos de fada. – bufa Joe – Seu pai estragou a sua cabecinha com estas historinhas.

– Ah, cala a boca! Eu sei que ele deve estar por aí em algum lugar. Só esperando eu aparecer.

– Talvez ele esteja mais perto do que você imagina. – sussurra Joe.

– Como assim? – pergunto confusa.

– Nada! Olha lá a estação. Vamos pegar as encomendas da minha mãe logo e voltar. – diz ele me arrastando pelo braço.

Pegamos as encomendas de tia Effie que eram várias. Repartimos as sacolas para leva-las. E começamos a voltar pelo mesmo caminho. Não ouve mais conversa durante a volta e Joe fazia a cara de que estava pensando em algo. Ele dava uma torcida na boca e olhava fixamente pra frente.

– No que está pensando? – pergunto curiosa. Ele não responde, na verdade, acho que ele nem me ouviu. – Ei? Oi? Alguém em casa? Terra chamando Joe! Terra chamando Joe! Joe responda! – começo a passar a mão na frente do seu rosto.

– Hã? O que? – diz ele como se tivesse sido acordado.

– No que estava pensando?

– Como assim? Eu não estava pensando em nada. – se defende ele.

– Estava sim. Você fez a careta de pensativo.

– O que?! Careta de pensativo? Que merda é esta? – ri ele.

– É assim, ôh! – eu imito a sua careta e ele solta uma gargalhada.

– Eu não faço esta careta.

– Faz sim.

Calei a boca porque estávamos perto da casa do Tio Hay. Entramos e Joe fecha a porta.

– MÃE! CHEGUEI! – grita ele.

– Oh querido, obrigada. – diz tia Effie pegando as sacolas que Joe e eu trouxemos. – Obrigada, Alice.

– De nada. – respondo.

– Vem, vamos subir. – diz Joe me puxando em direção as escadas.

Acompanho Joe ao quarto dele. Fecho a porta atrás de mim e fico a observar os peixinhos dentro de um aquário na cômoda ao lado da cama. Ouço latidos no lado de fora da porta e patas arranhando a mesma.

– JOE! FAÇA ESTE CAHORRO CALAR A BOCA OU EU MESMO FAREI ISTO! – grita Tio Hay lá de baixo.

Joe ri e abre a porta, deixando Thor entrar no quarto. Ele corre diretamente pra mim.

– Não acredito nisso! Meu cachorro te ama! – diz ele buscando algo no armário.

– Acho que sim. – digo acariciando o animal. Ele cansa e deita no tapete. Joe puxa uma camisa preta do armário e tira a que estava usando. Estou acostumado a ver Joe sem camisa. Ele quase sempre as tira quando jogamos futebol. Achei até estranho ele não tirar hoje. Ele joga a suja no meu rosto. – Ah, Joe! Que nojo! Está suada e fedendo! – falo jogando a camisa no chão.

– É cheiro de macho. – ri ele. Thor abocanha a camisa. – Thor, não! Solta! – ele puxa a camisa do cachorro, mas Thor se nega a soltar e faz uma espécie de cabo de guerra com Joe. – Quer saber? Pode ficar! Consigo outra.

– Bem feito. Não mandei jogar a camisa na minha cara! – falo me levantando e pegando um chapéu de soldado que Joe tem pendurado no espelho. Ele disse que ganhou de um soldado de verdade, mas não acredito muito nisso. Coloco o chapéu na cabeça e me olho no espelho. Joe ri.

– Nada mal. – diz ele.

– Obrigada. – agradeço. Deito na cama de barriga pra cima. – Ainda não acredito que quase caí na conversinha do Tommy.

– Esquece o Tommy, Lice. Tem outros cara por aí esperando para serem notados. – diz ele seriamente enquanto senta na cama.

– Ah, é? Tipo quem? – pergunto mas Joe fica me encarando sério. Ele nunca me olhou assim. Até que ele suspirou e algo me veio à mente. – Espera... Você? Você é um deles? – eu ri – Não! Você é meu melhor amigo. – pensei que ele riria comigo mas continuou com a mesma expressão. Me sento na cama e o sorriso some dos meus lábios. – Joe! Você é um deles? Você... Joe? ME RESPONDE, DROGA! POR QUE ESTÁ ME OLHANDO COM ESTA CARA?

– Eu não sei... – gagueja ele. – Talvez... Sei lá... Estou confuso! – ele desvia os olhos de mim e olha para o chão.

– Joe? Você está apaixonado por mim? – sussurro como se não quisesse ouvir a resposta. Acho que, de fato, não queria.

Ele suspira longamente antes de olhar em meus olhos e soltar a resposta.

– Estou. – ele diz. – E já faz algum tempo.

Minha boca forma um “o”, mas som algum não sai. Não sei o que fazer, não sei o que dizer e principalmente... Não sei o que sinto. Me levanto da cama, jogando o chapéu de soldado no travesseiro e corro em direção à porta. Thor me segue até a rua, mas eu paro e me viro pra ele.

– NÃO, THOR! VOLTA! VOLTA AGORA! PASSA! – eu grito, deixando uma lágrima cair.

O cachorro me olha assustado, acho que nunca gritei com ele. Ele chora baixinho e volta com o rabo entre as pernas. Joe logo aparece e corre em minha direção. Mas eu me viro e continuo a correr para casa.

– ALICE! ESPERA! – grita ele.

Mas eu não espero. Chego em casa e bato a porta atrás de mim. Ia subir as escadas mas Joe é bem mais ágil do que eu. Ele me puxa pelo braço, mas solta quando me viro e puxo de volta.

– DESDE QUANDO? – eu pergunto fora de mim.

– O que?! – pergunta ele de volta, confuso.

– Desde quando você está apaixonado por mim?

– Eu não sei. Faz tanto tempo que perdi a conta.

Só então noto meu pai, minha mãe e Ray sentados no sofá, mas virados para trás observando toda a discussão. Mamãe gagueja antes de dizer.

– Hã... Então... Eu tenho umas roupas para dobrar. – ela se levanta e papai a segue.

– Eu te ajudo. – afirma ele subindo as escadas junto com ela.

– Caramba! – diz Ray indo para as escadas. – Estou atolado nos deveres de casa.

Me viro para Joe novamente.

– Por que nunca me disse? – pergunto.

– Nunca dizer? Alice, eu deixei todas as pistas possíveis pra você! – afirma ele parecendo irritado. Mas logo ele se acalma e sorri – Mas você é tão ingênua! – ele dá um passo à frente – E tão linda! – mais um passo e ele fica cara a cara comigo. – Tão inteligente para algumas coisas mas tão burrinha para outras. Você é tão autêntica... Tão original... Tão... Você!

– O que você quer que eu diga? – sussurro.

– O que sente por mim. Eu sei que você sente algo. Mas você nunca notou o que sente. Nunca enxerga as coisas por si mesma até alguém esfrega-las na sua cara.

– Não sou boa com sentimentos e expressões... nem com palavras.

– Mentirosa. Você é incrível com palavras. Ou vai dizer que aquele discurso em homenagem aos mortos da Revolução foi escrito por outra pessoa? – não respondo pois prendi meu olhar ao dele. – Você não precisa dizer. Pode demonstrar.

– Como? – pergunto quase sem conseguir fazer com que as palavras saiam da minha boca.

– Quer que eu lhe mostre como? – diz ele aproximando seu rosto do meu, sorrindo.

– Quero. – respondo fechando os olhos.

Ele une nossos lábios. Este beijo é muito mais intenso do que o de Tommy. Este beijo tem um sentimento. Ele é real. Este beijo fez meu corpo inteiro estremecer e fez meu estômago remexer.

– Assim. – diz Joe arfando, ele encosta nossas testas uma na outra. – Assim que se demonstra o que sente.

– Você é o príncipe que eu esperava? – pergunto sem abrir os olhos.

– Lice, eu vou ser o que você quiser. – ele me beija novamente e ri logo em seguida – Hmm, você beija mal. Mas acho que posso consertar isto.

– Vá pro inferno! – falo rindo.

– Mais tarde, porque agora estou no paraíso. – diz ele antes de beijar-me novamente.


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Notas finais do capítulo

Oh, Deus! Não pensei que isto seria tão difícil. Eu só tenho a agradecer a vocês, porque se vocês não lessem e comentassem durante toda a fic Ao nascer de uma nova Esperança, ela nunca teria chegado ao fim, teria sido abandonada e excluída da minha conta. Agradeço as 141 pessoas que acompanharam a fic. Agradeço as 26 pessoas que favoritaram. Agradeço as 28.175 visualizações. Agradeço a Rafa Mellark Sheeran, dd lynda, Anabelle, geysa e Estér Everllark por terem recomendado a fic. Agradeço as 56 pessoas que comentaram (é, eu me dei ao trabalho de contar, rsrsrs) especialmente a manuzzz, Rafa Mellark Sheeran (de novo), May Prior, KarinaCatnip, Anabelle (de novo), JuuHEM147, Márcia Varlery e Estér Everllark (de novo) por comentarem quase todos (se não foram todos) os capítulos. Agradeço ao NYAH!FANFICTION por simplesmente existir e me permitir sentir o gostinho de ser escritora.
Não vou dar conselhos, porque sou autora e não conselheira (rsrsrs), mas se vocês me pedissem um eu diria para tirarem o máximo que puderem da vida, pois ela é apenas uma. Levei meses para ter coragem de postar o primeiro capítulo da fic. Admito que teve vários capítulos que eu tive receio de postar e vontade de reescrever para ver se sairiam melhor, principalmente o 26 (quem lembra quando eu quase matei o Peeta? Bem, eu lembro de vocês quase me matarem, rsrsrs) Em momento nenhum pensei em desistir da fic, nem quando acontecia imprevistos e os capítulos atrasavam (talvez uma vez só, quando o número de comentários decaiu, mas voltei ao normal quando os comentários voltaram). Quem tiver medo de postar alguma história e estiver lendo isso, me ouça: poste, vale muito a pena e não é tempo perdido como muitos acham que é.
Já enjoei de falar que vou escrever outra fic. Então vou dar um aviso: ela vai demorar alguns meses para ser postada. Eu quero escrever ela TODINHA antes de começar a postar, para não acontecer atrasos devido a imprevistos ou bloqueios criativos. Ok?
Deixo um “até logo” pra vocês, um obrigado a quem leu até o final, e uma última beijoca da tia Rafú nesta fic. TCHAUZINHO!!! Beijocas da Tia Rafú pra vocês. ;)