Ao nascer de uma nova Esperança escrita por Rafú


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

OIZINHO!!! Esse demorou mais que habitual pra sair, mais saiu. Boa leitura e por favor, leiam as notas finais. Bijus a todos.



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Peeta acabou ligando para o resto do pessoal, para contar da minha gravidez. Fiquei deprimida por alguns dias. Effie disse que isso acontece por causa dos hormônios. Mas Effie não sabe que minha mãe me tem como morta. Entrei no segundo mês de gestação enquanto Effie entrava no seu nono e último mês, nunca vi ela mais ansiosa. Estava levando Haymitch a loucura. Acordei hoje mais cedo que Peeta, era um domingo, o observei dormindo por certo tempo, tranquilo, suave, parecendo que nada tiraria sua paz. Decidi tomar um banho, embaixo da ducha comecei a pensar em tudo, desde o inicio, a morte de meu pai, eu quase morrendo, o pão que Peeta me atirou, a minha grande ideia pra sobreviver, o dia que conheci Gale, a colheita em que Prim foi sorteada, os Jogos Vorazes, a Rebelião, fui lembrando de tudo até o momento que atirei uma flecha em Coin. Estava cansada de ter essas lembranças todos os dias. Foi então que pensei. Mas quem é que disse que eu tenho que me lembrar disso todos os dias? Por tenho que continuar o meu sofrimento se ninguém mais se importa com o passado? Até mesmo Peeta, que mais teve lesões parece ter esquecido tudo. Eu também irei esquecer. Vou seguir o que Peeta me disse um dia, deixarei o passado no passado. Seguirei em frente, pensarei só em Peeta e no bebê de agora em diante. E na minha família. Posso ter perdido Prim e minha mãe talvez, mas agora montarei uma nova família. Será Peeta, eu, o bebê, Haymitch, Effie, Johanna, Annie, talvez eu acrescente até os meninos da padaria que sempre estão apoiando Peeta. Seremos todos uma enorme e feliz família de sequelados. Saí do banheiro sorrindo com minha nova perspectiva de vida. Peeta continuava a dormir. Não o acordei. Eu mesma faria o café-da-manhã hoje. Desci decidida a só olhar para frente. “Que se dane o passado, já passou mesmo, e nada fará que ele mude”, pensei ao chegar à cozinha.

Peguei um livro de receitas que havia na cozinha, revirei as páginas a procura de algo para fazer. Decidi fazer um bolo. Fiz a massa, coloquei na fôrma e pus no forno. Parei para pensar. Que mais eu poderia fazer? Comecei por um suco de laranja. Logo após foi surgindo ovos fritos, torradas e bacon. Preparei toda a mesa para o café-da-manhã. Estava realmente me sentindo inspirada hoje. Estava de costas para a entrada da cozinha, então me assustei ao ouvir a voz de Peeta:

– Nossa! Estamos celebrando alguma coisa que eu esqueci?

Fui até ele e o beijei:

– Só decidi deixar o passado no passado. Só olhar para frente. Pensar em você e no nosso filho de agora em diante. – respondi sorrindo.

– Isso é muito bom. Fez tudo isso sozinha? – comentou ele sorrindo e olhando a mesa admirado.

– Sim.

– Que cheiro de queimado é esse?

Queimado? Parei pra sentir o cheiro. Realmente havia um cheiro. Mas o que seria que.... O BOLO!!! Droga!!

– O bolo!!! – corri para o forno, e tirei o que era para ser um bolo, mas na verdade parecia uma pasta torrada e dura. – Xii, acho que fiz errado.

Peeta se aproximou e observou por certo tempo:

– Hmm. Você deve ter esquecido de algo. Você guardou os ingredientes que usou?

– Não. Coloquei tudo no lado da pia.

Ele se aproximou da pia e observou todos os ingredientes, um por um.

– Cadê o fermento? – indagou ele olhando pra mim.

– O fermento?

– Sim, amor. O fermento. É o que faz o bolo crescer. – não respondi, acho que não precisava. Como consegui esquecer de colocar o fermento? Peeta começou a rir – Não acredito que você esqueceu de colocar o fermento.

– Eu não esqueci. Eu só não achei necessário. – tentei falar seriamente, mas um sorriso já começava a brotar nos meus lábios.

– Então você achou desnecessário seu bolo crescer?

– Ah, tá legal, eu esqueci o fermento. Satisfeito? – admiti, rindo também

– Sim. Agora vamos tomar o café-da-manhã. Tenho certeza que deva estar tudo muito bom. E, além disso, - ele se aproximou de mim colocando a mão na minha barriga – esse bebezinho aqui, precisa de bastante fermento pra crescer e ficar bem forte.

Ele me beijou, suavemente e sem pressa. Tomamos nosso café tranquilamente, conversando e rindo bastante.

– Que tal fazermos um bolo juntos? – Peeta perguntou.

– Seria ótimo. Eu faço a massa e você se responsabiliza pelo fermento.

Ele começou a rir.

– Você foi dormir bem cedo ontem.

– Fui mesmo.

– Pois é. A surpresa que eu te falei há alguns dias atrás chegou.

– É mesmo? E eu posso ver? – Peeta me enchia os ouvidos com essa tal surpresa já faz alguns dias, eu já não me continha mais de curiosidade.

– Não se atreva a sair daqui. – ele subiu e voltou com uma gravata em mãos.

– O que vai fazer com a gravata?

– Vendar seus olhos.

Ele vendou meus olhos com a gravata e ficou na minha frente, segurando minhas duas mãos enquanto me conduzia para algum lugar.

– Cuidado os degraus. – alertou-me ele.

Descemos o que obviamente era a sacada de casa. Ele parou se colocando atrás de mim, enquanto desamarrava o nó que fez com a gravata.

– Ai, meu cabelo. – reclamei, quando ele puxou alguns fios sem querer.

– Desculpa, foi sem querer. Está pronta?

– Não.

– O que? – perguntou ele surpreso.

– É brincadeira. É claro que estou pronta.

Ele tirou a gravata da frente dos meus olhos e eu pude ver um automóvel. Igual aos que tinham na Capital.

– Você comprou um carro? – perguntei surpresa, enquanto me aproximava do veículo.

– Sim. Você não gostou? – me perguntou ele já se demonstrando decepcionado.

– É claro que gostei. É lindo. Só que quando você me falou “surpresa” imaginei algo, como uma pulseira, um colar ou uma roupa. Não um carro. A sua surpresa realmente me surpreendeu. – respondi, brincando com as palavras.

– Achei útil. Afinal. Se você quiser ir até algum lugar, não precisara ir caminhando.

– Sim, mas não sei dirigir.

– Eu te ensino.

– E desde quando você sabe dirigir? – perguntei mais uma vez me sentindo surpreendida.

– Eu aprendi na Capital. Quando a Revolução acabou. O Dr. Aurelius me prendeu lá, achando que eu teria uma recaída se voltasse para cá. Eu não tinha o que fazer lá. Então perguntei se não poderia aprender a dirigir um carro. Tirei as aulas e poucos dias depois fui liberado e voltei pro Distrito 12.

– Ahh, isso explica o porque de você não estar aqui quando cheguei. – a essa hora eu já havia me instalado confortavelmente dentro do carro e ouvia a história toda de lá. – Então tá. Me ensine tudo.

Peeta passou a tarde me ensinando a dirigir. Aprendi tudo bem rápido. Apesar de quase ter colocado o carro pra dentro de casa, sem querer. Peeta colocou o pé no freio antes que isso acontecesse. Demos algumas voltas pelo Distrito. Voltamos para casa de noite. Ajudei Peeta a fazer o jantar e logo após arrumarmos a cozinha nos instalamos confortavelmente no sofá da sala para assistirmos um filme. Me abracei em Peeta e ele colocou um cobertor em cima de nós. Olhamos um filme bem antigo. Se chamava Titanic. Comecei a chorar quando o personagem principal, Jack, morre após o navio afundar. Peeta olhou pra mim.

– Você está bem? – me perguntou preocupado.

– Por que ele teve morrer, hein? – perguntei secando as lágrimas com as costas da minha mão. – Ele poderia ficar vivo. Acho que cabiam os dois em cima daquela madeira ali.

– Se ele subisse junto com a Rose, a madeira iria afundar e os dois morreriam. – eu sei que eu estava assim por conta dos hormônios que a Effie me falou, mas eu continuava a me sentir triste pela Rose ter que continuar sua vida sem o Jack. – Está tudo bem, meu amor, é só um filme.

– Eu sei. – falei um pouco mais calma. – Mas é tão triste saber que ela vai ter que continuar sem ele.

– Mas ela seguiu em frente. Teve filhos e netos, foi feliz de qualquer forma.

– Eu não conseguiria seguir em frente se perdesse você. – admiti, enquanto olhava os créditos finais do filme.

– Eu também não conseguiria seguir em frente se perdesse você.

– Acho que agora entendo um pouco mais o que minha mãe passou. – falei pegando o controle e desligando a televisão. Bocejei.

– Cansada? – perguntou Peeta já se levantando e esticando as pernas.

– Bastante. Esse filme durou quase três horas. – respondi me levantando também.

Arrumamos tudo e subimos. Dormi até ser sacudida por Peeta.

– Katniss, acorda.

– O que foi? – perguntei sonolenta enquanto me sentava na cama.

– O Haymitch me ligou do hospital, Effie vai ter o bebê... agora.

– O QUE?

Dei um salto da cama, já procurando uma roupa no armário e me vestindo. Peeta também se arrumou rapidamente, entramos no carro. Deixei Peeta dirigir por ter mas prática do que eu. Em pouco tempo chegamos ao hospital. Encontramos no balcão um Haymitch muito nervoso assinando alguns papéis.

– Peeta, Katniss. Que bom que vieram. – nos falou ele sem parar de assinar os papéis. Ele entregou os papéis para a moça atrás do balcão, ela os conferiu e depois disse a Haymitch:

– Por favor Sr. Me acompanhe.

Haymitch se virou para nós segurando nossos ombros um com cada uma das mãos.

– Me desejem sorte. – disse ele.

– Boa sorte. – Peeta e eu dissemos ao mesmo tempo.

Ele se foi atrás da moça enquanto Peeta e eu íamos para a sala de espera. Sentei e olhei para o relógio da parede. Três horas da madruga. Bela hora para se entrar em trabalho de parto. A sala inteira estava vazia, sendo ocupada só por nós.

– Nem ouvi o telefone tocar. – comecei algum assunto.

– Você não ouve nada enquanto dorme, para ser sincero. É capaz de a casa estar em chamas e você continuara a dormir tranquilamente. – respondeu Peeta rindo de seu próprio comentário.

– Há-há. Que graça, Mellark. Estou morrendo de rir aqui.

– Mas é verdade e você sabe disso. – continuou ele a me provocar.

– Será que a Effie está bem? – perguntei um tanto nervosa.

– Está sim. Effie é uma mulher forte.

– E será que eu vou estar bem quando for a minha vez? – perguntei um pouco mais nervosa ainda.

– Claro. Se Effie é forte, você é triplamente mais forte que ela.

– Obrigada.

– De nada. – respondeu ele, passando o braço ao redor do meu ombro.

Ficamos em silêncio o resto do tempo de espera. Até Haymitch sair, vestindo um avental hospitalar, junto com luvas e uma toquinha na cabeça, ele ergueu os braços para cima, como se estivesse comemorando uma vitória.

– É um menino. – falou ele com um sorriso que eu nunca havia visto no seu rosto.

Nos levantamos na hora já vibrando e comemorando tanto que uma enfermeira chegou até onde estávamos pedindo silêncio. Peeta abraçou Haymitch.

– Parabéns, cara. Você merece.

Eu também o abracei.

– Parabéns Haymitch.

– Obrigado crianças. Vocês vão esperar mais um pouco? Me disseram que em breve vocês poderão vê-lo.

– Claro, Haymitch. Vamos estar aqui. E daqui não sairemos até poder ver o garotinho. – Peeta respondeu por nós dois.

– Tudo bem então. Agora tenho que voltar pra lá. Vejo vocês daqui a pouco. – Haymitch se virou e se foi.

Voltamos a nos sentar.

– Você está com fome? – Peeta tinha a mania, desde que soube que eu estava grávida, de me perguntar a todo instante se eu estava com fome.

– Para ser sincera, eu estou com um pouco de fome. – respondi já ouvindo os barulhos vindos do meu estômago.

– Fique aqui então, vou até a lanchonete comprar alguma coisa. – ele foi e voltou rapidamente com um tipo de pão e com um suco de morango.

– O que é isso? – perguntei olhando para o pão que continha uma salsicha e uma espécie de molho.

– Eles me disseram que se chama cachorro-quente. – respondeu ele enquanto eu dava uma mordida. – É bom?

– É sim. – respondi enquanto mastigava. – Experimenta.

Passei o cachorro-quente para ele. Peeta deu uma mordida e me devolveu.

– É bom mesmo.

– Devia vender isso na padaria. – sugeri.

– Devia mesmo. Vou providenciar isso.

Comi todo o cachorro-quente e tomei todo o suco com a ajuda de Peeta. Logo em seguida fomos chamados por um homem:

– São vocês os visitantes do Sr. e da Sr. Abernathy?

Quase respondi com algo do tipo : “ Não vê que somos as únicas pessoas desta sala?”, mas deixei Peeta responder:

– Sim, somos nós.

– Podem me seguir, por favor.

Seguimos ele por um longo corredor cheio de portas, entramos em uma das últimas. Avistei Effie sentada sobre uma cama segurando um pequeno embrulho azul, ela sorria para ele. Haymitch estava ao seu lado, também sorrindo. Nós aproximamos:

– Peeta, Katniss, que bom que vieram. – Effie nos disse. – Venham cá, venham ver ele.

Chegamos mais perto olhando para dentro do embrulho onde um bebê carequinha de olhos azuis olhava tudo a sua volta. Ele parou os olhos em mim e em Peeta, entre calando entre um e outro.

– Filho, esse é o Tio Peeta e a Tia Katniss. – falou Effie novamente olhando para o bebê e depois olhando para nós novamente – Queridos, esse é o Joe.

Nunca havia ouvido esse nome. Então cheguei rapidamente à conclusão de que Effie deve ter escolhido o nome. Peeta olhava para o bebê com os olhos brilhando.

– Pegue ele. – ouvi Haymitch dizer, continuei a olhar para o bebê, achando que ele estaria falando com Peeta, mas quando ergo a cabeça em sua direção, ele está olhando para mim.

– Está falando comigo? – perguntei.

– Sim, com você mesma. Pegue ele. – repetiu.

– Não. Eu vou derruba-lo. É melhor não. Peeta segura ele. Ele é mais cuidadoso. – falei rapidamente.

– Pelo amor de Deus, docinho. Você será mãe daqui sete meses, pegue ele. Eu sei que você não vai derruba-lo.

Desisti e segurei o bebê meio sem jeito. Ele olhava para mim curioso.

– O que está olhando, hein? – perguntei sorrindo – O mundo aqui fora é estranho, né? – ele deu um sorriso banguela pra mim e começou a se remexer no meu colo, fiquei nervosa. – Peeta pega ele, por favor, ele vai cair.

Peeta riu e pegou ele com cuidado.

– Oi, garotão. Sou o Tio Peeta. A garota bonita que estava te segurando a pouco tempo é a Tia Katniss.

Fiquei embasbacada olhando Peeta conversar com Joe. É, parece que aos poucos, essa família sequelada vai crescendo.


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Notas finais do capítulo

Mais um capítulo postado. Então pessoal, as aulas voltaram pra mim como pra muitos de vocês também deve ser. Sendo assim, os capítulos demorarão um pouco mais para serem escritos, mas não se preocupem, não vou largar a história, apenas vou postar com menos frequência do que o de costume. Provavelmente o próximo capítulo saíra durante a madrugada de sábado para domingo. Mas quem sabe, não arrumo tempo e consigo postar antes, hein?. Bem, é só isso. Não esqueçam de comentar. Amo vocês. Beijocas da Tia Rafú pra vocês. ;)



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