Ao nascer de uma nova Esperança escrita por Rafú


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

OIZINHO!!! Voltei com mais um capítulo pra vocês, esse não ficou do tamanho que eu queria mas foi o máximo que consegui fazer. Bijus.



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E então nós tentamos. No primeiro mês estávamos cheios de energia. Imaginávamos nosso futuro com nosso filho. Conversávamos a noite toda sobre isso. No segundo mês o assunto sobre isso foi diminuindo, passando a ser só uma conversa durante a janta. No terceiro mês fiquei preocupada. Estávamos tentando ter um bebê a três meses e nada ainda. Deve ter algo errado. Decidi ir ao médico. Este por sua vez, disse que estava tudo normal, que algumas mulheres demoram um pouco para engravidar quando é o primeiro bebê e que deveríamos continuar tentando. Então continuamos. Tinha que suportar o semblante de derrota de Peeta toda vez que eu dizia que havia ficado menstruada. Effie já estava em seu sexto mês de gravidez, e estava mais animada do que nunca. Uma vez cheguei a perguntar:

– Como você conseguiu engravidar?

– Oh, minha querida. Você sabe. – respondeu ela um pouco embaraçada.

– Eu sei, mas não consigo. Peeta e eu estamos tentando a três meses e nada ainda. – respondo frustrada.

– Você já foi ao médico?

– Fui. Ele disse que estava tudo normal e que devíamos continuar tentando.

– Então continue tentando.

– Eu sei. Vou continuar. Obrigada. – um breve silêncio se faz – Vocês já sabem o que vai ser? Menino ou menina?

– Ainda não. Haymitch e eu decidimos saber só quando nascer. Preferimos ter uma surpresa.

Mais um breve momento de silêncio se faz e eu pergunto:

– Effie, como é estar grávida? Quer dizer, como você se sente?

– É a melhor sensação do mundo. Estou tão animada. Haymitch também está. No começo me apavorei um pouco, mas isso logo passou. Agora é só alegria.

Comecei a me imaginar na situação de Effie. Será que eu sentiria o que ela disse? Será que seria a melhor sensação do mundo? Peeta e eu continuamos tentando. Havia completado o quarto mês de tentativas. Acordei cedo, Peeta já não estava na cama, ele já deve ter ido a padaria. Brend já está melhor e voltou a trabalhar, então Peeta não necessita mais de mim na padaria. Levantei arrastando os pés até o banheiro, comecei a escovar os dentes. Enquanto escovava olhava para minha cara de quem acabou de acordar no espelho, meu cabelo completamente bagunçado. Assim que termino de escovar os dentes sou tomada por um enjoo repentino que me faz ir até a privada vomitar.

– Droga. – balbucio enquanto me levanto e lavo a boca.

Então viro uma estátua ao pensar em algo e faço uma pergunta em voz alta:

– Que dia é hoje?

Desço as escadas correndo ao encontro do calendário que fica na cozinha. Olho para o calendário. Peeta marca um “X” no dia anterior todo dia durante o café-da-manhã. Dia 13. DIA 13!!! Ai meu Deus!!! Estou atrasada!!! Meu ciclo menstrual está atrasado!!! Subo as escadas correndo, troco de roupa e corro em direção a farmácia. Chego lá ofegante. O homem de jaleco branco atrás do balcão se assusta com a minha agitação e pergunta:

– Posso ajudar?

– Um teste. – tento dizer enquanto me recupero da corrida. – Eu quero um teste de gravidez.

– Aqui está. – ele me entrega uma caixinha. – Mais alguma coisa?

– Posso fazer aqui? – indago, ignorando sua última pergunta.

– Claro. – ele me entrega uma chave e aponta para um canto da farmácia. – O banheiro fica ali.

Vou até o banheiro e sigo as instruções que estão no verso da caixa. Saio e entrego a chave ao farmacêutico. Fico olhando para o teste.

– Demora muito para aparecer o resultado? – pergunto a ele.

– Uns 5 minutos que eu saiba.

– Eu paguei o teste? Não lembro de ter pago.

– Não. – responde o homem rindo.

Entrego algumas moedas que peguei antes de sair de casa. Aparece um “+” no teste, eu pergunto:

– Esse sinal quer dizer o que?

– Bem. – diz ele tirando o teste da minha mão e olhando – Esse sinal quer dizer que seu teste deu positivo. Parece que você está esperando um bebezinho.

Ele me entrega o teste, mas eu não o pego. Fico absorvendo o que eu acabei de ouvir.

– Você está bem? – me pergunta o homem preocupado.

– Estou grávida. – sussurro pegando o teste lentamente de sua mão.

– Pelo que o teste diz, você está grávida sim.

– Ai meu Deus!! Estou grávida. Obrigada. Muito obrigada. – grito de euforia, enquanto dou a volta no balcão e abraço o farmacêutico, que se assusta com minha reação mas me retribui o abraço.

– De nada. – responde o farmacêutico rindo pra mim.

Saio de lá, e um único pensamento me vem a mente. Peeta. Ele tem que saber disso. E ele tem que saber agora. Saio correndo com o teste na mão em direção a padaria, antes mesmo de abrir a porta começo a gritar:

– PEETA!!! PEETA!!!

Ele aparece atrás do balcão com um avental branco sujo de farinha. As pessoas sentadas nas mesas, me olham curiosas para saber o motivo da minha gritaria.

– Katniss, o que aconteceu? Você está bem? – pergunta Peeta preocupado vindo em minha direção.

Corro até ele e pulo em seu colo, sem me importar em sujar a minha roupa com farinha. Ele me segura para mim não cair. Eu o beijo, sem me importar com o pequeno público que nos assiste. Desço do seu colo.

– O que aconteceu? – ele repete a pergunta.

– Olhe isso. – digo lhe mostrando o teste.

– O que é isso? – me pergunta ele, tirando o objeto de minhas mãos e analisando com os dedos.

– É um teste Peeta. Um teste de gravidez.

Ele me olha começando a entender o motivo da minha euforia.

– Você está querendo dizer que...

Eu o interrompo:

– Sim. Eu estou grávida. Estou grávida.

Seus olhos brilham e ele me ergue novamente com seus braços fortes me beijando. Me leva até o balcão e me senta no mesmo.

– Eu não acredito nisso. Pelo amor de Deus, Katniss!!! Vamos ter um bebê. – ele grita de euforia. Se vira para seus clientes e grita mais alto ainda - EU VOU SER PAI!!! EU VOU SER PAI!!!

Todos se levantam e começam a aplaudir, alguns assobiam, dizendo parabéns. Vários vão ao nosso encontro e nos abraçam. Seus funcionários fazem o mesmo.

– Parabéns Peeta, você merece. – ouço Patrick dizer enquanto da um abraço em Peeta.

– Obrigado Patrick, muito obrigado. – responde Peeta com um sorriso largo no rosto.

Effie estava completamente certa. Era a melhor sensação do mundo. Passo o resto do dia na padaria. Peeta me enche de beijos e carinhos o tempo todo.

– Você está com fome? Não quer comer nada?

– Peeta, pela décima quinta vez, eu não estou com fome. – respondo rindo.

– Tem certeza? – insiste ele.

– Tudo bem, então. Me traga algo para comer. – desisto, afinal estava começando a ter sinais de fome.

Ele sai e volta com um pastel de frango. Dou uma mordida e comento:

– Hmm, isto esta muito bom. Foi você que fez?

– Não. Brend fez os pastéis hoje de manhã.

– Brend cozinha pastéis muito gostosos.

– Eu sei. Mas não diga isso porque fico com ciúmes. – afirma ele rindo.

– Tudo bem. Desculpa. – digo rindo também. – Ninguém neste Distrito cozinha melhor do que você. Está melhor assim?

– Muito melhor. Obrigado.

– Ninguém com exceção de Brend. – continuo, me divertindo.

– Katniss... – Peeta fala rindo.

– Ok, ok. Parei.

Logo já está escuro e a padaria é fechada. Caminhamos lentamente em direção a nossa casa. Andamos abraçados, imaginando como tudo seria dali pra frente. Imaginando a grande diferença que este bebê traria em nossas vidas.

– Quer contar pra Haymitch e Effie agora ou quer esperar um pouco? – pergunta Peeta.

– Esperar o que? O bebê nascer? – respondo sarcástica.

– Tudo bem. Vou passar na casa deles e convida-los pro jantar. – responde Peeta rindo da minha piada sem graça.

Eu vou pra casa, enquanto Peeta vai a casa de Haymitch e Effie fazer o convite. Eu subo para tomar um banho e quando desço já estão todos aqui. Peeta faz um delicioso jantar para nós. Quando terminamos Peeta começa a falar:

– Effie e Haymitch, nós convidados vocês para jantar aqui hoje porque temos uma noticia muito boa para contar-lhes. Talvez seja a melhor noticia de nossas vidas. – ele da uma pequena pausa, deixando um suspense.

– Diga logo, garoto. Estamos morrendo de curiosidade aqui. Não vou aguentar esperar a noite toda. – resmunga Haymitch.

– Haymitch. – Effie chama sua atenção.

– Que foi? Estou curioso. Só isso.

Peeta e eu rimos. Então eu prossigo.

– O que Peeta e eu queremos dizer é que vamos ter um bebê. Estou grávida.

Os dois se levantam imediatamente nos parabenizando e nos abraçando. Effie me dá um abraço esquisito devido a sua barriga já estar com um tamanho bem grande. “Logo estarei assim.” Penso comigo mesma.

– Oh, Katniss, isso é tão bom. Você vai amar estar grávida. Não há nada melhor. – comenta Effie mostrando seu grande entusiasmo.

Nós conversamos por mais um tempo e Effie e Haymitch vão embora. Decido lavar a louça. Enquanto Peeta seca e guarda. Em certo momento Peeta larga o pano que estava usando e me abraça por trás.

– Foi um grande dia hoje. – sussurra ele no meu ouvido.

– Foi mesmo.

– Você não sabe o quanto está me fazendo feliz. Obrigado.

Eu me viro de frente pra ele:

– Não precisa me agradecer, eu também estou muito feliz.

Ele não diz mais nada. Apenas me beija. Terminamos de arrumar a cozinha e vamos nos sentar no sofá da sala para assistir televisão. Está dando um programa de música. Fico imaginando o quanto Plutarch se diverte montando esse programas para nós distrair e nós divertir. Afinal, como ele mesmo me disse uma vez, diversão é o trabalho dele.

– Você sabe que em breve não poderá subir em árvores. – começa Peeta.

– Eu sei. – respondo sem tirar os olhos da televisão.

– E você sabe que também não poderá mais caçar.

– Eu sei.

– E você sabe que não poderá mais ir a floresta.

– Eu sei.

– E você sabe também...

– Olha Peeta, eu sei de tudo isso e mais um pouco, então não precisa me lembrar de todos os detalhes do que eu vou poder ou não poder fazer, sabia?

Ele suspira longamente e fala:

– Eu sei. – ele faz uma breve pausa e diz – E você sabe que eu te amo. Amo ontem, hoje, amanhã e sempre.

Eu me viro para ele e respondo com um sorriso:

– Eu sei. Eu também te amo... muito.

Ele chega mais perto de mim e me beija. Ele faz eu ficar de pé a sua frente:

– O que você está fazendo? – pergunto rindo.

– Isso. – ele diz e me puxa mais pra frente, colocando o ouvido na minha barriga. – Ei, papai ama você também, está ouvindo? Papai ama muito mesmo você.

Ele fica durante um certo tempo assim. Eu acaricio seus cabelos, enquanto uma lágrima rola pelo meu rosto. Como pude negar isso a Peeta por tanto tempo? Como? Olhe como ele está feliz. Olhe como eu estou feliz. Quanto tempo faz que eu não choro de alegria e emoção? Ele se levanta enquanto começo a secar as lágrimas.

– Por que você está chorando? Está triste? – me pergunta Peeta colocando a mão no meu queixo e erguendo o meu rosto, ele me olha com um olhar preocupado e cauteloso.

– Não. – respondo a ele sorrindo. – Estou feliz, Peeta. Estou feliz de verdade.

Ele sorri pra mim e me abraça bem forte:

– Eu também estou feliz de verdade, meu amor.

Ficamos um longo tempo abraçados, só sentindo o calor um do outro. Até que decidimos ir dormir. Acabo tendo um sonho durante a noite. Estou numa campina e observo Peeta e uma menina de longos cabelos castanhos correndo de mãos dadas. Os dois riem. Não vejo os rostos deles, porque estão de costas para mim. A menina ri mais alto e diz:

– Vamos correr mais rápido, papai.

Acordo nesta parte do sonho, me sento na cama, me lamentando por ter sido só um sonho, por não ter sido real.. Peeta acaba acordando:

– Está tudo bem? – pergunta ele se sentando.

– Está. Está tudo bem sim.

– Foi um pesadelo?

– Não. Foi só um sonho. – respondo sorrindo. – Um sonho muito bom.

– Vai me contar? – pergunta Peeta curioso.

– Acho que não será preciso. Você viverá isso. Em alguns anos você viverá isso. – respondo me deitando novamente, de costas para Peeta.

Ele me abraça e sussurra no meu ouvido:

– Tudo bem então. Boa noite. – ele beija minha bochecha.

– Boa noite. – respondo já caindo na inconsciência.


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Notas finais do capítulo

Por hoje é só. O que acharam? Não esqueçam de comentar. Até o próximo capítulo. Beijocas da Tia Rafú pra vocês.



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