- Que dia é hoje mesmo? – Perguntou Naruto, olhando em dúvida para Kazume.

-  Sexta-feira – Respondeu Kazume, sem tirar os olhos do livro que estava lendo

- Tá... – Do nada Naruto arregalou os olhos e gritou: - SEXTA-FEIRA!?

- É. – Reafirmou o Ueda, com as mãos nos ouvidos - Qual o problema? – Indagou, estranhando a explosão do outro.

Os de Konoha, Suna e os outros de Uzu só observavam a discussão com olhos atentos

- O problema é que Uzukage-nii-sama vai me matar se... – Ele próprio se interrompeu, olhou na direção dos visitantes (Konoha e Suna) e começou a andar em direção a porta – Me sigam, eu explicou no caminho

- Mas-

- Andem. – Mandou Naruto entre dentes, parado na porta

- Hai, Hai... – Falaram os de Uzu

Saíram da biblioteca e em minutos, estavam seguindo Naruto para fora do clã Ueda, depois de quase cinco minutos Kazume  não se aguentou

- Naruto. Que foi? Dá pra falar alguma coisa? – Pediu impaciente

 - Gomen, mas é que Uzukage-nii-sama só os deixou entraram aqui – olhou discretamente para os visitantes – Porque eu prometi que eles iriam embora sexta, ou seja, hoje. E se eu não cumprir, Uzukage-nii-sama me decapita, e eu gosto da minha cabeça em cima do pescoço – Terminou a explicação, começaram à aumentar o passo, e rapidamente já estavam correndo e pulando sobre os telhados.

Correram e pularam, até chegar num local silêncio e calmo, onde tinha um tipo de templo, que parecia uma cúpula.

Entraram lá dentro e viram como tudo era branco ou com cores claras, azul celeste, bege, verde-água, entre outras. E o lugar era recheado de velas, todas apagadas, pela exceção de uma, que estava acesa e brilhando.

 - Certo. Todos dentro do círculo? – Perguntou Naruto para si mesmo, olhando um círculo marcado no chão, como se estivesse ignorando a presença dos outros e estivesse sozinho ali.

– Sim. Velas acesas? Não – Andou até parede, pegou um pedaço de madeira que parecia um cajado, chegou perto das velas, e cortou o ar com o objeto, e num piscar de olhos todas as velas estavam brilhando.

– Agora sim. Denki, Meninas, Natsuru e Kazume, fora do círculo, onegai? – Pediu voltando a olhar para eles. Os cincos fizeram o pedido. Entregou o ‘cajado’ a Kazume – Ótimo. – Andou até o meio do círculo – Ninguém dentro do círculo menor – Os que estavam dentro se afastaram e saíram, ficando a uma distância do loiro, que se sentou no meio do círculo – Kazume quando eu disser já você apaga as velas, Ok? Não é nem um segundo depois, nem um segundo antes, é no segundo em que eu falar ‘já’. – Kazume assentiu em silêncio

– Perfeito - Naruto cruzou as pernas, fechou os olhos e juntou as mãos no colo. Seu rosto ficou sem nenhuma expressão, os olhos estavam fechados, parecia que nem respirava, e a boca uma linha fina no rosto.

- Já – Falou em voz firme, mas ninguém viu direito o loiro se mover

No mesmo instante Kazume cortou o ar com cajado e as velas se apagaram e tudo ficou escuro, um breu total. Quando os de Konoha e Suna voltaram a enxergar estavam numa floresta. Naruto levantou num salto e começou a andar rapidamente por entre as árvores, quase deslizando no chão. Rapidamente todos se puseram a segui-lo.

Passaram por algumas árvores, então entraram numa trilha, depois de alguns segundos Kakashi reconheceu o lugar.

- Essa trilha leva pra Konoha – Exclamou, olhando para Naruto. Como eles tinham ido parar em Konoha  num estalar de dedos?

- Claro. Pra onde mais seria? Tenho que levar vocês de vol- – Naruto  vacilou num passo e Kakashi o segurou

- Naruto? – Perguntou o sensei

O loiro olhou pra ele sem realmente ver, com olhos opacos, então desfaleceu, caindo nos braços do copy ninja. Kakashi o ergueu e olhou para ele, estava meio pálido, era melhor levá-lo de volta para a vila logo. Colocou Naruto nas costas, e se virou para seus outros alunos.

- Sasuke, Sakura. Vamos – Mandou, e começou a pular de galho em galho num ritmo moderado até Konoha.

Os outros senseis imitaram Kakashi e começaram à segui-lo. O trio de Suna fez isso por conta própria.

Chegaram no portão da vila, e depois de serem reconhecidos e deixados entrar, Kakashi se virou para todos.

- Podem ir para casa. Eu cuido de Naruto e presto um relatório para o Hokage-sama amanhã. - E sem, mais nenhuma palavra começou a pular sobre uns telhados, em direção ao apartamento do loirinho.

Os que ficaram foram se despedindo e se dispersando, cada um para sua própria casa.

No dia seguinte...

Naruto abriu os olhos e se sentou. Estava na cama de seu apartamento, mas como havia ido parar ali?

Bem, era melhor deixar isso para depois. Levantou-se e foi ao banheiro, olhou-se no espelho e viu os cabelos longos, pegou uma kunai e foi cortando os cabelos, como sempre fazia. As mechas loiras iam caindo no chão devagar, quase flutuando.  No final estava com o mesmo corte de sempre. Curto e arrepiado. Correu as mãos pelo cabelo, e suspirou.

Depois de ter limpado o banheiro, e ter vestido sua calça habitual laranja e a camisa preta que ia por baixo da jaqueta, sentou-se à mesa da cozinha e começou a beber o copo que tinha enchido de água.

Olhou pela janela. Já devia passar de meio dia...

Antes que pudesse continuar seus devaneios, uma figura irrompeu pela janela. Naruto teve um sobressalto, mas os olhos continuaram calmos, percebeu Kakashi olhando o aluno.

- Bom dia, ou melhor, boa tarde Naruto. – Naruto assentiu serenamente – Trouxe rámen pra você. Tome – Escorregou a sacola que trazia

Assistiu Naruto a abrir calmamente, com movimentos delicados, como se qualquer movimento brusco fosse fazer o loirinho rachar ao meio. Talvez fosse isso mesmo.

- Você não vai falar nada sobre o que aconteceu nos últimos dias, certo? – Viu o loiro balançar a cabeça. Suspirou. Isso já era esperado – Bem, já informei o que pude ao Hokage, e ele decretou que o Chunin Shiken vai continuar na segunda, assim todos podem descansar. Você está bem? – Perguntou, olhando minuciosamente o loiro.

- Estou – Falou em voz fraca, depois limpou a garganta – Arigato, pelo rámen – Falou numa voz mais firme, mas ainda baixinha

- Nan demo nai. – Se levantou e foi para a janela – Descanse, ok? – Viu o loiro assentir – Até segunda.  – E saiu.

O loiro continuou comendo silenciosamente, olhando o apartamento vazio. Normalmente não se sentia incomodado, mas sempre que voltava se sentia assim.

Sozinho...