O Cavaleiro estava pronto, fora treinado para isso sua vida toda. Ao observar o grande castelo onde a bela Princesa estaria adormecida, sentiu-se animado. Tudo o que deveria fazer era assassinar o temeroso Dragão e seu Mestre e poderia casar-se com a jovem donzela. Ela passou pelo grande muro de pedras e não conseguiu andar muito pela estrada de pedra até que foi abordado.

O Dragão era ainda maior do que esperava. Com suas grandes escamas vermelhas, face quadrada e barriga amarelada, sua boca brilhava com seu fogo. Ao meio de suas grandes asas avermelhadas, estava seu Mestre. Não conseguia ver seus detalhes de longe, mas podia ver sua armadura feita das escamas que caíram de seu próprio dragão e brilhavam como fogo sob o sol. Ele usava um capacete de metal que refletia a luz, por isso seu rosto não era perceptível.

– Você não pode adentrar mais a propriedade. – Sua voz era grave e o Cavaleiro não pôde deixar de admitir que soava maligna. – Vá embora.

– Você não pode deixar a Princesa presa para sempre! – O Cavaleiro gritou e avançou para cima do Dragão.

Surpreendentemente, o Dragão não parecia estar pronto para o ataque. Ele recuou e desviou da espada do Cavaleiro, que sentiu-se ofendido. Com um movimento rápido, fincou sua espada no peito do Dragão, que urrara de dor. O mesmo cairá para traz e o Cavaleiro tirará a oportunidade para arrancar seu coração de seu peito. Daria um bom troféu; o coração de dragão. O Mestre da criatura ainda estava tonto, meio esmagado debaixo da grande besta. O Cavaleiro retirou a parte da armadura de escalas que cobria seu peito para dar espaço para um pano negro.

– Isso é por aprisionar minha futura esposa. – O Cavaleiro falou, fincando a espada no peito do Mestre do Dragão. Ele urrou de dor e o Cavaleiro não tinha certeza se havia atingido seu coração, mas ele iria morrer de qualquer modo.

Embainhando sua espada, ele foi em direção no castelo enquanto guardava o coração do Dragão em uma caixa junto com o anel que levaria para pedir sua princesa em casamento. Uma oferenda de sua honra, para demonstrar que a merecia. Passou pelas grandes portas do castelo e subiu as escadas para chegar até o quarto na torre mais alta. E la estava ela, em um quarto completamente coberto em seda rosa.

A bela Princesa tinha cabelos negros e pele morena, dormindo pacificamente em sua cama. O Cavaleiro se aproximou, tirando suas madeixas negras de seu rosto e abaixando seu próprio para encostar seus lábios aos dele. Ela se remexeu um pouco, sorrindo e murmurando para "lhe dar mais alguns minutos". Ela lentamente abriu seus olhos (que eram um brilhante verde, afinal) e então... Gritou.

– Quem é você?! – Ela exclamou, jogando um travesseiro nele. O Cavaleiro cambaleou e caiu para trás no chão frio, mas não se deixou abalar.

– Querida, se acalme. – O Cavaleiro falou, se levantando e tirando sua caixa de madeira de seu bolso. – Eu lhe acordei de seu sono profundo e vim aqui para pedir sua mão em casamento como prêmio.

– O que? Mas eu só estava tirando um cochilo! E me casar com você? Eu nem lhe conheço! – A Princesa não estava tão feliz quanto ele esperava que ela estivesse, mas ele sabia que ela iria se acostumar. – Eu também não sou um prêmio!

– Você irá se acostumar com a ideia, querida. Agora, quer se casar comigo? Por ti, matei o Dragão que lhe impedia de partir. – Falou o Cavaleiro, abrindo a caixa. Assim que viu o que havia denteou dela, a princesa empalideceu.

– Vo-você matou o dragão... Isso quer dizer que... – Finalmente, o Cavaleiro assumiu que estava recebendo uma reação apropriada. Mas eles não tiveram a oportunidade de conversar mais antes que a porta se abrisse mais.

Rastejando no chão estava o Mestre do Dragão, sua roupa de escamas suja em seu próprio sangue e seu capacete perdido, mostrando seus cabelos loiros e olhos cinzas. Ele se rastejou para dentro do quarto e o Cavaleiro se preparou para mais uma batalha, mas a Princesa passou por ele antes que pudesse fazer algo.

– Querido! O que ele fez com você?! – A Princesa gritava enquanto enquanto lágrimas quentes caiam por seu rosto.

– Eu sin-sinto muito... – O Mestre obviamente não conseguirá mais respirar direito e também tinha lágrimas correndo por seu rosto. – Não pude te proteger quando precisou... Me desculpe, querida... Eu não vou mais poder te proteger, nunca mais...

– Não! Você não po-pode ir... Se fo-for eu vo-vou junto... – A Princesa gaguejou em meio aos seus soluços, mas ele negou com sua cabeça, limpando suas largrimas.

– Você tem que cuidar de nossa pequena princesinha... – Sua voz era fraca e estava pálido, mas os dois se viraram para o canto do quarto.

Em um canto estava um berço rosado cheio de seda. Deitado nele estava uma garotinha, um bebê que não podia ter mais de dois anos. Seus cachos loiros eram finos e suas bochechas estavam rosadas. Ela dormia pacificamente, não percebendo o que acontecia ao seu redor.

– Eu te amo, querida... – O Mestre murmurou, fechando seus olhos. – Você e nossa filha, eu lhes amo muito... Tanto... Eu lhes amo tanto...

Ele parou de falar e seu peito parou de seu mexer. A Princesa estava histérica, soluçando e gritando tanto que era um milagre que sua filha não havia acordado. Ela bateu no chão e afundou seu rosto no peito coberto de sangue de seu marido, se recusando a entender o que havia conhecido.

...

Há muito tempo, havia uma Princesa com narcolepsia, fazendo com que ela dormisse em horas estranhas. Seus pais, achando tudo uma maldição, a trancaram em um castelo para que um dia fosse salva por um cavaleiro. Por precaução, colocaram um Dragão para guarda-la. Enquanto crescia, a Princesa começará a odiar o Dragão. Mas isso mudou quando um jovem sem casa parou na porta de seu castelo.

Era um órfão, sem casa e sem nada, mas fez amizade com o Dragão. No começo, a Princesa não gostava do garoto. Mas, ao passar do tempo, aprendeu que o Dragão era uma boa criatura e que o Mestre dele não era nada ruim também. Com o tempo, apaixonou-se por ele. Se casaram e deram uma festa para seus poucos servos, que ficaram por amor á amável Princesa. Com um tempo, eles também tiveram uma linda filha.

Mas não tiveram seus "Felizes Para Sempre".