Contagem Regressiva escrita por Beatrice


Capítulo 6
Capítulo 5: Emergência


Notas iniciais do capítulo

Sei que disse que tentaria não demorar mais, mas acabei ficando doente e tive um compromisso que tomou todo o tempo. Então, mais uma vez me desculpem pela semana que fiquei sem postar! Além de postar mais, tentarei fazer capítulos um pouco maiores para compensar e não perder o ritmo :3
Queria agradecer a todos que comentaram no último capítulo e que começaram a acompanhar *-* Vocês são maravilhosos!
Boa leitura a todos ^^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/521704/chapter/6

Uma semana havia se passado desde a noite na qual Jason deixara Sean em um hotel. Não muito tempo mais tarde, depois de olhar inúmeras vezes para a tela do celular esperando-o tocar, ele voltou para onde o amigo estava e o convidou para passar alguns dias em seu apartamento. Parecia cruel deixá-lo sozinho após tudo aquilo.

No final de semana, buscou o carro já consertado de Sean na oficina e o acompanhou até a casa da prima em Montville, que o aguardava ansiosa e preocupada. Assim que soube que ele estava em boas mãos, Jason retornou para New Haven.

Ainda na noite do acidente, ele teve que responder as milhares de mensagens que Rebeca McKulen tinha mandado enquanto ele estava ocupado. Inventou a desculpa de que tinha caído no sono e pediu desculpas. Desde então, eles conversavam todos os dias.

Agora, estava sentado em uma mesa sob o sol da tarde no campus de Yale na companhia de Rebeca, Halee e seu namorado, Phillip. Rebeca estava lendo freneticamente um livro cheio de símbolos ao mesmo tempo em que consultava outro e fazia anotações em dois cadernos diferentes, mas Jason não sabia de nenhum trabalho para ser entregue logo. Halee e Phillip estavam apenas conversando, e Jason olhava ao redor, pensando em como estariam as outras pessoas que conhecera no hospício.

Será que mais alguém tinha sido liberado? Se sim, perguntava-se o que estariam fazendo e onde moravam, se trabalhavam ou construíram uma família. Muito provavelmente alguns deles haviam piorado.

– Ei, Beca, o que está fazendo? – Halee perguntou.

– Encontrei esse livro outro dia e estou tentando traduzir – respondeu ela distraidamente, sem tirar os olhos das páginas. – Está todo em grego! – completou, com animação, esclarecendo por que Jason não entendia o título.

– Você não tem nada melhor para fazer? – disse Halee, franzindo o cenho.

Rebeca estreitou os olhos.

– Não. É interessante, está bem? Só vou terminar essa folha e então ir para o trabalho, pare de me atrapalhar.

– Não é à toa que você é complexada desse jeito.

– Não sou complexada! Os gregos foram os mestres da arquitetura, é completamente normal se interessar por eles.

– Sim, mas não por algo escrito na língua deles – rebateu Halee.

Jason riu.

– Isso sempre acontece? – perguntou para Phillip.

– Já faz quatro anos, desde que elas se conheceram – o outro confirmou, balançando a cabeça. Phillip era um cara grande, com o porte de um jogador de futebol americano, e tinha cabelos e olhos castanhos que combinavam com a pele. Cursava direito na universidade.

– Jason, você sabe por que todos os funcionários gostam da Beca por aqui? – Halee indagou.

– Halee, não – Rebeca falou, mas ela apenas abanou a mão como se espantasse uma mosca e dissesse “Halee, sim”.

– Ela não gosta de se gabar, mas tem bolsa integral em Yale. Minha pequena nerd conseguiu 100% na prova para entrar.

Rebeca parecia querer cavar um buraco no chão e se esconder ali até o mundo acabar. Jason ficou boquiaberto.

– Cem por cento? – repetiu. – Você é só um pouco inteligente, não? – disse para ela, que deu de ombros, com um sorrisinho envergonhado.

– Acontece. Era meu sonho prestar Arquitetura em Yale.

Jason ainda olhava para ela, impressionado, quando um garoto se aproximou para falar com Phillip. Demorou para olhar para cima, e quando o fez seu coração deu um pulo de susto.

Os números do garoto eram baixos. Muito baixos.

Pelo que pôde ver, tinha dez minutos no máximo. Enquanto ele se afastava, Jason imaginou se podia impedir que ele morresse. Mas como faria isso? Nem sabia a causa da morte. Ele tinha alguma doença, talvez?

– Acabei – anunciou Rebeca, soltando as canetas com que escrevia a tradução do livro em grego. Começou a guardar os materiais na bolsa. – Agora tenho que ir. Nos vemos amanhã.

– Espere, vou com você – disse Jason, jogando rapidamente o caderno dentro da mochila. Jogou-a por cima do ombro e acompanhou Rebeca pelo campus na direção da saída.

Procurou o menino com os números baixos enquanto andava. Encontrou-o mais a frente, agora com cinco minutos, rindo com os amigos.

– Rebeca, você sabe quem é ele?

Ela seguiu seu olhar para ver.

– Não. Por que, você joga nesse time ou algo assim?

– Que time? – ele perguntou, sem entender.

– Nada, esqueça.

Jason continuou encarando os números laranja acima da cabeça do garoto até que eles atingiram os dois minutos. Rebeca permanecia alheia ao que ele via, digitando algo em seu celular. Estavam se aproximando da saída. Jason olhou em volta: ninguém diferente.

– O que foi? – Rebeca perguntou, mas sua voz parecia distante devido a sua concentração.

Jason não respondeu. 1:01... 1:00... 0:59... 0:58...0:57... Tinha que fazer alguma coisa.

– Chame uma ambulância – disse, apressando o passo. – Ele vai ter um infarto.

Não ligou se Rebeca acharia seu pedido estranho e sem explicações, mas correu até onde o garoto estava parado com falta de ar e tontura. Ela gritou para ele perguntando o que estava acontecendo, mas ele viu pelo canto dos olhos que, apesar de tudo, ela estava ligando para um hospital.

Jason o alcançou quando os números marcavam trinta segundos. O garoto se dobrou de dor, as mãos no peito, e não conseguiu falar. As pessoas que estavam em volta se afastaram, assustadas e sem saber como reagir. Alguns começaram a discar para uma ambulância, mas Rebeca já estava desligando.

– Disseram que vão estar aqui em dez minutos – ela disse, desesperada.

– Ele não tem dez minutos! – Jason exclamou. Mal tem vinte segundos, completou em pensamento. Não tinha ideia do que poderia fazer para ajudar, apenas observou em pânico enquanto dois de seus amigos tentavam reconfortar o garoto no chão ou fazer uma massagem cardíaca.

– Você não sabe disso! – Rebeca lhe disse, referindo-se a quanto tempo havia. – Ele pode sobreviver.

Jason balançou a cabeça inconscientemente em uma negação. Fixou o ponto em que os números brilhavam momentos antes, cada vez diminuindo mais até atingir o zero, e que agora estava vazio. O garoto estava de olhos fechados, e Jason parecia ser o único a ter certeza de que ele estava morto.

Quando a ambulância chegou e todos abriram espaço para que ele fosse levado, Jason não olhou para trás, mas pôde sentir que Rebeca o encarava – com curiosidade, suspeita e confusão.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Capítulo miudinho, mas espero ainda assim que tenham gostado e, claro, se ele foi suficientemente bom que me deixem um comentário dizendo o que acharam *-* Jason acabou falando demais? O que pensam sobre a Rebeca?
Obrigada por dar uma passadinha aqui e ler ^-^ Até o próximo, pessoal o/



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Contagem Regressiva" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.