Contagem Regressiva escrita por Beatrice


Capítulo 4
Capítulo 3: A visita inesperada


Notas iniciais do capítulo

Hey, pessoas! Como estão?
Obrigada mais uma vez a quem está acompanhando, comentando e me dizendo o que acha. Eu fico mesmo muito feliz com isso *-*
Fiz esse capítulo para algumas apresentações, digamos assim, só para vocês verem um pouco mais dos personagens.
Tenham uma boa leitura!



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Passava das duas da tarde no sábado quando alguém bateu à porta duas vezes seguidas.

Jason franziu as sobrancelhas. Imaginando quem poderia ser, largou o que estava fazendo e foi abrir a porta.

– Oi! Desculpe aparecer assim, espero que não se importe. – Rebeca sorriu. Ele abriu e fechou a boca várias vezes, tentando entender o que ela estava fazendo ali.

– O que... Como sabe onde eu moro? – foi a primeira coisa que pensou em perguntar.

– Tenho meus contatos.

– O interfone não tocou.

– Ah, eu conversei com o porteiro – ela respondeu simplesmente. – Disse que era sua namorada e queria fazer uma surpresa, então ele me deixou subir. Não que eu seja sua namorada, mas eu realmente quis fazer uma surpresa. Posso entrar?

Jason se afastou para deixar espaço, ainda confuso com aquela aparição. Não que ele achasse ruim, principalmente sendo Rebeca, só não estava acostumado com... pessoas no geral.

– Sério, como você descobriu onde eu moro? – voltou a perguntar após fechar a porta.

– Tudo bem, vou falar a verdade – ela disse com a expressão séria. - Eu te segui. – Quando viu que ele arregalou os olhos, ela se apressou: - É brincadeira. Eu perguntei em Yale. Os funcionários gostam de mim, não se importaram de passar a informação.

– Ah. – Jason olhou ao redor, para a bagunça que estava seu apartamento: sacos de salgadinho jogados no sofá, embalagens de comida pronta, pratos e copos sujos na pia. Começou a recolher as coisas. – Fique à vontade.

– Então, você mora sozinho? – Rebeca indagou depois de colocar a bolsa em um canto e ir ajudar a arrumar a sala.

– Sim. E você?

Ela balançou a cabeça.

– Divido o aluguel com mais duas mulheres.

Eles jogaram tudo no lixo, mas Jason deixou a louça no mesmo lugar de antes.

– Obrigado por vir me ajudar com a matéria.

– Não há de quê.

Rebeca havia se oferecido, mas não marcara o dia exato. Por isso ele se assustara com a sua chegada. Pegou os livros e os cadernos e levou até a mesa.

Pelas próximas duas horas e meia, ela lhe explicou tudo sem descanso. Jason copiou as notas e se esforçou para entender alguma coisa. Não era tão ruim assim. Arquitetura era interessante, e ele até mesmo começou a gostar. Contudo, não se dava tão bem com alguns números, e em certo momento ele parou de prestar atenção para olhar para ela. Com certeza era muito mais interessante.

Os números de Rebeca eram altos. Às vezes ele tinha dificuldade em analisá-los, porque eram inconstantes e não marcavam sempre a mesma ordem. Na maioria das ocasiões, eram os anos, então os dias e depois os segundos. Mas também mudavam para mostrar horas, minutos, meses e deixavam a mente de Jason confusa. Ele tentava seguir a lógica e ver a velocidade.

Pelo que pôde deduzir, Rebeca ainda tinha bons sessenta anos pela frente.

– Tem alguma coisa na minha cara? – ela perguntou de repente ao vê-lo olhando para cima. – Meu cabelo está bagunçado ou algo assim?

– O quê? Ah, não. Eu só... é... Acabei me distraindo.

Ela riu.

– Tudo bem, vamos fazer uma pausa. Sei que esse assunto cansa. – Recostou-se na cadeira e olhou para ele. – Por que não me conta de você? Gosto de conhecer os meus amigos.

– Falar de mim? – Jason deu uma risada nervosa. – Não tenho o que contar. Você está com fome? – E começou a se levantar para pegar alguma coisa.

Rebeca sacudiu a cabeça, confusa.

– O quê? Não. Quer dizer, sim, seria muito legal se você tivesse torta, mas essa não é a questão. – Ela o segurou pelo braço, impedindo-o de se afastar. Ele quase pulou com o toque. – Eu estava tentando conversar.

– Por quê? – Jason tornou a se sentar.

– Porque isso é o que as pessoas normalmente fazem? Eu não mordo, tá bom?

– Bem, o que quer saber?

Mesmo antes de ouvir a pergunta, imaginou várias formas de escapar delas caso o assunto se virasse para os últimos anos. Não gostava de conversar sobre sua própria vida.

– De onde você é?

– Chicago.

– Uau. É longe daqui. Veio para cá só por causa da faculdade? Há várias boas em e perto de Chicago também.

– Eu queria mudar um pouco – Jason disse, hesitante. – Mas eu também não sei nada sobre você.

– Eu sou um livro aberto – Rebeca respondeu erguendo as mãos. – E, aliás, você é o novato. A novidade. O que te torna automaticamente interessante e eu sou curiosa.

– Bah, isso é besteira – ele contestou. – Só porque eu sou o novato não significa que também não seja curioso.

– Você não parece o tipo curioso.

– Eu pareço o tipo o quê?

– Não sei, só... não-curioso. – Ela deu de ombros. – Pelo jeito que o apartamento estava quando eu cheguei, você parece alguém que fica o dia inteiro assistindo televisão no canal rural.

Jason riu de verdade daquele comentário.

– De onde você tirou isso? Salgadinhos não têm nada a ver com o canal rural.

– Sei lá, foi a primeira coisa que me veio à mente. – Rebeca colocou uma madeixa de cabelos atrás da orelha, como Jason descobrira ser uma de suas manias.

– Tudo bem, você quer saber tanto sobre mim, mas eu nem sei o seu nome – reclamou, tentando mudar mais uma vez o foco.

– Rebeca?

– Seu sobrenome.

– McKulen. Agora que eu respondi a sua pergunta-segredo-do-universo, pode me falar mais. Não me venha com essa de “eu também não sei nada sobre você”, não sou eu quem dá uma de misterioso evitando olhar nos olhos das pessoas e me excluo da vida em Yale.

– Eu não me excluo da vida – Jason disse, fingindo estar ofendido. – E não dou uma de misterioso – completou, embora soubesse que ela estava certa. Preferia se manter longe do que ficar tonto com números laranjas.

– Ahã, vi você outro dia na biblioteca, em um canto escuro e solitário onde ninguém pudesse te achar.

– Você tem o costume de exagerar tudo?

– É um dom.

– E o que você estava fazendo lá se me viu? – ele questionou, se achando incrível por ter notado aquilo.

– Não tem só livros teóricos lá. Há boa literatura também, e eu gosto de me divertir. – Rebeca empurrou os óculos para cima enquanto falava. Tinha olhos realmente muito bonitos, Jason observou. E bem diferente dos dele, que eram escuros, da mesma cor dos cabelos arrepiados.

Ela checou o relógio de pulso no braço esquerdo, já que o direito portava várias pulseiras diferentes.

– Tenho que ir agora. Preciso trabalhar.

– Você trabalha? – Jason se surpreendeu. Levantou-se junto a ela, que guardava as coisas na bolsa.

– Em uma cafeteria do centro. Não é nada de mais, só o suficiente para o aluguel.

– Quer uma carona? – ele ofereceu, já na porta.

– Fica para a próxima, mas obrigada. – Rebeca lhe sorriu. – Vai me contar mais sobre você?

– Fica para a próxima – Jason imitou em um tom leve. – Mais uma vez, obrigado por hoje, por me ajudar.

– Não precisa agradecer. Só para constar, o número do meu celular está anotado no seu caderno.

– Quando foi que você fez isso?

– Acho que foi quando você começou a encarar bizarramente o topo da minha cabeça. – Pendurou a alça da bolsa no ombro. – A gente se vê na segunda.

– A gente se vê – Jason confirmou, e Rebeca McKulen fechou a porta.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Sou péssima com diálogos, então queria pedir desculpas porque só teve isso praticamente hahaha. Deixe um comentário me contando o que gostou ou não gostou, o que precisa ser melhorado, me conte tudo *-*
Quais são suas expectativas? Suas sugestões? Teorias?
É isso, nos vemos no próximo!



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