Contagem Regressiva escrita por Beatrice


Capítulo 25
Capítulo 24: Além do Bem e do Mal


Notas iniciais do capítulo

Olá, galera!
Segue um novo capítulo pra vocês *v* Agradeço de coração aos que comentaram no capítulo passado, significa muito para mim saber o que vocês estão achando!
Desejo uma boa leitura a todos!



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Rebeca gritava seu nome, mas ele não conseguia ir até ela.

Seus pés estavam presos ao chão, e sua voz não saía, por mais que Jason se esforçasse para se mover, para fazer alguma coisa, para impedir aquilo e ir até ela. Para impedir que Rebeca fosse morta mais uma vez.

Contudo, tudo o que pôde fazer foi ficar paralisado, assistindo à cena como se estivesse ali e, ao mesmo tempo, não estivesse. Rebeca passou correndo por ele como se não existisse, fugindo como todas as vezes, e Jason sentiu o coração se apertar.

— Jason! — ela chamou, novamente.

Quando o homem apareceu atrás dela, Jason teve vontade de gritar para que ela continuasse correndo, mas, como esperado, não conseguiu falar. Hoje, porém, pôde ver com clareza o rosto de quem sempre aparecia em seus pesadelos. O homem tinha olhos escuros, da mesma cor dos cabelos, que eram cortados curtos no estilo militar. Possuía algumas cicatrizes na face, e uma expressão séria e determinada – não descansaria enquanto não matasse Rebeca. Ele era alto, muito alto; deveria ter quase dois metros de altura e porte musculoso.

Foi fácil para ele afundar a faca que carregava nas costas de Rebeca.

— Não! — Jason gritou, sentindo que podia se mover no instante em que ela caía, como se uma mão invisível o soltasse. Correu até ela, mas nunca chegou a alcançá-la.

— Jason! — Ouviu sua voz tornar a chamá-lo em um eco muito distante. — Jason, acorde!

Ele ainda teve tempo de ver a insígnia do exército russo estampada no uniforme do homem antes de ser tragado de volta à realidade.

Abriu os olhos, assustado e ofegante. Deu de cara com o rosto de Rebeca acima de si, olhando-o com as feições preocupadas. Jason tremia e, só quando reparou que sua vista estava embaçada, deu-se conta de que os olhos estavam molhados de lágrimas.

— V-você... Você não... — gaguejou, sem concluir a frase.

— Está tudo bem, eu estou aqui — Rebeca disse, tentando tranquilizá-lo. Ele continuou murmurando coisas desconexas, sem saber mais o que estava dizendo. — Eu estou bem, Jason. Estou aqui. Já passou. Você está acordado.

Ela tinha as mãos segurando seus ombros, provavelmente porque o sacudira um pouco para que acordasse. Jason tentou se acalmar. Respirou fundo inúmeras vezes. Sem querer, lembrou-se dos anos de hospício, nos quais só o acordavam para sedá-lo, visto que se debatia durante os pesados, querendo evitar a tragédia. Então, ele voltava a dormir, e seu medo era suprimido ao invés de sanado, o que se estendeu por catorze anos. Até hoje, Jason sentia como se estivesse sempre sonhando, sempre com medo. Medo de que algo ruim pudesse acontecer a qualquer momento àqueles que amava. Só não havia mais sedativos.

Um pouco mais controlado, ele olhou para Rebeca. A realidade parecia melhor, agora. Rebeca estava ali com ele, e Jason sabia que morreria antes de deixar qualquer coisa lhe fazer mal.

— Obrigado — sussurrou, sentando-se na cama. Estavam no hotel indicado por Carter Singleton, um edifício organizado e bonito no centro da pequena cidade, que tinha quartos não muito grandes, mas arejados. A caixa com o escaravelho estava trancada e bem guardada em um cofre no armário.

— Não foi nada. — Rebeca deu um pequeno sorriso e beijou a testa de Jason com carinho. — Estou sempre aqui quando precisar.

Jason devolveu o beijo, ainda incomodado com o sonho. Ficou com o olhar perdido por um tempo, perguntando-se por que só agora fora possível distinguir o rosto do homem dos pesadelos. Talvez fosse porque já sabia no que estava envolvido, ou então... porque o perigo estava mais perto.

— Não conseguiu dormir? — Jason perguntou, observando que Rebeca estava muito desperta para ter acordado há pouco tempo. Além disso, o abajur do seu lado da cama estava aceso, e ela segurava um livro nas mãos, cujo título era “Além do Bem e do Mal”.

Rebeca fez que não.

— Estava com muita coisa na cabeça — disse, baixo.

— Os carregadores? — inquiriu Jason.

Ela assentiu. Depois, desviou o olhar para lugar nenhum antes de fitar as próprias mãos. Houve um momento de silêncio pesado.

— Eu matei alguém com uma injeção de potássio — murmurou, culpada.

Jason sentiu o tormento em sua voz. Sabia como ela se sentia; ele próprio havia matado o outro carregador de uma forma terrível. Seu estômago se contraiu ao lembrar a sensação de perfurar o pescoço do egípcio com uma tesoura de cirurgia. Ele acabara se transformando em areia vermelha, bem como o serpopardo na formatura, mas não sem antes sangrar até a morte.

Rebeca ergueu os olhos para Jason, e seu lábio tremeu.

— O que estamos fazendo?

— Eu não sei — foi tudo o que Jason respondeu.

Rebeca fechou o livro. Ficou encarando a capa por alguns segundos, as sobrancelhas franzidas.

— Acho que Nietzsche está certo... — falou, mais para si mesma do que para Jason. — “Aquele que luta com monstros deve acautelar-se para não tornar-se também um monstro. Quando se olha muito tempo para um abismo, o abismo olha para você”.

— Você acha que podemos ser como monstros? — Jason perguntou, inseguro. Lembrou-se de Gabriel falando que os carregadores eram mais humanos do que monstros. Havia matado uma pessoa, então? Ou algo que se aproximasse de uma, no mínimo. Não queria ser isso. Se fosse, significaria que se assemelhava demais ao que via no hospital psiquiátrico, e queria a maior distância possível daquele lugar, tanto física quanto psicológica. — Acha que podemos ser maus?

— Eu acho que devemos ter cuidado — Rebeca opinou, depositando o livro na mesinha de cabeceira. — E acho que devemos dormir. São quatro da manhã; está tarde e precisamos descansar. Foi um longo dia.

Jason ficou calado enquanto ela tirava os óculos e se aconchegava a ele para dormir. Abraçou-a, mas não fechou os olhos para acompanhá-la de imediato. Ainda estava agitado; tanto pelo pesadelo quanto pela conversa e por matar o carregador. Sentia que aquilo era só o começo do que estava por vir. E logo Rebeca, que se mostrava tão aberta com relação aos sentimentos, havia se fechado para dizer em que realmente acreditava. Estava fugindo do assunto.

Jason suspirou, esgotado. Envolvido pelo aroma de canela que vinha dos cabelos da namorada, finalmente adormeceu, com os pensamentos mais conturbados do que o normal.

∞∞∞ Contagem Regressiva ∞∞∞

— Caramba, eu pensava que armas fossem mais leves — Rebeca comentou.

Jason, que pegava a caixa que continha o escaravelho no cofre, virou-se para ver o que ela estava fazendo e quase deixou o objeto cair. Rebeca segurava o revólver roubado do segurança no centro de pesquisas com a mão esquerda, já que o pulso direito estava imobilizado devido a torção, apontando-o na direção de Jason como se tentasse ter uma boa mira – o que não estava funcionando.

— Hã... É melhor largar a arma antes que ela dispare sozinha, Beck — Jason sugeriu, desviando-se da pontaria. Pelo que sabia, Rebeca era destra, e ele não queria correr o risco de levar um tiro tão cedo.

— É, tem razão — ela concordou após perceber que não conseguia equilibrar o peso do revólver. Guardou-o na bolsa e a pendurou no ombro. — Então, vamos?

Eles saíram do hotel. Ficariam mais algum tempo hospedados ali, até que Carter terminasse de ensiná-los a se defender. Já era fim de tarde, e a noite caiu até que eles achassem a casa do médico pelo endereço que lhes fora passado. Ficava perto da estrada, ao lado de uma pequena reserva florestal que mais se parecia com um bosque. Não havia muitas outras casas na vizinhança, e as que havia estavam vazias.

Jason estacionou ao lado do outro carro, o de Carter, e eles desceram. A casa possuía apenas um andar, e as paredes e o piso eram de madeira. Em frente à porta de entrada, havia um tapete de boas vindas. Jason sorriu com aquilo, com a normalidade da moradia.

— Jason, Rebeca! — Carter exclamou, contente, alguns segundos após terem apertado a campainha. — Entrem, já estava esperando vocês chegarem. Fiquem à vontade.

Eles entraram, sorrindo. A casa era tão aconchegante por dentro quanto parecera a princípio. Havia uma lareira no canto direito da sala, perto de uma mesa de centro que ficava entre um grande sofá e duas poltronas. O assoalho, também de madeira, era quase completamente coberto por um tapete. Dali, era possível ver a cozinha à esquerda, de onde vinha um cheiro delicioso de algo assando. Jason havia acabado de olhar naquela direção quando uma moça oriental de longos cabelos negros veio até a sala com um sorriso.

— Olá, sejam bem-vindos! Eu sou Evangeline, é um prazer conhecê-los.

— O prazer é nosso — respondeu Rebeca, cumprimentando-a. — Obrigada por nos receber.

— Não há de quê, querida — ela disse enquanto cumprimentava Jason. — Qualquer amigo de Carter é bem-vindo aqui.

— Não sabia que era casado — disse Jason a Carter quando ele se aproximou depois de fechar a porta.

Carter sorriu.

— Não somos casados. Ainda — frisou, passando um braço ao redor de Evangeline. — Só moramos juntos há algum tempo.

— Sou enfermeira no hospital — Evangeline explicou, abraçando-o de volta. — O que um plantão médico não faz com as pessoas, não é?

Os outros três riram, descontraídos. Evangeline acabou por perguntar o que havia acontecido a Jason e Rebeca para terem tantos machucados: ela, o pulso torcido, ele, o hematoma de um roxo intenso logo abaixo do olho esquerdo. Inventaram uma desculpa sobre terem caído, o que não deixou Evangeline satisfeita, mas ela não questionou mais.

— Bem, façam o que têm de fazer e depois venham jantar. Está quase pronto — a moça disse, afastando-se.

— Não queremos atrapalhar, podemos comer fora — Jason se adiantou.

— Ora, não seja bobo. — Evangeline fechou a cara. — Carter disse que vocês estão em um hotel, e nenhuma comida de hotel se compara à minha.

Rebeca deu risada.

— Eu aceitaria, se fosse você — disse a Jason, que foi obrigado a aderir ao convite. Não que não quisesse ficar para o jantar. O problema era que não queria envolver outros na sua vida. Soava como loucura, mas tinha a sensação de que, se passasse muito mais tempo ao lado das pessoas, elas acabariam perdidas na história também.

Deixando os pensamentos negativos de lado, Jason seguiu Carter até o quintal. No caminho, o antigo amigo pegou uma pistola numa das gavetas do quarto. O quintal não era grande, mas era um bom espaço gramado para que fossem posicionadas algumas placas de metal nas extremidades.

— Não se preocupem, eu tenho autorização para portar armas — Carter avisou, enquanto desenhava, com caneta permanente, um corpo nas placas. — Trouxeram o revólver?

Rebeca deixou a bolsa de lado e pegou a arma de dentro. Prontamente, segurou-a com a mão esquerda e mirou em uma das placas.

— E aí, como eu atiro?

— O quê?! — Carter exclamou. — Nem pensar! Sem esforços para você, senhorita. — Tirou a arma da mão dela e verificou para ver se não estava engatilhada. — Só quando seu pulso se recuperar. Não vou deixar ninguém sair atirando por aí com uma mão só nos primeiros treinos.

Rebeca ficou emburrada.

— Eu posso atirar muito bem, tá bom? Minha mira é ótima.

— E como você me prova isso? — Carter ergueu uma sobrancelha, cruzando os braços.

— Uma vez, eu fui a um acampamento de férias e usei arco e flecha — ela se gabou.

— Acertou o alvo?

Ela desviou os olhos.

— Bem... não. Mas eu teria acertado, o problema é que meus óculos estavam sujos.

Jason riu.

— Até que enfim! — comemorou, divertido. — Em alguma coisa, você tinha que ser ruim, Beck. Não me olhe desse jeito — defendeu-se ao receber um olhar mortal. — É a verdade.

— Você vai ver quando eu puder atirar daqui a algumas semanas — ela o desafiou. — Vou atirar no seu traseiro se não estiver atento, Jason Kent.

Carter deu risada. Resmungou algo como “Crianças!” e pediu para Jason pegar o revólver para começarem a aula. Jason achou a parte do “crianças” injusta, já que a diferença de idade entre eles e o médico não era tão gritante assim.

Fez o que foi mandado. Carter ensinou como engatilhar a arma, como mirar, recarregar e, só depois de muita teoria, deixou que ele disparasse. Rebeca sentou-se e ficou assistindo, às vezes fazendo comentários só para distraí-lo. No primeiro tiro que Jason disparou, o coice da arma quase deslocou seu ombro por pegá-lo desprevenido, embora Carter tivesse alertado de que aconteceria. Mesmo assim, a bala acertou a placa, ainda que longe do desenho.

— Nada mal — Carter elogiou.

— Eu tenho uma pergunta — falou Rebeca. — Evangeline não vai estranhar ouvindo todo esse barulho? Você contou alguma coisa a ela?

— Não, não falei nada sobre vocês — assegurou Carter. — Disse que vocês iam a uma caça esportiva e não sabiam atirar, apenas isso. Ela não acreditaria na verdade.

Ele voltou a se concentrar no treino. Jason chacoalhou a cabeça para se livrar do zunido nos ouvidos, fruto do som do disparo. Carter demonstrou mais algumas vezes com a pistola e Jason prosseguiu com o treino, até dar um jeito de atingir a área interna do contorno em preto.

Ficaram aproximadamente uma hora nisso. Carter disse que conseguiria mais munição para as armas, vendo que a do revólver estava no fim. Fizeram uma pausa para jantar, e Jason achou que não era uma causa perdida quando se tratava de armas. Com mais algum treino, poderia ser bom.

— Qual o próximo passo de vocês em toda essa história? — Carter perguntou antes de entrarem na casa.

Eles se entreolharam.

— Não sabemos — disse Jason. — Na verdade, não sabemos nem o que fazer com o escaravelho.

— Devemos chamar o Gabriel? — Rebeca propôs. — Ele vai nos dizer o que fazer agora.

— É, pode ser — Jason concordou, de má vontade. Aumentando a voz, chamou para o céu. — Gabriel, estamos na casa de Carter Singleton, Missouri, rua...

— Estou aqui.

Se Jason e Rebeca se sobressaltaram com a aparição, Carter quase desmaiou. O médico arregalou os olhos e deu uns passos para trás, como se quisesse se apoiar em algo para não cair. As íris de Gabriel brilharam, azuis, por um segundo antes que a luz se dissipasse.

— Você é o arcanjo? — Carter indagou, chocado. Passava a impressão de querer ajoelhar-se e rezar ali mesmo, mas o que fez foi ficar boquiaberto com os olhos pregados no anjo.

— Gabriel — ele se apresentou, assentindo. Seu olhar recaiu sobre o pulso de Rebeca, e ele pegou a mão dela imediatamente. — Está machucada.

A frase soou como uma acusação direcionada a Jason, e ele se culpou mentalmente.

— Eu estou bem — Rebeca garantiu, retirando a mão com a mesma rapidez.

— Você não pode curar? — perguntou Jason, interferindo na conversa.

Gabriel hesitou.

— Tenho certeza de que ficará bom logo — disse. Sem nenhum aviso, ele segurou os pingentes dos colares da Fênix nas mãos e fechou os olhos. Voltou a abri-los um instante depois. — Pronto. Agora, posso saber onde estão sem que tenham necessidade de me chamar. Do que precisam?

Surpreso com as atitudes dele, Jason titubeou para falar.

— Só queremos saber o que fazer com o escaravelho... E o que fazer a partir de agora.

— Fiquem com o escaravelho e protejam-no — Gabriel instruiu. — As quatro relíquias têm de estar reunidas para que a Fênix renasça, mas isso será difícil na atual situação. Sloan e Rupert não estão dispostos a colaborar. Eles querem os escolhidos que não são seus protegidos mortos, e não vão descansar até que isso aconteça e possam ter as quatro relíquias para decidir quem será o pássaro.

— Não tem ninguém do nosso lado? — Rebeca perguntou, preocupada com as informações.

— Poucos — disse Gabriel. — Amber, o quarto anjo, partilha da opinião de que não é preciso haver apenas um escolhido para que a Fênix retorne, mas dois artefatos não são suficientes para realizar o ritual. Como se isso não bastasse, não temos só os anjos de inimigos. Mais monstros estão acordando, e nenhum deles quer que a ordem entre as quatro mitologias seja restabelecida. Sloan e Rupert estão até mesmo tentando controlar alguns para tê-los como aliados.

— Os monstros são contidos quando a Fênix retorna? — Jason quis saber. Carter olhava de um para outro como se assistisse a uma partida de tênis. — Não é preciso fazer mais nada?

— Esse é o problema. — Gabriel balançou a cabeça, desanimado. — É preciso fazer mais para selá-los de volta em seus respectivos mundos.

— E o que temos que fazer?

— Ainda não sei. — O brilho azul reapareceu nos olhos do arcanjo, e ele olhou em volta. — Amber e eu estamos procurando respostas para essa questão. Enquanto isso, o que vocês dois têm de fazer é permanecer em segurança. Eu os manterei informados.

— E se eles nos atacarem, como vamos nos defender?

O esboço de um sorriso apareceu no rosto de Gabriel.

— Felizmente, vocês dois podem tornar qualquer arma mortal para um monstro. É uma pequena vantagem daqueles que são escolhidos — ele disse, beirando o orgulho. Até Jason se sentiu melhor com isso. — Por via das dúvidas, quero que carregue isto com você.

Gabriel esticou a mão para Rebeca. Nela, havia uma espécie de adaga dourada, com aproximadamente trinta centímetros, e um cabo tão branco que seria capaz de iluminar a noite.

Rebeca ficou alarmada.

— O que é? — perguntou, mas segurou o objeto sem nenhuma dificuldade, erguendo-o para observar melhor. Jason surpreendeu-se com a beleza da adaga, e ainda mais com a lâmina triangular, tão fina que cortaria qualquer coisa.

— Um presente — Gabriel disse. — É feita do mesmo material que a espada de Miguel. Use-a bem. Acredito que se dará melhor com ela do que com um revólver.

Definitivamente, havia um sorriso cúmplice em seu rosto, o que Jason não achou nada agradável. Rebeca, como era natural a ela, abriu um sorriso enorme e riu.

— Está falando sério? — disse, incrédula. — Uma adaga feita do mesmo material que a espada de Miguel, o superanjo? Para mim? Caramba!

— Uma arma de fogo, no entanto, funciona tão bem quanto — Gabriel acrescentou a Jason. Em seguida, mirou Carter. — Sua ajuda é de extrema importância. Você tem meu agradecimento. Tenho de partir, agora. Voltaremos a nos ver.

As enormes asas azuis surgiram em suas costas, e houve tempo para que elas se movessem uma vez antes que Gabriel fosse embora, deixando um vento agradável para trás.

Os três entraram na casa mais animados do que haviam saído. Carter foi falando sozinho, maravilhado com a aparição de um anjo em sua casa. Rebeca ficou admirando sua mais nova arma, mas a escondeu antes de irem até Evangeline na cozinha.

— Qual foi a da indireta sobre sua pontaria, afinal? — Jason perguntou a Rebeca.

— Digamos que Gabriel também sabe da história do acampamento — ela respondeu, piscando para ele, e foi se sentar à mesa, onde a comida já estava posta.

Jason a acompanhou, ficando de frente a Carter. Os quatro conversaram amenidades e riam durante o jantar, trocando histórias e pensamentos, parecendo uma família. A comida estava deliciosa, e o clima se manteve leve até o final. Jason se esqueceu de qualquer reclamação e preocupação que tinha. Foi quase como ter um lar.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam?? O capítulo foi um pouco mais parado do que os anteriores, mas o próximo, acredito, será bem revelador e (spoiler) teremos flashbacks! Haha. Então, contem-me o que esperam que aconteça, suas sugestões, opiniões, críticas... Adoro conversar, gente *-* O que aguarda Jason e Rebeca? Será que Nietzsche vai acertar com eles também?

Por hoje, é isso. Muito obrigada a quem passou aqui para ler, a presença de vocês é importantíssima! Beijos e até o próximo capítulo (e os comentários, eu espero hihi) o/



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