Contagem Regressiva escrita por Beatrice


Capítulo 21
Capítulo 20: O destino é imutável


Notas iniciais do capítulo

Olá, galera amada! Como cês tão?
Gente, juro que não vi o tempo passar ;-; Mal consegui me achar no meio de tantas provas e bagunça da minha própria vida, então não achei tempo para escrever até agora. Espero que me perdoem mais uma vez e que não tenham me abandonado ♥

Então, vamos às notas: esse capítulo não está tão longo, mas ele contém muita (mas muita mesmo) informação, então peço que prestem atenção e leiam com cuidado para vocês não se perderem e nada ficar confuso. Se isso acontecer, não hesitem em me mandar uma review ou MP perguntando, ok? Estamos aqui pra isso *-*
Ah, leiam as notas finais também, elas são superimportantes!

Sem mais delongas, e só lembrando que é uma continuação direta do anterior, desejo uma boa leitura a todos!



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— Olá, Rebeca — Gabriel disse de forma tranquila, ainda que sério.

Ela bateu a porta e o encarou, perplexa.

— O que você está fazendo aqui?

— Você o conhece? — Jason perguntou, finalmente baixando o abajur que agarrara para usar como arma. Sabia que estava boquiaberto desde que Gabriel confessara que tudo girava ao redor de Rebeca, mas não conseguia se acalmar. E agora ela revelava que também já o conhecia? Por quanto tempo ele havia dormido para perder tantas coisas?

— Conheço, ele é... — Rebeca se aproximou dos dois, sem deixar de encarar o intruso. — Meu amigo. Mas o que é que você está fazendo aqui? — dirigiu-se a ele. — Como nos encontrou?

Gabriel pareceu indeciso, como se não soubesse por onde começar. Olhou de um para o outro antes de dizer:

— Estou aqui para explicar tudo a vocês. — Sua voz era suave e calma, mas ao mesmo tempo firme e segura, o que passava uma sensação de paz. Ou passaria, se mais uma vez a mente de Jason não estivesse entrando em curto-circuito. — Eu deveria ter vindo antes, mas não consegui.

Você vai nos explicar? — perguntou Rebeca, chocada. Jason não sabia qual era a história dos dois, mas imaginava que não deveria ser fácil descobrir que seu amigo guardara tantos segredos. Isso o fez se lembrar de como ele havia feito o mesmo com ela por um tempo, e o quão errada fora aquela decisão.

Gabriel apenas meneou a cabeça em confirmação.

— Os colares que vocês usam são encantados com um feitiço de proteção poderoso que Serena lançou, para que ninguém possa encontrá-los sem permissão — ele começou a explicar, conseguindo a completa atenção de ambos. — Mesmo para mim, que a possui, é difícil alcançá-los.

— Então... — Rebeca falou, engolindo em seco. — Serena sempre soube de tudo? E Nilza? Como elas estão? Partimos enquanto Nilza ainda estava internada.

— Elas estão bem agora que vocês partiram — ele afirmou. Provavelmente não teve a intenção, mas o comentário fez Jason se sentir ainda mais culpado pelo que estava acontecendo. — Nilza se recuperou. No entanto, o contato entre vocês deve acabar por aqui. Elas cumpriram o que tinham de fazer, e isto era camuflá-los, e, principalmente, você, Rebeca, enquanto eu não aparecia.

Uma luz magoada de compreensão se espalhou pelo rosto de Rebeca.

— Eu não as encontrei por acaso, não é?

— Não — Gabriel confirmou. — Elas anunciaram o aluguel do apartamento justamente quando você chegou à cidade, para que fosse até lá o mais rápido possível.

A visão de todos os artesanatos, estatuetas, pingentes e incensos que Serena e Nilza viviam espalhando pelo apartamento chegou à mente de Jason, assim como Rebeca havia observado no dia em que partiram. O que ele achava ser somente superstição, ou até mesmo uma mania, era verdade, afinal.

— Todas as sombras e as vezes em que eu ouvi a sua voz... — Jason começou, mas Gabriel não o deixou concluir o pensamento.

— Eu estava tentando me comunicar, mas a proximidade de Serena formava uma barreira. — Ele fechou os olhos por um instante, como se recordasse um erro. — O incidente da biblioteca foi um esforço maior que acabou de forma trágica; tudo que pude fazer foi alterar as imagens das câmeras de segurança para que não o vissem. Humanos normais não suportam ver minha forma real... Aparentemente, você também não — completou de forma acusatória. — Felizmente, você não foi ferido.

Jason não pôde deixar de se sentir ofendido. Então, o sujeito aparecia do nada fazendo acusações, mesmo tendo matado sem propósito uma mulher, sendo que ainda não dera sequer um bom motivo para que confiassem nele? A irritação cresceu dentro de Jason.

— Se a barreira impedia qualquer um de se aproximar, como os serpopardos estavam na festa? — Rebeca indagou, vendo uma falha na história.

— Foi depois que Nilza adoeceu, enfraquecendo o feitiço. Nós não sabemos como, mas ela foi envenenada. — Então, Gabriel se dirigiu a Jason: — Assim como o seu avô. Lionel era para você o mesmo que Serena e Nilza foram para Rebeca. Queriam tirá-los do caminho para quebrar a proteção. Sim — falou, já antevendo a pergunta que receberia assim que Jason abriu a boca. — Ele também sabia sobre tudo há algum tempo. Vinha tentando libertá-lo do hospital psiquiátrico há anos, mas só conseguiu recentemente. Ninguém podia lhes contar nada antes do tempo certo, por isso vocês dois não ouviram a verdade até agora.

— E quanto a Thomas? — foi Rebeca quem perguntou, vendo que Jason estava perdido em sua própria confusão. — Quem o matou e por quê?

— Ele não tinha permissão para contar nada a vocês; sua única obrigação era passar o dom dos números a Jason. A verdadeira intenção por trás do ataque era atingi-los, já que nós não podemos intervir diretamente. As consequências seriam desastrosas. Por isso Sloan agiu pelas nossas costas.

Rebeca estava prestes a questionar quem era “nós” e a tal Sloan, porém Jason falou antes dela, parecendo acordar de um breve transe:

— O quadro na casa do meu avô — disse, ainda no assunto anterior — é o mesmo pássaro do colar. O que ele representa?

Os olhos azuis de Gabriel miraram Rebeca com uma intensidade que Jason achou incômoda.

— O pássaro é o foco de tudo. Você já descobriu, não foi?

Rebeca levou a mão ao pingente – a estranha miniatura de um pássaro esculpido em cobre com as asas abertas e uma longa cauda, mas que, conforme a luz refletia, parecia brilhar em tons de vermelho, amarelo e laranja.

— É uma fênix.

— Não uma fênix — Gabriel tratou de corrigir. — A Fênix. O lendário pássaro mitológico que renasce das próprias cinzas após queimar em chamas feitas por ele mesmo. É um símbolo para força, inteligência e esperança. Alguns fazem uma metáfora da Fênix com o Sol, que morre todos os dias no horizonte para renascer no dia seguinte, tornando-se o eterno símbolo da morte e do renascimento. Suas lágrimas têm poder curativo, e ela tem força para levar cargas muito mais pesadas do que ela mesma.

— E onde nós entramos nessa história? — Jason perguntou após trocar um olhar com Rebeca.

— A Fênix é um espírito — Gabriel explicou. — Ela é importante em quatro mitologias: a grega, onde teve origem; a egípcia, na forma da ave Bennu; a chinesa, na forma de Suzaku, um dos quatro Deuses Celestiais; e a judaico-cristã, por ter se tornado um símbolo da ressurreição de Cristo. Todas essas crenças são verdadeiras, e coexistem desde o começo dos tempos. São apenas diferentes versões das mesmas entidades, modificadas ao longo dos milênios. Mas o mundo não aceita que todas possam ser reais, e isso cria conflitos, tanto entre os humanos quanto entre as entidades. A Fênix, por ser claramente comum às quatro, é o espírito responsável por manter a ordem e a harmonia e impedir que desastres aconteçam, evitar que elas se voltem umas contra as outras. Ela deve ressurgir a cada certo período de tempo, trazendo a paz e mediando desavenças. No entanto, ela já não tem reencarnado há muito tempo e muitos monstros estão se rebelando.

Jason tinha a respiração presa diante das informações. Seu coração estava acelerado, ansiando o restante do relato.

— As duas Guerras Mundiais, as revoluções dos séculos XVIII e XIX, as carnificinas provocadas pelas colonizações ao redor do mundo... Tudo está ligado ao desaparecimento da Fênix. Ninguém foi digno de hospedá-la pelos últimos séculos. Os humanos estavam cometendo atrocidades demais, não havia espaço para salvação. Desta vez, ela tem de renascer, ou ninguém poderá prever os desastres que se seguirão. Cabe a ela restaurar a harmonia. E você, Rebeca, é um dos corpos que pode abrigá-la.

— Um dos? — repetiu Jason, entrando na defensiva e se colocando ao lado dela.

— Mais três pessoas foram escolhidas de diferentes partes do mundo, completando quatro para representar as quatro crenças em que a Fênix é reconhecida. Cada um dos receptores tem um protetor. Essa é a sua função, Jason: proteger Rebeca a todo custo. Por isso você sonha com ela uma vez por mês, para se lembrar do seu dever. Todos os protetores podem ver o tempo remanescente para as pessoas morrerem.

— Por que tantos receptores? — Rebeca inquiriu. E adicionou um pouco receosa, depois de olhar rapidamente para Jason, como se estivesse se perguntando se aquela era um bom momento para dizer aquilo: — E... por que nós dois? Sequer nos conhecíamos. Ele era de Illinois, eu era do Maine.

— Como eu disse, a situação está perigosa — disse Gabriel, mantendo sua expressão séria. — Temos até o fim do ano para que a Fênix renasça, portanto as medidas tinham de ser extremas. Com quatro receptores, há mais chances de renascimento. — Então, ele hesitou por um segundo enquanto observava o casal com um brilho diferente no olhar. — O destino se manifesta de formas estranhas. Não somos nós quem escolhe os protetores. Há uma irmã, um pai, uma amiga... E Jason.

Rebeca bufou, como se, mesmo para ela, aquilo fosse loucura demais.

— Ok, então... Você fica falando “nós” alguma coisa, “nós” outra coisa... E, se nem você podia ultrapassar a barreira que Serena e Nilza criaram em New Haven, significa que também é algo sobrenatural. Afinal, o que você é? — exigiu, em um tom que não aceitava desculpas ou discordâncias.

Jason olhou para Gabriel com curiosidade e suspeita. Gabriel pareceu querer dizer algo, mas impediu-se de súbito. Se pudesse diferenciar alguma outra expressão em seu rosto, Jason imaginaria que ele estava quase com medo da reação que Rebeca teria. Ao invés de falar o que era como estivera fazendo até agora, Gabriel fechou os olhos e respirou fundo.

Justo quando pensou que não poderia mais se surpreender, Jason descobriu que estava errado.

O quarto pareceu se iluminar. Das costas de Gabriel, alongando-se lentamente, como se acabassem de ser libertas após muito tempo confinadas, duas asas se abriram em todo o seu esplendor. Esticadas, eram tão longas e largas que ainda ficaram levemente dobradas devido ao tamanho do aposento, e davam a impressão de ter luz própria – uma luz tênue e aconchegante, que apenas dava um ar de mais calma a toda aquela figura. As penas eram de um azul-escuro e – Jason percebeu tarde demais – da cor dos olhos de Gabriel.

— V-você é... um anjo? — Rebeca falou, apesar de ter certeza. — Mas, se seu nome é Gabriel... — Ela franziu as sobrancelhas e chacoalhou a cabeça, como se isso fosse ajudar a clarear os pensamentos. — Tipo, o Gabriel? Arcanjo Gabriel?

Ele tornou a abrir os olhos e apenas assentiu, confirmando todas as suposições.

— Há mais três anjos que têm a função de guiar os receptores nessa missão — Gabriel contou, recolhendo as asas, que desapareceram em um piscar de olhos. — Mas nós divergimos a respeito de como tudo deve ser feito, principalmente Sloan. Ela e Rupert acreditam que mais de um receptor escolhido atrase ainda mais o retorno da Fênix, e portanto... — Ele fez uma pausa antes de completar. — Tentam eliminar os outros três. Foi Sloan quem mandou os serpopardos, e também mandou que envenenassem Nilza e assassinassem Thomas e Lionel.

— Mas você disse que não podem intervir diretamente...

— Não, mas podem convencer outros a agir por eles — Gabriel cortou a interrupção. — Sloan e Rupert têm juntado forças para despertar monstros advindos de todas as crenças adormecidos há muito tempo, que já começavam a se agitar pelo distanciamento da Fênix. Quanto mais cedo ela reencarnar, melhor. Já há certa irritação voltada para vocês dois. Assim que Jason recebeu o dom de ver os números, era para vocês terem se encontrado, mas as coisas tomaram um rumo diferente do que o esperado.

— Mesmo se eu não tivesse sido internado naquela época, como deveríamos nos encontrar? — Jason se exaltou. — Rebeca mesmo já disse, éramos crianças de lugares afastados.

Houve um momento de silêncio, em que Gabriel apenas aguardou enquanto Rebeca estreitava os olhos, rememorando um detalhe.

— O acidente aconteceu quando você tinha dez anos, não foi? — A pergunta foi direcionada a Jason, que atestou. — Nessa época, eu e minha família estávamos cogitando a ideia de nos mudar para Chicago por causa do emprego do meu pai. Mas não deu certo, porque ele foi despedido, e nós permanecemos no Maine.

— Então quer dizer que todos esses anos poderiam ter sido evitados se não fosse uma coincidência? — Jason concluiu, angustiado. Era melhor quando não sabia sobre essa parte. Imaginou como seria sua vida se tivesse conhecido Rebeca aos dez anos, e assim não contaria aos pais seu problema e não acabaria internado.

— Sim — Gabriel disse. — Só podíamos começar a agir quando todos os pares estivessem reunidos, e por isso Sloan e Rupert culpam vocês pelo atraso ainda maior.

— Mas isso não é justo — Rebeca protestou. — Milhares de coisas podiam acontecer para que não nos conhecêssemos. Os outros são parentes ou algo assim, não pessoas totalmente desconhecidas. Como tinham certeza de que nós nos encontraríamos?

— O destino é imutável, Rebeca — Gabriel falou como quem faz uma constatação muito dolorosa. — O que tem de acontecer, acontecerá, mesmo que não seja do modo como esperamos. Um dia, vocês iriam se conhecer. Eu sabia que iriam.

O quarto foi novamente mergulhado no silêncio. Demorou até que Gabriel voltasse a se pronunciar:

— A Fênix renascerá quando os quatro símbolos, um para cada crença, estiverem reunidos. Cada receptor está incumbido de encontrar um. Vocês dois são os últimos. Precisam pegar a representação da mitologia egípcia em um centro de pesquisas arqueológicas que não fica longe daqui.

— Por “pegar”, você quer dizer roubar — falou Rebeca. — O que é que nós somos agora, Bonnie e Clyde?

Diante do silêncio constrangedor dos dois, que apenas a encararam confusos, ela arqueou as sobrancelhas.

— Vocês não sabem quem são Bonnie e Clyde, não é? — disse, conformada.

— Eu deveria? — Jason quis saber.

— A questão é que a missão deve ser realizada o mais rápido possível — Gabriel interviu antes que o assunto se prolongasse. — Voltarei com mais informações sobre a localização em breve. — Ele olhou para cima, como se recebesse um sinal. Jason seguiu seu olhar, mas tudo que encontrou foi um teto velho e meio mofado. — Quando precisarem de mim, tudo que precisam fazer é chamar. Não posso me demorar mais ou é capaz de que os monstros os achem por minha causa.

Monstros?, Jason pensou, porém, antes que pudesse verbalizar a dúvida, Gabriel havia sumido, tão de repente quanto chegara. Rebeca parecia tão frustrada quanto ele, aborrecida pelo anjo ter sumido sem responder as últimas perguntas – que, aparentemente, eram muitas.

Jason se virou para ela.

— Então, de onde você o conhece?

Rebeca o fitou, descrente.

— Sério que, de tudo que você ouviu, essa foi a parte mais impactante?

— Uma delas. — Jason deu de ombros, sentindo-se culpado. Bem, não podia controlar aquela sensação incômoda que despertara dentro de si após todos os olhares nada discretos que Gabriel lançara a Rebeca.

Ela deu risada.

— Está com ciúmes? — debochou, sorrindo de forma convencida.

— É claro que não — Jason negou, falhando terrivelmente ao tentar soar convincente. Rebeca o encarou em diversão, sem aceitar aquela resposta. Ele soltou um muxoxo de descontentamento, para só então admitir. — Ah, qual é, você também não ficaria com ciúmes se uma garota linda do meu passado aparecesse do nada para nós dizendo que tem a obrigação de tomar conta de você?

— Você acabou de dizer que o Gabriel é lindo?

— Não mude de assunto! Você me entendeu — Jason disse, contrariado e emburrado.

Rebeca riu mais uma vez.

— Ele é só meu amigo, de verdade — falou, então voltou a ficar séria. — Foi ele quem me convenceu a parar com as corridas de carros. Nós não nos vemos há sete anos, não há nada com que se preocupar. Eu nem sabia que ele... — Balançou a cabeça, pigarreando. — Enfim, isso não é o mais importante agora.

Jason se jogou sentado na cama, expirando o ar longamente. Dez minutos de conversa, e parecia que tinham sido os minutos mais exaustivos de sua vida. Ouvir aquilo fora como correr uma maratona. Finalmente sabia o que tudo a sua volta significava, e essa perspectiva só o assustava ainda mais ao invés de confortá-lo.

Fênix? Monstros? Anjos? Nada parecia real. Jason nunca fora uma pessoa cética, tampouco alguém que acreditava em tudo o que escutava de histórias por aí. Contudo, nem em seus melhores sonhos imaginaria que todas aquelas criaturas poderiam realmente existir, e muito menos que estivesse envolvido de forma tão grandiosa com elas. O mais assustador era que sequer duvidava de que tudo era verdade. Como poderia? Tivera várias provas com os próprios olhos, além de ter lutado pessoalmente com um serpopardo. Justo ele, o louco que via a hora em que as pessoas morreriam, iria se mostrar fechado àquele novo mundo?

Rebeca o acompanhou, sentando-se ao seu lado.

— Que loucura, cara — foi só o que ela disse. Jason não podia concordar mais com uma frase, como se ela resumisse bem tudo que estava acontecendo ultimamente.

— Olha só no que nos metemos... Um anjo literalmente veio até nós e disse que precisamos restaurar a ordem no mundo. Parece real para você?

— Nem um pouco. — Rebeca o encarou com curiosidade. — Você acredita nisso numa boa? Sem surtar nem nada?

— E você não? — ele devolveu a pergunta. Nem mesmo ele poderia dizer “Ah, deve ter sido um engano ou uma brincadeira de mau gosto”. Com certeza o par de asas gigantesco nas costas de Gabriel não era uma brincadeira.

— Acho que o momento de choque ainda não passou para que eu comece a gritar insanidades — Rebeca sugeriu.

Jason teve de concordar. Ainda parecia um sonho, e as palavras flutuavam, soltas, em sua mente. Sua função é proteger Rebeca a todo custo, foram as palavras de Gabriel. Ele faria isso sem pensar duas vezes, mesmo sem que a ordem fosse dada.

— Sinto muito — Rebeca falou de repente.

— Pelo quê?

— Bom... — Ela pareceu envergonhada. — Por tudo que você teve que passar. Foi por minha causa, por nós estarmos ligados. Desculpe.

— Ei, eu nunca vou te culpar por isso — Jason assegurou. — Eu nem pensaria por esse lado se você não falasse. Não é algo que você pôde controlar. Esqueça isso.

Ela deu um pequeno sorriso, mas continuava com dúvidas.

— Jason, você acha que... nós só... erhm... demos certo por causa do destino? Quero dizer, que só nos apaixonamos porque estávamos destinados a isso?

Ele negou imediatamente.

— Não. Acho que o destino era nos encontrarmos, mas ficarmos juntos foi uma escolha nossa. Eu sei que não me apaixonei por causa do destino. Eu me apaixonei por sua causa.

Rebeca pareceu aliviada, como se um enorme peso houvesse sido tirado de suas costas. O beijo que ela lhe deu quase o fez se esquecer da carga de revelações que recebera. Jason queria continuar com aquilo para sempre, ou ao menos pelo restante do dia, mas não poderia.

Eles tinham trabalho a fazer.


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Notas finais do capítulo

Certo, vamos a algumas explicações hahaha. Primeiro, eu gostaria de lembrar que sou eu mesma quem faz a revisão e tudo o mais dos capítulos, então peço que relevem quaisquer erros que possam ter passado batidos (são duas horas da manhã e eu estou capengando o.o) e, é claro, avisem se acharem algum ;)

Segundo, eu queria saber de vocês, porque é muito importante: o quanto vocês conhecem e entendem de cada mitologia? Chinesa, egípcia, grega, cristã.

Terceiro, eu gostaria de deixar bem claro que não tenho nenhuma intenção de ofender nenhum culto ou religião com as narrações que eu inserir aqui. Se isso acontecer, me avise, porque juro que não é de propósito. Por licença poética, eu farei algumas mudanças ou adaptações que achar necessárias no decorrer da história dentro de cada mitologia, portanto não estranhem se algo ficar diferente do que já conhecem ^^

Quarto: a relação e o passado de Rebeca e Gabriel serão explorados e explicados no próximo capítulo, assim como todas as informações que foram mostradas nesse serão reafirmadas mais vezes para que tudo fique claro como água :3

E agora a parte mais legal! Hahaha (nossa, falei demais hoje .-.) Me digam o que acharam do capítulo! Cheio das revelações, explicando quinhentos mistérios desde o começo da fic, apresentando mais personagens... O que acham de tudo isso? Me conte suas teorias, desabafos, opiniões, sugestões, críticas, eu vou adorar saber de tudo!

Mil beijos e até o próximo capítulo! ^-^