Contagem Regressiva escrita por Beatrice


Capítulo 12
Capítulo 11: Perda


Notas iniciais do capítulo

Ooooolá!! Como vocês estão?
Primeiro, gostaria muito de agradecer a todos que começaram a acompanhar, aos que comentaram e favoritaram *o* Vocês fazem uma pessoa feliz!
E segundo: Titio Killer está querendo me matar do coração Ç_Ç Seu lindoo, miiil vezes obrigada pela recomendação maravilhosa! Eu surtei demais quando vi, tive que reler umas dez vezes pra ficha cair, ain ♥ Obrigada mesmo!
E por isso tive que postar hoje para agradecer! O capítulo ficou menorzinho porque foi escrito às pressas, mas mesmo assim espero que gostem.
Boa leitura a todos!



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Talvez Rebeca fosse tão insana quanto ele no final das contas, pois Jason imaginava que somente dessa forma alguém o ajudaria de bom grado e aceitaria aquela história. Ainda não havia discutido com ela sobre não querê-la envolvida em sua vida, não porque não gostasse, mas porque era perigoso demais. Em pouco tempo, causara a morte de uma bibliotecária e a destruição de quase todo o prédio de Arquitetura em Yale.

Naquele domingo, estava preparando um modo de dizer tudo aquilo quando Rebeca chegou ao apartamento e ele a recebeu com um beijo. Sua namorada estava com um livro grosso cujo nome Jason não enxergou e uma maleta com um notebook.

— Fez algum progresso?

— Não. — Apesar da resposta, Rebeca sorria como sempre. — Mas ainda há milhares de lugares para procurar, então não vamos desistir.

— É, sobre isso... — Jason trancou a porta e a ajudou a depositar as coisas na mesa. — Acho que primeiro devemos conversar sobre, você sabe... Você se envolver nessa história.

Ela nem sequer o olhou, o que o fez imaginar que não havia prestado atenção. Mas então disse, enquanto arrumava o computador:

— Você não vai vir com aquele discurso, não é? De não me querer envolvida porque é perigoso e blá blá blá.

No fundo, Jason já esperava que a reação dela fosse parecida com aquela. Suspirou.

— Mas é perigoso. Nem eu sei o que tudo isso significa, e por duas vezes pessoas se machucaram por minha causa. Eu não quero que você seja afetada.

— Jason, eu não sou uma criança, e pode acreditar que eu já entendi os riscos quando você me disse pela primeira vez. Se eu escolhi te ajudar é porque quero, não porque me sinto obrigada. Agora, se você realmente não me quiser com você, tudo bem.

— É claro que eu quero você comigo! — Jason exclamou. — E esse é exatamente o problema. Eu estou sendo egoísta com você.

Ela finalmente o encarou.

— Eu já disse que estou aqui por conta própria e não vou mudar de ideia. Não adianta falar mais nada. Não vai acontecer.

Jason balançou a cabeça. A conversa havia ido para um lado bem diferente do que ele previra, e estava óbvio que Rebeca não cederia agora. Por enquanto, resolveu aceitar.

— Só me prometa que vai tomar o máximo de cuidado possível a todo momento. E se qualquer coisa estranha acontecer ou se você vir algo fora do normal, me avise.

— Pode deixar, muchacho. Agora, eu estive pensando... — Rebeca se sentou e abriu um caderno cheio de riscos e anotações. — Nenhum livro e site fala sobre alguma lenda ou mito em que a pessoa enxerga o tempo remanescente até os outros morrerem. Quanto a questão das vozes, esse assunto é bem amplo e há muitas teorias, então acho que não podemos tirar nenhuma conclusão baseada nisso. Resumindo, não temos um ponto de partida.

Fazia poucos dias desde que os dois estavam pesquisando arduamente qualquer coisa que fosse parecida com o que Jason tinha. Haviam decidido tomar os acontecimentos por sobrenaturais, já que não havia outra explicação para aquilo. Ele já aceitara esse fato há alguns anos; quanto a Rebeca, ela parecia não ter problemas com o sobrenatural. Na verdade, acabara confessando que sempre acreditara que algo similar pudesse existir, e Jason desconfiava que sua busca por conhecimento a impedia de se afastar ou assustar.

— Em que você pensou, então? — ele perguntou, curioso.

Rebeca brincou com os próprios dedos, um sinal de que estava nervosa.

— Bem... Eu imaginei que deveríamos ir até a fonte. Até onde tudo começou.

— Chicago? — Jason estava tão chocado que a palavra quase não saiu. Só o nome daquela cidade o fazia ter arrepios e recordações que nenhum ser vivo merecia ter. A hipótese de retornar deixou seu estômago apertado.

— Sim. — Rebeca deve ter percebido sua expressão, portanto tentou se explicar. — Eu sei que você deve odiar Chicago, mas acho que é nossa última opção.

Ele hesitou.

— Eu não sei. Catorze anos se passaram, eu não acho que há algo lá para se ver.

— E se... nós tentassemos contatar o homem que te salvou do ônibus? — Ela insistiu, impondo animação na voz na intenção de animá-lo também. — Foi aí que os números apareceram, não foi? Você deve se lembrar do nome dele.

— Sim — Jason disse, baixo, lembrando-se. Sua mãe havia lhe perguntado o nome para agradecer, mas fazia tanto tempo. Ainda assim, a ideia de Rebeca era boa; se conseguissem achá-lo, seria um ótimo começo. — Era... Thomas.

— Só Thomas? — ela perguntou, indignada. — Deve haver milhões de Thomas em Chicago. Por que não poderia ser um nome mais comum, tipo David? Nem é como se tivéssemos pressa. Ok, algum sobrenome?

— Minha memória não é tão boa assim. Mas acho que o sobrenome começava com "O". Orson, Osmar, algo assim.

Rebeca torceu a boca e anotou o nome em seu caderno.

— Bem, é melhor do que nada.

— Como exatamente você pretende encontrá-lo?

— Eu tenho meus contatos, lembra? — Ela sorriu de forma travessa. — Relaxe, não é nada ilegal. Não se ninguém souber. Mas antes de continuar, eu preciso saber se você está mesmo disposto a voltar. Se não quiser, não tem problema.

— Eu vou — ele respondeu de imediato. Iria ignorar qualquer memória e sensação que o abatesse se isso fosse o necessário para descobrir o significado dos números, dos sonhos e das vozes – mas principalmente dos sonhos. Deu uma olhada em Rebeca para conferir os números dela. Sempre fazia isso para se acalmar quando estavam juntos.

— Ótimo! Então, ao trabalho. Enquanto meu amigo não me responde, temos muitos livros para ler. — Rebeca esticou o que trouxera para ele e digitou algo no celular antes de começar a pesquisar na internet.

Assim passaram a tarde. A cabeça de Jason doía quando fizeram uma pausa porque Rebeca voltou a falar. Ele não se lembrava de metade do que havia lido, mas tinha certeza de não ser nada importante ou que servisse para desvendar os mistérios.

— Jason?

— Hum?

— Eu preciso te perguntar uma coisa.

Ele ficou sério e ergueu o olhar. Rebeca parecia ainda estar perdida no que lia pela tela do computador, concentrada e com uma expressão que ele não soube descrever, como se tivesse encontrado uma pista. Uma parte da imagem refletia em seus óculos.

— O que é?

— Você foi completamente honesto comigo? Quero dizer, me contou tudo, não deixou nada de fora, nem um pedacinho?

Jason se sentiu a pior pessoa do mundo ao responder. Os sonhos ainda eram um segredo somente dele. Hesitou mais uma vez por meio segundo, e soube que por isso Rebeca descobriria que ele estava mentindo, mas disse mesmo assim:

— Sim, contei tudo.

Ela desviou os olhos da tela.

— Tem certeza? — perguntou de modo neutro.

— Absoluta. Por quê?

— Nada, só queria confirmar. — Deu uma olhada no relógio de pulso. — Não vou poder ficar até tarde hoje. Nilza está muito doente e eu preciso acompanhá-la até o hospital. Estava pensando em pedir algo para comermos e depois ir embora, o que você acha?

— Perfeito. Eu levo vocês até o hospital depois.

— Combinado.

Rebeca se levantou e foi até a bancada da cozinha, onde havia alguns cardápios de restaurantes ali perto.

— Comida chinesa ou italiana?

— Italiana.

— Boa escolha. — Ela sorriu e foi telefonar da cozinha.

Assim que Rebeca passou pela porta, o celular de Jason tocou, anunciando uma chamada. Como já era esperado, era um número desconhecido.

— Alô?

— Jason Kent? — indagou um homem.

— Sim, em que posso ajudar?

— Você é o neto de Lionel James Kent?

Jason confirmou, e cinco minutos mais tarde, quando Rebeca retornou à sala, ele estava parado, estático, sem conseguir processar a notícia que lhe deram. Colocou o celular de volta na mesa lentamente, boquiaberto.

— Jason? O que aconteceu? — Rebeca se aproximou dele, vendo que algo estava errado.

— Meu avô... — Olhou para ela. — Ele morreu.


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Notas finais do capítulo

"Another one bites to dust"
So, o capítulo ficou parado, mas o que acharam do final? Sei que muitos queriam ver o Lionel mais vezes porque gostaram dele (e acreditem, eu também), mas parece que nosso bom velhinho passou dessa para melhor. Digam-me suas teorias, conversem comigo, me contem o que acharam, a opinião de vocês é muito importante para mim!
Peço que me desculpem por qualquer erro. Como eu disse, o capítulo foi escrito as pressas e revisado rapidamente também porque estou viajando. Titio Killer, mais uma vez deixo aqui o meu obrigada!
Beijos a todos ^-^ Nos vemos nos comentários e no próximo o/